Carros elétricos, fardas e até algoritmos: CTT investem 40 milhões na modernização
Algoritmos vão ajudar a otimizar rotas de distribuição de correio e encomendas. Empresa prevê duplicar parque de automóveis elétricos. O que vai mudar por dentro dos CTT até 2020.
Quinze novos centros logísticos com capacidade para tratar desde pequenas cartas, expresso e encomendas mais pesadas. Novas máquinas de preparação de correio para substituir as antigas com mais de 20 anos e já obsoletas. Renovação das fardas e mais formação para os trabalhadores. Algoritmos para ajudar a otimizar rotas dos carteiros. Mais carros elétricos, o dobro o parque atual.
Vem aí um ambicioso plano de modernização dos CTT CTT 0,00% , tal como o ECO antecipou em primeira mão, num investimento que vai ascender aos 40 milhões de euros nos próximos dois anos. É com este plano, a que o ECO teve acesso, que a empresa liderada por Francisco Lacerda quer responder à transformação do negócio postal, perante a quebra do tráfego de correio — caiu 50% desde o inicio do milénio e vai continuar a contrair — e crescimento do tráfego de encomendas — deverá crescer mais de 50% só nos próximos cinco anos. O que vai mudar?
Máquinas novas para aumentar produção
Grande parte do investimento de 40 milhões de euros vai ser destinado à renovação do parque de máquinas que fazem o tratamento dos objetos. Os CTT dizem que as atuais máquinas têm mais de 20 anos e estão obsoletas para responder à procura atual onde as encomendas ganham cada vez mais peso.
Vão ser adquiridas duas novas máquinas para o Porto e Lisboa, que vão aumentar a capacidade de tratamento de encomendas (ajudando sobretudo nas horas mas críticas) e aliviar o esforço manual. A empresa vai dar início ainda uma nova onda de automatização em Cabo Ruivo e na Maia, com novo equipamento para aumentar a fiabilidade e qualidade do serviço. Prevê aumentar a taxa de automatização de 86% para 95%.
15 novos centros de distribuição
Vão ser criadas 15 novas plataformas multiproduto espalhadas por todo o país, desde Mirandela até ao Algarve, passando pelas ilhas da Madeira e Açores. Aliás, como avançou o ECO, vários consultores da A.T. Kearney estiveram nos últimos meses à procura de imóveis com dimensões e características específicas para se transformarem naquilo a que os CTT chamam de Centros Logísticos e de Distribuição.
Nestes centros vai ser possível receber, tratar e despachar para distribuição correio, expresso e cargas numa só plataforma — atualmente cada um destes produtos “andam” em redes separadas, não existindo interligação entre eles.
De forma, os CTT procuram garantir presença física nos epicentros de maior procura, potenciando sinergias entre as redes. Esperam ganhos com partilha de espaço e de recursos e ainda na reutilização da frota e partilha de rotas.
CTT mais verdes com o dobro dos carros elétricos
Os CTT contam com mais de 3.000 viaturas, operando uma das maiores frotas automóveis do país, com a qual distribui milhões de correspondências e encomendas os dias. Mas também vem aí uma pequena revolução aqui sob o lema “Veículos mais seguros, verdes e cómodos”.
A empresa quer duplicar o peso da frota elétrica nos próximos dois anos, que atualmente corresponde a cerca de 10% da frota global. Pretende ainda motorizar cerca de 30% dos giros apeados, isto é, quando a entrega de correspondência é feita a pé.
Novas fardas e mais formação
Para os CTT, os trabalhadores são e vão continuar a ser a “força motriz” do grupo. Nesse sentido, uma parte do investimento de 40 milhões de euros vai ser dedicado à melhoria das condições de trabalho e na formação.
A empresa pretende valorizar os seus colaboradores. Em termos mais concretos, prevê a aquisição de novo vestuário, novas fardas compostas por um boné, casaco, t-shirt, calças ou calção com a marca CTT bem visível.
Algoritmos para otimizar rotas
Rotas mais rápidas e eficientes? Sim, será possível através da introdução de um algoritmo avançado de otimização de rotas de distribuição de correio e encomendas. Trata-se de uma ferramenta informática usada já por vários operadores de referência mundial, como a US Postal, a Swiss Postal ou a finlandesa Posti, e que vai permitir uma melhor gestão da operação.
Este algoritmo vai permitir um melhor entendimento da sazonalidade do tráfego, apoiando a decisão das chefias com a predição de picos e fossos de atividade e com o planeamento das rotas de distribuição.
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