Lucro do BCP cai 59% para 60 milhões pressionado por Polónia e reestruturação
Banco pôs de lado mais de 300 milhões de euros para enfrentar os riscos legais associados a créditos em francos suíços na Polónia, enquanto ajustamento do quadro de pessoal custou cerca de 80 milhões.
O lucro do BCP caiu 59,3% para 59,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, pressionado pelo tema dos créditos hipotecários em moeda suíça na Polónia, que obrigou a provisões de 313,5 milhões de euros, e pelos custos de 87,6 milhões com a reestruturação dos trabalhadores.
Apesar da quebra acentuada do resultado líquido, os indicadores da atividade bancária dão conta de uma evolução positiva entre janeiro e setembro, com a margem financeira a crescer 1,3% para 1.168,6 milhões de euros e o produto bancário a avançar 2,6% para 1.706,4 milhões de euros. As receitas com comissões cresceram quase 7%.
Para este crescimento contribuiu a expansão do volume de negócios neste período: os depósitos aumentaram 8,5% para 68,3 mil milhões de euros – beneficiando do comportamento das famílias durante a pandemia — e o crédito a clientes cresceu 4,8% para 56,4 mil milhões de euros.
Os custos operacionais cresceram 4,8%, mas o banco ressalva que, excluindo itens específicos, esta rubrica teria registado uma descida de 1,7% para 764 milhões de euros.
Por geografias de atividade, enquanto o negócio internacional gerou um prejuízo de 55,7 milhões de euros — devido sobretudo à situação do banco polaco em relação ao caso “Francowicze”, que enfrenta mais de 9.500 processos em tribunal –, foi a atividade em Portugal a puxar pelos resultados com lucro de 115 milhões de euros.
Ativos tóxicos baixam antes do fim das moratórias
Ao nível da qualidade do balanço, o BCP dá conta de uma redução dos ativos não produtivos (NPE) de 800 milhões de euros, naquilo que foi um esforço de limpeza que foi feito “num contexto adverso”. O banco chegou a setembro com um rácio de NPE de 4,9%, antes do fim das moratórias — terminaram a 30 de setembro.
A instituição diz mesmo que registou uma “melhoria generalizada dos indicadores de qualidade de crédito”, destacando a redução do custo do risco em 30 pontos base para 60 pontos base.
Quanto aos indicadores de robustez, o rácio de capital total e rácio CET 1 fully implemented atingiram os 15,2% e 11,8%, respetivamente, descendo ligeiramente face a setembro do ano passado. Considerando o impacto da venda do banco na Suíça, estes rácios situam-se nos 15,3% e 12%.
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