Lisboa. Já são 77 as empresas que apostam numa mobilidade mais sustentável na capital

O Pacto sugere 24 medidas concretas para melhorar a mobilidade no perímetro urbano. Destas, as empresas signatárias têm de escolher duas medidas para implementar no prazo máximo de dois anos.

O Pacto de Mobilidade Empresarial para a cidade de Lisboa conta já com a assinatura de 77 empresas e instituições com operações na capital portuguesa. Além das 57 companhias que no final do ano passado disseram sim ao compromisso promovido pelo BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), outras 20 juntaram-se agora ao objetivo de “contribuir para uma mobilidade mais sustentável, em Lisboa, através de medidas concretas que promovam a mobilidade na cidade, primeiro através da criação de condições para adoção de novos comportamentos e de novas soluções pelas empresas e pelos seus colaboradores, mas também através do alargamento destas medidas a fornecedores e clientes”.

No total, o Pacto sugere 24 medidas concretas para melhorar a mobilidade no perímetro urbano. Destas, as empresas signatárias têm de escolher duas medidas para implementar no prazo máximo de dois anos. Entre as sugestões do documento estão medidas tão concretas como ter duches na empresa para quem se deslocar de bicicleta para o trabalho poder tomar banho, redes de partilha de bicicletas e respetivo parqueamento, prioridade para carros elétricos ou de mobilidade partilhada, pagamento do passe para transportes públicos coletivos, promoção do trabalho remoto para reduzir deslocações de trabalhadores, migração da frota automóvel para elétricos, pontos de carregamento.

 

A segunda leva de assinaturas do Pacto de Mobilidade Empresarial para a cidade de Lisboa inclui 20 novas empresas: ALD Automotive; APCER; Avenue; Axians; BMW Portugal; Delta Cafés; DXC Technology; Eureka Coworking; FREE NOW; Glovo; Grupo BEL; Jerónimo Martins; Kapten; Lime; Power Dot; PRIO; RFF & Associados – Sociedade de Advogados, SP, RL; Sociedade Ponto Verde; Trivalor; Wyze Mobility.

Estas empresas juntam-se assim a outras 57 que em dezembro já tinham aderido ao Pacto: Accenture; Acciona; Adene; ANA – Aeroportos de Portugal; Arcadis; Banco Atlântico Europa; Barraqueiro Transportes; BNP Paribas; Brisa; Caetano Auto; Carris; Circ; Crédito Agrícola; CTT; DECO; Deloitte; DHL Express Portugal; DPD; Eaton; eCooltra; EDF Renewables Portugal; EDP; Efacec; El Corte Inglês; EMEL; Epal; EY; Fujitsu; Fundação Salesianos; Galp; Grupo Ageas Portugal; Grupo Pestana; Hertz; IKEA Portugal; Imprensa Nacional Casa da Moeda; Infraestruturas de Portugal; Kia Portugal; Logistema; Lojas Francas de Portugal, S.A.; Loyal Advisory; Mercedes-Benz Portugal; Metropolitano de Lisboa E.P.E.; Millennium bcp; Nissan Portugal; PwC; Repsol; Rodoviária de Lisboa; Santander; Schneider Electric; SGS Portugal; Siemens; Siva; Tecnoplano; TIS; TramGrid; Uber e Vodafone.

De acordo com João Wengorovius Meneses, secretário-geral do BCSD Portugal, “é tempo de agir. O Pacto de Mobilidade Empresarial fornece às empresas colaboração, inovação e metas ambiciosas. Esses são os meios que nos ajudarão a alcançar a nossa visão de cidades sustentáveis”. “Liderar com a ação, agir com rapidez e foco no impacto levar-nos-á até lá. Esta nova vaga reforça o empenho das empresas em participar num projeto conjunto com outras entidades e a vontade de aderir a iniciativas que contribuem proativamente para a melhoria da mobilidade em Lisboa”, diz.

Com estas novas adesões em fevereiro, a BCSD Portugal está também a planear a exportação da ideia de um Pacto de Mobilidade para outras cidades europeias e mundiais, como Milão ou Buenos Aires. “Trata-se de um projeto-piloto em Lisboa que o BCSD quer replicar noutras cidades interessadas, como Milão e Buenos Aires. Estamos à espera do estudo de caso de Lisboa para aplicar a réplica do Pacto de Mobilidade noutros países”, revelou ao Capital Verde João Meneses, secretário-geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável.

O Pacto de Mobilidade foi criado como uma resposta ao desafio do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, para quem “a descarbonização se apresenta como o maior desafio da nossa geração. Necessitamos de reduzir as nossas emissões e tornar todos os tipos de transporte mais sustentáveis. Todos os dias contam e todas as ações são importantes”.

“O Pacto de Mobilidade Empresarial em Lisboa define o caminho para o sucesso e necessitamos que outras empresas e outras cidades do mundo utilizem este modelo para a sua própria transformação e para apoiar o crescimento inclusivo e sustentável”, disse Peter Bakker, presidente e CEO do WBCSD, em comunicado. Segundo Miguel Gaspar, Vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, “a cidade irá fornecer as condições necessárias para garantir que os compromissos serão mensurados e que o diálogo continue”.

Também para o setor privado a assinatura deste Pacto é bastante relevante: “Enquanto líderes de algumas das empresas mais sustentáveis do mundo, devemos intensificar os esforços e trabalhar com outras empresas, clientes, cadeias de valor e cidades, de forma a alavancar o desenvolvimento de soluções concretas e alcançar a transformação da mobilidade sustentável”, afirmou António Mexia, CEO da EDP, no mesmo comunicado.

“A transformação faz-se com persistência e com coerência, e Lisboa dá-nos um bom exemplo de ambas, quando a Câmara mantém a agenda que definiu para si própria, e quando a Câmara, as empresas e o WBCSD são capazes de materializar no presente, aquilo que já foi só uma visão de longo prazo”, disse por seu lado Vasco de Mello, Presidente e CEO da Brisa.

Sobre a exportação do projeto, Peter Oosterveer, CEO da Arcadis, disse ter “a ambição de desenvolver Pactos de Mobilidade Empresarial noutras cidades do mundo, utilizando a cidade de Lisboa como modelo de sucesso para a colaboração público-privada”.

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