Marques Mendes: “Tiro o chapéu aos dois candidatos do PSD. É um ato de coragem”
O futuro do novo líder "depende de muitas coisas, nomeadamente dos próximos resultados eleitorais em 2019 e da prestação que tiver até lá", defende Luís Marques Mendes, em declarações ao ECO.
“Tiro o chapéu aos dois candidatos” à liderança do PSD. A afirmação é Luís Marques Mendes. O antigo presidente do PSD disse ao ECO que Pedro Santana Lopes e Rui Rio “tiveram um ato de coragem” porque as “dificuldades que vão enfrentar são enormes”. O advogado e comentador garante ainda que está tudo em aberto no que diz respeito ao futuro do novo líder do PSD.
“Neste momento é muito difícil fazer a avaliação se o líder pode durar só até às eleições”, afirma Marques Mendes. “Pode, mas também pode não ser assim”, acrescenta.
Neste momento é muito difícil fazer a avaliação se o líder pode durar só até às eleições. Pode, mas também pode não ser assim.
O antigo ministro de Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas, em entrevista ao Público (acesso condicionado) esta quinta-feira, defendeu que o próximo líder do partido terá de ganhar as legislativas de 2019, “se não ganhar será posto em causa”, defendeu. “Vamos ter um líder para dois anos”, frisou.
Marques Mendes não concorda que a análise possa ser tão taxativa, porque o futuro do novo líder “depende de muitas coisas: dos próximos resultados eleitorais em 2019 e da prestação que o líder tiver até lá. Pode ter um mau resultado, mas boa prestação política ajuda”, admite. “Depende da atitude, da forma como ganhar ou como perder, do grau de mobilização que conseguir obter e da relação efetiva que conseguir estabelecer com partido e a população”, acrescenta ainda o antigo ministro dos Assuntos Parlamentares de Durão Barroso.
O também antigo secretário de Estado do Governo de Cavaco Silva garante que esta sua posição não é nova, nem resulta de uma reação à entrevista de Miguel Relvas, que aliás o aponta como um líder possível do PSD, tal como a Luís Montenegro, num futuro próximo. “Essa parte comigo não se coloca. Não sou, nem serei candidato”, garante ao ECO, Marques Mendes.
E recorda que, quando Passos Coelho anunciou que não se iria recandidatar à liderança do PSD, no seu habitual espaço semanal de comentário na SIC, já tinha falado das probabilidades do novo líder. “Não é líquido que o próximo líder do PSD seja um líder de transição, um líder para queimar”, disse a 8 de outubro nos estúdios da SIC. “Montenegro desiste por razões políticas. Quer ser líder, mas mais tarde. No fundo, acho que o próximo líder é de transição e espera por melhor oportunidade. Só o tempo dirá se é uma decisão certa ou se perdeu uma oportunidade única”, acrescentou.
“Basta que evite uma futura maioria absoluta de António Costa”, algo que garantiu não ser “impossível”, “para se segurar no lugar e até poder vir a ser primeiro-ministro poucos anos depois. Foi o que sucedeu com Durão Barroso em 1999. Evitou a maioria absoluta de Guterres e dois anos depois foi primeiro-ministro”.
Ora, é o que fazer perante uma reeleição de António Costa em 2019, mas sem maioria, que mais tem dividido Santana e Rio. O primeiro não viabilizaria o Governo, o segundo entende que o deve fazer, caso contrário estar-se-ia a apelar ao voto útil no PS.
Apesar das divergências, Marques Mendes defende, em jeito de conclusão, que “só o facto de apresentarem a candidatura é um ato de coragem, porque não é um cargo atrativo e as dificuldades que vão enfrentar são enormes”.
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