PSP apela à “tranquilidade” e alerta que “incitamento à violência é crime”

A PSP repudiou esta quarta-feira os incidentes dos últimos dias na Área Metropolitana de Lisboa e apelam a "calma" e "tranquilidade".

A Polícia de Segurança Pública (PSP) repudiou esta quarta-feira os incidentes dos últimos dias na Área Metropolitana de Lisboa e apelam a “calma” e “tranquilidade”. E deixam uma nota: “O incitamento à violência e o incitamento nas redes sociais a ações violentas são crimes”.

Repudiamos claramente e teremos tolerância zero a qualquer ato de desordem e destruição praticados por grupos de criminosos que, apostando em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança das comunidades, executam as ações”, disse na conferência de imprensa o diretor nacional da PSP em substituição Pedro Manuel Gouveia.

Assegurando que a PSP, tal como as restantes entidades, permanecerão na rua, o diretor nacional fez ainda um apelo à “calma e tranquilidade pública”.

“Não são só estas manifestações que são feitas que são condenáveis. O incitamento à violência e o incitamento nas redes sociais a ações violentas são crimes e, como tal, estão a ser monitorizados no sentido de poderem também eles serem responsabilizados criminalmente“, acrescentou. Garantiu também que há dezenas de indivíduos prestes a serem identificados pelo crime de incitamento.

Entre final do dia de terça-feira e a madrugada desta quarta-feira, a PSP deteve três suspeitos da prática dos crimes de dano qualificado e ofensa à integridade física qualificada. Em comunicado, as autoridades anuncia que se registaram 60 ocorrências de desordem e incêndio em mobiliário urbano, maioritariamente caixotes do lixo, na Área Metropolitana de Lisboa, nos concelhos de Lisboa, Amadora, Oeiras, Odivelas, Loures, Cascais, Sintra e Seixal. Foram apreendidos vários materiais inflamáveis.

No total, dois polícias foram feridos nos concelhos da Amadora e de Oeiras, dois carros da PSP foram danificados, dois autocarros da Carris foram roubados e incendiados, oito carros e uma mota foram incendiados, dois cidadãos que iam num dos autocarros incendiados foram esfaqueadas e ainda inúmeros caixotes de lixo incendiados, assim como outro mobiliário urbano.

“Relativamente à notícia veiculada de entrada de polícias em habitações no Bairro do Zambujal, a Polícia informa que ocorreu apenas a entrada numa casa, que não a que está referida nas notícias veiculadas, em apoio aos Bombeiros Voluntários da Amadora, que se deslocaram ao local para apoio médico a uma criança e por solicitação da família. A PSP nega categoricamente o arrombamento de quaisquer portas“, referem em comunicado.

Sobre as imagens que circulam nas redes sociais de uma equipa da PSP num hall de um prédio, o órgão explica que apenas se verifica que os polícias se encontram a dialogar com os cidadãos, no sentido de “serenar e manter a tranquilidade pública”.

Nós refutamos clara e perentoriamente que nunca houve entrada forçada dentro de nenhuma residência por parte da PSP“, assegura Pedro Manuel Gouveia. No que toca à ocorrência que resultou na morte de um cidadão, o diretor nacional da PSP não adiantou detalhes. “Sobre a situação em concreto não vamos estar a especular agora”, disse, salientado que já foi aberto um inquérito disciplinar interno.

Marcelo apela à preservação da “ordem pública”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou esta quarta-feira à garantia da “segurança” e da “ordem pública”, em particular “através do papel das forças de segurança”, na sequência dos desacatos das últimas horas em várias zonas da Grande Lisboa, após a morte de um homem baleado pela PSP.

Numa nota publicada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa disse estar a acompanhar “atentamente” os acontecimentos, estando “em contacto com o Governo e os presidentes das câmaras municipais da Amadora e de Oeiras”.

Além da importância de preservar os “valores democráticos” da segurança e da ordem pública, o Chefe de Estado realça que essa garantia “tem de respeitar os princípios do Estado de Direito democrático, designadamente os Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos, bem como fazer cumprir os respetivos Deveres”.

Apesar dos problemas sociais, económicos, culturais e as desigualdades que ainda a atravessam, [a nossa sociedade] é genericamente pacífica, e assim quer continuar a ser, sem instabilidade e, muito menos, violência”, sublinha ainda o Presidente da República.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ellephant ganha comunicação da Essence e Catrice

  • + M
  • 23 Outubro 2024

A agência será responsável por desenhar e executar campanhas de comunicação que pretendem que sejam criativas, eventos e uma colaboração ativa com influenciadores.

A Ellephant Comunicação ganhou a assessoria de imprensa, marketing de influência, organização de eventos e criação de press kits para as marcas Essence e Catrice, da distribuidora Fun Cosmetics.

A agência liderada por Marta Pereira reforça assim a presença no setor da cosmética. “É com enorme satisfação que acolhemos a Essence e a Catrice no nosso portfólio. Estas marcas são sinónimo de qualidade e inovação, características com as quais nos identificamos e que pretendemos amplificar através das nossas estratégias de comunicação“, diz citada em comunicado a responsável.

“Estou confiante que esta parceria com a Ellephant vai ser um verdadeiro marco para a Fun Cosmetics. A forma como desafiam o convencional com uma criatividade disruptiva e visão estratégica encaixa perfeitamente na nossa ambição de elevar o setor da cosmética com inovação e tecnologia“, acrescenta Mónica Santos, dona e CEO da Fun Cosmetics. “Juntos, vamos romper barreiras e criar experiências que vão, sem dúvida, transformar o mercado”, antecipa.

A Essence e Catrice apostam na oferta de produtos de beleza acessíveis e inovadores. A agência será responsável por desenhar e executar campanhas de comunicação que pretendem criativas, eventos e uma colaboração ativa com influenciadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal arbitral decreta serviços mínimos para greve da CP que começa na quinta-feira

  • Lusa
  • 23 Outubro 2024

Os serviços mínimos serão fixados relativamente à circulação de composições no dia 31 de outubro, em que a greve decorre durante 24 horas.

O tribunal arbitral decretou serviços mínimos para a greve na CP, convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), entre quinta-feira e 3 de novembro, sobretudo para 31 de outubro, dia em que a paralisação é total.

Segundo o acórdão, publicado na página do Conselho Económico e Social (CES), foram fixados serviços mínimos relativamente à circulação de composições no dia 31 de outubro, em que a greve decorre durante 24 horas, sendo que para os restantes dias, em que a paralisação é parcial, o tribunal fixou apenas os necessários à segurança, manutenção, serviços de emergência e outros semelhantes.

