“Juro de Portugal abaixo de 1,5% é um enorme feito”, diz Klaus Regling, diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade
Klaus Regling, diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade, considerou que a subida do rating de Portugal na semana passada "é um sinal de otimismo". E elogiou "história de sucesso" portuguesa.
O diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade afirmou que a subida do rating de Portugal pela Standard & Poor’s “é sinal de otimismo”, além do crescimento económico, da queda do desemprego e do juro das obrigações a 10 anos.
“A recente melhoria da avaliação da dívida soberana de Portugal pela agência de rating S&P é outro sinal de otimismo”, afirmou esta sexta-feira Klaus Regling, na conferência “Para onde vai a Europa?”, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
O diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) realçou também que “o juro das obrigações a 10 anos de Portugal está agora abaixo de 1,5%, o que é um enorme feito”, tendo em conta “o pico de cerca de 17% em 2012”.
Antes, Klaus Regling tinha referido que “hoje, Portugal, Irlanda, Espanha e Chipre são histórias de sucesso, estando a experienciar elevadas taxas de crescimento e uma rápida queda das taxas de desemprego”. “E conseguem com facilidade refinanciar-se no mercado novamente”, acrescentou.
Na sua intervenção, Klaus Regling comentou também a situação da Grécia, que só no passado mês de agosto saiu do programa de assistência.
O juro das obrigações a 10 anos de Portugal está agora abaixo de 1,5%, o que é um enorme feito.
“A extensão e profundidade dos problemas gregos excederam em muito as dos outros países [intervencionados no âmbito] do programa. Mas mesmo a Grécia ainda pode ser uma história de sucesso, desde que continue o seu caminho de reformas”, afirmou.
O diretor do MEE recordou também que, desde 2011, o MEE e a Facilidade Europeia de Estabilização Financeira [European Financial Stability Facility (EFSF), em inglês] desembolsaram 295 mil milhões de euros para a Irlanda, Portugal, Grécia, Espanha e Chipre.
“Os programas do MEE dos últimos anos teriam sido muito menores se tivéssemos um sistema de garantia de depósitos comum” à escala europeia, comentou Klaus Regling, mostrando-se “confiante” de que se torne realidade, “apesar das opiniões divergentes dos estados membros”.
“Sabemos que o sistema europeu de garantia de depósitos é importante para a conclusão da união bancária […], seria extremamente benéfico”, sublinhou.
Na sua intervenção, Klaus Regling disse ainda que considera existirem “boas razões para também se falar de um instrumento orçamental para a estabilização macroeconómica”, apesar de “se estar longe de um consenso sobre o tema entre os estados membros”.
O diretor do MEE indicou ainda que, graças a um amplo pacote de reformas, incluindo a criação dos fundos de resgate, a zona euro está hoje “muito mais sólida”.
Portugal, Irlanda, Espanha e Chipre são histórias de sucesso, estando a experienciar elevadas taxas de crescimento e uma rápida queda das taxas de desemprego.
Klaus Regling recordou ainda que, de acordo com o Tratado do MEE, o mecanismo só pode emprestar dinheiro a estados membros se a dívida deles for sustentável.
“No futuro, a Comissão Europeia e o MEE desenvolverão em conjunto uma análise de sustentabilidade da dívida” para os países que precisem, disse, adiantando que o MEE poderá facilitar discussões futuras entre credores e governos quanto a uma “possível reestruturação da dívida, se for desejável e útil”.
Mas “a intenção não é ter mais reestruturações de dívida mas mais transparência e previsibilidade”, concluiu.
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