📹 O que é o período experimental e como posso evitá-lo? Veja o “Manual de sobrevivência para o trabalho”

"Manual de sobrevivência para o trabalho" é uma série de vídeos do ECO, que num minuto que lhe dão os conhecimentos essenciais para navegar no mundo do emprego.

Sabia que pode ser dispensado pela empresa nos primeiros meses do contrato sem qualquer indemnização? É o chamado período experimental. Mas, atenção, há maneira de o evitar. No “Manual de sobrevivência para o trabalho” desta semana, o ECO explica-lhe tudo.

http://videos.sapo.pt/NTCNk55Fnker9JooQdPL

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Benfica revitaliza Bairro do Calhariz Velho com 20 milhões de euros para atrair investimento

Residência universitária que é inaugurada nesta quarta-feira constitui o projeto âncora da reabilitação urbana nesta zona de Lisboa.

A residência universitária de Calhariz de Benfica é inaugurada esta quarta-feira24 setembro, 2024

O bairro do Calhariz Velho de Benfica, “uma zona envelhecida” desta freguesia lisboeta, está a ser objeto de “uma regeneração urbana como nunca foi feita”, com a construção de 58 casas para arrendamento acessível, uma residência universitária e diversos equipamentos. Este “projeto bandeira”, orçado em 20 milhões de euros, estará concluído até 2025 e “visa atrair mais investimento, turismo” e população, dinamizando a economia local, avança Ricardo Marques, presidente desta junta.

O primeiro passo é dado já esta quarta-feira com a inauguração da residência universitária com capacidade para 120 camas, num investimento superior a quatro milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “É a primeira residência universitária do país construída e gerida por uma Junta de Freguesia, sendo o ponto âncora desta revitalização” que está a acontecer no bairro do Calhariz Velho de Benfica, assinala Ricardo Marques em declarações ao ECO/Local Online.

“O conjunto destas obras [no âmbito do vasto projeto] vai quebrar o isolamento” desta zona que também é conhecida pelos restaurantes com gastronomia tradicional. E que vai ganhar uma nova vida urbana, “aproximando-se de Monsanto que até então está de costas voltadas”.

Para o autarca, “a residência universitária de Calhariz representa um passo importante na resposta à crescente necessidade de alojamento estudantil e na luta contra o abandono escolar”. Com este novo espaço, a freguesia da capital aumenta em 24% a oferta de camas disponíveis para estudantes bolseiros deslocados na cidade de Lisboa. Nas imediações, situam-se a Escola Superior de Música, a Escola Superior de Educação e a Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL)

É a primeira residência universitária do país construída e gerida por uma Junta de Freguesia, sendo o ponto âncora desta recuperação” que está a acontecer no bairro do Calhariz Velho de Benfica.

Ricardo Marques

Presidente da Junta de Freguesia de Benfica

Na hora de decidir o tipo de construção da residência universitária, a Junta de Freguesia de Benfica optou por um sistema modular e apostou na sustentabilidade e eficiência energética ao implementar um sistema de recuperação de águas pluviais que utiliza a força da gravidade sem necessidade de bombas, para irrigar os jardins, descreve o autarca.

Na mesma linha da sustentabilidade, também serão reaproveitadas as águas cinzentas, provenientes dos lavatórios, duches e lavagem de louça, para as descargas dos autoclismos; permitindo uma redução de 50% no consumo de água.

Mais 58 famílias beneficiarão de arrendamento acessível

Ainda no âmbito deste projeto, a Junta de Freguesia vai reabilitar um edifício para a construção de oito apartamentos destinados a arrendamento acessível, de modo a dar resposta ao problema de habitação em Lisboa. Deverão estar prontos até dezembro deste ano, envolvendo um custo de dois milhões de euros. Igualmente destinada a renda acessível está prevista a construção de raiz de mais 50 apartamentos num terreno contíguo à nova residência universitária, que a Junta de Freguesia vai comprar à câmara de Lisboa por 1,6 milhões de euros. Estarão prontos a habitar no verão de 2025 e resultam de um investimento total de nove milhões de euros, calcula o socialista Ricardo Marques.

Presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Ricardo Marques
Presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Ricardo Marques24 setembro 2024

O PRR é o grande motor de toda esta revolução na freguesia. “O objetivo é aproveitar o PRR para rejuvenescer esta zona envelhecida de Benfica, suprimindo a lacuna de falta de alojamento e de mais respostas para os mais pequenos”, neste último caso mediante a construção de uma creche.

Desta operação de reabilitação urbana fazem ainda parte uma ciclovia — num investimento de dois milhões de euros — que vai ligar a rotunda do Pina Manique até ao Campus do IPL, em Benfica, além de um skatepark “para atrair mais jovens” para a freguesia. “No próximo mês inauguramos os arruamentos que foram requalificados”, completa o autarca que quer marcar a diferença na freguesia.

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Universidade Alfonso X el Sabio inaugura o ano académico 2024/2025, comemorando o seu 30º aniversário

  • Servimedia
  • 25 Setembro 2024

Durante o novo ano académico, a UAX continuará a prestar especial atenção à transformação das profissões, a fim de inovar o processo de ensino-aprendizagem.

A Universidade Alfonso X el Sabio (UAX) inaugurou o ano académico 2024/2025. Um curso que, como explicou, será também marcado pela comemoração do 30º aniversário da criação da UAX.

Indicou que a sua criação “foi um marco para o ensino superior em Espanha, uma vez que a sua fundação como a primeira universidade privada não confessional introduziu um modelo educativo inovador, formando desde as suas origens o talento exigido pelas empresas e evoluindo os modelos de ensino superior para os alinhar com as mudanças sociais e laborais que o nosso país viveu nas últimas três décadas. Desde então, mais de 50.000 profissionais passaram pelas suas salas de aula e trabalham atualmente em empresas líderes em todo o mundo”.

Este papel foi destacado durante a cerimónia de abertura do ano académico pelo presidente e fundador da Universidade Alfonso X el Sabio, Jesús Núñez Velázquez, que afirmou que “há 30 anos, a Universidade Alfonso X el Sabio começou a formar profissionais com a convicção de que era necessário um modelo inovador para responder às necessidades de talento do mercado de trabalho. Ao longo dos anos, este tem sido o nosso motor de crescimento, baseado na colaboração com empresas líderes nos mais diversos setores para perceber que talento era procurado e para poder formar os nossos alunos com os conhecimentos e competências que lhes permitissem entrar na vida profissional o mais rapidamente possível, para deixar a sua marca e liderar as mudanças que têm vindo a ocorrer”.