Assim, em 31 de outubro – quando se esperam mais perturbações –, o acórdão define que à exceção dos comboios de longo curso, circularão a totalidade das composições nas linhas urbanas de Lisboa e Porto, regionais e inteRegionais, entre as 06:00 e as 07:30 horas e as 18:30 e as 20:00 horas, “nos exatos termos previstos antes da apresentação do pré-aviso”.

Já a CP – Comboios de Portugal, numa nota publicada no seu site, e atualizada esta quarta-feira, alerta que, “por motivo de greve convocada pelo sindicato SFRCI entre os dias 24 de outubro e 03 de novembro de 2024” antecipam-se perturbações na operação. Nos dias 24 e 25 de outubro, em que a greve é parcial, a operadora alertou para o impacto nos Urbanos de Lisboa, com especial impacto nas Linhas de Sintra, Azambuja e Sado.

Nos dias 28, 29 e 30 de outubro, também de greve parcial, a CP prevê perturbações nos serviços Regional/InterRegional, Urbanos de Coimbra e Urbanos do Porto. Já no dia 31 de outubro, em que paralisação será total, durante 24 horas, preveem-se perturbações no Alfa Pendular, Intercidades, Regional/InterRegional, Urbanos e Internacional Celta.

A empresa disse que “foram definidos serviços mínimos para os serviços Urbanos de Lisboa e Porto e Regional e InterRegional, que serão divulgados oportunamente”. “Nos restantes dias poderão ocorrer perturbações pontuais”, nomeadamente nos serviços Urbanos de Lisboa e Intercidades entre o Algarve e Lisboa.

Contactado pela Lusa, no dia 18 de outubro, o sindicato confirmou a paralisação, indicando que as greves serão parciais, de duas horas no início de cada turno, sendo que no dia 31 de outubro a paralisação será de 24 horas. Segundo fonte do SFRCI, que representa os trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP, estas greves são motivadas por aquilo que diz ser o “incumprimento do acordo” que assinaram em julho do ano passado com a operadora.

O protesto “tem a ver com a remuneração”, sendo que, segundo o sindicato, o acordo prevê passar um “prémio de subsídio de transporte e disponibilidade para o salário base”, algo que traria vantagens aos trabalhadores. O sindicato quer um maior equilíbrio face às remunerações dos maquinistas.

“O acordo foi celebrado no passado, foi validado pela tutela do ano passado, está no Orçamento do Estado deste ano”, assegurou, indicando que a “empresa tem o dinheiro, mas não produz a aplicação do acordo”, prevista a partir de 01 de dezembro de 2023. “É a primeira vez que nos acontece, acordos assinados com as administrações não serem cumpridos”, criticou, lamentando que tenham de voltar “a um conflito laboral que estava encerrado”.

No ano passado, a CP foi afetada por várias greves convocadas pelos sindicatos da empresa, situação que foi resolvida com um acordo assinado com as estruturas. No aviso publicado pela CP, a operadora refere que os clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional “permitirá o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe”.

Este processo poderá ser realizado no site da transportadora ou nas bilheteiras. “Passado este prazo, e até 10 dias após terminada a greve, pode ser pedido o reembolso através do preenchimento do formulário de contacto online “Reembolso por Atraso ou Supressão”, com o envio da digitalização do original do bilhete”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seis mortos em “ataque terrorista” a indústria da defesa em Ancara

  • Lusa
  • 23 Outubro 2024

O governo turco avançou que o "ataque terrorista" foi contra a sede das indústrias de defesa da Turquia. Seis pessoas morreram, entre elas dois terroristas, e 14 ficaram feridas.

O ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, anunciou esta quarta-feira que seis pessoas morreram, entre elas dois terroristas, e 14 ficaram feridas no ataque que teve como alvo a sede das indústrias de aeronáutica e defesa turcas, perto de Ancara.

Dois terroristas foram neutralizados no ataque terrorista contra as instalações da empresa Tusas em Ancara. Infelizmente, no ataque, quatro [outras] pessoas morreram e temos 14 feridos”, escreveu o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, na rede social X (ex-Twitter), dando conta ter-se tratado de um “atentado terrorista”. Em Kazan, Rússia, onde se encontra a participar na cimeira dos BRICS, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deu conta de quatro mortos e condenou o “ataque hediondo”.

Temos quatro mártires. Temos 14 feridos. Condeno este hediondo ataque terrorista e desejo misericórdia aos nossos mártires”, disse Erdogan durante um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, à margem de uma reunião dos BRICS em Kazan, na Rússia. Putin apresentou-lhe condolências pelo atentado, que ainda não foi reivindicado. Anteriormente, Ali Yerlikaya indicou que o “ataque terrorista” defronte da sede das indústrias de Defesa da Turquia, perto de Ancara, “provocou vários mortos e feridos”, além de reféns.

Um ataque terrorista foi realizado contra as instalações da TUSAS [Turkish Aerospace Industries Inc] em Ancara. Infelizmente, tivemos mártires e feridos neste ataque”, disse o ministro na rede social X (antigo Twitter), adiantando que a explosão foi desencadeada por um “bombista suicida”, cerca das 16:00 locais (menos duas horas em Lisboa). A estação de rádio NTV também mencionou tiros após a explosão.

Segundo as imagens veiculadas pelas diferentes televisões, são visíveis várias colunas de fumo branco na fábrica, localizada a cerca de 40 quilómetros da capital. Um grande número de polícias, além de bombeiros e ambulâncias, estão no local e, segundo a rádio NTV, dentro da fábrica registou-se um intenso tiroteio. A NTV indicou que alguns dos trabalhadores da fábrica dirigiram-se para abrigos, enquanto outros poderão ter sido feitos reféns.

A cadeia de televisão CNN Turquia garantiu que os agressores chegaram de táxi à fábrica e que pelo menos um se fez explodir à porta enquanto outros conseguiram aceder às instalações. As autoridades enviaram unidades especiais de helicóptero ao local, afirmam vários órgãos de comunicação social. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) expressou solidariedade da organização político-militar à Turquia, depois do atentado ao complexo de aeronáutica e defesa em Ancara.

“Acabei de falar com Recep Tayyip Erdogan [Presidente turco] sobre o ataque terrorista em Ancara. A minha mensagem foi clara: a NATO está com a Turquia”, disse Mark Rutte, na rede social X (antigo Twitter). O secretário-geral da NATO acrescentou que “são preocupantes as notícias sobre mortos e feridos” em Ancara e que condenou em nome da Aliança Atlântica “o terrorismo em todas as suas formas”.

