Bolt precisa de 50 milhões de euros. Pede mais garantias ao Estado
A Bolt precisa de um empréstimo de 50 milhões para fazer face à pandemia, mas o atual limite das garantias estatais na Estónia impede o acesso à banca. Mudança nas regras já está a ser estudada.
A Bolt está à procura de um empréstimo de 50 milhões de euros para fazer frente à quebra nas receitas, mas as atuais regras das garantias estatais na Estónia estão a impedir o acesso da empresa à banca. Perante este impasse, a empresa fundada por Markus Villig apelou ao governo estoniano para que faça ajustes nos limites das garantias estatais, de forma a permitir apoiar também a comunidade de startups.
A notícia foi avançada pela Bloomberg (acesso condicionado), que salienta que as receitas da concorrente da Uber caíram 85% em março, um efeito das restrições às deslocações que foram impostas em muitos dos países em que opera, incluindo em Portugal. Segundo a agência, a plataforma precisa de pelo menos 15 milhões de euros por mês já a partir de abril. Porém, os bancos não estão disponíveis a concederem empréstimos por considerarem que as atuais garantias estatais são insuficientes.
“Apesar de o início de 2020 ter sido o nosso melhor [período] de sempre, a crise atual não tem precedentes e o efeito no nosso negócio tem sido significativo, à medida que as pessoas seguem as restrições às deslocações impostas pelos governos”, disse um porta-voz da Bolt à Bloomberg. Em janeiro, a empresa contraiu um empréstimo de 50 milhões de euros junto do Banco Europeu de Investimento, refere também a agência.
Já depois da publicação desta notícia, a Bolt emitiu um comunicado para negar que o empréstimo pedido à banca tenha sido recusado, como sugeria uma primeira versão da notícia da Bloomberg: “A Bolt esclarece que a informação veiculada na Bloomberg sobre um pedido de empréstimo ao governo estoniano, após a banca comercial ter recusado cedência de crédito, não é verdadeira. A Bolt informa que recorreu ao governo estoniano para que este revisse as garantias estatais, visto que estas não se aplicam a startups. A Bolt reitera que nunca teve um empréstimo recusado”, disse ao ECO fonte oficial da empresa.
Entretanto, a Reuters avançou também que a Estónia está a estudar aumentar o limite das garantias de Estado na sequência do pedido da Bolt. Apesar de a empresa pretender um empréstimo de 50 milhões, as garantias estatais estão limitadas a cinco milhões de euros. Mas esses limites “vão ser reconsiderados”, disse o ministro estoniano com a pasta do comércio externo, Kaimar Karu, em declarações à agência.
Outra hipótese que está a ser estudada pelo governo estoniano é a de avançar para a compra de participações em algumas empresas em dificuldades. “Discutimos de que forma, ao invés de emprestarmos dinheiro a empresas em dificuldades, podemos, sob condições razoáveis, comprar participações nas mesmas”, afirmou o ministro. “Porque não podemos comprar participações em empresas em que acreditamos? A Bolt é uma dessas empresas”, disse.
Tal como a Uber, a Bolt, que está presente em Portugal, tem tentado ajustar o negócio à situação atual, apostando em cortar as despesas e voltando o foco para o serviço de entregas de encomendas e de refeições ao domicílio. No final de março, o ECO questionou a Bolt em Portugal sobre o impacto da pandemia no negócio, mas fonte oficial optou por não comentar.
(Notícia atualizada às 19h17 com novas informações e para clarificar que a banca estoniana rejeitou o empréstimo à Bolt por considerar insuficientes as garantias estatais)
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