Exclusivo CTT revelam plano com as primeiras 22 lojas que vão encerrar
Plano de reestruturação previa fecho de lojas dos CTT, mas a administração não tinha quantificado o número de encerramentos. Os trabalhadores já sabem que Lacerda pretende fechar 22 lojas. Para já.
Os CTT pretendem encerrar 22 lojas em todo o país, sabe o ECO. O plano de reestruturação da empresa já previa o fecho de estações com menor procura, mas Francisco Lacerda ainda não tinha adiantado qualquer meta quanto ao número de encerramentos que poderiam estar em cima da mesa. Os trabalhadores já sabem qual é a intenção da administração dos correios postais.
Sabe o ECO que Francisco Lacerda fez chegar à Comissão de Trabalhadores um pedido de parecer sobre o encerramento de 22 lojas. Entre as lojas que quer encerrar estão as de Olaias e do Socorro, em Lisboa, e ainda as de Asprelas, Galiza e Areosa, todas no Porto.
Eis a lista completa que a gestão liderada por Lacerda pretende fechar para já: Junqueira, Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de S. Vicente (Penafiel), Socorro (Lisboa), Riba d’Ave (Famalicão), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde, Filipa de Lencastre (Belas), Olaias (Lisboa), Camarate (Loures), Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprelas (Porto), Areosa (Porto), Araucária (Vila Real), Alpiarça (Santarém), Alferrarede (Abrantes), Aldeia de Paio Pires (Seixal) e Arco da Calheta (Madeira).
“Tal como já tinha sido tornado público anteriormente, os CTT confirmam o Plano de adequação da sua rede envolvendo estes 22 Pontos de Acesso, inseridos nos mais de 2.300 existentes e dos mais de 4.000 agentes PayShop, que nesta fase ainda não tem data marcada”, confirmaram, depois da notícia avançada pelo ECO, os CTT.
CTT vão fechar balcões em todo o país
No final do primeiro semestre de 2017, os CTT dispunham de uma rede de lojas composta por 4.377 pontos de contacto, sendo constituída por 613 lojas próprias, 1.744 lojas em parceria (postos de correio) e 2.020 postos de venda de selos.
Anunciado há pouco mais de duas semanas, o plano de reestruturação dos CTT já previa o fecho de balcões. A chamada “otimização da cobertura da rede” seria concretizada “através da conversão de lojas em postos de correio ou fecho de lojas com pouca procura por parte dos clientes“, podia ler-se no documento enviado a 19 de dezembro à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
De acordo com o plano, está em vista a saída de 1.000 trabalhadores da empresa até 2020. O objetivo desta profunda reestruturação passa por alcançar poupanças anuais na ordem dos 45 milhões de euros.
Esta foi a resposta de Lacerda para travar a desconfiança dos investidores com o mau desempenho operacional da empresa. Isto depois de os Correios terem visto o lucro cair 57% nos nove primeiros meses de 2017 face ao mesmo período de 2016, penalizado pela redução do negócio do correio postal, enquanto os custos agravaram ligeiramente. No profit warning emitido em outubro, o presidente executivo anunciou logo os primeiros cortes: reduziu o dividendo em 20%, dos 48 cêntimos para os 38 cêntimos, deixando o mercado, os investidores e até acionistas em sobressalto.
Entre as medidas incluídas no chamado Plano de Transformação Operacional estão ainda reduções nas remunerações da própria gestão da empresa, num sinal de que também os administradores vão dar o corpo às balas nesta contenção de custos.
Para esta quarta-feira, na Assembleia da República, está agendada a apreciação e votação do requerimento apresentado pelo PCP para audição do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, sobre as medidas anunciadas pela administração dos CTT.
(Notícia atualizada às 18h23 com a confirmação oficial dos CTT)
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