EDP já perdeu 4% em bolsa desde que é arguida

As bolsas europeias recuaram mais de 1%, com os receios em torno do impacto da pandemia nas contas das empresas a eliminarem os ganhos da sessão anterior. O índice português caiu menos graças à Galp.

As bolsas europeias eliminaram, esta terça-feira, os ganhos registados na última sessão. A generalidade dos índices observou perdas a superarem 1%, uma tendência de queda que também foi seguida pela bolsa portuguesa. A volatilidade está instalada nos mercados financeiros, nesta que é a semana em que as empresas começam a revelar os resultados do segundo trimestre, altamente influenciada pela pandemia.

Depois de ganhar cerca de 1% na segunda-feira, o Stoxx 600 deu um passo atrás e desvalorizou 1,1%. O alemão DAX perdeu 1,2%, o francês CAC-40 cedeu 1,4% e o espanhol IBEX derrapou 1,3%. As perdas em Lisboa foram menos acentuadas, com o índice português PSI-20 a desvalorizar 0,51%, para 4.450,1 pontos.

A pressionar o índice nacional esteve, sobretudo, o grupo EDP. A elétrica liderada de forma interina por Miguel Stillwell d’Andrade continua a ser prejudicada pelo envolvimento no “caso EDP”. A empresa confirmou formalmente que também foi constituída arguida na sequência da investigação às rendas excessivas. Além disso, anunciou que vai encerrar já em janeiro de 2021 a central de Sines, uma operação que custará 100 milhões de euros, e que vendeu défice tarifário no valor de 273 milhões de euros.

Os títulos da EDP perderam 1,63%, para 4,352 euros, enquanto os da participada EDP Renováveis recuaram 0,73%, para 13,6 euros por ação. Em dois dias — desde que foi constituída arguida no caso das rendas excessivas, a EDP já perdeu 4%.

Evolução das ações da EDP no último mês

Também no setor da energia, a REN desvalorizou 1% e as ações da gestora da rede elétrica valem, agora, 2,475 euros. Mas mais do que a REN, foi o fraco desempenho do BCP que, a par com as empresas do grupo EDP, contribuiu significativamente para a queda da bolsa de Lisboa. As ações do banco presidido por Miguel Maya cederam 0,92%, para 10,74 cêntimos, refletindo o menor otimismo dos investidores na recuperação da economia, depois do dano provocado pelo novo coronavírus.

As ações da Nos recuaram 0,62% em bolsa, para 3,518 euros cada. Das telecomunicações ao setor postal, os CTT perderam 0,46%, para 2,17 euros por ação.

Contudo, uma razão explica porque é que o índice português caiu menos do que os pares. O forte desempenho da Galp Energia amparou Lisboa, com a petrolífera a acelerar 0,71% em bolsa, cotando em 10,58 euros.

A justificar está subida estará a valorização do petróleo nos mercados internacionais, com o preço do Brent, referência para as importações portuguesas, a ganhar perto de 0,9%, regressando a um patamar acima dos 43 dólares por barril.

Fora do PSI-20, o foco é o Benfica. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação das ações e das obrigações da SAD encarnada. Justificou que está a aguardar a divulgação de informação relevante para o mercado, no dia em que é avançado que Luís Filipe Vieira e a própria SAD foram constituídos arguidos.

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