Ouvir o mercado, observar e analisar a sua evolução tem sido uma constante da UAX ao longo das últimas três décadas. Este trabalho levou-a a estabelecer fortes ligações com as empresas, chegando a quase 9.000 acordos de colaboração com empresas líderes nos seus setores. Isabel Fernández, reitora da UAX, sublinhou as implicações desta colaboração universidade-empresa no mercado atual: “A UAX tem um papel crucial a desempenhar no contexto atual, com um mercado de trabalho em que surgem constantemente novas profissões. O modelo da UAX responde de forma rápida e solvente a estas necessidades, graças ao apoio de empresas de todos os setores, bem como de profissionais que contribuem com os seus conhecimentos e experiência para o desenvolvimento dos nossos programas e projetos”.

TECNOLOGIA

Com o objetivo de criar uma nova geração de profissionais capazes de impactar a sociedade a partir das suas empresas, transformando os negócios e gerando novas soluções para os desafios do mundo atual, a UAX desenvolveu modelos de formação em que o aluno é o protagonista da sua própria aprendizagem.

É o caso do modelo UAXmakers, que promove a aprendizagem prática e interdisciplinar dos alunos através do desenvolvimento de projetos em que são criadas soluções reais para desafios lançados por empresas e ligados aos objetivos da agenda 2030. Desde a sua criação, mais de 6.000 alunos colaboraram com empresas como o Caixabank, Quirónsalud, Banco Santander, Microsoft ou Ecoalf, entre muitas outras, em mais de uma centena de projetos.

Outro exemplo de como a UAX está constantemente a transformar os modelos de ensino para os adaptar à realidade do mercado é a sua Faculdade de Business & Tech, a única em Espanha que combina formação em tecnologia e negócios, garantindo que os estudantes são formados para compreender o impacto da tecnologia nos negócios.

De facto, a universidade presta especial atenção à forma como as profissões estão a mudar devido ao impacto da tecnologia para garantir que os seus estudantes estão preparados para se integrarem no mercado de trabalho. Assim, durante o ano letivo de 2024/2025, a UAX continuará a desenvolver o seu Observatório do Impacto das Tecnologias nas Profissões com o objetivo de acelerar a inovação do seu modelo educativo de acordo com os novos perfis e competências digitais exigidos pelas empresas. A este respeito, o reitor da UAX sublinhou que “o nosso olhar está centrado no futuro e na forma como a tecnologia e o conhecimento podem transformar o futuro do trabalho. Temos de ser um espaço de debate e reflexão aberto para compreender o alcance das mudanças que estamos a viver, ao mesmo tempo que temos a responsabilidade de formar os nossos alunos com as competências necessárias para aplicar a tecnologia com propósito”.

RENOVAÇÃO

A UAX tem experimentado um crescimento sustentado nos últimos 30 anos, contando atualmente com três campus equipados com instalações e centros de vanguarda na Europa. É o caso do Campus da UAX Madrid Villanueva (em Villanueva de la Cañada), com mais de 10 hectares, onde se encontram instalações de referência na Europa, como o Hospital Clínico Veterinário, um espaço de 7.000 m2 equipado com uma UCI 24 horas onde 80 profissionais atendem mais de 9.000 pacientes por ano. Também neste campus se encontram o Hospital de Simulação Virtual e os laboratórios de biomedicina e odontologia, que foram digitalizados e atualizados para oferecer a formação mais atualizada aos alunos dos primeiros anos dos seus cursos.

Para além de Villanueva, a UAX tem mais dois campus na cidade de Madrid, o Campus UAX Madrid Chamberí, junto ao coração financeiro e empresarial da cidade, que alberga a Faculdade de Business & Tech e se destaca como um ecossistema onde a tecnologia e os negócios andam de mãos dadas; e o Campus UAX Madrid Chamartín, que alberga a única Faculdade de Música e Artes Cénicas de Espanha, a única do género em Espanha. Para além disso, a UAX tem duas Clínicas Dentárias de Graduação e Pós-Graduação, que também foram digitalizadas este ano.

O último passo na evolução da Universidade Alfonso X el Sabio foi marcado pelo lançamento da UAX Mare Nostrum em Málaga, com o objetivo de gerar talentos em áreas de elevada procura, como Saúde e Desporto, Negócios e Tecnologia e Arte e Design. A UAX Mare Nostrum foi criada para apoiar o desenvolvimento de Málaga e da Andaluzia como um centro digital no sul da Europa, fornecendo o talento e o espírito empreendedor necessários.

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Sustentabilidade já cria desconfiança e pede nova regulação

Os consumidores estão atentos às declarações de sustentabilidade das marcas e começam a questioná-las, assinala a Deco Proteste. Nova regulação será determinante para assegurar rigor.

Todos os dias, os consumidores se deparam com múltiplas “promessas” de sustentabilidade, associadas aos produtos e serviços que consomem. Neste dia 25 de setembro, dia nacional da Sustentabilidade, a Deco Proteste indica que este tipo de declarações está a gerar desconfiança do lado dos consumidores, e defende que apenas com regulação específica se pode colmatar o problema do greenwashing — isto é, quando um produto tenta passar por sustentável quando não o é realmente.

Um estudo recente de uma congénere espanhola da Deco Proteste mostra que cerca de 43% dos consumidores não acredita, ou pelo menos desconfia, das alegações ambientais dos produtos. Em Portugal, a Deco Proteste já regista “contactos de consumidores a questionar alguns rótulos”, indica a responsável pela área de Sustentabilidade desta organização de defesa do consumidor, Elsa Agante.

De momento, existem já mais de 450 rótulos “ecológicos” a nível mundial, o que aumenta a descrença, assume a Deco Proteste. Entre os rótulos mais confiáveis, a organização de defesa do consumidor portuguesa aponta aqueles que são certificados com o EU Ecolabel, o FairTrade e o Forest Stewardship Council.

"O que falha, muitas vezes, é a transparência das alegações.”

Elsa Agante

Responsável de sustentabilidade da Deco Proteste

Em paralelo, existem as afirmações ambientais “autodeclaradas”, feitas por fabricantes, importadores ou distribuidores, sem certificação independente e que “nem sempre são exatos e verificáveis”. “Eco”, “renovável”, “biodegradável”, “feito de conteúdo reciclável”, “livre de”, são algumas das declarações deste tipo que muitas vezes se encontram nas embalagens. “O que falha, muitas vezes, é a transparência das alegações”, isto é, a clarificação dos benefícios ambientais anunciados, acusa Elsa Agante.

Tanto esta organização de defesa do consumidor como as homólogas a nível europeu estão a trabalhar no sentido de identificar e denunciar situações de greenwashing, indica Agante. “Ao nível das alegações ambientais, contactámos diretamente várias marcas para a possibilidade de as alegações serem consideradas como greenwashing, levando a que as mesmas se comprometessem a retirar as alegações em causa”, afirma.

Posto este cenário de desconfiança, “consideramos que apenas com legislação específica poderá haver uma maior proteção do consumidor”, conclui a responsável pela área de Sustentabilidade da Deco Proteste. Uma nova diretiva europeia, conhecida pela diretiva das Green Claims, prevê que todas as alegações tenham de ser verificáveis do ponto de vista científico, e que sejam certificadas por entidades independentes. “Uma mais-valia para tornar as alegações e rótulos ecológicos mais fiáveis”, considera a mesma organização.

