“Se Carlos Costa participou nas decisões ruinosas da CGD, deve sair pelo próprio pé”, diz Rui Rio
Rui Rio diz que se Carlos Costa tem a consciência tranquila deve manter-se como governador do Banco de Portugal. Caso contrário, devia "sair pelo próprio pé", diz o líder social-democrata.
Para Rui Rio, tudo claro na questão da idoneidade do governador do Banco de Portugal, que está a ser colocada em causa por causa de créditos ruinosos aprovados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) quando Carlos Costa era administrador do banco. “Se participou naquelas decisões ruinosas, deveria sair pelo próprio pé”, mas se estiver de “consciência tranquila” então este assunto deve ser “resolvido rapidamente” com os esclarecimentos na comissão parlamentar de inquérito, sublinhou o presidente do PSD.
“O dr. Carlos Costa está em condições de saber se aquilo que fez encaixa ou não encaixa nos parâmetros de idoneidade a que ele próprio recorre para avaliar os outros. Portanto, se estiver com a consciência completamente tranquila, então fica no lugar, vai à comissão parlamentar de inquérito e estamos à vontade porque nada vai aparecer”, disse Rui Rio, em declarações transmitidas pela RTP3.
Caso contrário, “se sabe o que fez, e o que fez não está dentro deste parâmetro de idoneidade, acho que é ele próprio, em defesa do Banco de Portugal, dele próprio e do país, que devia abdicar”, rematou o líder social-democrata.
"Se Carlos Costa sabe o que fez, e o que fez não está dentro deste parâmetro de idoneidade, acho que é ele próprio, em defesa do Banco de Portugal, dele próprio e do país, que devia abdicar.”
Carlos Costa volta a estar sob pressão política por causa das conclusões da auditoria da EY à gestão do banco público. Ainda esta segunda-feira o Bloco de Esquerda apresentou um projeto de resolução com vista a sua exoneração do cargo de governador do Banco de Portugal.
Neste momento, o supervisor encontra-se a apurar responsabilidades contraordenacionais que podem resultar da auditoria, estando a avaliar nove dos 44 gestores que passaram pelo banco público entre 2000 e 2015. Porém, o próprio Carlos Costa foi administrador da CGD entre 2004 e 2006 com os pelouros do marketing e internacionalização, e vai escapar a essa avaliação, de acordo com o Jornal Económico. A Sábado revelou atas que mostram que o governador participou nas reuniões que decidiram financiamentos do banco público aos empresários Joe Berardo e Manuel Fino e ainda ao projeto de Vale de Lobo. Estes empréstimos constam da lista dos grandes créditos em situação de incumprimento e que geraram perdas de milhares de milhões para a CGD.
Rui Rio diz que o “pior que pode acontecer é ele não fazer nada e chegarmos à comissão de inquérito e ser em sede de comissão de inquérito que se verifique a participação dele nessas decisões sem que ele antes tenha assumido a responsabilidade de modo próprio”.
Por ter sido administrador da CGD, Carlos Costa já pediu escusa das decisões do supervisor em relação às conclusões da auditoria.
(Notícia atualizada às 18h11)
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