“Estamos a monitorizar de perto estes acontecimentos”, completou o antigo primeiro-ministro dos Países Baixos, que iniciou funções há menos de um mês. A TUSAŞ desenvolve e fabrica algumas das aeronaves militares de maior prestígio do programa de armas turco, como o caça-bombardeiro Kaan, ainda em desenvolvimento, o avião de treinamento Hürjet ou o avião leve Hürkus.

O setor da defesa, incluindo os conhecidos drones Bayraktar, representou quase 80% das receitas de exportação do país e 1.200 milhões de dólares (1.114 milhões de euros) em 2023. Em Istambul está a decorrer esta semana uma grande exposição das indústrias de defesa e aeroespacial, que conta nomeadamente com a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano.

(Notícia atualizada às 18h33 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas deve avaliar o impacto das ajudas de Estado que concede, alerta Tribunal de Contas europeu

Perante o aumento significativo das despesas com auxílios estatais desde 2020, o Tribunal de Constas europeu recomenda uma melhoria do controlo destas medidas e da avaliação do impacto esperado.

A Comissão Europeia deve avaliar o impacto das ajudas de Estado que concede ao nível da concorrência e do mercado interno antes de decidir prosseguir este tipo de apoio pós-2025, alerta o Tribunal de Contas Europeu num relatório divulgado esta quarta-feira. A instituição liderada por Tony Murphy deixa um conjunto de avisos à Comissão Europeia que vai entrar em funções, e em particular à futura comissária da Concorrência, Teresa Ribera, porque perdeu capacidade para controlar os apoios que os Estados-membros dão às empresas, que dispararam durante a pandemia.

O presidente do Instituto Jacques Delors, Enrico Letta, no seu relatório Much more than a market, salienta que a flexibilização progressiva dos auxílios estatais em resposta às últimas crises contribuiu para limitar os efeitos negativos na economia real, mas também provocou distorções da concorrência. Letta apela a um equilíbrio entre uma aplicação mais rigorosa dos auxílios estatais a nível nacional, um aumento progressivo do apoio financeiro a nível da UE e uma abordagem mais europeia da política industrial da União, assegurando simultaneamente que as condições de concorrência equitativas não sejam comprometidas por subsídios prejudiciais.

O Tribunal de Contas europeu aponta o dedo à Comissão Europeia por ter diminuído temporariamente o controlo periódico durante as crises, o que a impediu de perceber se os Estados-membros estavam a cumprir as suas decisões e regras em matéria de auxílios estatais.

Ora tendo em conta que houve um aumento significativo das despesas com auxílios estatais desde 2020, o tribunal recomenda vivamente uma melhoria do controlo das medidas de auxílio, e a avaliação do impacto esperado dos regimes de auxílios estatais notificados.

Durante a pandemia, em 2020 e 2021, o número de decisões em matéria de auxílios estatais adotadas pela Comissão quase quadruplicou em comparação com os níveis anteriores a 2020 (de cerca de 250 para 950 por ano). Mas, em 2022, o número total de decisões diminuiu para cerca de 800. No ano seguinte, o número de decisões diminuiu para menos de 600, mas ainda muito acima dos valores de 2019, o ano anterior à Covid-19.

Apesar da relevância dos valores, a Comissão não avaliou o seu impacto, nomeadamente a nível setorial, e, por isso, todas as conclusões retiradas a partir dos dados são limitadas. Alemanha e França são as duas economias que mais ajudas estatais receberam, de longe, em termos absolutos, mas em percentagem do PIB o pódio passa ser liderado pela Grécia (país cujo setor do turismo foi fortemente afetado pela pandemia) e por Malta. Os dados poderiam levar a concluir que países com níveis de ajuda mais baixos teriam sido mais eficientes na utilização das ajudas de Estados, já que apresentaram um aumento do PIB mais significativo. Mas, “uma vez que existe uma correlação limitada entre a diminuição do PIB e as despesas com auxílios estatais a nível dos Estados-membros, sem uma análise aprofundada a nível setorial não é certo que se possam tirar tais conclusões”, escreve o Tribunal de Contas.

O Tribunal considera que “é difícil determinar se os auxílios relacionados com a crise foram proporcionais ou necessários sem dados setoriais sobre os auxílios estatais. Contudo, no presente, os Estados-membros não estão obrigados a comunicar esses dados”.

“A Comissão deve avaliar o impacto dos auxílios estatais concedidos durante as crises recentes na concorrência no mercado interno, incluindo em que medida estes auxílios permitiram sanar a perturbação económica e em que medida contribuíram para fomentar a recuperação”, diz claramente o Tribunal. “Esta avaliação deve centrar-se nos setores em que o risco de distorção da concorrência é maior”, acrescenta sublinhando que esta é uma recomendação que deveria ser executada até 2028.

O desenvolvimento de um novo quadro de auxílios estatais para complementar o acordo industrial limpo e acelerar a implantação das energias renováveis em toda a UE é um dos cadernos de encargos que Ursula Von der Leyen impôs a Teresa Ribera, a nova comissária da Concorrência.

Ribera defende que as empresas europeias precisam de ganhar escala para lidar com os rivais globais e admite que favorecer os investimentos verdes, pode ser uma forma de equilibrar os ambiciosos objetivos climáticos da UE e as aspirações de impulsionar a indústria, um favorecimento que poderá ficar explanado na revisão das regras dos auxílios de Estado, disse a ex-ministra espanhola em entrevista ao Financial Times.

O relatório, que quer contribuir para a reflexão sobre o futuro do mercado único com propostas concretas, reconhece que “os auxílios estatais são cada vez mais utilizados para apoiar a realização dos objetivos da política industrial, como o reforço da independência estratégica da UE e a transição para uma economia com impacto neutro no clima”. No entanto, “a flexibilidade das regras em matéria de auxílios estatais resultou num conjunto complexo de enquadramentos diferentes, cujas regras nem sempre são coerente”.

A Comissão ao longo dos vários quadros temporários de crise para controlo dos auxílios estatais – Covid-19, invasão da Ucrânia e redução da dependência da UE em relação aos combustíveis fósseis russos — foi introduzindo várias alterações às regras, como eliminar a obrigação de realizar uma consulta pública sobre os efeitos na concorrência e a proporcionalidade das medidas de apoio; facilitar o financiamento público sem procedimentos de concurso competitivos, desde que seja respeitada a percentagem máxima de auxílio estatal que poderia ser concedida por beneficiário (“intensidade de auxílio”); e pôr fim à aplicação de todos os princípios comuns de apreciação definidos no pacote para a modernização dos auxílios estatais. Esta última alteração significou que a Comissão deixou de avaliar os potenciais impactos negativos na concorrência nem aplicar um “critério de equilíbrio” para verificar se os efeitos negativos de tais medidas poderiam ser compensados por efeitos positivos, detalha o relatório.

