António Godinho: “Não estamos ligados ao passado. Somos a melhor equipa para mudar o Montepio”
Foi a última lista a apresentar a candidatura ao Montepio. António Godinho entra na corrida para mudar "dez anos de gestão desastrosa". Demarca-se dos adversários: "Não estamos ligados ao passado".
Está lançada a terceira candidatura às eleições para Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). A lista C apresentou-se esta quarta-feira ao público num hotel em Lisboa. António Godinho diz que concorre para “mudar o estado de coisas” na instituição, após “dez anos de gestão ruinosa”. E demarca-se dos adversários dizendo que ninguém na sua lista está “comprometida pelo passado” da instituição.
“Quando o Montepio é um nome que não inspira confiança à sociedade portuguesa e aos seus associados, isso reflete uma gestão que tem levado o Montepio para um conjunto de problemas não apenas de índole financeira, mas também de confiança, de questionamento da idoneidade dos seus órgãos de gestão, nomeadamente do seu presidente”, disse António Godinho.
“É preciso claramente um novo ciclo e pessoas que estão não comprometidas pelo passado. Não estivemos ligados ao que se passou antes e somos a melhor equipa para mudar o estado de coisas no Montepio. Nem o Fernando Ribeiro Mendes nem o António Tomás Correia corporizam essa mudança para o futuro”, acrescentou o responsável.
Segundo António Godinho, saíram recursos da Associação Mutualista na ordem dos dois mil milhões de euros entre 2014 e 2018, passando dos cinco mil milhões para os três mil milhões, “grande parte dos quais estão alocados no banco”.
“Sem truques, nem maquilhagem (referia-se aos impostos por ativos diferidos de 800 milhões de euros), a situação liquida seria de menos 50 milhões, quando em 2014 estava próximo dos 700 milhões”, demonstrou ainda. “Isto é o passado e o presente. Apresentamos esta candidatura para reinventar e criar um novo ciclo no Montepio“, completou.
A candidatura de António Godinho reúne as listas derrotadas por Tomás Correia nas eleições de 2015, tendo obtido no seu conjunto 40% dos votos. Além de António Godinho, que lidera a candidatura para o conselho de administração, fazem parte da lista Alípio Dias (conselho geral), o general José Pinto Ramalho (mesa da Assembleia geral) e Eugénio Rosa (Conselho Fiscal).
“Foi fácil chegar a um entendimento com sensibilidades tão diferentes como as que temos, sobretudo porque o que nos motiva são princípios comuns e com o mesmo objetivo: servir o Montepio e juntar pessoas idóneas e com capacidade de gestão para mudar o estado de coisas no Montepio”, explicou António Godinho.
Tal como a candidatura de Ribeiro Mendes, também há críticas ao processo eleitoral. “Sintetiza o que tem acontecido nos últimos dez anos”, disse o candidato da lista C.
Por exemplo, alegam que, com o ato eleitoral já a decorrer, ainda não tiveram acesso aos cadernos eleitorais, onde constam os nomes dos associados elegíveis e respetivos contactos.
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