Carlos Tavares escolhe PwC para auditar Banco Montepio

Depois de ter perdido o braço-de-ferro com a CMVM para a continuidade da KPMG, Carlos Tavares elegeu a PwC como nova auditora de contas do Montepio. Proposta vai à assembleia-geral de 27 de maio.

Dulce Mota e Carlos Tavares, presidente e chairman do Banco Montepio.Hugo Amaral/ECO 20 Fevereiro, 2019

Está desfeito o braço-de-ferro entre Carlos Tavares e Gabriela Figueiredo Dias, que lhe sucedeu à frente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Carlos Tavares queria que a KPMG continuasse a auditar o Banco Montepio por mais algum tempo, mas o regulador obrigou-o a mudar de sociedade revisora de contas à luz das novas regras da auditoria, que impõem uma rotação de auditores ao fim de dez anos. O novo auditor está agora escolhido: será a PwC a auditar as contas durante o mandato até 2021, apurou o ECO.

O ECO contactou oficialmente o banco mas não obteve uma resposta. Mas a proposta está incluída na ordem de trabalhos da próxima assembleia-geral de acionistas do Banco Montepio, agendada para 27 de maio.

Desde 2002 que a auditora liderada por Sikander Sattar auditava as contas do Banco Montepio, outrora chamado Caixa Económica Montepio Geral (CEMG). Porém, as novas regras de auditoria que vigoram desde 2016, que atiraram as auditoras e sociedades revisoras de contas para a alçada da CMVM, obrigam as empresas e bancos com o mesmo auditor há uma década a fazer substituições nesse órgão. Foi o caso do BCP, por exemplo, que mudou para a Deloitte após 30 anos com a KPMG.

Segundo revelou Carlos Tavares no início de março, o banco contactou cinco auditoras no âmbito deste processo. Uma das auditoras consultadas foi a Deloitte, isto depois de Luís Magalhães (presidente da auditora) ter sido “apanhado” à saída da sede do banco, em Lisboa, quando os jornalistas aguardavam pelo início da conferência de apresentação dos resultados anuais.

A PwC não é totalmente desconhecida do mundo Montepio. Foi auditora liderada por José Manuel Bernardo quem, de resto, acompanhou o processo eleitoral na Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), detentora de quase 100% do capital do Banco Montepio. O processo eleitoral foi criticado pelas duas forças da oposição, Fernando Ribeiro Mendes e António Godinho, a Tomás Correia.

Já a KPMG vai continuar a auditar as contas da AMMG. Na apreciação às últimas contas da maior mutualista do país, que conta com mais de 600 mil associados, a KPMG insistiu nas reservas quanto à avaliação que Tomás Correia faz do banco.

O Banco Montepio registou lucros de 12,6 milhões de euros em 2018, que teriam sido o dobro caso não tivessem ocorrido uma série de fatores não recorrentes, como a coima da 2,5 milhões de euros aplicada pelo Banco de Portugal. Entre os seis pontos de ordem que vão à reunião magna do final do mês estão justamente a aprovação das contas do ano passado e a proposta de aplicação dos resultados.

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