Mas o tribunal considera que há mais caminho a fazer neste ponto. “A Comissão deve simplificar e racionalizar o enquadramento dos auxílios estatais para apoiar os objetivos da política industrial da UE e condicionar esses auxílios a uma análise rigorosa de dados que comprove claramente uma deficiência do mercado, por um lado, e ganhos de eficiência para o mercado interno da UE, por outro”, concluiu precisando que esta recomendação deve ser acatara em 2026. Mais um recado para Teresa Ribera.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jornais avançam com processos contra a startup de IA Perplexity

Além da Dow Jones e do New York Post (da News Corp) também a Forbes e a Wired já acusaram a Perplexity de plágio. O New York Times também exigiu que a startup de IA parasse de utilizar o seu conteúdo.

A Dow Jones, editora do Wall Street Journal, e o New York Post, ambos de Rupert Murdoch, avançaram com um processo contra a Perplexity, uma startup de inteligência artificial (IA), no qual alegam violação de direitos de autor. A startup realiza uma “quantidade massiva de cópias ilegais” do seu trabalho, apontam.

Esta ação é movida por meios que procuram uma compensação pelo esquema descarado da Perplexity para competir por leitores e, ao mesmo tempo, lucrar com o conteúdo valioso que estes meios produzem“, avança a Variety, citando o processo.

“A Perplexity é uma empresa de inteligência artificial generativa que alega fornecer aos seus utilizadores notícias e informações precisas e atualizadas numa plataforma que, nas próprias palavras da Perplexity, permite que os utilizadores seguir os links para os sites originais”, apontam as empresas no processo.

No entanto, a startup tenta fazer isso através de uma “quantidade massiva de cópias ilegais do conteúdo protegido por direitos de autor das publicações e desviando clientes e receitas fundamentais dos respetivos detentores desses direitos de autor“, acrescentam.

A Dow Jones e o New York Post dizem ainda que, em julho de 2024, enviaram uma carta à Perplexity “avisando-a sobre as questões legais levantadas pela utilização não autorizada pela Perplexity das obras protegidas por direitos de autor, oferecendo-se para discutir um possível acordo de licenciamento”. No entanto “a Perplexity não se preocupou em responder”, alegam.

A Perplexity perpetua um abuso de propriedade intelectual que prejudica jornalistas, escritores, editores e a News Corp”, disse, por sua vez, o CEO da News Corp, Robert Thomson, em comunicado, citado pela Reuters.

A Perplexity também já enfrentou acusações de plágio por parte de outras empresas de media, como a Forbes e a Wired, tendo desde então lançado um programa para a partilha de receitas, de forma a responder a algumas das preocupações apresentadas por estas empresas, refere a agência de notícias.

Também o New York Times (NYT) exigiu recentemente à Perplexity que parasse de utilizar o seu conteúdo. Numa carta, o jornal norte-americano referiu que a forma como a Perplexity estava a usar o seu conteúdo – incluindo para a criação de resumos – viola a lei dos direitos de autor.

Neste sentido, o NYT exigiu que a empresa de IA “cessasse e desistisse imediatamente de todo o acesso e utilização não autorizada, atual e futura, do seu conteúdo”, refere a Reuters. Além disso, o NYT solicitou ainda que a Perplexity explicasse como conseguia aceder ao seu site, apesar dos seus esforços de prevenção.

Recorde-se que, naquele que talvez tenha sido o caso mais mediático, o New York Times já avançou com um processo contra a Microsoft e a OpenAI, criadora e proprietária do ChatGPT. O jornal queixava-se de violação de direitos de autor, naquela que foi a primeira ação legal iniciada por um dos grandes meios de comunicação social norte-americanos contra as donas de plataformas de inteligência artificial.

Por seu lado, a Perplexity disse que não está a recolher dados para construir modelos de IA, mas sim a indexar páginas da web e a exibir conteúdos factuais – com citações – para informar os utilizadores quando estes colocam uma questão.

Estes meios juntam-se assim ao conjunto de órgãos de comunicação social e organizações e entidades jornalísticas que têm avançado com processos em tribunal contra as plataformas de IA, embora a maioria enverede por acordos e pela exploração dos benefícios que a IA tem para oferecer ao mundo das notícias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Da banca à supervisão e garantia dos depósitos: Os seis trabalhos de Maria Luís Albuquerque em Bruxelas

Defende a consolidação da banca, sugere mudanças profundas na supervisão financeira e quer desfazer o impasse na garantia dos depósitos: eis os trabalhos de Maria Luís Albuquerque em Bruxelas.

Maria Luís Albuquerque já apresentou o “seu caderno de encargos” caso seja confirmada comissária dos Serviços Financeiros. Nas respostas ao questionário do Parlamento Europeu, a comissária indigitada por Portugal propõe um horizonte de cinco anos para concretizar um conjunto de medidas que concretizem a União dos Mercados de Capitais e a União Bancária, duas reformas que tardam em concretizar-se.

Defende uma maior consolidação da banca para fortalecer o setor e quer desfazer o impasse que dura há anos em torno do sistema de garantia dos depósitos. E abre a porta a uma profunda reforma do esquema de supervisão financeira na Europa. Durante este processo, diz que Bruxelas pode abrir mão de regulamentação e simplificar requisitos, para reduzir obstáculos e encargos às empresas e aumentar a competitividade.

Cinco anos para concretizar união dos mercados e da banca

Maria Luís Albuquerque considera que a União de Poupança e Investimento – onde estão inseridas a União dos Mercados de Capitais e a União Bancária – deve ser um “instrumento fundamental” para apoiar a competitividade e o crescimento económico sustentável da UE.

Para que os objetivos sejam alcançados, pretende envolver todas as partes interessadas no processo, incluindo indústria e a sociedade civil. E propõe que as ações políticas se devam centrar “num conjunto limitado de medidas transformacionais que podem ser implementadas num horizonte de cinco anos”.

A ex-ministra portuguesa também defende que este processo deve ser feito “com menos regulação do que temos visto nos últimos anos”. “As iniciativas no âmbito da União de Poupança e Investimento devem incluir propostas para simplificar e reduzir a carga regulamentar, nomeadamente para as Pequenas e Médias Empresas”, aponta.

