Goldman Sachs recomenda “vender” REN. Ações cedem mais de 3%

Banco de investimento americano diz que a gestora da rede elétrica enfrentará um ano de 2020 "desafiante" devido às mudanças regulatórias que vai cortar 10% dos lucros.

As ações da REN RENE 0,91% estão sob pressão vendedora na bolsa de Lisboa, isto depois de o banco de investimento Goldman Sachs ter cortado em 10% a avaliação da companhia liderada por Rodrigo Costa, recomendando agora a “venda” dos títulos, devido ao ano de “2020 desafiante” que enfrenta.

Depois de terem estado a recuar mais de 3,5% esta manhã, as ações da gestora da rede elétrica nacional perdem cerca de 1,50% para 2,68 euros. O PSI-20 também cede: o principal índice recua 0,60% para 5.198,87 pontos.

O Goldman Sachs reduziu o preço-alvo da REN dos 2,75 euros para os 2,45 euros, uma avaliação que incorpora uma potencial desvalorização de 9,9% nos próximos 12 meses. Por esta razão, o banco também baixou a recomendação do título de “neutral” para “vender”.

Segundo os analistas, 2020 será um ano desafiante para a REN. “Esperamos que as mudanças regulatórias no transporte e distribuição de gás em Portugal contribuam para um corte de cerca de 10% dos resultados num ano em que o setor se prepara para crescer mais de 10%”, explica o banco de investimento numa nota de research a que o ECO teve acesso. “Assim que as alterações regulatórias entrarem em vigor, esperamos que os retornos da REN recuem de forma significativa à luz do contexto de baixas taxas de juro”, acrescentam.

A REN deverá ser uma das principais beneficiárias do Green Deal na Europa, que deverá implicar investimentos de 500 mil milhões de euros em redes de transmissão para conectar melhor os mercados de energias, digitalizar a infraestrutura e explorar a complementaridade da energia eólica/solar nas diferentes regiões, diz o Goldman Sachs.

Porém, para a REN, o banco espera que o aumento dos investimentos seja em grande parte de back-end, “dada a flexibilidade limitada do balanço da empresa no médio prazo”. “Como resultado, prevemos que a base de ativos da REN ficará flat até meados da década de 2020 e só começará a se expandir no final da década”, dizem os analistas.

A REN terá fechado 2019 com um EBITDA — lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — de 473,6 milhões de euros, uma queda de 4% face ao resultado operacional de 2018. O EBITDA deverá cair em 2020, segundo as atuais projeções do Goldman Sachs.

REN em queda

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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