Lucros dos CTT voltam a subir após reestruturação. Ganham 9 milhões no semestre
CTT parecem ter já ultrapassado fase da crise. As receitas estabilizaram no primeiro semestre do ano, apesar de o correio continuar em queda. Lucros sobem pela primeira vez em muito tempo.
Os CTT CTT 0,00% parecem já ter ultrapassado a fase da crise. Apesar de o negócio do correio continuar em queda, as receitas da empresa estabilizaram na primeira metade do ano nos 355 milhões de euros. E os lucros semestrais subiram pela primeira vez em muito tempo: aumentaram 21% para nove milhões de euros, muito por causa da reestruturação que impactou as contas do ano passado.
Estes foram os primeiros resultados após a saída de Francisco de Lacerda da liderança dos CTT, que foi substituído no cargo por João Bento a partir do dia 22 de maio.
Em reação à divulgação das contas, o novo CEO destacou o “regresso ao crescimento do resultado líquido dos CTT, reforçando a estabilidade dos rendimentos operacionais e verificando-se já o resultado positivo da aquisição da 321 Crédito“.
“Os CTT vão continuar a implementar o Plano de Transformação Operacional, para superar os objetivos de poupança já anunciados, mantendo-se a proximidade às populações, reforçando a qualidade do serviço e continuando a apostar na eficiência e inovação”, acrescentou João Bento, em comunicado.
Há boas e más notícias nos resultados semestrais. Primeiro as más: a empresa ainda não conseguiu estancar as perdas com o negócio do correio, que representa 70% da faturação dos CTT. Os rendimentos operacionais no segmento Correio caíram 4,4% para 240,7 milhões de euros com menos correio endereçado e menor negócio na filatelia. Por outro lado, no Expresso e Encomendas, uma das alavancas de crescimento, as indicações também não são as melhores, com a faturação a manter-se nos 72,8 milhões.
A parte boa: o Banco CTT viu as receitas aumentar 50% para 23,6 milhões de euros, muito por causa da aquisição da 321 Crédito e do negócio de pagamentos que estavam no segmento dos Serviços Financeiros. Este último gerou, por sua vez, um rendimento de 15,6 milhões (+24,1%).
Os CTT conseguiram ainda conter os gastos operacionais: reduziram-se em 0,1% para 308,6 milhões de euros. Foram várias as medidas de contenção de gastos que Lacerda tinha anunciado no plano de reestruturação lançado no final de 2017, como o corte dos prémios à administração. A reestruturação, que teve sobretudo lugar durante 2018, envolveu ainda a redução do número de estações de correio e de trabalhadores, além do corte nos dividendos.
Recentemente, o ECO adiantou que João Bento também promoveu cortes nos motoristas e nos salários dos gestores. O presidente do conselho de administração e da comissão executiva renunciou a 25% do salário até final do mandato, com corte ter efeito a partir de 1 de julho. Os restantes administradores tiveram um corte salarial de 15%.
Feitas as contas, a empresa chegou a meio do ano com lucros de nove milhões de euros, mais 21% do que há um ano. Foi “um aumento em parte impulsionado pela integração da 321 Crédito e pelo menor impacto dos itens específicos, nomeadamente gastos com indemnizações por rescisão de contratos de trabalho por mútuo acordo“, explicam os CTT.
Os CTT atualizaram ainda as prioridades estratégicas, de onde se destaca uma redução de dez milhões de euros do investimento dos 55 milhões para 45 milhões de euros. E ainda a venda de ativos imobiliários caso se verifiquem as necessárias condições de mercado.
(Notícia atualizada às 17h52)
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