Abanca oferece 200 milhões para deter 93% da Pescanova

O banco espanhol Abanca, que comprou recentemente o Eurobic, não pára de fazer novos investimentos. Desta vez, a instituição liderada Juan Carlos Escotet está a oferecer 200 milhões de euros para deter 93% do capital da Nueva Pescanova, avança o Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol).

O Abanca já controla 39,29% da estrutura acionista da Nueva Pescanova, dona da conhecida marca de congelados de pescado, mas quer aumentar a sua participação. Por isso, realizou, nos últimos dias, uma oferta ao CaixaBank, que controla 15,3% da empresa espanhola, ao Banco Sabadell, que detém 24,5%, e ao Bank of America, com 9% além de uma pequena participação que tem no fundo de investimentos Brookfiel (4%).

Caso o negócio se realize, o banco espanhol passará a deter cerca de 93% do capital da Nueva Pescanova, num operação que ascenderia a 200 milhões de euros, segundo aponta o jornal espanhol. A empresa de congelados vai realizar esta sexta-feira um conselho de administração, onde os acionistas deverão decidir se dão luz verde ao negócio.

Esta não é a primeira vez que o Abanca faz uma oferta pela Nueva Pescanova, mas, na altura, a proposta foi considera por todos os sócios como muito baixa. Ainda assim, fontes consultadas pelo Cinco Días apontam que esta nova proposta ainda não não deverá satisfazer totalmente as pretensões dos acionistas. A empresa de pescado está a pôr em prática um plano estratégico, durante os próximos três anos, resultantes dos prejuízos de 50 milhões de euros registados em 2019, segundo as previsões da Deloitte.

A Pescanova tem em Portugal uma unidade de aquacultura em Mira, para a produção de rodovalho. Mas segundo o economista António Duarte Pinho, num artigo de opinião publicado no Dinheiro Vivo (acesso livre), a exploração do grupo espanhol deveria estar a produzir três vezes mais do que aquilo que efetivamente produz (menos de três mil toneladas).

O Abanca também já marca presença em Portugal. Recentemente adquiriu uma posição qualificada no Eurobic (95%), após a empresária Isabel dos Santos ter colocado a sua posição à venda, na sequência do caso Luanda Leaks. Os valores da operação ainda não são conhecidos. Além disso, no final do ano passado o banco espanhol comprou o negócio de retalho do Deutsche Bank.