Enquanto a nova legislação não é aplicada — o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu deverão discuti-la até ao final de 2024 –, os consumidores podem apenas tentar verificar as alegações ambientais dos produtos recorrendo à respetiva ficha técnica, e manter-se atentos, questionando “alegações vagas ou pouco precisas”.

Preço trava compras sustentáveis

Um outro estudo a nível europeu, levado a cabo pela Deco Proteste e respetivas congéneres, deteta que no ato de compra, 48% dos consumidores preferem comprar um produto com um rótulo ambiental. Em Portugal, a fatia ascende aos 60%. No entanto, quando a questão é o preço, as percentagens são menos expressivas: apenas cerca 40% dos consumidores na Europa estão disponíveis para pagar mais por “produtos sustentáveis” e, no caso dos portugueses, a percentagem não passa os 45%.

"Muitas são as pessoas que defendem comportamentos mais sustentáveis, mas ainda são poucas aquelas que os praticam.”

Elsa Agante

Responsável pela área de Sustentabilidade da Deco Proteste

“Muitas são as pessoas que defendem comportamentos mais sustentáveis, mas ainda são poucas aquelas que os praticam”, reconhece Elsa Agante, ao mesmo tempo que assinala que “o preço continua a ser o fator mais determinante”.

Por outro lado, a Deco Proteste relembra que “os produtos mais sustentáveis não são necessariamente mais caros”, e que as marcas devem melhorar os seus produtos para os tornar mais sustentáveis mas, ao mesmo tempo, “necessariamente acessíveis a todos os consumidores”.

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26 de setembro é o Dia do Numerário

  • Conteúdo Patrocinado
  • 25 Setembro 2024

Denária Portugal celebra a institucionalização do dia pelo acesso universal aos pagamentos em dinheiro com campanha.

A Denária Portugal vai celebrar a 26 de setembro a institucionalização do Dia do Acesso Universal aos Pagamentos em Dinheiro (vulgo Dia do Numerário), com o lançamento de uma campanha publicitária intitulada “O Digital Nunca Substituirá o Físico”.

Esta campanha viverá em imprensa e outdoor e visa sublinhar a importância de manter o numerário enquanto opção e direito de pagamento destacando o valor tangível e insubstituível do dinheiro físico nomeadamente nos domínios da privacidade, segurança e inclusão.

A Denária Portugal é uma associação sem fins lucrativos criada com o fim de agregar o interesse da Sociedade Civil na defesa da utilização do numerário como meio de pagamento corrente, independente, seguro e universalmente aceite. Tem como missão alertar para os riscos na limitação da utilização do dinheiro como forma de pagamento universal, procurando valorizar o numerário como o meio de pagamento mais inclusivo: acessível a todos os segmentos da população, nomeadamente os que necessitam de maior proteção como os mais velhos e os que têm algum tipo de incapacidade.

Por mais que o digital seja prático, o físico oferece uma experiência autêntica e incontornável no quotidiano dos cidadãos

A campanha apresenta uma série de comparações simples, mas impactantes, entre o digital e o físico, convidando o público a refletir sobre as vantagens do que é tangível, em temos de experiência e vivência, versus o que é virtual e à distância. O conceito transmite a ideia de que, por mais que o digital seja prático, o físico oferece uma experiência autêntica e incontornável no quotidiano dos cidadãos.

Debate no Estúdio ECO

Ainda no âmbito da celebração do Dia do Numerário, a Denária está a organizar um debate subordinado ao tema “Fraudes nos pagamentos: Digital vs. Numerário”. A discussão abordará as crescentes ameaças de fraude nos pagamentos digitais e como o dinheiro físico continua a ser uma forma segura e protegida de transação, sendo um mecanismo fundamental para proteger especialmente os segmentos da população mais frágeis (como os de menor recursos, os mais idosos ou os que não têm literacia digital).

Neste debate participam Mário Frota, Mandatário da Denária Portugal, Miguel Trindade Rocha, Presidente do Observatório Português de Compliance e Regulatório, e José Neto, Administrador da Prosonic.

O vídeo desta talk é revelado a 27 de setembro.

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Mais de 1.200 advogados e solicitadores vão despachar processos de imigrantes pendentes

Os advogados e solicitadores inscritos vão ganhar apenas 7,5 euros por processo. Mas bastonária alerta que são "meros procedimentos administrativos". Valor foi definido pela AIMA.

No espaço temporal de 24 horas, 845 advogados e 400 solicitadores (num total de 1.245) inscreveram-se na plataforma de prestação de serviços para ajudar a despachar de forma rápida os 400 mil pedidos pendentes de concessão e renovação de autorizações de residência de imigrantes em Portugal. As inscrições começaram às 18h00 de segunda-feira e terminam no dia 30 de setembro.

Este mês, a Ordem dos Advogados e a Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução (OSAE) assinaram um protocolo com a AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo) para prestação de serviços por advogados e solicitadores, ao preço contratual de 7,5 euros por processo. Valor esse que foi definido pela AIMA. Ou seja, cada profissional receberá este montante por cada processo, incluindo deslocações e custos incluídos. Os advogados irão receber uma avença de um mínimo de 150 euros e um máximo de 1400 euros por mês num processo que é meramente administrativo.

“Este protocolo nada tem a ver com a SADT. Isto é uma negociação que resulta de um concurso público, um ajuste direto de um preço que foi apresentado pelo adjudicatário (AIMA) que pediu ajuda da OA e da OSAE para conseguir dar seguimento e tramitar os cerca de 400 mil parados na AIMA e cuja capacidade de resolução a AIMA não tem. Os recursos humanos altamente qualificados e com uma componente técnica elevada que vai dispensar a formação intensiva que outros funcionários teriam de fazer. Isto não são ações judiciais, são meros expedientes administrativos que demoram cerca de 15 minutos por processo”. explica a bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro. “A OA não poderia dizer que não estava disponível porque a OA tem como função a defesa da justiça e dos cidadãos. Num momento destes, jamais poderíamos afastar-nos”.

De acordo com o regulamento, as funções dos advogados nestes casos serão mais direcionadas para a instrução de processos administrativos. Ou seja: a análise da informação comprovativa, a promoção da audiência prévia e a elaboração da proposta de decisão administrativa.

“O preço indicado inclui todos os custos, encargos e despesas cuja responsabilidade não esteja expressamente atribuída à AIMA, nele se considerando incluídas, nomeadamente, todas as despesas de alojamento, alimentação e deslocação de meios
humanos, aquisição, transporte, armazenamento e manutenção de meios materiais, bem como quaisquer encargos decorrentes da utilização de marcas registadas, patentes ou licenças”, segundo o Regulamento de Seleção de Advogados, Advogados Estagiários e Solicitadores.

