Lucro do BCP afunda 80% para 12 milhões pressionado por Polónia e reestruturação
Banco pôs de lado 214 milhões para a disputa na Polónia e registou custo de 80 milhões com a reestruturação, o que penalizou os resultados no primeiro semestre.
O lucro do BCP caiu mais de 80% para 12,3 milhões de euros no primeiro semestre, com os resultados a serem penalizados com o reforço das provisões para os riscos legais com o caso dos empréstimos em francos suíços na Polónia e com os custos de reestruturação.
Quanto às provisões para o chamado caso “Francowicze”, o banco colocou de lado 214,2 milhões de euros para enfrentar eventuais decisões contrárias dos tribunais polacos, sendo que enfrenta quase 8.000 processos judiciais na Polónia (dos quais 2.884 surgiram este semestre). O banco na Polónia anunciou esta manhã prejuízos de 112 milhões.
Em relação à reestruturação, que passará pela saída de centenas de trabalhadores, a instituição fala em custos na ordem dos 87 milhões de euros. Concluído este plano, o banco diz que espera alcançar poupança de 35 milhões de euros por ano.
O BCP adianta que o resultado antes de imparidades e provisões aumentam 5,1% para 530,9 milhões de euros.
Lucro cai, mas negócio cresce
Ainda que o lucro tenha caído de forma expressiva, as receitas do banco cresceram significativamente, com os proveitos core a subirem mais de 26% para 1,12 mil milhões de euros. A margem financeira — a diferença entre juros pagos nos depósitos e os juros cobrados nos empréstimos — subiu 5,3% para 768,2 milhões de euros, e as comissões avançaram 21% para 352,6 milhões de euros.
Miguel Maya falou em “estabilidade da margem financeira” apesar da pressão das taxas do Banco Central Europeu, e destacou o comportamento divergente entre a evolução positiva em Portugal e a evolução negativa na Polónia.
Os custos operacionais sobem quase 8% para 591,8 milhões de euros devido sobretudo ao custo não recorrente de 87 milhões com a reestruturação.
O balanço do banco também cresceu com mais depósitos (subiram 7,1% para 69,6 mil milhões de euros) e mais crédito à economia (cresceu, em termos líquidos, 4,1% para 55,9 mil milhões de euros).
Malparado em queda
Em termos de qualidade da carteira de crédito, o BCP regista “uma melhoria generalizada dos indicadores: o custo do risco baixou, com o CEO Miguel Maya a falar num “regresso à normalidade”, depois da subida registada com a pandemia. O rácio de exposições não produtivas (NPE) caiu de 7% em junho de 2020 para 5,2% em junho de 2021. O rácio de NPL caiu para 2,5%, com o banco a fazer o trabalho de casa antes do fim das moratórias.
Ao nível do número de trabalhadores em Portugal, a instituição conta com 6.937 pessoas nos seus quadros, menos 217 do que há um ano. E também tem menos agências: encerrou 35 e tem agora 458 balcões.
(Notícia atualizada às 17h17)
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