Estes são os ministros de Sánchez: muitas mulheres e até um astronauta
Pedro Sánchez terá o Governo com mais mulheres em cargos relevantes da história da democracia espanhola. Há ainda dois nomes fortemente ligados à UE e até um astronauta.
Depois de ter derrubado o Governo de Mariano Rajoy, Pedro Sánchez está agora a formar, gota a gota, o novo Executivo espanhol. Entre os nomes escolhidos, está o da diretora-geral do Orçamento da União Europeia, Nadia Calviño, que ficará responsável pela pasta da Economia. O antigo presidente do Parlamento Europeu Josep Borrell assumirá, por sua vez, a liderança do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Os novos ministros tomaram posse na quinta-feira perante o rei Filipe VI, no Palácio da Zarzuela, em Madrid. O novo presidente do Governo espanhol entregou um número histórico de papéis do seu Executivo a mulheres, cumprindo a sua promessa de paridade de género, avança o El País. Dos 17 nomes nomeados, apenas seis são de homens.
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Além de ter distribuído os vários ministérios, Pedro Sánchez também já nomeou a sua vice-presidente. A número dois do novo Executivo espanhol será Carmen Calvo, ex-ministra da Cultura de Zapatero. Assumida feminista, Calvo terá também a seu cargo a pasta da Igualdade.
Finanças operadas por médica-cirurgiã
À frente do Ministério das Finanças ficará María Jesús Montero, que ocupava o cargo de conselheira da mesma pasta no Governo autónomo da Andaluzia.
Montero é licenciada em Medicina e mestre em Gestão Hospitalar. Tinha a seu cargo a pasta das Finanças do Governo andaluz desde 2013 e tomará agora as rédeas das contas públicas e do Orçamento do Estado, que herda do Governo do PP e que ainda não foi aprovado pelo Senado.
De Bruxelas para a economia espanhola
Nadia Calviño salta da direção-geral do Orçamento da União Europeia para o Ministério da Economia espanhola. Calviño deixa a sua posição em Bruxelas, num momento chave para o bloco, isto é, aquando da negociação do Orçamento para 2020-2026.
Esta manhã, numa conferência de imprensa sobre o Invest EU, o vice-presidente da Comissão Europeia Jyrki Katainen considerou a saída da espanhola uma perda para o Executivo comunitário e um “trunfo” para o novo Governo espanhol. “Vamos vê-la do outro lado da mesa e isso será um trunfo para Espanha. Vamos sentir a sua falta, mas já outras pessoas passaram por nós”, salientou.
No Twitter, também a presidente do Santander já reagiu à nomeação de Calviño: “Ter Nadia Calviño como a nossa nova ministra da Economia é uma garantia de que Espanha continuará a aumentar o seu peso nas instituições europeias”.
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Diplomacia nas mãos de ex-presidente do PE
O cargo de chefe da diplomacia espanhola será ocupado por Josep Borrell: catalão, ex-ministro das Obras Públicas e antigo presidente do Parlamento Europeu.
Com uma larga experiência internacional e um dos dirigentes socialistas mais críticos do processo independentista da Catalunha, a sua nomeação não foi bem recebida por aqueles que desejam a separação dessa região.
Educação, Ciência, Trabalho e Justiça
De acordo com o El País, também já são conhecidos os nomes indicados por Sánchez para as pastas da Educação, Ciência, Justiça e Trabalho.
Socialista, basca e com três décadas de experiência em políticas educativas, Isabel Celaá ficará responsável pelo primeiro ministério referido. Já o da Ciência ficará nas mãos de Pedro Duque, madrileno, engenheiro aeronáutico e icónico primeiro astronauta espanhol.
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Dolores Delgado será, por sua vez, a nova ministra da Justiça. Delgado é uma defensora dos direitos humanos e passou a última década no cargo de coordenadora contra o terrorismo jihadista no tribunal Audiência Nacional.
Já as rédeas do Trabalho ficarão à responsabilidade de Magdalena Valerio. Conhecida apoiante de Sánchez e responsável pela Segurança Social do Executivo de Castela-Mancha, Valerio assume como prioridade as pensões.
Energia, Administração e Obras Públicas
Será Teresa Ribera a assumir a liderança do Ministério da Energia, Meio Ambiente e Alterações Climáticas. Depois de ter sido secretária de Estado do Meio Ambiente e das Alterações Climáticas de Zapatero, Ribero passa agora a controlar esta “super pasta ministerial”. Madrilena, já foi também diretora do centro responsável pelas políticas sobre Alterações Climáticas, entre 2004 e 2011.
Quanto à Administração Territorial e à política autonómica, Sánchez escolheu Meritxell Batet, antiga secretária de Estudos e Programas do PSOE, ex-membro da comissão negociadora que procurou um Governo alternativo ao de Rajoy e cabeça de lista por Barcelona, nas eleições de 2016. A crise independentista catalã será uma das matérias mais quentes a serem geridas por Batet.
O coordenador da moção de censura apresentada pelo PSOE contra Mariano Rajoy que acabou por derrubar o Governo do PP será, por sua vez, o responsável pela pasta do Fomento (equivalente ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações português). Trata-se de José Luis Ábalos.
Defesa nas mãos de Robles
A porta-voz dos socialistas no Congresso assumirá a liderança do Ministério da Justiça no Executivo de Pedro Sánchez. Margarita Robles tinha sido apontada pelo El País como parte do núcleo duro de poder deste novo Executivo.
Já a pasta da Saúde ficará nas mãos de Carmén Monton, avança o El Mundo. Licenciada em Medicina, Monton ocupa atualmente o papel de conselheira da Saúde em Valência.
Màxim Huerta será, por sua vez, o novo ministro da Cultura e do Desporto. Jornalista de 47 anos, Huerta sempre assumiu “odiar praticar desporto”, ser contra a tirania e os corpos perfeitos.
Já a pasta do Interior ficará a cargo de F. Grande-Marlaska, magistrado no tribunal Audiência Nacional. A pasta da Indústria, Comércio e Turismo foi entregue por Sánchez a Reyes Maroto, atualmente deputada da Assembleia de Madrid.
Por último, será Luis Planas a ocupar a liderança do Ministério da Agricultura e Pescas. Planas é um conhecido tecnocrata com muitos anos de experiência em diversas matérias comunitárias.
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