Embaixada da China em Angola emite alerta após três assassínios de chineses

  • Lusa
  • 20 Agosto 2024

A embaixada sublinhou também a importância de "respeitar as leis laborais, empregar os trabalhadores legalmente e garantir a dignidade e o bem-estar" dos funcionários.

A Embaixada da China em Luanda emitiu um alerta devido ao assassínio este ano, em incidentes separados, de três chineses a viver em Angola, alegadamente por “criminosos conhecidos das vítimas”. Num comunicado divulgado na rede social chinesa WeChat (semelhante ao WhatsApp, bloqueado na China), a embaixada lamentou as mortes e disse que pediu à polícia para “deter os culpados o mais rapidamente possível [e] levá-los à Justiça”.

De acordo com a imprensa de língua chinesa em Angola, o último caso aconteceu em 2 de agosto, quando Huang Shunlong foi morto em Kikuxi, nos arredores de Luanda. A polícia deteve um suspeito sete dias depois na cidade de Lubango, no sudoeste do país. Em 21 de fevereiro, a mesma imprensa avançou que um grupo terá assassinado um chinês encarregado da gestão do armazém de um distribuidor de roupa em segunda mão, situado também em Kikuxi, antes de arrombar um cofre e fugir com “uma enorme quantia”.

Dois dias depois, a polícia deteve na Cidade da China três suspeitos, incluindo dois trabalhadores do distribuidor de roupa em segunda mão. Numa nota publicada na semana passada, a embaixada chinesa disse que “embora estes casos sejam ocasionais”, todos foram cometidos por “criminosos [que] conheciam o local e o dia-a-dia da vítima”.

A representação diplomática aconselhou as empresas e cidadãos chineses em Angola a “estarem atentos ao risco de crimes criminosos violentos cometidos por pessoas que os rodeiam”. O comunicado deu como exemplo “resolver os litígios comerciais em tempo útil e de acordo com a lei, evitar atrasos prolongados que levem à acumulação de problemas e evitar recorrer a meios ilegais”.

A embaixada sublinhou também a importância de “respeitar as leis laborais, empregar os trabalhadores legalmente e garantir a dignidade e o bem-estar” dos funcionários, nomeadamente respondendo “às exigências razoáveis dos colaboradores em tempo útil”. A nota destacou ainda a necessidade de cuidados extra na escolha de funcionários para “cargos de alto risco (como pessoal de segurança)”, para pessoal em posições-chave ou na contratação de pessoal com cadastro criminal.

Os empresários chineses devem instalar câmaras de vigilância e portas e janelas reforçadas tanto no local de trabalho como na habitação e evitar “sair sozinho à noite, ir sozinho para áreas remotas ou com pouca segurança ou sair sozinho com grandes quantias de dinheiro ou objetos de valor”, avisou a embaixada.

“Não entre em veículos de estranhos e evite ser forçado a entrar em veículos de estranhos. Se for assaltado, é recomendável entregar o seu dinheiro”, acrescentou o comunicado. Em maio, o presidente da UNITA, oposição angolana, alertou para o aumento da criminalidade e apontou o dedo à pobreza e à inércia das autoridades. Adalberto Costa Júnior falou do aumento dos roubos, violência contra mulheres e crianças e homicídios.

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Novo comandante da unidade especial da PSP exige rejeição de extremismos

  • Lusa
  • 20 Agosto 2024

"Apesar dos avanços tecnológicos, a chave do sucesso continua a residir no polícia, na sua preparação, na sua força moral e na sua capacidade de interpretar e decidir", disse Pedro Teles.

O novo comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP), Pedro Teles, exigiu esta terça-feira fidelidade aos princípios da Polícia de Segurança Pública (PSP), invocando a defesa da lei e a rejeição de extremismos ou formas de discriminação.

“Quero uma UEP de excelência, confiável, fiel aos princípios da PSP de rigor, disciplina e sentido de dever, humanismo, defesa intransigente da legalidade e isenção na ação policial, rejeição de qualquer forma de extremismo ou discriminação e de compromisso com a missão”, afirmou o responsável, após tomar posse na sede da direção nacional da força de segurança.

