As quatro flechas para acertar em cheio no PSI-20
As bolsas europeias devem continuar a valorizar. E a bolsa portuguesa pode seguir a tendência, mas nem todas as cotadas vão brilhar. O CaixaBI aponta quatro para acertar em cheio no PSI-20.
Se quer ganhar na bolsa portuguesa em 2017, o CaixaBI tem a estratégia. São quatro flechas para acertar em cheio no PSI-20. O banco de investimento antecipa um potencial de valorização médio de 12,7% para as cotadas nacionais que faz cobertura, mas entre as suas eleitas para este ano estão empresas cujo potencial de valorização pode atingir os 70%.
Cada top pick do CaixaBI pode beneficiar com fatores diretamente relacionados com a sua atividade. Mas o contexto europeu também deverá ajudar. “Na Europa, a vantagem para os mercados de ações é mais visível, apoiada pela manutenção de uma política monetária expansionista e pelos incentivos ao investimento da Comissão Europeia, contribuindo para construir um ambiente mais benigno para o crescimento da atividade económica no futuro”, dizem os analistas do banco numa nota de investimento em que traça um cenário moderado para as cotadas nacionais: “As empresas portuguesas deverão apresentar uma taxa de crescimento dos lucros mais baixa, mas positiva, em 2017”. Em todo caso, há quatro alvos para onde deve apontar os seus investimentos.
Salta a rolha à Corticeira
É a primeira destacada pelo CaixaBI. “A Corticeira Amorim, a maior fabricante de produtos de cortiça, alavancou o seu elevado conhecimento sobre cortiça, através dos 145 anos de existência, permitindo-lhe sólidas margens de EBITDA, uma situação financeira sólida e um retorno de dividendo atrativo”, salientam os analistas do banco de investimento, indicando que a cotada liderada António Rios de Amorim vai beneficiar “da liderança de Portugal na produção de cortiça, da integração vertical das suas atividades, mas também do alcance da sua extensa rede de distribuição mundial”.
Com efeito, o CaixaBI atribui um preço-alvo de 10,00 euros à corticeira nacional, uma avaliação deixa implícito um potencial de valorização quase 15% face à atual cotação. E isto depois de as ações terem registado um dos melhores desempenhos em Lisboa em 2016: subiram 42,9%.
"A Corticeira Amorim, a maior fabricante de produtos de cortiça, alavancou o seu elevado conhecimento sobre cortiça, através dos 145 anos de existência, permitindo-lhe sólidas margens de EBITDA, uma situação financeira sólida e um retorno do dividendo atrativo.”
Os elogios da equipa de research à Corticeira Amorim são muitos: “A eficiência da empresa tem melhorado continuamente ao longo dos últimos anos, permitindo à Corticeira Amorim alcançar lucros recorde, enquanto ostenta um balanço sólido”. Recomendação: Compra.
Navigator com papel relevante
O setor papeleiro tem sido amplamente favorecido pela valorização do dólar. Mas no caso da Navigator há mais fatores que a tornam altamente atrativa para este ano.
Explica o CaixaBI: “A principal ideia por detrás da nossa tese de investimento na Navigator permanece: balanço sólido, líder no mercado que lhe concede poder para estabelecer os preços (é também um dos produtores com custos mais baixos), necessidades limitadas de capex que aumentam a capacidade já de si robusta para gerar liquidez, um atual nível da cotação que oferece potencial para ganhos de capital e uma rendibilidade do dividendo acima da média”.
Neste contexto, o banco acredita que os títulos da papeleira liderada por Diogo da Silveira poderão escalar mais de 40% ao longo dos próximos meses. Para os analistas do CaixaBI, o valor justo da Navigator está fixado nos 4,60 euros, bastante acima da atual cotação de 3,275 euros, daí a recomendação de compra.
"A principal ideia por detrás da nossa tese de investimento na Navigator permanece: balanço sólido, líder no mercado que lhe concede poder para estabelecer os preços (é também um dos produtores com custos mais baixos), necessidades limitadas de capex que aumentam a capacidade já de si robusta para gerar liquidez, um atual nível da cotação que oferece potencial para ganhos de capital e um retorno do dividendo acima da média.”
Entre as letras gordas que acompanham a apresentação da papeleira estão duas ideias bastante fortes que são capazes de convencer qualquer investidor: “política generosa de dividendos” e “elevado rendimento a baixo custo“.
Promoções? No Continente
Se há promoção no PSI-20, então procure-a numa estante de uma loja do Continente. Ou melhor, na Sonae, cotada a quem a equipa de research do CaixaBI concede um potencial de valorização de 70%, com uma recomendação de compra para os títulos que, em termos justos, deviam valer 1,45 euros — bastante longe dos 0,845 euros com que fecharam a última sessão.
“A Sonae é líder no mercado de retalho em Portugal, onde opera uma rede de distribuição moderna e avançada, capaz de gerar margens de EBITDA elevadas através dos seus processos internos eficientes, procedimentos inovadores e níveis de penetração elevados de cartões de fidelização”, explica o banco.
Para contextualizar a sua confiança, o CaixaBI considera que a retalhista está hoje mais resistente a “eventuais choques externos”, podendo vir a beneficiar de melhores perspetivas para o setor do retalho alimentar. Adicionalmente, há outros dois fatores que devem merecer a atenção dos investidores:
- “A Sonae está a reformular sua atividade de retalho especializado através de mudanças estruturais dos seus negócios e de aquisições”, diz o CaixaBI — recentemente, a retalhista liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério comprou 51% da Go Natural e vendeu o Continente Albufeira;
- “A Sonae Sierra e a Nos estão a registar ganhos recorrentes de eficiência operacional, contribuindo para aumentar o valor global da Sonae”, acrescenta.
"A Sonae é líder no mercado de retalho em Portugal, onde opera uma rede de distribuição moderna e avançada, capaz de gerar margens de EBITDA elevadas através dos seus processos internos eficientes, procedimentos inovadores e níveis de penetração elevados de cartões de fidelização.”
Por tudo isto, reforça o banco: “Acreditamos que [a Sonae] é uma proposta atraente, considerando o elevado potencial em função da atual da cotação da Sonae”.
Energia limpa a baixo custo
Para o CaixaBI, o mercado está a subestimar a capacidade da EDP Renováveis de crescer nos EUA. Aliás, os investidores até “penalizaram a ação devido à sua exposição de 45% a esse país, depois dos resultados das eleições presidenciais” que vão colocar Trump na Casa Branca. Daí que consideram que “a energia limpa está barata”
“O mercado dos EUA representa 65% dos planos de crescimento da empresa para 2016-2020, (…) proporcionando uma boa visibilidade aos objetivos da EDP Renováveis. Além disso, é possível uma valorização da ação, uma vez que a EDP Renováveis continua a cumprir os seus planos estratégicos no período entre 2016-2020, que consideramos ser o principal motor dos títulos”, justificam os analistas do banco de investimento.
O CaixaBI acredita que as ações possam valer 7,60 euros. Isto representa um potencial de 32,6% face ao atual preço da cotada liderada por Manso Neto.
Isto apesar do “mau momento dos resultados, com o impacto negativo de custos financeiros não recorrentes e do aumento de interesses minoritários a afetar igualmente o desempenho da ação” que perdeu 16% em 2016. “Mas há potencial para uma reviravolta, considerando que este momento negativo chega ao fim“.
"Apesar do mau momento dos resultados, com o impacto negativo de custos financeiros não recorrentes e do aumento de interesses minoritários a afetar igualmente o desempenho da ação, há potencial para uma reviravolta, considerando que este momento negativo chega ao fim.”
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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