“Love Boss”, de Filipe Jerónimo
A relação profissional entre os líderes e os colaboradores deve ser emocional, porque um “Love Boss” "procura constantemente melhorar a sua relação consigo e com os outros", defende Filipe Jerónimo.
A relação profissional entre os líderes e os colaboradores deve ser emocional, porque um “Love Boss” é um líder que “procura constantemente melhorar a sua relação consigo e com os outros, que sente verdadeiro prazer em contribuir para o desenvolvimento das suas equipas”, explica Filipe Jerónimo no livro “Love Boss – O Novo Líder Emocional & Relacional”.
Com uma carreira de quase trinta anos no mundo empresarial, encontrou inspiração para escrever o livro na desmotivação que observava no dia-a-dia dos líderes. Por isso, “Sê o líder que queres ver” é a máxima para uma liderança emocional e o conceito que serve de base para o conteúdo do livro.
A liderança ideal, acredita o autor, tem por base a confiança, o compromisso, a discussão de ideias e o foco na entrega de resultados, nunca esquecendo as pessoas com fator central de toda a ação. “Acredito que é possível criar empresas e equipas mais leves, felizes e produtivas, se nos observarmos mais e levarmos em consideração as nossas emoções, as dos outros e a forma como nos relacionamos”, frisa o autor.
“Um líder não é alguém a quem foi dada uma coroa, mas a quem foi atribuída a responsabilidade de fazer sobressair o melhor que há nos outros”, uma citação de Jack Welch, e que é apenas uma das tantas que se encontram à medida que folheamos o livro.
“Saber quem é quem” e “conhecer-se a si próprio”, são dois ingredientes fundamentais na receita da liderança baseada na emoção. Por isso, e sendo um “livro de consulta”, em quase todos os capítulos o autor propõe uma série de exercícios práticos, de autoavaliação e observação. É quase como um “manual de boas práticas” e de orientação para os líderes que querem estar mais perto de quem lideram. Para a maior parte destes desafios, só precisa de papel e caneta.
“A emoção é a cola entre líderes e colaboradores”, reforça Filipe Jerónimo sobre esta receita milagrosa para uma liderança eficaz. “É muito mais fácil quando um líder conhece as pessoas com quem colabora, e sabe o que funciona, permitindo-lhes assim desenhar soluções adequadas aos problemas”. A liderança relacional sabe observar os desejos e ambições das pessoas que fazem parte de uma organização.
Este livro procura ser um “um caminho” para uma liderança emocional e relacional, que se inspira na autoconsciência, na capacidade de autocontrolo e numa comunicação eficaz. O equilíbrio destes fatores vai dar origem a uma equipa com alto desempenho, motivada e integrada na cultura da organização, garante Filipe Jerónimo.
Editora: Livros Horizonte
Número de páginas: 248 páginas
Sobre o autor
Filipe Jerónimo reúne quase trinta anos de experiência no mundo empresarial, durante os quais exerceu funções como empresário e diretor comercial. Ao longo da sua carreira e experiência como líder, descobriu o lugar da componente emocional na liderança e a vocação para se tornar um orientador e facilitador de pessoas e organizações.
Tem três filhos, é licenciado em Gestão de Marketing e tem um MBA na mesma área. Completou uma certificação internacional em Coaching, Time Line Therapy, Business Mastery e em Programação Neurolinguística pelo Instituto de Coaching e Linguística de Lisboa. Em 2014 criou a empresa em nome próprio com a marca Mindset Leader, através da qual oferece serviços de coaching e aconselhamento direcionado a gestores e líderes, do presente e do futuro.
No início deste ano lança o livro “Love Boss – O Novo Líder Emocional & Relacional”, um manual de boas práticas na liderança, onde desmistifica a presença da emoção e das relações entre os líderes e os colaboradores.
5 perguntas a Filipe Jerónimo
Filipe Jerónimo, autor do livro “Love Boss – Novo Líder Emocional & Relacional”, sobre a importância das relações profissionais com base na emoção.
O que é que desmotiva os líderes de hoje? E quais os maiores obstáculos que enfrentam?
Existem vários obstáculos, um deles é a velocidade do conhecimento que obriga a uma rápida adaptação e a uma constante aprendizagem se queremos manter-nos alinhados com o mercado. Outro grande desafio é a gestão das novas gerações: valorizam mais a experiência do que um trabalho para a vida. O líder terá de desenvolver a flexibilidade comportamental se quiser manter a empresa apelativa para as novas gerações.
Qual a diferença entre os líderes portugueses e os líderes de outros países?
A cultura do país tem ainda algum peso na forma como os líderes pensam e agem, e Portugal não é exceção. Os nossos atuais líderes (entre os 40 e 60 anos) receberam uma forte herança assente em regras, ordens e autoridade (baseada no medo) e isto ainda existe em muitas empresas nacionais, mas tende a dissipar-se pela obrigatoriedade de adaptação às novas gerações e ao próprio mercado, mais flexível e exigente.
“Melhores relações… melhores resultados”?
Um dos princípios da influência humana é o “gostar”. As pessoas gostam de ver o líder por perto, como humano, gostam de ter acesso a ele, ter a possibilidade de dialogar e expor o que sentem e pensam. Um empresário que conheço tem uma fábrica com 200 colaboradores e a primeira coisa que ele faz de manhã é cumprimentar todos eles, um a um, e dizer bom dia. A diferença que isto faz é enorme.
Qualquer líder tem a capacidade de desenvolver este lado emocional?
A nossa composição física e genética já nos diz que sim, pois é natural. O grande problema foi que a nossa sociedade sempre deu mais relevo ao lado racional, negligenciando o emocional. Assim, os líderes chegam à idade adulta e na condição de gerir pessoas com um défice enorme na gestão das emoções, as suas e as dos outros. Qualquer líder pode desenvolver o seu lado emocional, tem é de estar disponível para tal.
Qual o conselho que tem para dar aos líderes de hoje, que continuarão a ser os líderes do futuro?
Diria para os líderes colocarem na sua lista de prioridades conhecerem muito bem cada membro da sua equipa. O que os move, os seus valores, ambições e personalidade, para que o líder possa, na interação diária com eles, adaptar-se à individualidade de cada um. É vital criar compromissos com a sua equipa. Eles têm de se sentir parte da solução.
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