A mensagem do comandante surge na sequência de uma semana em que o Ministério da Administração Interna anunciou a abertura de um inquérito para apurar eventuais responsabilidades disciplinares a elementos das forças de segurança pela sua participação em organizações extremistas, como o grupo 1143.

Numa cerimónia que contou com a presença da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e o secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, o novo comandante da UEP salientou a necessidade de a unidade estar “aberta à mudança” e ser “responsável, inclusiva e integradora” para continuar a ser uma “referência nacional e mesmo internacional”.

“Elevados padrões de desempenho só são possíveis com rigoroso treino e uma identidade própria, alicerçados em disciplina e códigos de conduta fortes. Apesar dos avanços tecnológicos, a chave do sucesso continua a residir no polícia, na sua preparação, na sua força moral e na sua capacidade de interpretar e decidir”, referiu.

O diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, elogiou a UEP e as qualidades pessoais e profissionais de Pedro Teles e recordou a exigência da sociedade em relação aos agentes. “O facto de sermos polícias e estarmos expostos traz uma grande responsabilidade. Para cada polícia, a tolerância que a sociedade tem ao erro do polícia é muito baixa e para os profissionais da UEP é nula”, indicou, salientando a importância de uma “boa preparação individual” dos profissionais desta unidade.

Margarida Blasco felicitou a direção nacional da PSP para a escolha para a liderança da UEP e alertou para a fasquia alta e os desafios que se colocam aos polícias.

“Os nossos desafios exigem uma PSP em condições de responder e corresponder a cada momento às novas realidades. Esta realidade reconduz-nos a uma necessidade de adaptação permanente”, declarou, notando que a escolha de Pedro Teles para a UEP “enquadra-se na política de reorganização da PSP” levada a cabo desde que o Governo iniciou funções em abril e que levou em maio à mudança na direção nacional desta força de segurança.

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Investimento estrangeiro renova máximos no segundo trimestre e já equivale a 69% do PIB

Stock de Investimento Direto Estrangeiro em Portugal subiu para 183,9 mil milhões de euros no 2.º trimestre. Investimento Direto de Portugal no Exterior também aumentou para 67,6 mil milhões de euros.

O stock de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Portugal renovou no segundo trimestre deste ano máximos históricos, ao alcançar 183.940 milhões de euros, o equivalente a 69% do Produto Interno Bruto (PIB) português, de acordo com dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta terça-feira.

O stock de IDE subiu cerca de 4,6 mil milhões de euros face ao primeiro trimestre deste ano e dez mil milhões de euros em comparação com o primeiro trimestre de 2023, tendo no segundo trimestre de 2024, as transações de IDE aumentado para 3.121 milhões de euros, acima dos mil milhões de euros registados no primeiro trimestre.

O valor do segundo trimestre significa também o mais elevado desde 1996, início da série histórica do supervisor.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Entre as regiões com maior peso no IDE em Portugal encontram-se a União Europeia (139,7 mil milhões de euros), a Ásia (11,3 mil milhões de euros), América (9,9 mil milhões de euros) e a CPLP (sete mil milhões de euros).

Paralelamente, o Investimento Direto de Portugal no exterior (IPE) também aumentou, cifrando-se em 67.562,88 milhões de euros. Este valor representa 25% do PIB nacional. Os dados do BdP revelam ainda que o stock de IDP cresceu 2,18 mil milhões de euros face ao primeiro trimestre do ano e 1,7 mil milhões de euros face ao período homólogo de 2023.

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Dívida externa líquida de Portugal cai para rácio mais baixo desde final de 2005

Dívida externa líquida de Portugal reduziu-se para o nível mais baixo desde o último trimestre de 2005, situando-se em 50% do PIB.

A dívida externa líquida de Portugal caiu no primeiro semestre de 2024 para 50% do Produto Interno Bruto (PIB), o rácio mais baixo desde o final de 2005, de acordo com dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

Desde o primeiro trimestre de 2021, quando se situava em 88,46%, que o rácio da dívida externa líquida, que corresponde à posição de investimento internacional deduzida dos instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros, tem vindo a cair sistematicamente.