Estes serviços, prestados remotamente, serão assegurados por advogados, advogados estagiários ou solicitadores, que “integrarão bolsas e equipas a constituir em função da tipologia dos processos” atribuídos, pode ler-se no concurso.

No comunicado, as duas ordens destacam “a honra e o privilégio de poder, assim, contribuir para a resolução de um tão grave problema, que afeta atualmente milhares de pessoas no nosso país, defendendo os direitos, liberdades e garantias” dos cidadãos e empresas.

No regulamento, a AIMA salvaguarda o risco de incompatibilidades levantado por alguns sindicatos, impondo regras apertadas aos candidatos. Os prestadores de serviços estão “impedidos de ter quaisquer interesses ou ligações com os processos em tratamento ou com os respetivos requerentes” de modo direto ou indireto, através de sociedades de advogados e colegas com quem partilhem escritório ou com quem “possam ter relações pessoais, familiares ou profissionais”.

Além disso, os prestadores “ficam também impedidos de prestar aos requerentes qualquer serviço por si, por via da sociedade de que façam parte, por meio de colegas de escritório ou de outros com quem possam ter relações pessoais, familiares ou profissionais, nos 12 meses subsequentes à prestação do serviço”.

Os requisitos para a inscrição serão verificados pelas respetivas Ordens e inclui a “frequência de uma ação de formação prévia, a ser disponibilizada pela Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes na AIMA”.

No final de 2023, as autoridades portuguesas estimavam em 400 mil o número de imigrantes com processos pendentes. Em julho, o Governo alterou a lei de estrangeiros, impondo novas restrições, entre as quais o fim das manifestações de interesse, um recurso que permitia a um cidadão estrangeiro, com visto de turista, iniciar em Portugal o seu processo de regularização.

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Gamalife é a seguradora com mais lucros, BBVA a mais rentável

As seguradoras baseadas em Portugal obtiveram 738 milhões de euros de lucro líquido em 2023, revelam dados da entidade supervisora. Veja o ranking de rentabilidade das 62 companhias.

As seguradoras que operam em Portugal tiveram uma descida de lucros no ano passado, em relação ao ano anterior. Ainda assim, as seguradoras com base em Portugal, mesmo pertencentes a capital estrangeiro, totalizaram 646 milhões de euros de resultados líquidos, a que se juntaram os lucros das sucursais de seguradoras europeias para uma soma de 738 milhões de euros.

Esses lucros distribuíram-se pelas 62 companhias analisadas pela ASF, entidade reguladora do setor, que esta segunda-feira divulgou os primeiros números da atividade de cada uma das seguradoras que atuaram em Portugal em 2023. Num primeiro registo, apenas cinco deram prejuízos e de pouca expressão, dado terem pouca atividade em Portugal ou estarem em fase de investimento, como é o caso da Asisa Seguros.

Outras quatro empresas não são passíveis de análise dada a singularidade da sua atividade: Hiscox, representada pela Innovarisk, Inter Partner do grupo AXA, CPR do grupo Fidelidade e Prévoir — esta última uma empresa independente com tradição e atividade significativa em seguros de Vida.

Em valor absoluto, a empresa com maior lucro registado em 2023 foi a GamaLife, seguradora Vida que distribui através do Novobanco e com sucursal em Itália. A Fidelidade atingiu 83 milhões de euros de lucro na atividade de seguros em Portugal, embora tenha obtido mais 100 milhões de resultados com o seu negócio no estrangeiro, não refletidos nesta análise.

Em volume financeiro, as seguradoras mais lucrativas são as que exploram o ramo Vida, com a intromissão de mistas como a Generali Tranquilidade e a Allianz. As companhias Vida, que ao mesmo tempo são as que exigem maior imobilização de capital por parte dos seus acionistas, ocupam as primeiras posições do ranking.

Entre as companhias que só operam em seguros Não Vida, o destaque vai para Liberty, Ageas Seguros e Zurich, no topo dos maiores lucros.

BBVA Seguros é a mais rentável

Face à indisponibilidade de indicação do valor dos capitais próprios de cada companhia, o ECOseguros optou por calcular – nesta fase – a rentabilidade dos negócios das seguradoras comparando resultados líquidos de 2023 com a atividade comercial.

A primeira opção foi utilizar um rácio clássico, comparativo de resultados líquidos com a adição de prémios brutos emitidos e resseguro aceite, em ambiente antigo onde vigoravam as normas IFR4. Nesta ótica, a BBVA Seguros foi a mais lucrativa, seguida da seguradora de saúde Planicare, da seguradora de caução Azuaga/Abarca, a GamaLife e a Aegon Santander Vida.

Uma outra versão de ranking é nova, já em ambiente IFRS 17, em que se procura a proporção dos mesmos resultados líquidos em relação ao total de Réditos de Contratos de Seguro, um novo conceito.

As diferenças entre os resultados dos rácios em IFRS 4 e IFRS 17 são visíveis nas companhias de seguros de Vida que já os utilizam ativamente e as de companhias Não Vida que ainda utilizam as novas normas de forma mais simples.

De forma simples, os prémios brutos emitidos refletem a receita total projetada de contratos emitidos, enquanto os réditos de contratos de seguros representam a parte dos prémios que já foi reconhecida como receita durante o período de cobertura dos riscos.

De outra forma, o conceito de Rédito de contratos de seguro está alinhado com o princípio da contabilidade de competência, que reconhece receitas e despesas à medida que os serviços são prestados, e não no momento em que o prémio é emitido.

Por esta perspetiva, e dado que ECOseguros não incluiu Resseguro aceite no ranking IFRS 17, o interesse está em comparar as diferenças de lucratividade entre IFRS4 e IFRS17 para uma mesma companhia.

Veja aqui as mais lucrativas:

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Governo, sindicatos e empresas discutem salários a duas semanas do OE2025

Sindicatos e confederações empresariais esperam que, desta vez, o Governo apresente propostas concretas ou mesmo um projeto do novo acordo de rendimentos. Salário mínimo vai aumentar para 870 euros.

O Governo volta a sentar-se à mesa, esta quarta-feira, com as centrais sindicais e com as confederações empresariais para discutir a valorização dos ordenados dos portugueses, incluindo o salário mínimo a praticar em 2025. Inicialmente, como o ECO revelou em primeira mão, o Governo avançou com uma proposta de aumento para 860 euros, mas sabe-se que, nas reuniões bilaterais, foi discutido revisão em alta dessa proposta, com a fixação da retribuição mínima mensal em 870 euros em 2025.

A duas semanas da entrega da proposta de Orçamento do Estado no Parlamento, os parceiros sociais não fecham a porta a um acordo, mas tudo vai depender das medidas concretas que serão apresentadas esta tarde. As empresas insistem num alívio fiscal, enquanto os sindicatos exigem aumentos dos salários mais expressivos do que os previstos.

