Carlos Tavares distribui pelouros pela equipa. “Novo” Montepio chega a 1 de fevereiro
José Carlos Mateus será o CFO do Banco Montepio. Mota Pinto fica com o pelouro da Análise de Crédito. Nova organização entra em vigor a 1 de fevereiro. Carlos Tavares continua a arrumar a casa.
Continua em marcha o processo de transformação do Banco Montepio sob a batuta de Carlos Tavares. O CEO e chairman do banco já distribuiu as “pastas” pelos seus sete administradores executivos. José Carlos Mateus será o administrador financeiro (CFO). Nuno Mota Pinto, que fora inicialmente apontado para CEO, ficará com o pelouro da Análise de Crédito. E, como o ECO avançou em primeira mão, Dulce Mota veio do ActivoBank para gerir toda a rede de retalho.
Estas mudanças, que entram em vigor a partir do dia 1 de fevereiro, já foram reveladas internamente, de acordo com uma comunicação feita aos trabalhadores a que o ECO teve acesso. Carlos Tavares apresentou-lhes a distribuição dos pelouros pela sua administração. É a seguinte:
- Dulce Mota – Rede de Retalho (Norte e Centro, Sul e Ilhas, Dinamização Comercial e Marketing Operacional)
- Nuno Mota Pinto – Análise de Crédito (Análise de Crédito, Economia Social e Gabinete do Cliente)
- Pedro Ventaneira – Risco (Risco, Validação de Modelos, Gestão de Informação, Estratégia, Planeamento e Controlo)
- José Carlos Mateus – Financeiro (Financeira e Internacional, Contabilidade e Reporte Financeiro e Controlo de Custos)
- Carlos Leiria Pinto – Recuperação de Crédito (Recuperação de Crédito, Avaliação de Imóveis)
- Leandro Silva – Operações e Meios (Serviços e Operações, Sistemas de Informação, Serviços Partilhados, Compras e Transformação e Inovação)
- Helena Soares de Moura – Pessoas e Jurídicos (Gestão de Pessoas, Compliance, Contencioso e Proteção de Dados)
Enquanto CEO, o próprio Carlos Tavares vai acumular várias pastas, entre as quais Ativos Financeiros, Auditoria e Inspeção, Comunicação e Marca, Transformação e Inovação (partilhada com Leandro Silva) e Estratégia, Planeamento e Controlo (partilhada com Pedro Ventaneira.
Isto para lá das funções adicionais que acumula enquanto chairman do banco, as quais vai desempenhar por mais algum tempo. O Banco de Portugal ainda se encontra a avaliar o nome de João Ermida para presidente do conselho de administração.
Esta segunda-feira, dia 21, terminava o prazo dado pelo supervisor para a entrega de uma proposta para chairman. Esse prazo foi cumprido porque o nome proposto seguiu para o Banco de Portugal ainda no final do ano passado, tal como informaram banco e mutualista num comunicado conjunto emitido a 3 de janeiro.
Nova marca, mais negócios
Com esta nova organização interna, o banco diz estar “em condições de lançar a nova marca comercial e a nova imagem”, segundo uma comunicação a que o ECO teve acesso. E muito em breve se dará início “ao processo de substituição dos elementos de identificação nos balcões, bem como de reformulação dos canais digitais”, acrescenta. A nova marca Banco Montepio substituirá a atual designação Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), prevendo-se alterações ao nível do grafismo — isto para dar resposta às recomendações do Banco de Portugal relativamente a uma clara distinção face à Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG).
Entre outras novidades comunicadas aos trabalhadores está ainda a criação do Centro de Transformação e Inovação, que terá a responsabilidade de coordenar e liderar a execução do Plano de Transformação. Este departamento interno será coordenado por Leandro Silva. Ainda assim, Carlos Tavares abre a porta à contração de elementos externos especializados para a execução do projeto.
O novo plano dá também uma nova vida ao Montepio Investimento — a partir de agora Banco de Empresas Montepio — e ao Montepio Crédito. O primeiro visa assegurar uma oferta de serviços de banca comercial, banca de investimentos e apoio ao negócio internacional às empresas com faturação superior a 20 milhões de euros — empresas com faturação interior passarão a ser tratadas pela rede comercial do Banco Montepio.
Já sobre o Montepio Crédito, Tavares diz que “está em curso a montagem do processo que permitirá que as operações de crédito individual e crédito especializado (leasing) sejam asseguradas operacionalmente pela Montepio Crédito, sem prejuízo da manutenção do relacionamento comercial dos clientes com os respetivos responsáveis no Banco Montepio ou no Banco de Empresas Montepio”.
Transformação para sair da crise
Carlos Tavares está prestes a cumprir um ano à frente do banco que registou lucros de 22 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano passado. Foi em março que tomou posse, após saída abrupta de José Félix Morgado, em rota de colisão com Tomás Correia, presidente da AMMG. Os americanos da Bain & Company estiveram no ano passado a elaborar um plano de transformação do banco, isto com o objetivo de produzir “resultados num espaço de três a quatro anos”.
Além da nova marca e novo figurino do BEM e Montepio Crédito, o plano prevê a abertura de agências “low cost”, um novo conceito de balcão de proximidade com baixos custos operacionais, em locais menos urbanos. Alguns destes balcões vão surgir em localidades onde a Caixa Geral de Depósitos (CGD) saiu, tal como o ECO noticiou.
Isto acontece numa altura em que o banco apresenta rácios de capital mais reforçados. Já nos últimos dias do ano passado, a AMMG subscreveu um empréstimo de obrigações subordinadas do Banco Montepio no valor de 50 milhões de euros para reforçar os níveis de solvabilidade do banco, depois de a instituição liderada por Carlos Tavares ter desistido de avançar com a colocação de um montante até 250 milhões de euros de obrigações subordinadas perante as “condições adversas do mercado”.
Não houve um aumento da exposição do acionista ao banco dado que o montante aplicado no empréstimo correspondeu “basicamente às disponibilidades libertadas pelo reembolso no vencimento de outras emissões obrigacionistas da CEMG que a AMMG tinha em carteira”, garantiu o Banco Montepio.
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