Centeno: O principal risco para a Zona Euro é a inação
Há riscos que vêm da crise e há também riscos externos, assinalou Mário Centeno no Parlamento Europeu, acrescentando que é favorável a ver os lucros do Banco Central Europeu como "lucros europeus".
Mário Centeno acredita que o maior risco para a consolidação da Zona Euro é a inação, como afirmou esta terça-feira perante o Parlamento Europeu, onde discursou na Semana Parlamentar Europeia. “O principal risco que vejo hoje é o da inação”, afirmou o ministro das Finanças português, que falava na qualidade de presidente do Eurogrupo.
“Os riscos que ainda temos diante de nós residem em parte em fatores externos de que temos de estar conscientes e estar preparados para reagir, e também são riscos que resultam ainda da crise, que também temos de enfrentar de forma eficiente”, afirmou Mário Centeno, no mesmo dia em que Maria Luís Albuquerque também se dirigiu ao hemiciclo europeu. “O principal risco que vejo hoje é o da inação. Se não reformarmos mais a Zona Euro para a tornar mais resiliente e mais capaz de enfrentar a próxima crise, não estaremos a fazer bem o nosso trabalho“.
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Mário Centeno assinalou ainda que os recursos financeiros da união monetária devem ser bem aplicados, sublinhando, por exemplo, que “os lucros do Banco Central Europeu [BCE] são recursos europeus e devem ser considerados como tal”, de maneira a que deve haver reformas “para garantirmos que esses recursos são usados em prol da área do euro”.
“Significa isto que, mais uma vez no sentido de tornar mais resiliente a união económica e monetária, a discussão sobre a capacidade orçamental e o seu reforço é muito relevante, no sentido em que devemos tornar essas capacidades orçamentais, pô-las ao serviço das respostas a choques assimétricos mas também das capacidades de investimento das diferentes economias conforme elas evoluem no ciclo económico”, afirmou.
O ministro das Finanças sublinhou que “o euro é muito importante”, e acrescentou: “O nosso trabalho é fortalecê-lo. Temos de continuar a modernizar as nossas economias para que possam suportar a próxima crise, e adaptar-se aos desafios das mudanças tecnológicas e demográficas”.
Como? Para o presidente do Eurogrupo é importante que, a nível nacional, os Estados-membros apliquem políticas cuidadosas “que equilibrem os objetivos de manter a sustentabilidade e o crescimento e também aumentem o potencial de crescimento”. Ou seja, é importante aproveitar o período de bonança nas circunstâncias externas, que é “uma janela de oportunidade única para os Estados-membros agirem”, concretizou.
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