Filipe Pinhal desmente Berardo. Nega que lhe tenha sugerido pedir dinheiro à CGD para comprar ações do BCP

"A palavra honra na boca de Berardo vale aquilo que cada um lhe atribuir", disse Filipe Pinhal. Desmente comendador ao negar que tenha sido ele a sugerir financiar-se na CGD para investir no BCP.

Filipe Pinhal rejeitou que tenha sugerido a Joe Berardo procurar financiamento junto da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para comprar ações do BCP, desmentindo aquilo que havia sido dito pelo comendador no Parlamento.

“Tenho muito gosto em responder para desmentir o Dr. José Berardo”, disse esta terça-feira Filipe Pinhal, em resposta à pergunta do deputado do PCP Paulo Sá, que lhe tinha questionado sobre se tinha sido ele a sugerir ao comendador pedir dinheiro emprestado junto da Caixa para reforçar no BCP.

“O grande aumento da posição do Sr. José Berardo, e os empréstimos que pediu à Caixa, tiveram lugar no verão de 2007. Por essa altura, José Berardo estava a assinar uma proposta para ir à assembleia-geral de 6 de agosto do BCP, para me destituir. Seria altamente improvável que ajudasse José Berardo a ter mais votos para me destituir“, explicou o antigo vice-presidente do BCP.

Filipe Pinhal contou na audição da comissão da CGD os bastidores da guerra acionista no BCP no verão de 2007 e na qual os “acionistas Sonangol, EDP, CGD, o grupo dos 7, o sr. José Berardo, Moniz da Maia, Manuel Fino, Vaz Guedes, Filipe Botton, João Pereira Coutinho e dr. vasco Pessanha” estavam alinhados com “o dr. Teixeira Pinto, com outros colegas da administração” e com Vítor Constâncio, o ministro das Finanças Teixeira dos Santos e o primeiro-ministro José Sócrates” no “sentido de mudar a administração do BCP” e de promover uma “insólita transferência de administradores da CGD para o banco privado”.

“E não foram quaisquer três administradores: foi o presidente [Carlos Santos Ferreira], Armando Vara e responsável pelo pelouro do crédito, Vítor Fernandes”, notou Filipe Pinhal.

Foram várias as críticas de Filipe Pinhal ao comendador. “A palavra honra na boca de Berardo vale aquilo que cada um lhe atribuir”, referiu.

Mais tarde, disse que Berardo foi o ” tinha um “poder de fogo extraordinário” e que, entre 2008 e 2012, foi o próprio comendador quem liderou efetivamente o banco. Segundo Filipe Pinhal, Berardo detinha um poder que “convinhava a quem estava interessado em controlar o BCP”. “Que o senhor Berardo era devedor do senhor José Sócrates pelo favor que tinha feito de acolher a Coleção Berardo também não tenho dúvida nenhuma. Quem quiser que faça as suas deduções”, referiu.

Administradores da Caixa “instrumentalizados”

Filipe Pinhal considerou que o BCP foi alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) do banco público naquele ano. Além de financiar Berardo, a CGD também financiou Manuel Fino para comprar ações do BCP.

Ainda assim, rejeitou que o banco tenha sido “instrumentalizado” pelo poder político, nomeadamente pelo Governo de José Sócrates. “Quem foi instrumentalizado não foi necessariamente o banco público, foram os seus dirigentes, o seu presidente, vice-presidente e outros administradores“, disse o antigo responsável do BCP, que chegou a dizer que era “indesmentível” a influência do Executivo não só junto da CGD, mas de outros bancos.

Filipe Pinhal contou ainda que teve uma conversa com Carlos Santos Ferreira (que viria a ser o presidente do BCP), que lhe transmitiu que também queria levar também o administrador Francisco Bandeira para o BCP, mas que o ministro Teixeira dos Santos lhe negou o pedido “porque queria manter alguém na Caixa que fosse da sua confiança”.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h25)

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