Nova SBE abre campus. Vai servir de casa a centro de inovação das empresas parceiras
Nova SBE criou departamento para abrir a universidade ao mundo e escolheu Pedro Brito, business advisor da Mercer para o liderar. Objetivo? Ajudar as empresas a adaptarem-se ao "novo" mundo.
A Nova SBE criou um departamento específico que vai permitir à universidade abrir-se ainda mais ao mundo. Pedro Brito, cofundador da Jason Associates e mais recentemente country business leader da Mercer, é a cara à frente desta estratégia. Tudo porque a universidade tem de mudar à velocidade com que as pessoas e as empresas se transformam.
“A expectativa das empresas mudou ao longo dos anos. Há cinco anos as empresas olhavam para as universidades como instrumentos de formação. Hoje a expectativa é muito diferente: tem a ver com impacto e adoção desses conhecimentos, com uma agilidade que não conseguem encontrar nas suas empresas pela dimensão e complexidade, e também com transformação individual. Isso significa que temos de conseguir tornar prática a adoção de conhecimento que é de excelência máxima em algo que consiga aplicar-se no dia a dia”, explica, em entrevista à revista Pessoas que poderá ler, na íntegra, na edição de setembro.
“A grande alteração filosófica que temos de fazer — e que acho que é um modelo para as outras universidades — é que temos de estar do lado do talento mas também do lado das empresas, a ajudá-las a transformarem-se. Significa que, não só ajudamos a preparar os recursos humanos como também na estratégia, na inovação, em todas as dimensões que as empresas precisam para se adaptarem a esta vida nova. Isto é que é realmente novo, somos os primeiros a chegar aqui, sentimos uma imensa adesão das empresas a esta ideia”, justifica Daniel Traça, Dean da Nova SBE.
Na prática, esta abertura através de um departamento de educação executiva e transformação de negócios passa pela criação, por exemplo, de programas de liderança construídos em colaboração com as empresas e os professores, de forma personalizada, e também de programas dirigidos às necessidades das PME. “Co-construímos com a empresa e com os professores para garantir que há uma adoção do conhecimento mas com um impacto na organização, porque é essa a nossa ambição. Não é só garantir que se passa conhecimento mas que há uma aplicação prática”, explica Pedro Brito.
A ideia de criar um departamento especialmente envolvido na maneira como as empresas se relacionam com a instituição de ensino surgiu de uma necessidade detetada pela Nova SBE: se antigamente a universidade era mais reativa às necessidades das organizações, hoje, assinala o responsável, passa-se exatamente o contrário. “Temos um goodwill tremendo mas o que fazemos é ir ao encontro das empresas para perceber quais são os desafios a curto, médio e longo prazo, mais do que somente o business plan. E aproveitar para fazer perguntas que tradicionalmente não são feitas, para voltar e apresentar a proposta de valor mais integrada”, explica.
“Todo o processo de fundraising levou-nos a estar mais perto das empresas. Se hoje tivermos uma empresa que está a mapear os competidores e a não perceber que a sua disrupção há de vir de alguma startup que está a ser criada algures em Silicon Valley ou na China, e que não está a perceber como é que o seu negócio está a ser alterado por causa dos parâmetros da tecnologia, está pura e simplesmente perdida, a não conseguir ver a floresta no meio das árvores. Para isso é preciso trabalhar com estas empresas. E isto permite-nos a nossa estratégia fundamental, num mundo fundamentalmente diferente”, acrescenta Daniel Traça, Dean da Nova SBE, sublinhando que “o campus é aberto à comunidade e aos parceiros. Temos empresas que vão instalar-se no campus para fazerem as suas atividades, mais aberto do que isto não existe”.
Assim, a Nova SBE tem a porta aberta do campus para empresas parceiras que queiram aproveitar o espaço para ali — junto dos alunos — desenvolverem os seus próprios departamentos de inovação.
O que fazemos é ir ao encontro das empresas para perceber quais são os desafios a curto, médio e longo prazo, mais do que somente o business plan.
“O mundo está a mudar tão depressa que as organizações estão a fazer o melhor que podem. E nós temos essa responsabilidade de ajudá-las a fazer esse processo. Estamos a trabalhar com algumas empresas desde o momento de ideação de novos produtos até ao go to market. Com o apoio de alunos de mestrado que entram com perspetiva descontaminada e como clientes do futuro — temos 50% dos alunos de mestrado internacionais e, por isso, uma perspetiva muito mais global —, as empresas estão a olhar para nós como solução de grandes problemas. Mais do que o desenvolvimento de produto, tem a ver com agilidade. Até ao teste de conceito, as empresas podem entrar num processo de dois ou três anos. Nós fazemos em seis meses, temos essa vantagem competitiva de sermos ágeis”, detalha Pedro Brito, sobre a ideia de cada vez mais a universidade ser espaço de criação de “um ecossistema para a comunidade e para as empresas de A a Z”.
“Estamos a colocar os nossos professores e o nosso research ao serviço dessas empresas. Como? Não só numa perspetiva de educação mas a ir às empresas para fazer processo de facilitação, refletir sobre os seus desafios e garantir que existe uma aplicabilidade prática no seu dia-a-dia. Isto faz diferença. Estar sempre com um mindset de impacto nas organizações”, acrescenta.
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