Os dados mais atualizados indicam, por exemplo, que reduziu-se de 53,8% do PIB (142,7 mil milhões de euros), no final de 2023, para 50% do PIB (136,9 mil milhões de euros), no primeiro semestre de 2024. Trata-se do rácio mais baixo desde o final de 2005″, quando se situou em 50,21%.

Fonte: Banco de Portugal

A dívida externa líquida do país está muito associada à posição de investimento internacional, pelo que se deve destacar que a esta passou de -72,5% do PIB (-192,5 mil milhões de euros), no final de 2023, para -66% do PIB (-180,9 mil milhões de euros), no final de junho de 2024.

“Este é o rácio menos negativo desde o final do primeiro semestre de 2005”, sublinha o BdP.

Para esta variação da posição de investimento internacional de Portugal contribuíram, principalmente, a variação positiva dos ativos líquidos sobre o exterior, de 4,1 mil milhões de euros, refletida no saldo da balança financeira do primeiro semestre de 2024, as variações de preço positivas, de 7,5 mil milhões de euros, e as variações cambiais positivas, de 0,8 mil milhões de euros, que resultam, essencialmente, da apreciação dos ativos líquidos externos denominados em dólares americanos (0,9 mil milhões de euros).

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Aumento do suplemento de risco vai ser pago entre salários de agosto e setembro

  • Lusa
  • 20 Agosto 2024

O aumento do suplemento de risco para as forças de segurança vai ser pago entre os salários de agosto e setembro, adiantou esta terça-feira a ministra da Administração Interna com retroativos a julho.

O aumento do suplemento de risco para as forças de segurança vai ser pago entre os salários de agosto e setembro, adiantou esta terça-feira a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, com retroativos a julho.

Num esclarecimento aos jornalistas após a tomada de posse do novo comandante da Unidade Especial de Polícia, Pedro Teles, na direção nacional da PSP, em Lisboa, a governante disse que o diploma sobre o aumento do suplemento para os elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) vai ser aprovado na reunião do Conselho de Ministros de quinta-feira, seguindo-se a promulgação pelo Presidente da República.

O acordo entre o Ministério da Administração Interna (MAI) e cinco dos sindicatos da PSP e associações da GNR para o aumento faseado de 300 euros no suplemento foi alcançado no passado dia 9 de julho.

Além do aumento de 300 euros, passando a variante fixa do suplemento fixo dos atuais 100 para 400 euros, o acordo assinado prevê também revisão do estatuto profissional, alterações na tabela remuneratória em 2025 e na portaria da avaliação, revisão das tabelas dos remunerados e via verde na saúde.

Este aumento de 300 euros vai ser pago em três vezes, sendo 200 euros este ano e os restantes no início de 2025 e 2026, com um aumento de 50 euros em cada ano, além de se manter a vertente variável de 20% do ordenado base.

O suplemento de risco e serviço nas forças de segurança é composto por uma componente variável de 20% do ordenado base e de uma componente fixa, que vai passar de 100 euros para 400 euros.

A ministra reiterou ainda a vontade de “fazer mais e melhor” não apenas na valorização dos profissionais das forças de segurança, mas também na requalificação de estruturas e equipamentos, prevendo apresentar “até ao final do ano” o plano, que assenta no recurso à lei de programação para as forças de segurança e ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Estamos a fazer uma reavaliação de todo o dispositivo policial, no sentido de adaptar as esquadras e os comandos às novas realidades do país. A direção nacional da PSP está a fazer um esforço e vai apresentar em breve uma (proposta de) requalificação nos sítios. Além da reorganização e requalificação, temos um grande investimento nos equipamentos, com as autarquias, num maior dispositivo de câmaras de vigilância”, observou.

Questionada se a reorganização do dispositivo das forças de segurança poderia levar ao encerramento de esquadras da PSP ou comandos da GNR, Margarida Blasco descartou esse cenário: “Nenhuma população vai ficar sem esquadras da PSP ou postos da GNR; esta reorganização vai ter em conta a segurança de cada um e de todos os cidadãos. Ninguém vai ficar sem o seu polícia ou o seu militar”.

