Nos vê massificação do 5G a partir de 2025
A operadora liderada por Miguel Almeida acredita que o 5G só "terá maior utilização" a partir da segunda metade da próxima década. Mas já se está a preparar para isso.
A Nos acredita que o 5G só “terá maior utilização” a partir de 2025, mas a empresa já está a pavimentar caminho em direção à quinta geração de rede móvel. À semelhança das concorrentes Altice e Vodafone, a operadora também promoveu um evento na sua sede na manhã desta quarta-feira. E aproveitou a ocasião para mostrar algumas das aplicações e o potencial da tecnologia.
Manuel Ramalho Eanes, administrador da operadora, sublinhou que “a Nos está a acompanhar de perto” o desenvolvimento do 5G, que trará “baixas latências” e “velocidades de 10 Gbps”, muito superiores às atuais. Contudo, é algo que não é para já. “Acreditamos que o 5G terá maior utilização a partir de 2025”, afirmou o gestor.
Na sede da Nos NOS 0,00% esteve a Nokia, parceira da operadora portuguesa. As soluções apresentadas mostraram como a redução da latência entre os aparelhos e a rede pode criar margem para um novo leque de possibilidades. Carros autónomos serão capazes de comunicar entre si e travar quase instantaneamente perante um obstáculo, evitando acidentes. Robôs vão ser capazes de colaborar. Haverá largura de banda para transmitir vídeo em direto, em 360 graus e alta qualidade de imagem, para quem tenha óculos de realidade virtual em casa. Óculos esses que não vão mais precisar de fios.
“Esta evolução é absolutamente inevitável”, afirmou por sua vez Jorge Graça, administrador da Nos. O gestor apontou para uma lista de três is: imersão, imensidão e instantaneidade. O 5G vai proporcionar experiências mais imersivas, num cenário de maior imensidão de informação e em que a comunicação se quer instantânea. A latência pode chegar aos 5 ms (milissegundos), contra os 20-50 ms numa rede 4G. “A velocidade da luz já nem chega para aquilo que queremos fazer”, garantiu.
Questionado pelos jornalistas sobre o investimento que a Nos antecipa fazer no 5G, Jorge Graça não quis avançar um valor. “É difícil pôr um número naquilo que será o investimento do 5G”, disse.
Uma questão geopolítica
Segundo Jorge Graça, a transição para o 5G na Europa é também uma questão “geopolítica”. O 5G é visto como um enabler que vai aumentar a autonomia nas várias indústrias e reduzir significativamente os custos. E é algo em que os Estados Unidos e a China estão a apostar. Por isso, a União Europeia não pode ficar para trás.
“É um tema quase de geopolítica e equilíbrio. Os Estados Unidos vão fazer isto. Este enabler vai ser posto à disposição do mercado norte-americano e na China também”, notou o administrador da Nos. “O que vamos ter pela frente são duas bases tecnológicas com este enabler disponível, a fazer a sua evolução por cima dessa base”, disse.
[O 5G] é um tema quase de geopolítica e equilíbrio. Os Estados Unidos vão fazer isto. Este enabler vai ser posto à disposição do mercado norte-americano e na China também.
Tudo isto é uma forma de dizer que as empresas europeias vão precisar desta nova infraestrutura de rede para continuarem competitivas. No evento, a Nos mostrou como um operador de uma fábrica pode operar um robô à distância com um comando em cada mão e uns óculos de realidade virtual na cabeça. O caso de estudo foi desenvolvido pela Nokia, em conjunto com a Mercedes.
A apresentação da Nos acontece um dia depois de a Anacom anunciar o plano para a libertação da faixa do espetro que corresponde aos 700 MHz. Esta será a banda na qual funcionará a rede, segundo os padrões internacionais que ainda estão a ser definidos. Atualmente, em Portugal, essa frequência encontra-se ocupada pela Televisão Digital Terrestre (TDT), pelo que irá arrancar, no último trimestre de 2019, um processo de transição desse serviço para outra faixa.
Como o ECO explicou esta terça-feira, a transição da TDT para outra faixa do espetro eletromagnético vai implicar uma nova sintonização dos equipamentos recetores nas casas de todos os utilizadores portugueses.
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