Natal será “diferente” do habitual este ano. Mas países preparam alívio de algumas medidas
Países já estão a planear o Natal, prevendo aliviar algumas das medidas consoante a incidência da Covid. Em Portugal ainda é cedo para ter qualquer certeza, a não ser uma: este ano será "diferente".
Os portugueses continuam sem saber como vai ser o Natal de 2020, mas uma coisa é certa: não será igual ao de 2019, e muito provavelmente o país continuará em estado de emergência nessa altura, como já anunciou o Presidente da República.
Há poucos meses, Marcelo Rebelo de Sousa, tal como o Governo, avisou os cidadãos para a necessidade de manter o distanciamento físico, numa tentativa de poder manter um Natal tão semelhante ao habitual quanto possível, depois de um ano de grandes dificuldades para a generalidade da população.
Nesta reta final de novembro, com o número de novos casos a continuar a bater os 5.000, as mortes diárias a rondarem as sete dezenas e os internados nos cuidados intensivos a baterem recordes sucessivos, o chefe de Estado travou a fundo no entusiasmo. Na semana passada, num discurso ao país, Marcelo Rebelo de Sousa alertou para a necessidade de manter o país em estado de emergência, promovendo-se o distanciamento físico para evitar uma “terceira vaga” da Covid-19 em janeiro de 2021.
Porém, numa altura em que vários países da Europa já discutem as medidas a adotar no período do Natal, ainda não existem indicações concretas sobre que medidas serão tomadas por volta dessa altura. Esta quarta-feira, Marta Temido, ministra da Saúde, justificou essa realidade: “Neste momento, estamos ainda a lutar para chegar o melhor possível aos primeiros dias de dezembro. Vale a pena recordar que vamos ter uma nova fase de estado de emergência, que precisamos de nos concentrar em quebrar cadeias de transmissão e conter a doença.”
Segundo explicou a ministra, “alguns países que iniciaram o crescimento da segunda vaga mais cedo, e por isso adotaram medidas de contenção mais cedo, estão a poder já antecipar um pouco melhor o que vai ser o final do mês de dezembro. Estamos a fazer também essa análise, essa avaliação.”
Ainda assim, Marta Temido foi perentória: “Há uma coisa, desde já, muito clara: não vamos poder ter um Natal igual ao dos anos anteriores, por muito que a situação epidemiológica melhore, e isso depende do nosso esforço. [Mas] só daqui a algum tempo conseguiremos perceber qual é o nível de restrição que teremos nessa altura.”
Horas antes, também a presidente da Comissão Europeia avisava todos os europeus: “Há semanas, disse que este Natal seria diferente. E sim, será mais sossegado”, apontou. De seguida, deixou uma mensagem para os agentes económicos mais castigados pelo impacto da Covid-19: “Sei que os comerciantes, empregados de bar e funcionários dos restaurantes querem o fim das restrições. Mas temos de aprender com o verão e não repetir os mesmos erros. Relaxar muito as medidas e demasiado depressa é um risco para uma terceira vaga depois do Natal.”
Há uma coisa, desde já, muito clara: não vamos poder ter um Natal igual ao dos anos anteriores, por muito que a situação epidemiológica melhore, e isso depende do nosso esforço
Europa pondera alívio de algumas restrições
Mas o que está a ser preparado, então, nos demais países europeus? Fora da União Europeia, o Reino Unido é aquele que já tem as medidas para o Natal mais bem delineadas.
Os britânicos vão poder celebrar o Natal misturando um máximo de três agregados familiares. As restrições às deslocações vão ser levantadas para as pessoas poderem deslocar-se até às suas famílias. A intenção, contudo, é que estas celebrações aconteçam numa espécie de “bolhas”. Durante este período, o objetivo é que os cidadãos não se desloquem nem a restaurantes nem a bares, por exemplo, como noticiou a BBC.
Depois, já dentro da União Europeia, a comunicação social tem revelado o que está a ser preparado em alguns Estados-membros. É o caso da Alemanha. Segundo a agência DW, as regras que estão a ser estudadas deverão permitir que dois agregados familiares se juntem debaixo do mesmo teto no Natal, num máximo de 10 pessoas, sem contar com as crianças com menos de 14 anos. Após o período do Natal e Ano Novo, as pessoas serão encorajadas a isolarem-se voluntariamente.
Na vizinha Espanha, o El Mundo deu a conhecer esta semana alguns dos detalhes dos planos do Governo de Pedro Sánchez para o período do Natal. Aqui, as restrições serão mais apertadas. O Natal deverá ser limitado aos membros de um mesmo grupo de convivência e, nos casos em que haja um membro externo, o limite será de seis pessoas juntas. Como explica o jornal, uma família numerosa de 10 pessoas poderá, naturalmente, celebrar o Natal junta, uma vez que já vivem todos juntos.
Porém, é intenção do Executivo espanhol aligeirar o recolher obrigatório. Na noite de Natal, de 24 para 25 de dezembro, assim como depois no ano novo, o “toque” de recolher obrigatório será à uma da manhã. Atualmente, é às 23h00.
Com a segunda vaga a dar os primeiros sinais de abrandamento, a mensagem das autoridades de saúde vai no sentido de manter apertados os controlos. Para já, e além das medidas, as atenções estão postas nas vacinas.
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