“Se o Governo quer fazer algum acordo a tempo do Orçamento do Estado, a expectativa é que apresente qualquer proposta concreta esta quarta-feira. Por exemplo, um projeto de acordo”, adianta o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), em declarações ao ECO.

João Vieira Lopes garante que “não tem objeções” a aumentar o salário mínimo mais do que os 35 euros já previstos — frisa que sempre “valorizou o mercado interno e a capacidade de consumo das pessoas” — e nem se opõe a uma revisão em alta do referencial para os aumentos dos demais salários do privado.

O acordo de rendimentos assinado em 2022 na Concertação Social prevê um salário mínimo de 855 euros para 2025 e um referencial de 4,7% para os aumentos dos demais salários. O ECO avançou que o Governo iria propor um aumento do salário mínimo para 860 euros em 2025, mas a ministra do Trabalho acabou por não revelar, na última reunião de Concertação, o valor que estaria em cima da mesa.

Nas reuniões bilaterais que se seguiram, o ECO sabe que foram debatidos vários valores com sindicatos e confederações empresariais, incluindo 870 euros (ou seja, um aumento de 50 euros), valor que o Público e o Jornal de Negócios indicam esta quarta-feira que deverá ser aquele que o Governo vai propor esta tarde.

O presidente da CCP atira, porém, que a abertura das empresas “depende do pacote” apresentado pelo Governo. “Para mostrar às empresas que devem fazer aumentos quer do salário mínimo, quer do salário médio é preciso ver qual é o enquadramento que o Governo apresenta em termos de condições para as empresas”, afirma.

Não temos objeções a ir além disso do previsto no salário mínimo, mas depende do pacote.

João Vieira Lopes

Presidente da CCP

Numa entrevista recente, o responsável já tinha sinalizado que sem uma taxa reduzida de IRC para os primeiros 100 mil euros tributáveis das pequenas e médias empresas e sem passos para a extinção das tributações autónomas não assinará qualquer acordo. Esta quarta-feira, o Jornal de Negócios avança que o Governo vai propor, neste âmbito, a redução da taxa de tributação autónoma, 5% a cada ano, atingindo um total de 20% até ao final da legislatura, tal como já estava no programa do Executivo.

Também os agricultores colocam o holofote nos impostos. Fonte oficial da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) explica que, nas reuniões com o Governo, tem abordado, por um lado, a fiscalidade aplicada a “agricultores, empresas e trabalhadores estrangeiros não residentes”, e, por outro, a necessidade de reversão da integração das Direções Regionais de Agricultura nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais. Por agora, a confederação não adianta mais detalhes das suas propostas, remetendo mais declarações para depois da reunião desta quarta-feira.

Por sua vez, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), à saída da última reunião de Concertação Social, já tinha mostrado abertura para fazer um “upgrade do acordo de rendimento”, mas apenas se o Governo acolher algumas das suas propostas. Quanto a esta nova reunião, não foi possível ter declarações de Armindo Monteiro.

Entre as reivindicações da CIP, está a redução gradual do IRC, bem como a possibilidade de as empresas pagarem um 15.º mês de salário aos trabalhadores, sem terem de descontar IRS e pagar contribuições sociais.

“Não queremos isenções fiscais ligadas a salários”

A proposta de um 15.º de salários surgiu há um ano pela mão da CIP. E, desde então, tem feito correr muita tinta. O Governo anterior não a acolheu, mas o atual Executivo fez questão de deixar no seu programa a intenção de isentar de contribuições e impostos os prémios de produtividade por desempenho (no valor de até 6% da remuneração base anual). “Correspondendo, dessa forma, a um 15º mês”, lê-se no programa do atual Governo.

Agora que a valorização dos rendimentos está em discussão, o Governo questionou os parceiros sociais sobre esta medida, segundo avança ao ECO o secretário-geral adjunto da UGT. Sérgio Monte admite que os prémios sejam isentos de impostos, mas rejeita que tal se aplique a um salário extra.

Não queremos isenções ligadas a salários. O Governo tinha no seu programa a proposta de isentar os prémios de produtividade. Há que acautelar como aplicar isso. Queremos saber como é a isenção e para onde reverte“, sublinha o sindicalista. Há duas semanas, Sérgio Monte já tinha confessado ao ECO o receio de que um 15.º mês de salário viesse a ser um cavalo de Troia “para onde se canalizam todos os aumentos futuros”.

Não queremos isenções ligadas a salários. O Governo tinha no seu programa a proposta de isentar os prémios de produtividade. Queremos saber como é a isenção e para onde reverte.

Sérgio Monte

Secretário-geral adjunto da UGT

Já quanto aos salários, o secretário-geral adjunto indica que sentiu, nas reuniões bilaterais, abertura da parte do Governo para ir além quer do previsto para o salário mínimo quer para o referencial para os aumentos dos demais salários.

Sérgio Monte diz-se “sempre” confiante num acordo de Concertação Social e avisa que, a haver um entendimento antes de o Orçamento do Estado dar entrada no Parlamento, é preciso que o Governo apresente números e propostas concretas já esta quarta-feira.

Também a CGTP, pela voz do secretário-geral, não fecha a porta a um acordo (esta central sindical ficou de fora dos entendimentos assinado em 2023 e 2022), a menos que se perpetue a política de baixos salários. “Se for para isso, não contem com a CGTP. Estaremos sempre na primeira linha da defesa dos trabalhadores“, assinala Tiago Oliveira.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 25 Setembro 2024

A OCDE vai divulgar o seu mais recente outlook para a economia, num momento em que o Orçamento do Estado para 2025 continua a centrar as atenções no plano interno.

O dia será marcado pelas novas projeções para a economia da OCDE e pela conferência de líderes na Assembleia da República, num momento em que as negociações para a aprovação do Orçamento do Estado para 2025 continuam a centrar atenções. Há ainda a divulgação de indicadores económicos na Europa e nos EUA e o relatório da CMVM sobre auditoria.

OCDE atualiza estimativas para a economia

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga esta quinta-feira o seu outlook económico, com novas estimativas para a economia. No último economic outlook, publicado no início de maio, a organização reviu em alta as estimativas para o produto interno bruto (PIB) português, antecipando um crescimento de 1,6% em 2024, acima dos 1,2% antes previstos pela organização. A apresentação do outlook será realizada numa conferência de imprensa com Álvaro Santos Pereira, economista-chefe da OCDE.

Conferência de líderes com OE na agenda

Está marcada para esta terça-feira a conferência de líderes da Assembleia da República, num momento em que prosseguem as negociações para o Orçamento do Estado e a dois dias do encontro agendado entre o primeiro-ministro e o líder socialista, Pedro Nuno Santos. Já no início desta semana, Luís Montenegro reuniu-se com os presidentes do Chega e da Iniciativa Liberal. O Presidente da República tem apelado a que haja um esforço para viabilizar o documento, avisando que caso não haja Orçamento haverá uma crise política.

