Reino Unido bate recorde de casos num dia e Boris Johnson admite prolongar novas restrições por 6 meses
Com o Reino Unido a registar 4.926 casos nas últimas 24 horas, o primeiro-ministro admite prolongar por seis meses novas restrições.
O Reino Unido registou nas últimas 24 horas, 37 mortes e quase cinco mil novos casos de Covid-19 (4.926), o que representa um novo recorde desde maio. Com os números a aumentar nos últimos dias, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admite prolongar por mais seis meses novas restrições.
Boris Johnson avisou esta terça-feira que um pacote de medidas mais apertadas para combater a pandemia da Covid-19, incluindo o encerramento de bares e restaurantes às 22h00, pode ficar em vigor durante pelo menos seis meses.
“Não vamos poupar esforços em desenvolver vacinas, tratamentos, novas formas de testagem em massa. Mas a não ser que façamos progressos visíveis, assumimos que as restrições que anunciei vão ficar em vigor durante pelo menos seis meses”, disse, durante uma declaração no parlamento britânico.
Boris Johnson confirmou que, a partir de quinta-feira, pubs, bares, restaurantes e outros espaços de lazer em Inglaterra são obrigados a fechar às 22h00, o atendimento só pode ser feito à mesa e os empregados vão ter de usar máscara.
O Governo passou também a recomendar que as pessoas trabalhem a partir de casa se puderem e suspendeu o regresso de público a grandes eventos desportivos, previsto para outubro, entre outras medidas.
Boris Johnson vincou que este não é um regresso ao regime de confinamento que esteve em vigor entre março e junho, que as pessoas podem sair de casa e que as escolas e universidades vão continuar abertas.
Mas avisou que estas medidas poderão permanecer até à primavera de 2021 e ser reforçadas se for necessário.
“A não ser que façamos progressos visíveis, assumimos que as restrições que anunciei vão ficar em vigor durante pelo menos seis meses”, vincou.
Estas restrições aplicam-se em Inglaterra, pois Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm autonomia para determinar as próprias regras.
Regresso do público em outubro aos estádios britânicos foi suspenso
O plano para o regresso dos espectadores aos estádios britânicos a partir de 1 de outubro foi suspenso devido ao ressurgimento da pandemia do novo coronavírus no país, disse esta terça-feira o ministro Michael Gove.
Vários eventos piloto, com capacidade limitada a mil espectadores, foram realizados nos últimos dias, na esperança de um retorno de um maior número de pessoas nos estádios a partir do início de outubro, mas o plano sofreu um revés.
O ministro britânico Michael Gove referiu que uma “reabertura em massa” dos estádios não seria adequada no momento, apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela comunidade desportiva devido à crise económica causada pela pandemia.
“Um programa elaborado em várias fases estava a ser executado para permitir o regresso de mais pessoas aos estádios, sem os encher”, adiantou Michael Gove, um dos ministros mais próximos do primeiro-ministro Boris Johnson, à BBC.
Gove referiu que, neste momento, o programa está suspenso, devido ao ressurgimento da pandemia, mas que o governo britânico está empenhado, quando as circunstâncias o permitirem, a que mais pessoas possam voltar aos estádios.
Novo confinamento resultaria da incompetência do Governo, diz Partido Trabalhista
O líder do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer, alertou esta terça-feira que um eventual novo confinamento no Reino Unido devido à pandemia da Covid-19 será resultado da “incompetência” do Governo de Boris Johnson.
“Um segundo confinamento não deveria ser inevitável. Seria um sinal do fracasso do Governo”, afirmou esta terça-feira, num discurso durante o congresso do “Labour”, referindo o impacto de mais restrições na saúde física e mental das pessoas e na economia britânica.
Keir Starmer acusou o Executivo britânico de ter perdido o controlo no combate à pandemia, que resultou em pelo menos 41.788 mortes confirmadas no Reino Unido, embora o número real incluindo casos suspeitos seja superior a 57 mil.
“Eu tentei ser construtivo. Compreendo que estes são tempos sem precedentes e que governar é difícil. Tentei ser justo, dar ao governo o benefício da dúvida. Mas agora, com uma das maiores taxas de mortalidade do mundo, e no limiar de uma das recessões mais profundas em qualquer lugar, receio que não haja dúvidas”, disse, acusando o governo de “incompetência”.
O governo britânico registou oficialmente desde o início da pandemia 403.551 de casos de contágio confirmados e 41.825 óbitos.
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