Consolidação na banca para fortalecer setor

Maria Luís Albuquerque dá um lugar de relevo ao setor bancário e alinha-se com a ideia de criar campeões europeus. “Os bancos continuarão a deter uma parte importante das poupanças das famílias e a fornecer financiamento essencial à maioria das empresas na Europa”.

A responsável diz que a UE precisa de “bancos europeus fortes” para esse desígnio e também porque a “União Bancária deverá resultar na prestação de serviços financeiros melhores e mais baratos por parte dos bancos, impulsionados por uma concorrência transfronteiriça efetiva”.

Neste contexto, uma maior consolidação pode permitir aos bancos desenvolver modelos de negócio mais eficientes, ser mais inovadores, investir mais em tecnologias de informação, crescer no mercado único, competir a nível internacional e tornar-se mais resilientes aos choques”, argumenta.

Pacote bancário é para avançar e não voltar atrás

No sentido de desenvolver a União Bancária, uma das prioridades de Maria Luís Albuquerque passará pela implementação do Pacote bancário, que introduziu os elementos finais das regras de Basileia III na legislação da UE. “Deixem-me ser muito clara: temos de implementar as regras e não retroceder”.

Para Maria Luís, as regras devem ser aplicadas a todos os 4.500 bancos da UE “e não apenas aos grandes bancos com atividade internacional”. Por outro lado, Bruxelas também deve estar atenta “à concorrência internacional e às possíveis consequências de atrasos e divergências na implementação das normas por parte de outras jurisdições importantes”.

Se for confirmada comissária, encorajarei os nossos parceiros internacionais a implementarem as reformas acordadas em Basileia o mais rapidamente possível, a fim de garantir condições de concorrência equitativas”, assegurou.

A futura comissária também disse que “depois de 15 anos de grandes reformas bancárias” se devia fazer uma “pausa e dar tempo para que o quadro regulamentar se estabeleça”.

Encontrar “uma via” para o esquema europeu de garantia de depósitos

Para Maria Luís Albuquerque, com as discussões em torno do esquema europeu de garantia de depósitos estagnadas há quase uma década, a UE deveria “estar aberta a diferentes opções para chegar a um consenso”. “A vontade de todas as partes é crucial e, se for confirmada como comissária, estou pronta a facilitar um acordo”, frisa.

A futura comissária quer encontrar “uma via a seguir no Sistema Europeu de Garantia de Depósitos para garantir que todos os depositantes são igualmente protegidos onde quer que se encontrem na União Bancária e que aborde o risco de falências de bancos locais poderem causa contágio e repercussões”.

Melhorar a supervisão financeira na UE

Ao nível da supervisão financeira, Maria Luís Albuquerque destaca que o sistema pode ser melhorado para que a UE possa alcançar “todo o potencial dos mercados de capitais, reduzindo as ineficiências, realizando economias de escala e criando confiança no funcionamento dos mercados.

Por um lado, “seria fundamental reduzir o fardo regulamentar”, frisa. Por outro, a UE tem várias formas de melhorar a arquitetura de supervisão. “Uma é a supervisão conjunta a nível da UE, em que um único supervisor supervisiona determinados intervenientes no mercado em diferentes Estados-membros”, refere Maria Luís, dando o exemplo do Mecanismo Único de Supervisão no setor bancário. Vem aí um super-regulador como a norte-americana SEC?

Finanças mais sustentáveis, mas com regras mais simples

Maria Luís Albuquerque realça que a UE já realizou progressos importantes em matéria de Finanças Sustentáveis desde 2018 e que “os primeiros sinais são encorajadores”. “Os investimentos verdes estão a crescer de forma constante”, considera.

Mas também diz que o novo quadro e os seus requisitos de reporte acarretam novos custos a curto prazo, embora o custo da inação “face ao desafio climático esteja a tornar-se cada vez mais evidente”. Nesse sentido, com base no quadro em vigor, Maria Luís propõe-se a trabalhar “no sentido de simplificar os requisitos para aliviar os encargos desnecessários, sem comprometer os objetivos do Pacto Ecológico Europeu”. “Não necessitamos de novos requisitos ou regulamentos significativos, mas provavelmente necessitaremos de ajustar os existentes e de aperfeiçoar os requisitos e regulamentos para torná-los adequados à sua finalidade”, sublinha.

“Se for confirmada, trabalharei para melhorar a usabilidade global do quadro, reduzindo os encargos administrativos para as empresas, e simplificando o quadro para torná-lo mais utilizável por um leque mais vasto de intervenientes, incluindo as PME, sem prejudicar os objetivos principais e sem dar origem a greenwashing”, sintetiza.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Municípios ganham novas competências no Alojamento Local e vizinhos perdem poderes

Decreto-lei que produz efeitos a 1 de novembro retira à assembleia de condóminos a capacidade de encerrar um estabelecimento apenas por maioria de dois terços.

Os municípios receberam nesta quarta-feira um reforço de competências em matéria de Alojamento Local (AL), com a publicação de um decreto-lei que determina novos poderes na “atribuição, regulação, fiscalização e promoção de processos de intervenção nas unidades de Alojamento Local”.

Às autarquias é dado poder para, em regulamento próprio, definir procedimentos e meios de atuação, criar zonas de contenção e de crescimento sustentável e substituir a assembleia de condóminos na inviabilização de um apartamento de AL num edifício habitacional. O diploma produz efeitos a 1 de novembro.

Importa que os municípios possam assumir competências para acomodar, de forma sustentável e estratégica, a atividade do alojamento local, atendendo às características próprias dos seus territórios, através de regulamento próprio”, diz o documento publicado em Diário da República.

As autarquias podem agora criar áreas de contenção e áreas de crescimento sustentável, por freguesia, na totalidade ou apenas parte do território. As primeiras são aquelas onde se verifique sobrecarga de estabelecimentos de alojamento. Já para as áreas de crescimento sustentável, consideram-se aquelas que justifiquem “especiais medidas de monitorização e acompanhamento, no sentido de prevenir uma situação de sobrecarga com efeitos indesejáveis para os bairros e lugares”.

A pressão habitacional e a ambiental são, segundo a lei, dois dos fatores a levar em conta. Estas avaliações devem ocorrer de três em três anos e, tal como sucede na delimitação geográfica, pressupõem a existência de estudos que apontem esta necessidade.

