Em cada seis novas empresas, uma é restaurante ou alojamento
Em 2016, o setor do alojamento e restauração destacou-se como um dos mais dinâmicos. O número de empresas deste segmento subiu 6,2% e representou 17,4% da criação líquida de empresas.
Fazendo as contas às empresas que abriram e que fecharam, em 2016 havia mais 33.020 empresas não financeiras do que no ano anterior. Destas, 17,4% eram restaurantes ou estavam classificadas como alojamento. Os dados foram revelados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e mostram o forte dinamismo do setor.
Em 2016, foram criadas, em termos líquidos, 33.020 empresas não financeiras, o que corresponde a um acréscimo de 2,8% face a 2015. As empresas também viram o seu Valor Acrescentado Bruto (VAB) crescer (6%), bem como o seu volume de negócios (2,7%) e o excedente bruto de exploração (8,4%).
Os resultados foram positivos na generalidade dos setores — só na energia e água houve uma redução do volume de negócios — mas o do alojamento e restauração destacou-se pela positiva. Os números mostram que a par do aumento do número de empresas (foram criadas, em termos líquidos, 5.736, a maior subida em termos absolutos) o volume de negócios cresceu 14,8%, o valor acrescentado bruto aumentou 21,4% e o excedente bruto de exploração disparou 41,5%.
Nenhum outro setor de atividade registou dados tão expressivos e o INE adianta que “esta evolução traduziu sobretudo a dinâmica das empresas classificadas nas atividades de restaurantes e estabelecimentos hoteleiros com restaurante“. 2016 foi o ano em que, a partir de julho, os restaurantes contaram com uma taxa de IVA mais baixa, de 13%. Ainda assim, note-se que foi o setor do comércio que mais contribuiu para o aumento global do volume de negócios.
Como evoluiu o valor acrescentado bruto de cada setor de atividade?
Fonte: INE
Mas a atividade de restauração e alojamento também se destacou no emprego criado. Registou um aumento de 8,3%, o que corresponde a mais 24.330 postos de trabalho. Esta criação líquida de emprego refletiu-se na evolução dos gastos com pessoal, que cresceram 10,9%. Comparando com o comércio, por exemplo, os restaurantes e alojamento criaram mais emprego, já que no comércio o número de pessoas ao serviço aumentou 1,8%, o equivalente a mais 13.336 postos de trabalho.
Há cada vez mais gazelas, mas ainda não são tantas como em 2008
Em 2016, eram 5.553 as sociedades consideradas de elevado crescimento — as chamadas gazelas. O INE adianta que este número recuperou pelo terceiro ano consecutivo, mas continua, ainda assim, abaixo do que era registado em 2008. Além disso, o valor acrescentado bruto destas empresas perdeu peso no total: representava 16,8%, menos 0,7 pontos percentuais do que em 2015.
O INE nota também que entre 2008 e 2016 o peso das empresas exportadoras no volume de negócios das sociedades não financeiras aumentou cinco pontos percentuais, mas o valor acrescentado bruto das exportadoras cresceu menos em 2016 do que o das restantes empresas. Esta diferença — que mostra um desempenho mais difícil das exportadoras face às que não têm este perfil — manifesta-se tanto nas empresas de grande dimensão, como nas pequenas e médias empresas.
Segundo o organismo de estatística, a explicação poderá estar, “em larga medida”, nos diferentes comportamentos dos preços. Enquanto o deflator do PIB português em 2016 foi e 1,4%, o das exportações foi e -2,2%.
Número de empresas de energia dispara com microprodutores
O número de empresas no setor de energia e água disparou: em apenas um ano, mais do que duplicaram as entidades enquadradas nesta atividade, atingindo em 2016 as 5.206. Também o número de pessoas ao serviço destas empresas aumentou (11,8%), embora o volume de negócios não tenha crescido: antes pelo contrário, caiu 2,2%.
O INE explica o que aconteceu: “O setor da energia e água registou um aumento de 110,7% no número de empresas, justificado pelo elevado número de novos empresários individuais naquele setor, associados à microprodução de energia elétrica”.
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