Não é expectável que PCP “possa ter a influência política e social” dos anos 70, diz António Filipe

Após 33 anos como deputado, António Filipe não foi eleito nas eleições legislativas de 30 janeiro. Em entrevista ao Diário de Notícias (acesso pago), o histórico parlamentar do PCP diz que não ficou surpreendido pelo resultado eleitoral, pois sabia que era “um lugar de risco”, e revela que continuará na política.

“Sinto que politicamente é negativo, mas não por mim, não do ponto de vista pessoal e do empenho que vou manter politicamente“, afirmou António Filipe, revelando que tenciona manter a atividade política. Para já, continua a ser membro do comité central do PCP.

Sobre o partido, o dirigente comunista considera que não é expectável que, na atualidade, “possa ter a influência política e social que já teve nos anos 70”. António Filipe assume o “momento complexo de perda de influência eleitoral” do PCP, que terá sido prejudicado pela “profunda bipolarização”, mas não vê essa perda de influência como uma inevitabilidade. “As coisas não estão perdidas para todo o sempre”, remata.