Três apostas para o xeque-mate ao PSI-20
Evite ser apanhado desprevenido nos altos e baixos do mercado. Movimente os seus peões de forma estratégica e coloque-se em posição no tabuleiro para fazer xeque-mate ao PSI-20.
2017 não promete facilidades para quem investe no mercado nacional. Mas há oportunidades que os analistas consideram atrativas e com potencial para um ano positivo. Disponha-se no tabuleiro da bolsa de forma estratégica, movimente os seus peões para antecipar a volatilidade das ações e coloque-se em posição para fazer o xeque-mate ao PSI-20.
Nos no campo de batalha
Se há setor que promete ser um campo de batalha em 2017, esse setor é o das telecomunicações pelas movimentações que podem acontecer. Com a Altice no mercado, a Nos já prometeu guerra, segundo admitiu o CEO Miguel Almeida. Nas entrelinhas das suas declarações, o Haitong antevê uma oferta da operador para comprar a Impresa, dona da SIC.
A Nos é uma das balas de prata para a Haitong. Dos 17 analistas que seguem a operadora, 10 recomendam a compra dos títulos, atribuindo um potencial de valorização de aproximadamente 30% face à atual cotação, que ronda os 5,50 euros. E isto numa altura em que a cotada liderada por Miguel Almeida apresenta sinais de robustez financeira e de conforto operacional.
“A Nos evidenciou um sólido desempenho operacional em 2016, obtendo a quota de mercado (25,9%) mais elevada da sua história e o EBITDA acentuou a trajetória ascendente (deverá atingir cerca 555 milhões em 2016), com a respetiva margem acima dos 38%”, salienta a equipa de research do Banco BiG, ao ECO. “Praticamente todas as áreas de negócio do segmento de telecomunicações registaram uma tendência favorável (voz, dados e TV)”, acrescentam os analistas.
"A Nos evidenciou um sólido desempenho operacional em 2016, obtendo a quota de mercado (25,9%) mais elevada da sua história e o EBITDA acentuou a trajetória ascendente. Praticamente todas as áreas de negócio do segmento de telecomunicações registaram uma tendência favorável (voz, dados e TV).”
Para o BiG, os riscos de deterioração do cash flow em função do investimento nos conteúdos desportivos estão minimizados nesta altura. “Acreditamos que a libertação de Capex realizada nos investimentos de rede no médio prazo poderá suavizar os riscos em torno da monetização do investimento em conteúdos desportivos, contribuindo para uma eventual inversão da atual tendência negativa”, explica o banco de investimento.
CTT vão (voltar a) dar cartas
Podem estar pressionados pelo “declínio maior do que o esperado do volume de correio transacionado”, mas também os CTT assumem uma “elevada robustez financeira, com capacidade de geração de cash flow operacional permite reiterar o compromisso de uma política de dividendos com crescimento estável e sustentado”, dizem os responsáveis do BiG.
Os CTT conseguem um score agradável no que toca à recomendação de analistas: 10 recomendam a compra entre os 14 que acompanham a cotada de correio e banco postal; a média dos preços-alvo confere um potencial de ganhos na casa dos 30% — que é mais ou menos a cifra de perdas que resultam do ano que agora está a terminar.
O BiG destaca a diversificação do negócio que Francisco Lacerda tem promovido desde que a empresa outrora pública se lançou no mercado de capitais, no final de 2013. “A aposta no e-commerce e no setor financeiro (Banco CTT) poderão ser importantes catalisadores de crescimento do grupo”, frisam os analistas. Em relação ao banco, o negócio começa a ganhar expressividade: inaugurou este mês o balcão número 200 este mês.
Navegar na pasta do papel com Semapa
Fruto da valorização do dólar, as produtoras de pasta de papel vão continuar beneficiar do facto de a matéria-prima ser negociada em notas verdes. É o caso da Semapa, cujo seu principal ativo é a The Navigator Company. “Em conjunto com a Semapa, destacamos a Navigator (a Semapa detém 70% da Navigator). O preço da pasta de papel e do papel tem sido bastante pressionado ao longo de 2016, mas o downside é limitado do nosso ponto de vista. Gostamos muito da estratégia de expansão da Navigator, que está a abrir portas em vários negócios sinérgicos ao da papeleira e a apostar de forma arrojada num projeto grande para o longo prazo”, dizem os analistas do BiG.
Analisando as avaliações dos analistas, a Semapa faz um pleno: os quatro analistas que seguem a cotada liderada por Pedro Queiroz Pereira recomenda a compra do papel da papeleira, atribuindo uma avaliação média com um potencial de 27%. A ação acumula um ganho 3%.
“O principal risco é a continuação da queda do preço da pasta e do papel, e o aumento de barreiras ao comércio internacional, que é uma possibilidade que tem vindo a aumentar ao longo dos últimos meses”, alerta ainda assim o BiG.
"O principal risco é a continuação da queda do preço da pasta e do papel, e o aumento de barreiras ao comércio internacional, que é uma possibilidade que tem vindo a aumentar ao longo dos últimos meses.”
Para aproveitar a oportunidade fornecida pela situação mercado cambial — “título também beneficia muito da desvalorização do euro face ao dólar”, diz o BiG –, os fundos de investimento nacionais reforçaram a aposta no setor papeleiro português em novembro.
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