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Vila Galé investe 30 milhões de euros em hotel na Amazónia a inaugurar em novembro de 2025

  • Lusa
  • 20 Agosto 2024

Novo hotel do grupo é na Amazónia, em Belém, no estado brasileiro do Pará, e tem como o objetivo dar resposta à procura hoteleira da COP 30, que decorrerá em novembro de 2025.

A Vila Galé anunciou esta terça-feira o início das obras do seu primeiro hotel na Amazónia, em Belém, no estado brasileiro do Pará, um investimento de 180 milhões de reais (30 milhões de euros) a inaugurar em novembro de 2025.

Em comunicado, o grupo refere que o Vila Galé Collection Amazónia – Belém tem como o objetivo dar resposta à procura hoteleira da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que decorrerá nessa altura, no Pará.

O novo empreendimento será um hotel boutique, localizado em três antigos armazéns do Porto Futuro II (os armazéns 8, 8A e 7, cada um com mais de 2.000 metros quadrados), contando com 206 quartos, bar, Satsanga Spa com piscina aquecida e coberta e três piscinas exteriores.

O projeto do hotel foi cuidadosamente planeado para cumprir as normas ambientais, garantindo que tanto a restauração quanto a operação sejam sustentáveis“, destaca a Vila Galé.

Citado no comunicado, o fundador e presidente da Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, explica que o novo hotel “será todo dentro de armazéns, o que o torna diferente de todos os outros empreendimentos que fazem parte da rede”.

Vamos manter o formato horizontal já existente, com o objetivo de preservar a integridade arquitetónica original, assim como a volumetria. Não vamos causar impacto na paisagem. Será surpreendente”, enfatiza.

No armazém 8, nas margens da Baía do Guajará, estarão localizados a receção, o ‘lobby’, o spa com piscina interior aquecida, o restaurante e o bar. O piso superior contará com quartos e duas salas de reuniões para eventos sociais e corporativos. Já o armazém 7 será dedicado a quartos, tanto no piso térreo como no primeiro andar, e terá outra sala de reuniões, enquanto o armazém 8A incluirá uma área de estar, biblioteca e mais quartos.

Na área exterior do hotel existirão duas piscinas para adultos e uma piscina infantil equipada com parque aquático.

Atualmente, o grupo Vila Galé conta com 44 hotéis, sendo 32 em Portugal, 10 no Brasil, um em Cuba e outro em Espanha. Este número irá aumentar nos próximos meses, já que para novembro deste ano está prevista a inauguração do Vila Galé Collection Sunset Cumbuco, no Ceará, e, em abril de 2025, do Vila Galé Collection Ouro Preto, primeiro empreendimento em Minas Gerais.

Em Portugal, o Vila Galé Casas D’Elvas tem abertura prevista para fevereiro de 2025, seguindo-se o Vila Galé Collection Ponte de Lima, em abril.

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Excedente externo sobe em junho para 3% do PIB

  • Lusa
  • 20 Agosto 2024

A economia portuguesa apresentou um excedente externo de 4.113 milhões de euros até junho. Diminuição do défice na balança de bens e maior excedente nos serviços, devido ao turismo, explicam evolução.

A economia portuguesa apresentou um excedente externo de 4.113 milhões de euros até junho, o que representa 3,0% do PIB e compara com um excedente de 2.115 milhões de euros no período homólogo, divulgou hoje o BdP.

Segundo o Banco de Portugal (BdP), esta evolução reflete a diminuição em 800 milhões de euros do défice da balança de bens, com as importações a diminuírem mais do que as exportações (-997 milhões de euros e -197 milhões de euros ou -2,0% e -0,5%, respetivamente) e o aumento do excedente da balança de serviços, de 1.191 milhões de euros, justificado sobretudo pelo incremento de 1.024 milhões de euros do saldo de viagens e turismo.

O excedente externo até junho resultou ainda do aumento do excedente da balança de rendimento secundário, de 213 milhões de euros, “em grande parte explicada pelo recebimento do maior prémio de sempre do Euromilhões em Portugal”, e da diminuição do excedente da balança de capital, de 191 milhões de euros, traduzindo, sobretudo, a evolução das operações de compra e venda de ativos intangíveis com o exterior.

