Depois das palhinhas, Bruxelas estuda proibir embalagens de plástico
A Comissão Europeia quer alargar a mais produtos a proibição da venda de plásticos descartáveis. Uma das hipóteses que está a ser estudada é banir as embalagens de plástico.
A proibição da venda de plásticos descartáveis a partir de 2021 foi aprovada pelo Parlamento Europeu no ano passado, mas Bruxelas não quer ficar por aqui. A Comissão Europeia está determinada a expandir a medida, banindo a venda de embalagens de plástico em geral.
A intenção foi revelada ao alemão Die Welt pelo novo comissário para o ambiente e os oceanos. Citado pela Bloomberg (acesso condicionado), Virginijus Sinkevicius confirmou que Bruxelas quer “definitivamente expandir as regras para os plásticos descartáveis” e que um “passo importante seria, por exemplo, banir as embalagens de plástico ou prescrever o uso de plástico reciclado”.
Sinkevicius informou também que a Comissão Europeia encontra-se “atualmente a investigar” que caminho pode seguir para expandir a medida aprovada em 2019, pelo que a decisão final sobre uma eventual proposta ainda não terá sido tomada.
No Estimativas da Bloomberg referem que a proibição da venda de embalagens plásticas pode ameaçar um mercado avaliado em dez mil milhões de dólares, com especial enfoque para os polímeros polipropileno e o polistireno.
Em março de 2019, o Parlamento Europeu aprovou a proibição da venda de plásticos de utilização única a partir de 2021. As novas regras mereceram 560 votos a favor, 35 contra e 28 abstenções por parte dos eurodeputados, proibindo a comercialização de artigos plásticos descartáveis, tais como “pratos, talheres, cotonetes, palhinhas, agitadores de bebidas, varas para balões, recipientes para alimentos e bebidas feitas de poliestireno expandido e produtos de plástico oxodegradável”, lê-se num comunicado divulgado na altura.
Segundo o mesmo comissário, Bruxelas está ainda a ponderar uma medida para obrigar as fabricantes de pneus e cosméticos a reduzir a quantidade de microplásticos nos seus produtos: “Os microplásticos estão na nossa agenda. Ate ao final do ano, vamos fornecer uma lista muito detalhada de todos os produtos que contêm microplásticos eu que usam microplásticos”, confirmou Sinkevicius.
Nos últimos meses, a luta contra os plásticos tem vindo a intensificar-se. Os plásticos e os microplásticos são vistos como poluentes e contaminam os oceanos, ameaçando, por exemplo, animais e algumas espécies protegidas.
“Mais de 80% do lixo marinho na UE é constituído por plástico. […] Os resíduos são encontrados em muitas espécies marinhas — tartarugas marinhas, focas, baleias, aves, bem como diversas espécies de peixes e crustáceos –, podendo assim entrar na cadeia alimentar. Além de afetar o ambiente e a saúde humana, o lixo marinho de plástico é também prejudicial para atividades como o turismo, as pescas e o transporte marítimo”, de acordo com informações do Parlamento Europeu.
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