Economia portuguesa resiste apesar de nuvens sombrias na Alemanha e França
Indicadores publicados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal indicam que a economia portuguesa terá avançado em fevereiro.
A economia portuguesa exibe sinais de poder estar a resistir ao abrandamento que chegam das maiores economias da Zona Euro. O indicador coincidente para a atividade económica referente a fevereiro subiu pelo terceiro mês seguido, revelou esta sexta-feira o Banco de Portugal. Esta tendência acontece ao mesmo tempo que na Zona Euro se agravam os avisos sobre o desempenho das principais economias.
“Em fevereiro, o indicador coincidente mensal para a atividade económica aumentou pelo terceiro mês consecutivo, interrompendo a tendência descendente anterior”, diz o banco central. No mês em análise, este indicador, que é uma medida aproximada da tendência da atividade económica, avançou para uma taxa de variação homóloga de 2,1% face à taxa de 1,9% registada no mês anterior. Isto apesar da desaceleração do indicador do consumo privado.
Estes são dois indicadores a que o ministro das Finanças, Mário Centeno, estará a prestar atenção especial, numa altura em que refaz contas às previsões de crescimento para este ano. O abrandamento da economia mundial, em particular da Zona Euro, terá consequências no cenário macroeconómico que o Governo vai incluir no Programa de Estabilidade que enviará em abril para Bruxelas. Centeno já admitiu que o corte da previsão pode chegar a duas décimas, o que coloca a projeção de crescimento do PIB em 2%.
No bloco do euro, o cenário de abrandamento surge mais vincado. O Banco Central Europeu (BCE) reviu em baixa a previsão de crescimento de 1,7% para 1,1% e esta sexta-feira surgiram mais indicadores que reforçam os receios de as maiores economias estarem perante uma perda de vitalidade.
O setor industrial na Alemanha contraiu pelo terceiro mês consecutivo e atingiu mínimos de junho de 2013, revelou o índice PMI que mede a atividade económica na indústria. Estes dados levaram os investidores a reforçar a procura por dívida alemã, admitindo já não ter qualquer retorno. Também os dados sobre a economia francesa para o PMI apontam no mesmo sentido, com uma queda do indicador para um patamar abaixo do esperado.
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