PIB com quebra homóloga entre 0,5% e 1% no primeiro trimestre, estima ISEG

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

"Estima-se como mais provável que a variação homóloga do 1.º trimestre do PIB se tenha situado entre -0,5% e -1,0% em termos homólogos", sublinha o ISEG.

A economia portuguesa deverá ter registado uma quebra homóloga entre 0,5% e 1,0% no primeiro trimestre de 2020, devido ao impacto da Covid-19, caindo menos do que a média da área do Euro, segundo a Síntese de Conjuntura do ISEG.

“Mesmo admitindo que no 1.º trimestre possa ter ocorrido algum equilíbrio entre o crescimento registado nos dois primeiros meses e o decréscimo de março, estima-se como mais provável que a variação homóloga do 1.º trimestre se tenha situado entre -0,5% e -1,0% em termos homólogos”, refere a Síntese de Conjuntura elaborada pelo Grupo de Análise Económica do ISEG (Universidade de Lisboa). Relativamente ao último trimestre de 2019, o grupo de economistas aponta para um decréscimo entre 2,0% a 2,5%.

A previsão para Portugal aponta para uma quebra menos acentuada do Produto Interno Bruto (PIB) português do que a esperada para a média dos países do Euro (que terá tido uma queda homóloga de 3,3%), sendo esta leitura justificada pelo facto de Portugal “ter estado a crescer acima da média no passado recente e por ter sido atingido pela Covid-19 e ter recorrido ao confinamento um pouco mais tarde do que alguns países europeus”, nomeadamente Itália e Espanha.

A Síntese de Conjuntura assinala o impacto da Covid-19 nos indicadores de confiança relativos em abril, apontando as quedas substanciais registadas e que fizeram com que atingissem em dois meses mínimos históricos nos setores do comércio a retalho e dos serviços.

“Em abril, no contexto de generalizado pessimismo, os setores da Indústria e Construção estavam relativamente menos pessimistas do que os setores do Comércio a Retalho e, sobretudo, dos Serviços. O nível de confiança dos Consumidores também se aproximou dos seus mínimos históricos de 2011”, pode ler-se no relatório.

Depois dos impactos iniciais já sentidos em março, os resultados dos inquéritos de conjuntura de abril são os primeiros a refletir de forma generalizada o impacto e sentimento das medidas de confinamento decididas como meio de combate da propagação da doença causada pelo novo coronavírus. O relatório indica ainda que o indicador de sentimento económico sugere “uma queda pronunciada do PIB em abril”.

A Síntese de Conjuntura refere que em março o Índice de Volume de Negócios no Comércio a Retalho registou uma queda homóloga de 4,7%, sendo que esta variação global incorpora um crescimento de 8,1% do agrupamento dos produtos alimentares, bebidas e tabaco e um decréscimo de 15% do agrupamento dos produtos não alimentares.

“Apesar disso, no 1.º trimestre, o índice cresceu 2,8%, o que não deverá suceder nos próximos trimestres, devido sobretudo à quebra do segmento dos produtos não alimentares e duradouros”, refere o Grupo de Análise Económica do ISEG.

Relativamente ao conjunto do ano de 2020, o documento remete para mais tarde uma revisão ou ajustamento da previsão avançada no relatório anterior, ou seja, para quando houver informação quantitativa mais substancial sobre abril, já que este terá sido “provavelmente o mês mais negativo da atual conjuntura recessiva”.

O relatório divulgado esta quarta-feira incorpora a informação disponível até 04 de maio. Na sua anterior previsão, o ISEG apontava para uma quebra entre os 4% e os 8% do PIB em 2020 .

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