CMVM apresenta relatório à qualidade da auditoria

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) apresenta esta quarta-feira os resultados globais do sistema de controlo de qualidade da auditoria do Ciclo 2023/2024. No ano passado, o regulador do mercado de capitais aplicou e cobrou menos coimas às auditoras por práticas indevidas e detetou menos irregularidades do que no ano anterior. A CMVM registou 255 irregularidades no ciclo 2022/2023, no seguimento de 13 ações de supervisão regulares presenciais encerradas. Trata-se de um número 48% abaixo das 488 contabilizadas no período anterior.

INE mostra evolução do desenvolvimento sustentável

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga o relatório de 2023 relativo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O relatório visa mostrar a evolução do país relativamente aos objetivos que constam na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada pelas Nações Unidas em 2015 e que inclui objetivos como garantir o acesso à saúde e educação ou melhorar a ação climática.

Volkswagen inicia negociações com sindicatos

A multinacional alemã Volkswagen e os sindicatos iniciam negociações, após a fabricante automóvel alemã ter admitido pela primeira vez o encerramento de fábricas na Alemanha para reduriz custos. Nas últimas semanas tem havido grande especulação em torno do número de funcionários que poderão ser despedidos. Uma publicação económica alemã chegou a avançar, na semana passada, que poderia estar em cima da mesa o despedimento de até 30 mil pessoas, um número que não foi confirmado pela empresa. O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, afirmou que pretende ajudar a Volkswagen a ultrapassar o período de redução de custos, que inclui a rescisão de vários acordos coletivos de trabalho na Alemanha, sem encerrar fábricas da empresa.

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Salário dá salto de até 20% este mês com corte no IRS. Veja as simulações

As tabelas de retenção aplicadas em setembro e outubro irão refletir a descida do imposto com retroativos a janeiro. Pensionistas só irão sentir o alívio a partir de outubro.

Trabalhadores dependentes vão descontar menos IRS no salário que vão receber já este mês. O ganho mensal poderá ultrapassar os 500 euros mensais para um salário bruto de 3.000 euros, o que corresponde a um incremento de cerca de 20% face ao ordenado líquido de agosto, de acordo com as simulações da EY para o ECO. Este bónus também será atribuído em outubro.

Esta descida extraordinária das tabelas de retenção na fonte foi aprovada pelo Governo para refletir a redução do IRS, aprovada pelo Parlamento, e compensar, em dois meses (setembro e outubro), o valor descontado a mais desde janeiro por trabalhadores dependentes e pensionistas.

Assim, em setembro e outubro, e de forma extraordinária, salários brutos até 1.175 euros estarão livres de retenção, quando até agosto descontavam 114,68 euros por mês, uma vez que esta isenção aplicava-se até aos 934 euros, no caso de um solteiro sem filho.

O ministro Joaquim Miranda Sarmento, ladeado pela secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, à chegada para a sua audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, na Assembleia da República, em Lisboa, 26 de junho de 2024. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Contas feitas pela EY mostram que os mais beneficiados serão os trabalhadores que se encontram na faixa salarial dos 3.000 euros brutos mensais. Um solteiro sem filhos com um vencimento de 3.000 euros brutos mensais descontava, até agosto, 723 euros por mês, o que dava um salário líquido de 2.277 euros, sem contar com as contribuições sociais de 11%. Em setembro e outubro, a retenção na fonte vai baixar 526 euros para 197 euros, elevando o ordenado líquido para 2.803 euros por mês. Para outros tipos de perfis como trabalhador solteiro com filhos, casado com filhos ou pensionista, a poupança é semelhante, em torno dos 500 euros. Proporcionalmente, é nesta folha salarial ou recibo de pensão, de 3.000 euros, que o ganho é maior, na ordem dos 20%.

Trabalhadores com rendimentos mensais brutos de 2.000 e 5.000 euros também vão ter ganhos consideráveis, mas abaixo da poupança de cerca de 20% para ordenados de 3.000 euros. Assim, um solteiro sem filhos com um vencimento de 2.000 euros, que descontava 349 euros, ficando com um ordenado líquido de 1.651 euros, vai passar a reter, em setembro e outubro, apenas 41 euros, o que corresponde a uma redução de 19%. No final, fica com um ordenado de 1.959 euros, sem contar com as contribuições para a Segurança Social, de 11%.

No caso de uma remuneração bruta mensal de 5.000 euros, e considerando também um solteiro e sem filhos, o trabalhador vai levar para casa mais 572 euros por mês, em setembro e outubro, uma vez que irá descontar 957 euros quando, até agosto, adiantava ai Estado 1.529 euros todos os meses. Trata-se de um ganho para o salário líquido de 16%, que se irá situar nos 4.043 euros. Em agosto, o ordenado livre de impostos estava nos 3.471 euros.

O benefício vai baixando consoante os salários diminuem, porque também os descontos já eram menores, sendo que até aos 934 euros brutos mensais, para um solteiro sem filhos, o vencimento estava isento. Com as tabelas de setembro e outubro, este patamar livre de imposto vai subir para 1.175 euros mensais brutos, quando, até agosto, este ordenado pagava de IRS 114,68 euros por mês.

Solteiros ou casados com dois filhos ficam isentos até aos 2.000 euros de salário

Mas a isenção, aplicada pelas tabelas de setembro e outubro, sobe consideravelmente para outros tipos de perfis, designadamente no caso de um solteiro com dois filhos, em que o ordenado bruto até 2.000 euros deixa de reter na fonte durante dois meses. Até agosto, descontava 281 euros mensais. Também um trabalhador casado (dois titulares) com dois filhos não vai ter de descontar IRS durante dois meses até aos 2.000 euros brutos de salário. De janeiro a agosto, este contribuinte tinha de adiantar ao Fisco 306 euros todos os meses.

Simulações da EY para um ordenado bruto de 1.500 euros, valor próximo do vencimento médio que se fixou em 1.640 euros no segundo trimestre de 2024, mostram que, um solteiro sem filhos, que descontava 203 euros, vai reter apenas 12 euros, em setembro e outubro, o que vai gerar um ganho mensal de 191 euros. Já um solteiro com um ou mais filhos e um casado (dois titulares) com um ou mais dependentes, a ganhar 1.500 euros, vão ficar isentos durante dois meses, quando, até agosto, retinham mais de 130 euros.

Veja as simulações para diferentes perfis

Trabalhador solteiro ou casado (dois titulares) e sem filhos

Trabalhador solteiro com um filho

Trabalhador solteiro com dois filhos

Trabalhador casado (dois titulares) com um filho

Trabalhador casado (dois titulares) com dois filhos

A partir de novembro e até ao final do ano, estarão em vigor outras tabelas já sem o efeito do mecanismo da retroatividade aplicado em setembro e outubro. Deste modo, no mês 11, a retenção na fonte passa a incidir sobre remunerações mensais a partir dos 935 euros (até agosto os descontos começavam a partir dos 934 euros) para não casados e sem filhos. Ou seja, pontualmente, as taxas baixam mais em setembro e outubro e depois, em novembro e dezembro, são atualizadas face às que estão em vigor até agosto, em linha com a redução do IRS aprovada pelo Parlamento. A taxa mais baixa, de 13,25%, recua para 13%, a de 18% diminui para 16,50% e assim sucessivamente.

