Banqueiros ganharam menos em 2019. Receberam 3,5 milhões de euros
Cinco líderes dos maiores bancos em Portugal receberam menos no ano passado. A pressão da pandemia nas contas das instituições poderá limitar os prémios em 2020.
Os salários dos maiores banqueiros em Portugal caíram no ano passado. Entre os líderes das cinco instituições financeiras com maior expressão no país, Pablo Forero, do BPI, foi o que ganhou mais, sendo também o único que superou a fasquia do milhão de euros. Na outra ponta da lista está António Ramalho, do Novo Banco. No total, os cinco receberam quase 3,5 milhões.
Entre remuneração fixa e variável, os CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta, Novo Banco e BPI receberam 3.428.997,51 euros no ano passado. O montante fica 10% abaixo dos 3.796.327,99 recebidos em 2018.
Pablo Forero — que se prepara para abandonar a liderança do BPI — lidera a tabela e é um dos três que viram a remuneração a aumentar. O gestor recebeu 1.028.396,00 euros em remuneração fixa, a que acrescem 88.000,00 em remuneração variável. O total fixou-se em 1.116.396,00 euros, num ano em que o BPI lucrou 328 milhões de euros.
Quem caiu do grupo de gestores que recebe mais de um milhão de euros foi Miguel Maya, CEO do BCP. Em 2018, o desbloqueio do complemento de reforma tinha feito disparar o valor recebido por Maya. Em 2019, a remuneração fixa manteve-se praticamente inalterada (em 649.999,98 euros), mas a variável — incluindo prémios e complemento de reforma — caiu (para 230.912,21 euros), colocando o total recebido nos 880.912,19 euros.
Salários recuaram 10% em 2019
Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander Totta, viu o salário aumentar para 590 mil euros em 2019, face aos 564 mil euros recebidos em 2018. Desse total, 403 mil euros dizem respeito a remuneração fixa e 187 mil euros a variável.
O CEO da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, é o quarto mais bem pago. A remuneração fixa manteve-se inalterada em 423 mil euros tanto em 2019 como em 2018. Mas, no ano passado, o gestor recebeu ainda 61.652,26 euros de rendimentos variáveis, elevando o total para 484.652,32 euros.
No fim da lista está o Novo Banco, banco que teve prejuízos de 1.058,8 milhões de euros em 2019 e anunciou que iria pedir 1.037 milhões ao Fundo de Resolução. Apesar de ser o que recebe menos entre os cinco, o CEO António Ramalho ganhou mais de 357 mil euros, no ano passado, um valor que fica abaixo dos 382 mil euros recebidos em 2018.
Com a pandemia de Covid-19 a pressionar toda a economia, é expectável que as contas dos bancos sejam fortemente penalizadas. Assim, os rendimentos dos banqueiros poderão ser igualmente penalizados em 2020.
Comissão Europeia, Autoridade Bancária Europeia e Banco Central Europeu já recomendaram aos bancos europeus que limitem as remunerações da administração. Em Portugal, a Caixa Geral de Depósitos, o BPI e o Santander Totta já anunciaram que vão reter os prémios dos gestores de topo devido à pandemia, mas os valores ainda não são conhecidos.
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