No caso da área de contenção, podem ser considerados pelo município critérios para não emissão de licença a existência de um contrato de arrendamento da fração nos dois anos anteriores ao pedido de licença para AL e a relação entre o número de estabelecimentos e o número de fogos disponíveis para habitação.

Vizinhos perdem poder para encerrar estabelecimentos de AL

Com esta alteração legislativa que o PSD, partido que suporta o Governo, já defendera ser necessária para reverter a desconfiança criada pelo pacote Mais Habitação do executivo de António Costa, o presidente da câmara passa a absorver poderes que até aqui estavam com a assembleia de condóminos de prédios habitacionais. Os vizinhos perdem a capacidade de se oporem à presença de um fogo em AL apenas mediante votação de maioria de dois terços da permilagem.

Agora, tem de haver “deliberação fundamentada aprovada por mais de metade da permilagem do edifício, com fundamento na prática reiterada e comprovada de atos que perturbem a normal utilização do prédio, bem como de atos que causem incómodo e afetem o descanso dos condóminos”. Para tal, a assembleia deverá solicitar “uma decisão do presidente da câmara municipal”, o qual tomará uma decisão, ou delegará “nos vereadores e nos dirigentes dos serviços municipais”. O eventual cancelamento da licença vigorará por um período máximo de cinco anos.

O presidente da câmara recebe ainda uma nova competência, a de, não efetuando o cancelamento do registo, “convidar os intervenientes à obtenção de um acordo, acompanhado, quando exista, por um provedor do AL, com vista ao arquivamento do procedimento mediante a aceitação de compromissos e condições”. O prazo para este processo é de 60 dias, pressupondo um relatório final com “as soluções e propostas de medidas a adotar, ou a conclusão de inviabilidade de acordo, com vista a decisão final do órgão competente”.

Na nova lei define-se ainda que a capacidade máxima dos estabelecimentos de Alojamento Local é de nove quartos e 27 hóspedes, exceto nas categorias de quartos e hostel.

Entre as alterações está ainda a obrigação de a Assembleia Municipal “deliberar expressamente” se pretende criar um regulamento específico para a atividade quando o município detenha “mais de 1.000 estabelecimentos de Alojamento Local registados”. O prazo para essa manifestação é de 12 meses após se atingir o milhar de unidades.

Neste regulamento poderá surgir um “provedor de Alojamento Local”, que “apoie o município na gestão de diferendos entre os residentes, os titulares de exploração de estabelecimentos de alojamento local e os condóminos ou terceiros contrainteressados”. Entre as competências deste “árbitro” está a apreciação das queixas, indicação de recomendações e aprovação e implementação “de guias de boas práticas sobre o funcionamento da atividade”.

Uma das intenções indicadas pelo Governo neste decreto-lei é conciliar esta atividade com o direito à habitação, frisando, para lá deste, o “respeito dos direitos de iniciativa privada” e “de propriedade privada”, os quais tinham sido referidos como estando em causa com a anterior formulação legal e com outras partes do pacote Mas Habitação. Faz-se ainda a nota de necessidade de conciliação com “os impactos económicos e urbanísticos daquela atividade em Portugal”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal e Espanha estudam três novas ligações ferroviárias

Montenegro revelou que está a ser analisada a operabilidade da ligação Aveiro e Salamanca e estudada mais duas opções a partir de Faro ou Elvas e Porto ou Bragança.

O primeiro-ministro revelou que estão a ser estudadas três novas ligações ferroviárias entre Portugal e Espanha, a partir de Aveiro, Faro ou Elvas e Porto ou Bragança. Sem definir prazos ou entrar em grandes detalhes, Luís Montenegro sublinhou que estas ligações estão a ser analisadas e a pensar “para o futuro”.

“Há três ligações ferroviárias que estamos a vislumbrar para o futuro. A operabilidade da ligação de Aveiro e Salamanca, e depois duas que estão em estudo para poderem ser aprofundadas nos próximos anos: a ligação Faro ou Elvas e Sevilha, e a ligação de Porto, Bragança e Zamora“, anunciou o primeiro-ministro numa conferência de imprensa com o homólogo espanhol Pedro Sánchez, para dar a conhecer as conclusões da 35º Cimeira Luso-Espanhol que se realizou em Faro, esta quarta-feira.

De acordo com Montenegro, os trabalhos para o desenvolvimento desta e de outras ligações ferroviárias está a ser feito em “consonância” com o Governo espanhol com vista a “conjugar os calendários de obra de uma de outra ligação para se poderem executar no mais curto espaço de tempo”.

Pedro Sánchez sublinhou que o compromisso entre os dois países é de as ligações ferroviárias em causa “estarem prontas em 2030”, a tempo do Mundial da FIFA em 2030, que será organizado por Portugal, Espanha e Marrocos.

O compromisso com o reforço das ligações ferroviárias faz parte de um total de 11 acordos assinados entre Portugal e Espanha no âmbito desta cimeira. Na declaração conjunta a que o ECO teve acesso, lê-se que Portugal e Espanha “comprometem-se a continuar a promover” as ligações rodoviárias e ferroviárias transfronteiriças, em especial as ligações em Alta Velocidade entre Lisboa e Madrid.

Sobre esse assunto, Luís Montenegro diz que a “prioridade” do Governo é ligação Alta Velocidade entre “Lisboa-Porto-Vigo-Madrid”, recordando já ter sido adjudicado o primeiro troço dessa ligação. “Queremos até antecipar o calendário na medida do possível”, admitiu. “A segunda prioridade é a ligação Lisboa-Madrid, via Évora e Badjoz”, continuou.

Paralelamente, Montenegro sublinha que, neste momento, o objetivo é “conciliar a terceira travessia sobre o rio Tejo em Lisboa, com a construção da ligação em Évora em Alta Velocidade”, sendo este “um processo que corre em simultâneo com a construção do aeroporto de Lisboa”.

Além das ligações entre Portugal e Espanha, Montenegro e Sánchez revelaram que vão subscrever uma carta ao seu homólogo de França para “poder levar a cabo a interligação ferroviária” de passageiros e mercadorias entre a Península Ibérica e o centro da Europa.

“Eu e o Presidente do Governo de Espanha vamos subscrever uma carta e vamos endereçar ao primeiro-ministro de França, precisamente para poder levar a cabo a interligação ferroviária que é necessária para o transporte de passageiros e de mercadorias entre a Península Ibérica e o centro de Europa”, disse Montenegro na conferência de imprensa.

