Empresas fazem fila para assinar Pacto de Mobilidade em Lisboa

Com novas adesões em fevereiro, a BCSD Portugal está também a planear a exportação da ideia de um Pacto de Mobilidade para outras cidades europeias e mundiais, como Milão ou Buenos Aires.

Em dezembro, 57 empresas assinaram o Pacto de Mobilidade para a Cidade de Lisboa, uma iniciativa do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), da Câmara Municipal de Lisboa e do BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável. Além destas, pelo menos mais uma dezena de empresas com presença na capital portuguesa ficaram em lista de espera para assinar este Pacto, que sugere 24 medidas concretas para melhorar a mobilidade no perímetro urbano. Destas, as empresas signatárias têm de escolher duas medidas para implementar no prazo máximo de dois anos.

Com a lista de espera a aumentar, para o próximo mês de fevereiro está já marcada uma nova ronda de assinaturas, com as inscrições ainda a decorrer junto da BCSD Portugal, que está também a planear a exportação da ideia de um Pacto de Mobilidade para outras cidades europeias e mundiais, como Milão ou Buenos Aires.

“Trata-se de um projeto-piloto em Lisboa que o BCSD quer replicar noutras cidades interessadas, como Milão e Buenos Aires. Estamos à espera do estudo de caso de Lisboa para aplicar a réplica do Pacto de Mobilidade noutros países”, revelou ao Capital Verde João Meneses, secretário-geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável.

Até agora o Pacto foi assinado por empresas como a Accenture; Acciona; Adene; ANA – Aeroportos de Portugal; Arcadis; Banco Atlântico Europa; Barraqueiro Transportes; BNP Paribas; Brisa; Caetano Auto; Carris; Circ; Crédito Agrícola; CTT; DECO; Deloitte; DHL Express Portugal; DPD; Eaton; eCooltra; EDF Renewables Portugal; EDP; Efacec; El Corte Inglês; EMEL; Epal; EY; Fujitsu; Fundação Salesianos; Galp; Grupo Ageas Portugal; Grupo Pestana; Hertz; IKEA Portugal; Imprensa Nacional Casa da Moeda; Infraestruturas de Portugal; Kia Portugal; Logistema; Lojas Francas de Portugal, S.A.; Loyal Advisory; Mercedes-Benz Portugal; Metropolitano de Lisboa E.P.E.; Millennium bcp; Nissan Portugal; PwC; Repsol; Rodoviária de Lisboa; Santander; Schneider Electric; SGS Portugal; Siemens; Siva; Tecnoplano; TIS; TramGrid; Uber e Vodafone. Para verificar a progressão da implementação das medidas a BCSD Portugal terá reuniões semestrais com as empresas.

Entre as sugestões do documento estão medidas tão concretas como ter duches na empresa para quem se deslocar de bicicleta para o trabalho poder tomar banho, frotas de bicicletas e respetivo parqueamento, prioridade para carros elétricos ou de mobilidade partilhada, pagamento do passe para transportes públicos coletivos, teletrabalho para reduzir deslocações de trabalhadores, migração da frota automóvel para elétricos, pontos de carregamento, enumera João Meneses, em entrevista ao Capital Verde.

“Vamos ter uma segunda ronda de assinaturas em fevereiro, porque ficámos com pelo menos 10 empresas em lista de espera. Mas há mais, as inscrições ainda não estão fechadas. Por exemplo, a ALD Automotive, uma empresa de renting e gestão de frotas da Societé Generale e que gere 22 mil carros em Portugal, disse que se aderissem ao Pacto comprometiam-se a substituir uma percentagem considerável desta frota para elétrico. O interesse pela mobilidade mais sustentável agora vem dos próprios CEO das empresas e não de um qualquer diretor emprateleirado, como no passado”, sublinha o presidente da BCSD Portugal.

O Pacto de Mobilidade foi criado como uma resposta ao desafio do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, para quem “a descarbonização se apresenta como o maior desafio da nossa geração. Necessitamos de reduzir as nossas emissões e tornar todos os tipos de transporte mais sustentáveis. Todos os dias contam e todas as ações são importantes”.

“O Pacto de Mobilidade Empresarial em Lisboa define o caminho para o sucesso e necessitamos que outras empresas e outras cidades do mundo utilizem este modelo para a sua própria transformação e para apoiar o crescimento inclusivo e sustentável”, disse Peter Bakker, presidente e CEO do WBCSD, em comunicado. Segundo Miguel Gaspar, Vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, “a cidade irá fornecer as condições necessárias para garantir que os compromissos serão mensurados e que o diálogo continue”.

Também para o setor privado a assinatura deste Pacto é bastante relevante: “Enquanto líderes de algumas das empresas mais sustentáveis do mundo, devemos intensificar os esforços e trabalhar com outras empresas, clientes, cadeias de valor e cidades, de forma a alavancar o desenvolvimento de soluções concretas e alcançar a transformação da mobilidade sustentável”, afirmou António Mexia, CEO da EDP, no mesmo comunicado.

“A transformação faz-se com persistência e com coerência, e Lisboa dá-nos um bom exemplo de ambas, quando a Câmara mantém a agenda que definiu para si própria, e quando a Câmara, as empresas e o WBCSD são capazes de materializar no presente, aquilo que já foi só uma visão de longo prazo”, disse por seu lado Vasco de Mello, Presidente e CEO da Brisa.

Sobre a exportação do projeto, Peter Oosterveer, CEO da Arcadis, disse ter “a ambição de desenvolver Pactos de Mobilidade Empresarial noutras cidades do mundo, utilizando a cidade de Lisboa como modelo de sucesso para a colaboração público-privada”.

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