No caso dos contribuintes solteiros e sem filhos que auferem 3.000 euros brutos por mês, o ganho mensal de mais de 500 euros por mês vai diminuir para 20 euros, o que corresponde a um alívio de apenas 1% face a agosto, quando em setembro e outubro era de cerca de 20%. Ou seja, os descontos de 197 euros desses dois meses vão passar para 703 euros, ainda assim abaixo dos 723 euros que foram retidos todos os meses entre janeiro e agosto.

Trabalhadores com rendimentos mensais brutos de 2.000 vão descontar apenas 41 euros, em setembro e outubro. A partir de novembro, a retenção sobe para 331 euros, mas ainda fica abaixo dos 349 euros que foram descontados todos os meses, entre janeiro e agosto. Ou seja, há um ganho de 18 euros ou de 1% face a agosto.

No caso de uma remuneração brutal mensal de 5.000 euros, cujos descontos vão baixar significativamente, em setembro e outubro, de 1.529 euros para 572 euros, a retenção volta a agravar-se em novembro. A partir desse mês, a retenção na fonte avança para 1.501 euros, ainda assim uma redução de 28 euros ou 1% face às tabelas praticadas pelo Fisco entre janeiro e agosto.

Pensionistas só vão sentir o alívio a partir de outubro

Os reformados da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações (CGA) só irão sentir o efeito da descida extraordinária da retenção na fonte em outubro, porque as prestações de setembro já foram processados. Mas o Governo compromete-se a fazer os ajustes necessários nos descontos de novembro e dezembro para compensar o mês de setembro em que não foram aplicadas as novas tabelas.

Pelo menos em outubro, não haverá lugar a retenção na fonte até aos 1.202 euros para um pensionista solteiro, divorciado, viúvo ou casado (dois titulares), quando até aqui este reformado descontava a partir dos 838 euros mensais. Isto significa um ganho, em setembro e outubro, de 111,71 euros por mês.

Caso as novas tabelas extraordinárias tivessem sido aplicadas também em setembro, este mesmo reformado passaria a descontar a partir dos 937 euros, a partir de novembro, quando até agosto a retenção incidia a partir dos 838 euros. Como serão feitas retificações até ao final do ano como medida compensatória pela não aplicação das tabelas em setembro, aquele patamar a partir do qual há lugar a retenção na fonte poderá igualmente sofrer reajustes.

De lembrar que, em outubro, os pensionistas, com reformas até 1.527,78 euros, vão ter direito a um duplo “brinde”. Para além da descida significativa da retenção na fonte, irão receber um suplemento extraordinário. O bónus será de 200 euros para os pensionistas com prestações até 509,26 euros, de 150 euros para os pensionistas com reformas acima de 509,26 euros e até 1.018,52 euros, e de 100 euros para os reformados que aufiram mais de 1.018,52 euros, até ao limite de 1.527,78 euros.

Veja as simulações para diferentes perfis

Pensionista solteiro sem dependentes

Pensionista casado (dois titulares) sem dependentes

Pensionista casado (um titular) sem dependentes

Em 2025, o reembolso de IRS será menor ou terá mesmo de pagar

A descida significativa dos descontos para o IRS, em setembro e outubro, tem um revés da medalha. Uma vez que a retenção é um adiantamento do imposto ao Estado, uma espécie de pagamento por conta, não significa que, no final, o imposto a liquidar seja menor. Quanto maior o adiantamento ou o desconto, maior poderá ser o reembolso e quanto menor for a retenção também mais reduzido será o dinheiro que o Fisco devolve ou o contribuinte poderá ser chamado a pagar.

Assim, a redução extraordinária da retenção na fonte em setembro e outubro poderá obrigar trabalhadores por conta de outrem e pensionistas com rendimentos mensais brutos entre 1.100 e 2.500 euros a pagar IRS, em 2025, na altura da liquidação do imposto, caso não deduzam à coleta despesas suficientes, segundo as contas da consultora Ilya. O alerta já tinha sido dado pela bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco.

“Alguns contribuintes vão ter de pagar IRS, mas também depende das deduções à coleta ao longo do ano”, revelou ao ECO pelo especialista em Direito Fiscal, Luís Nascimento, da Ilya. Um trabalhador a ganhar 1.100 euros por mês e que, até então, tinha direito a reembolso, arrisca pagar, no próximo ano, 115 euros de imposto. No caso de um vencimento de 2.000 euros, o IRS a liquidar poderá ascender a 178 euros e um ordenado bruto mensal de 2.500 euros poderá ter de entregar ao Estado 247 euros, no momento do acerto de contas.

Os cálculos realizados pelo fiscalista tiveram já em consideração a atualização da dedução específica, de 4.100 para 4.350,24 euros, que é a parcela abater ao rendimento anual para apurar o montante que é efetivamente tributado. Ou seja, quanto maior for esta dedução, menores serão os ganhos sobre os quais incidirá a taxa de IRS, logo o imposto baixa. Para além disso, Luís Nascimento incluiu o teto máximo de 250 euros de despesas gerais e familiares que podem ser dedutíveis.

Mesmo assim, e adicionando estes dois fatores, que fazem baixar a tributação, o fiscalista verificou que “trabalhadores com vencimento mensais brutos entre 1.100 e 2.500 euros poderão mesmo ter de pagar imposto se não apresentarem mais despesas à coleta, nomeadamente de saúde, educação, com restauração, cabeleireiro, veterinário, transportes públicos ou com rendas de habitação própria e permanente”.

“Isto acontece porque vai haver uma descida significativa da retenção na fonte, isto é, no imposto que todos os meses adiantamos ao Fisco. Por isso, é natural que, no ano seguinte, na liquidação do imposto, haja contribuintes que recebam reembolsos menores ou que sejam chamados a pagar”, afirmou o fiscalista.

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Banco de Fomento é para continuar. Sarmento e Pedro Reis garantem consenso

"O Executivo está a trabalhar numa solução que permita dar continuidade ao regular funcionamento da gestão" do BPF, apesar das sucessivas mudanças ao nível do conselho de administração.

O Banco Português de Fomento (BPF) é para continuar e o Governo está a trabalhar numa solução para que a instituição possa funcionar de forma regular depois da saída da chairwoman, Celeste Hagatong, em setembro, e do administrador com o pelouro comercial, Hugo Roxo, em abril. “O Governo rejeita que esteja em discussão qualquer intenção de acabar com o Banco de Fomento”, disse ao ECO fonte oficial dos Ministérios das Finanças e da Economia.