O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro (D), e o Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sanchez (C), à chegada para a cerimónia de Assinatura de Instrumentos Jurídicos, durante a XXXV Cimeira Luso-Espanhola, na Câmara Municipal de Faro, em Faro, 23 de outubro de 2024LÚIS FORRA/LUSA

Madrid e Lisboa urgem Paris a concretizar ligações energéticas

Outro tema que valeu um acordo entre Portugal e Espanha foi a necessidade de se concretizarem os compromissos establecidos entre os dois países e França a nível das ligações energéticas. Os dois homólogos deixaram um repto para “a concretização dos compromissos estabelecidos entre Portugal, Espanha, França e a Comissão Europeia no domínio das interconexões energéticas”, que o primeiro-ministro português considerou que “não pode esperar mais”.

“Não é admissível que estejamos sempre a discutir as mesmas matérias quando são assumidas como compromissos em documentos solenes”, considerou o primeiro-ministro. “Quer eu, quer o presidente Sánchez, não vamos regatear nenhum esforço para forçar, é o termo, forçar a França e a Comissão Europeia, em representação de todos os outros Estados-membros, para cumprir um desígnio que aliás é uma das pedras de toque, quer do relatório Letta, quer do relatório Draghi”, assinalou.

Na declaração conjunta lê-se que Portugal e Espanha “mantêm-se determinados em expandir e modernizar as interligações energéticas entre a Península Ibérica e o resto da Europa“, com vista a reforçar a segurança e a resiliência do abastecimento energético no bloco europeu.

Os dois Governos destacam a urgência de acelerar o reforço das suas interligações elétricas, em linha com a meta europeia de 15%”, lê-se na declaração.

Ademais, os dois países reforçam a ambição de continuar “a trabalhar na concretização do projeto de hidrogénio renovável H2MED e, nomeadamente, nas infraestruturas CelZa (Celorico da Beira e Zamora) e BarMar (Barcelona e Marselha)”, aprovado em 2022, “tornando a Península Ibérica uma região exportadora líquida de hidrogénio verde”.

Portugal e Espanha assinam “acordo histórico” para a gestão da água

A cimeira entre os dois países serviu ainda para reforçar os acordos em matérias de gestão de recursos hídricos, tema central do encontro entre Montenegro e Sánchez, em Faro. Na declaração conjunta, os dois governos “congratulam-se com o entendimento firmado no quadro da Convenção de Albufeira (…) relativo aos princípios orientadores para o estabelecimento de um caudal diário no rio Tejo, a partir da barragem de Cedillo, com o objetivo de manter os caudais circulantes”.

Ademais, foi assinado um acordo relativo a um “regime de caudais mensais no Rio Guadiana na secção de Pomarão, com vista a garantir o bom estado do estuário e a distribuição equitativa dos caudais disponíveis para o uso de ambos os Estados”.

De acordo com Montenegro, os dois países vizinhos partilham “um bem essencial”, “indispensável para a prosperidade” da Península Ibérica sendo por isso essencial “aprofundar em termos de manutenção de caudais no Tejo e Guadiana” a atividade de pesca, navegação e recreio.

Paralelamente, os dois governos firmaram um acordo para a construção de duas pontes: uma sobre o Rio Sever, entre as localidades de Montalvão-Nisa (Portugal) e Cedillo (Espanha); e outra sobre o Rio Guadiana, entre as localidades de Alcoutim (Portugal) e Sanlúcar de Guadiana (Espanha).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

E-Redes ultrapassa seis milhões de contadores inteligentes instalados

  • Lusa
  • 23 Outubro 2024

O operador pretende ainda alcançar a totalidade dos clientes em Portugal continental, sendo que a expectativa é de que este objetivo seja alcançada até o final do ano.

A E-Redes, antiga EDP Distribuição, revelou esta quarta-feira que ultrapassou já a meta dos seis milhões de contadores de eletricidade inteligentes instalados em Portugal continental, estando atualmente na reta final da instalação de 6,4 milhões de contadores.

A instalação dos contadores de eletricidade inteligentes (‘smart meters‘) é “um passo crucial na transformação do setor da energia elétrica em Portugal, que permite uma gestão mais eficiente da energia, promove melhores hábitos energéticos, ajuda a reduzir a pegada de carbono e contribui para a eliminação de faturas por estimativa”, salienta o operador de distribuição de eletricidade num comunicado.

Realça também que a instalação dos novos contadores permite que o cliente deixe de estar presente na grande maioria dos serviços remotos de ativação e alteração contratual.

O diretor Operações de Redes Inteligentes da operadora, Luís Filipe Pereira, afirma no comunicado que quando se dota “uma rede de distribuição com a capacidade de gerir os fluxos energéticos de forma flexível e de obter informação sobre o seu estado, em cada local e momento”, cria-se “uma Rede Inteligente, com potencial para tornar o sistema elétrico mais eficiente, sustentável e com melhor qualidade de serviço”.

Nesse sentido, a E-Redes tem vindo a substituir os contadores por novos equipamentos de medição inteligente.

O operador pretende alcançar a totalidade dos clientes em Portugal continental, sendo que a expectativa é de que esta meta seja alcançada até o final do ano.

“O cumprimento deste objetivo reforça o compromisso da E-REDES com a qualidade de serviço e a transição energética”, sublinha a empresa no comunicado.

Nesta última fase em que a operadora está a instalar os últimos ‘smart meters’, o operador de Rede de Distribuição apela também a todos os clientes que ainda não tenham o contador inteligente, que contactem a empresa, através da sua linha telefónica de atendimento ou através do seu ‘site‘ para que procedam à substituição do contador.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Oeiras com rastreios gratuitos de saúde e bem-estar

  • ECO
  • 23 Outubro 2024

O município de Oeiras apoia a feira "Saúde na Linha" no centro comercial Oeiras Parque que vai realizar de sexta-feira a domingo rastreios gratuitos na área da saúde e do bem estar.

O Oeiras Parque vai organizar, de sexta-feira a domingo, mais uma edição da feira “Saúde na Linha”. A iniciativa é apoiada pelo município de Oeiras e pretende disponibilizar rastreios gratuitos em diversas áreas de saúde e bem-estar.

O evento localiza-se no centro comercial Oeiras Parque durante as 10h e as 20h e conta com rastreios nas áreas de dermocosmética, higiene oral, visão, audição e nutrição. Ainda proporciona rastreios à tensão ocular, avaliação ao risco de diabetes, avaliação do risco cardiovascular e da intolerância à lactose, e despiste à insuficiência venosa crónica.