As queixas dos empresários e dos bancos comerciais relativamente ao modo de funcionamento da instituição liderada por Ana Carvalho têm alimentado a discussão sobre o rumo que o banco deveria seguir para apoiar de modo mais eficiente a economia e até mesmo sobre a utilidade da sua existência. Nas últimas semanas surgiram rumores insistentes de que o Governo poderia estar a avaliar a extinção da instituição, com a integração de parte da operação na CGD e as garantias públicas a financiamento a transitarem para outra instituição pública, como o IAPMEI. Os ministros das Finanças e da Economia estariam em divergência sobre a manutenção do Banco de Fomento como instituição autónoma. Mas, em resposta conjunta ao ECO, algo inédito, os dois ministérios asseguram que a extinção do banco não está em cima da mesa, apesar das críticas dos empresários.

“O Fomento não serve para nada.” “Parece que o BPF está contra as empresas.” “O banco nasceu torto e parece que nunca se vai endireitar.” Estes são alguns dos desabafos que vários agentes económicos e políticos têm partilhado com o ECO. Há poucas semanas, o ECO noticiava em primeira mão que o Banco de Fomento já tinha aprovado 345 operações no âmbito das linhas InvestEU, mas ainda nenhuma estava contratada.

O mandato do atual conselho de administração termina em novembro. Mas, a chairwoman, Celeste Hagatong, renunciou ao cargo, por “motivos de saúde”, no início de agosto, com efeitos a partir de 1 de setembro. Uma baixa de peso tendo em conta que Hagatong e Ana Carvalho foram as escolhidas pelo então ministro da Economia, António Costa Silva para refundar o banco. A CEO Beatriz Freitas foi afastada numa decisão surpresa e foram depositadas grandes expectativas nas mudanças que ambas iriam introduzir no banco.

Mas a equipa do BPF só ficou completa em janeiro de 2023, o que teve reflexo na atividade da instituição. E desde abril deste ano tem um elemento a menos, porque o administrador executivo com o pelouro comercial, Hugo Roxo, apresentou a demissão, por motivos pessoais. Ana Carvalho, desde então, tem acumulado também estas funções.

Hugo Roxo esteve em funções menos de um ano. O administrador que foi substituir Tiago Simões de Almeida, que também renunciou ao cargo, iniciou oficialmente funções no Banco de Fomento em maio do ano passado.

O mandato da atual administração termina no final do ano e caso o Executivo opte por escolher novos elementos estes têm de passar pelo processo de fit and proper no qual o Banco de Portugal avalia os candidatos. Só depois da luz verde do regulador é possível assumirem funções, algo que pode durar três a quatro meses.

O ECO questionou os ministérios liderados por Joaquim Miranda Sarmento e Pedro Reis sobre se a opção seria propor nomes já, para “acelerar” o fit and proper e garantir o novo chairman e administradores estariam prontos para assumir funções após a assembleia-geral anual na qual as contas têm de ser aprovadas. O Banco de Fomento é uma peça importante na execução do Plano de Recuperação e Resiliência, já que tem de garantir que são injetados na economia 268 milhões de euros da bazuca, até final de 2025.

Considerando os acontecimentos recentes, que precipitaram alterações ao nível do conselho de administração, o Executivo está naturalmente a trabalhar numa solução que permita dar continuidade ao regular funcionamento da gestão da instituição”, responderam em conjunto os dois ministérios que partilham a tutela da instituição.

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Prazos de cobrança de impostos à EDP suscitam dúvidas

Diretora-geral do Fisco garantiu que o prazo de caducidade estava suspenso por decorrer uma investigação judicial. Agora, Movimento Terra de Miranda alerta para risco de caducidade no fim do ano.

A diretora-geral da Autoridade Tributária garantiu em maio que os prazos para a cobrança de 110 milhões de euros de impostos alegadamente devidos pela EDP no negócio das barragens estão suspensos, mas o Movimento Terra de Miranda alerta que a cobrança daqueles 110 milhões de euros pelo negócio da venda de seis barragens ao consórcio francês liderado pela Engie vai expirar no final deste ano. “O Governo vai deixar caducar o Imposto de Selo e IRC devidos pelo negócio das barragens. Essa caducidade ocorrerá já no final deste ano, apesar dos constantes alertas deste Movimento”, diz num comunicado.

Em maio, a diretora-geral da Autoridade Tributária, Helena Borges, garantiu numa audição no Parlamento que “o prazo de caducidade está suspenso” porque está a decorrer uma investigação judicial, como noticiou o ECO. Nessa altura, a responsável justificou ainda o motivo pelo qual não foi possível mover uma inspeção tributária: “A AT não pode desenvolver um procedimento administrativo, não pode avançar com ações de inspeção no decurso de um inquérito do Ministério Público”.

Esta posição do Fisco parece não ter convencido o Movimento Terra de Miranda, que insiste que a cobrança de IRC, IMT e Imposto de Selo, devidos pela EDP, vai mesmo expirar. “A Assembleia da República foi informada de que, afinal, nenhuma inspeção tributária havia sido iniciada. A decisão de não inspecionar o negócio e não exigir o imposto é ilegal e inaceitável”, critica o Movimento. “Tentam enganar-nos dizendo que o processo-crime suspende a inspeção tributária, mas a lei diz exatamente o contrário, que ambos os processos correm em paralelo e que a inspeção tributária tem absoluta prioridade”, sublinham na mesma nota.

A verdade é que a diretora-geral do Fisco foi bastante clara quando foi ouvida pelos deputados da comissão de orçamento, finanças e administração pública (COFAP): “Não temos um problema de caducidade. Em relação ao IMT, existe um prazo de oito anos para a liquidação, por isso a questão nem se coloca”, assegurou Helena Borges. “No caso do IRC e Imposto de Selo, os factos em investigação são coincidentes com a liquidação. Mas, se algum risco houver, tomaremos as ações para evitar a caducidade”, defendeu ainda.

Neste momento há duas investigações em curso. Uma primeira foi aberta em 2021 depois das dúvidas suscitadas pelas autarquias e por alguns partidos da oposição relativas à forma como as empresas envolvidas no negócio — EDP e Engie — teriam alegadamente contornado a obrigação de liquidação de Imposto de Selo sobre esta transação no valor de cerca de 110 milhões de euros. Recorde-se que o negócio rendeu à EDP 2,2 mil milhões de euros. Em causa estão seis barragens em Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua.

Entretanto, o Ministério Público abriu um outro inquérito para investigar o papel de várias entidades públicas, designadamente da Autoridade Tributária (AT) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), envolvidas no processo de avaliação das barragens vendidas pela EDP para efeitos de cobrança do IMI. Em causa está o facto de o Fisco ter deixado caducar o IMI de 2019, uma vez que este imposto não foi cobrado até ao final de 2023, data em que podia liquidar este imposto relativo aos quatro anos anteriores.

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