A feira tem presentes profissionais da farmácia Veritas, da André Ópticas, especialistas de audição da Widex, peritos em medicina dentária, medicina estética e cirurgia plástica da Clínica HeyDoc onde os visitantes poderão realizar no stand um scanner intraoral. No bem-estar, estarão presentes os especialistas em colchões e almofadas da Colunex, o Celeiro e a Be.U com um corner de Beleza no qual as pessoas podem obter uma avaliação de pele através de um analisador facial 3D.

A iniciativa pretende promover um estilo de vida saudável e alertar para a prevenção na saúde aos visitantes da feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo apela à preservação da “ordem pública” após desacatos em Lisboa

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 23 Outubro 2024

Presidente da República pede garantia da ordem pública perante desacatos na Grande Lisboa em protesto pela morte de um homem no bairro da Cova da Moura, baleado por um agente da PSP.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou esta quarta-feira à garantia da “segurança” e da “ordem pública”, em particular “através do papel das forças de segurança”, na sequência dos desacatos das últimas horas em várias zonas da Grande Lisboa, após a morte de um homem baleado pela PSP.

Numa nota publicada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa disse estar a acompanhar “atentamente” os acontecimentos, estando “em contacto com o Governo e os presidentes das câmaras municipais da Amadora e de Oeiras”.

Além da importância de preservar os “valores democráticos” da segurança e da ordem pública, o Chefe de Estado realça que essa garantia “tem de respeitar os princípios do Estado de Direito democrático, designadamente os Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos, bem como fazer cumprir os respetivos Deveres”.

Apesar dos problemas sociais, económicos, culturais e as desigualdades que ainda a atravessam, [a nossa sociedade] é genericamente pacífica, e assim quer continuar a ser, sem instabilidade e, muito menos, violência“, sublinha ainda o Presidente da República na mesma nota.

Os desacatos na região de Lisboa — que já se alastraram aos concelhos de Lisboa, Amadora, Oeiras, Odivelas, Loures, Cascais e Seixal — tiveram início após Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, ter sido baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, acabando por morrer pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier.

Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Desde a noite de segunda-feira foram registados desacatos no Zambujal e, já na terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados dois autocarros, automóveis e caixotes do lixo, e detidas três pessoas. Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram esfaqueamentos sem gravidade.

Esquerda repudia violência e critica Governo, direita sai em defesa da polícia

Em reação aos desacatos registados nas últimas 48 horas em vários bairros lisboetas, os partidos da esquerda parlamentar repudiam a violência, mas pedem que sejam apuradas as responsabilidades pela morte de Odair Moniz, com o Livre a admitir chamar a ministra da Administração Interna à Assembleia da República. À direita do hemiciclo, PSD e CDS elogiam as forças de segurança, enquanto o Chega e os liberais apelam a um reforço policial.

O PS, através da líder parlamentar Alexandra Leitão, criticou o défice de intervenção do Governo para conter o alarme social na sequência dos desacatos na Grande Lisboa e defendeu uma “intervenção moderada para garantir a segurança e um trabalho multidisciplinar nos bairros“.

“Lamentamos a morte do cidadão no quadro de um incidente com a polícia. É preciso apurar todas as circunstâncias que rodearam essa morte e isso é fundamental. Sobre isso não direi mais até se saber exatamente quais são essas circunstâncias”, ressalvou a presidente da bancada socialista.

Mais crítico da ação policial, que considera que, “vezes demais, não trata os cidadãos da mesma forma, o presidente da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, pediu uma “polícia sintonizada com o Estado de Direito” e alertou para uma “permanente estigmatização” de pessoas racializadas.

Ser negro em Portugal aumenta a probabilidade de ser atingido mortalmente pelas forças de segurança 21 vezes. As populações das áreas urbanas de Lisboa, as pessoas racializadas, merecem um tratamento igual perante o Estado, merecem ser cidadãos de pleno direito”, sustentou Fabian Figueiredo.

Falando aos jornalistas, o deputado do PCP António Filipe repudiou “quaisquer atos de violência e manifestações de apelo ou incitamento à violência”, pedindo “serenidade” e “calma” às populações, e, simultaneamente, para que haja uma “intervenção policial que seja adequada e proporcional às circunstâncias existentes”.

Sobre a morte de Odair Moniz, que foi baleado fatalmente por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, António Filipe exigiu um “esclarecimento cabal do que aconteceu”, uma vez que, disse, a “polícia serve para proteger os cidadãos e garantir a tranquilidade dos cidadãos”.

Numa posição transmitida pelo deputado Paulo Muacho, o Livre criticou a reação da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco — que classificou os distúrbios dos últimos dias como “inadmissíveis” –, considerando que pode “acicatar ânimos”. Deve haver a capacidade de a situação serenar e é preciso também perceber o que está a falhar”, apontou.

“Logo que se consigam apurar mais algumas circunstâncias” deste caso, o deputado adiantou que o Livre irá chamar Margarida Blasco ao Parlamento para esclarecer “o que é que efetivamente aconteceu” desde o momento em que Odair Moniz foi morto por um agente da PSP.

o PSD e o CDS elogiaram a ação desenvolvida pelas forças e serviços de segurança para a reposição da ordem pública em várias zonas da periferia de Lisboa e condenaram extremismos e aproveitamentos políticos da situação.

Não obstante, Hugo Soares, líder da bancada parlamentar social-democrata, considerou que “sempre que há excecionalidades elas devem ser investigadas”, numa alusão à situação do agente da PSP que baleou mortalmente Odair Moniz e que já foi constituído arguido.

João Almeida, em representação do partido centrista, salientou que se tem assistido a “atos de vandalismo inaceitáveis”, considerando que aqueles que contribuíram para esses atos “devem ser severamente punidos”. Além disso, o deputado do CDS acusou as posições do BE e do Chega de “incitarem à violência e ao ódio”.

Antes de João Almeida e Hugo Soares, o presidente do Chega havia defendido que é preciso “tolerância zero” com quem causa distúrbios, tendo pedido ao Governo uma “condenação inequívoca” dos desacatos ocorridos nas últimas noites na Grande Lisboa.

“Ou nós damos um sinal político, a esta hora, de que estas pessoas terão margem zero e tolerância zero, ou nós arriscamos outra noite de conflitos, outra noite de turbulência e outra noite de desacatos. Não pode haver tolerância”, afirmou André Ventura, que classificou os autores dos desacatos como “rascaria” e “bandidagem pura”.

Por sua vez, o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, apelou ao reforço do policiamento e intervenção do Estado “para repor a ordem” depois dos desacatos na Área Metropolitana de Lisboa e acusou o Chega e o BE de serem “abutres” a querer “incendiar a cena política”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.