No primeiro semestre de 2024, o aumento da capacidade de financiamento da economia portuguesa levou a um saldo positivo da balança financeira de 4.110 milhões de euros.

Este saldo refletiu o aumento dos ativos financeiros sobre o exterior, de 20.438 milhões de euros, “resultante maioritariamente do investimento de bancos e das administrações públicas em títulos de dívida emitidos por não residentes (8.020 e 3.177 milhões de euros, respetivamente), e ainda do acréscimo dos empréstimos concedidos por sociedades não financeiras a entidades intragrupo não residentes (2.509 milhões de euros)”.

Traduziu ainda o crescimento dos passivos, de 16.328 milhões de euros, “devido, sobretudo, ao aumento de títulos de dívida detidos por não residentes, emitidos pelas administrações públicas e bancos (13.048 e 3.606 milhões de euros, respetivamente), e os aumentos de capital nas sociedades não financeiras por parte de entidades não residentes do mesmo grupo económico (3.952 milhões de euros).

De acordo com o BdP, estes aumentos foram parcialmente compensados pela redução dos passivos em depósitos do banco central (5.473 milhões de euros).

Até junho, todos os setores, exceto as administrações públicas, contribuíram para a variação positiva dos ativos líquidos de Portugal perante o resto do mundo.

O banco central (6.121 milhões de euros) foi o que apresentou o maior valor, seguido das outras instituições financeiras monetárias (1.943 milhões de euros), das sociedades de seguros e fundos de pensões (729 milhões de euros), dos particulares (643 milhões de euros), das sociedades não financeiras (601 milhões de euros) e das instituições financeiras não monetárias exceto sociedades de seguros e fundos de pensões (406 milhões de euros).

Em sentido contrário, as administrações públicas apresentaram variações negativas dos seus ativos líquidos, de 6.334 milhões de euros.

Considerando apenas o mês de junho, o saldo das balanças corrente e de capital foi de 1.391 milhões de euros, o que corresponde a uma diminuição de 248 milhões de euros face ao período homólogo, detalha o BdP.

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Transferências para Portugal disparam 74% devido ao maior prémio de sempre do Euromilhões

Transferências correntes entre residentes e não residentes disparou 74% em junho devido ao recebimento de prémio do Euromilhões em Portugal, no valor de cerca de 200 milhões de euros.

O excedente da balança de rendimentos secundários, que regista as transferências correntes entre residentes e não residentes, disparou 74% em junho face a igual mês do ano passado, para 670 milhões de euros, devido ao recebimento do maior prémio de sempre do Euromilhões em Portugal, de acordo com informação divulgada esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

O regulador bancário indica que a balança de rendimento secundário, cujas transferências incluem, por exemplo, os prémios de jogo, os donativos públicos, as multas e penalizações e as transferências pessoais, das quais fazem parte as remessas de emigrantes e imigrantes, registou um excedente superior aos 529,54 milhões de euros alcançados em maio e aos 384 milhões de euros alcançados no mês homólogo.

A variação de 286 milhões de euros face a junho de 2023 “é em grande parte explicada pelo recebimento do maior prémio de sempre do Euromilhões em Portugal, na ordem dos 200 milhões de euros”, explica a entidade liderada por Mário Centeno.

Já o saldo da balança de rendimento primário, que inclui os pagamentos e recebimentos de rendimentos de fatores como o trabalho ou o capital (dividendos e juros recebidos por não residentes, em resultado de investimentos que detêm em Portugal, e recebidos por residentes em Portugal, associados a investimentos no exterior), foi deficitário em 316 milhões de euros, agravando 368 milhões de euros relativamente a junho de 2023.

“Esta variação é justificada principalmente pela evolução dos rendimentos de investimento, registando-se um aumento de 465 milhões de euros do pagamento de rendimentos de investimento ao exterior e um decréscimo de 88 milhões de euros do recebimento deste tipo de rendimentos do exterior”, detalha, acrescentando que a balança de capital registou “um excedente de 128 milhões de euros, o que traduz uma diminuição de 413 milhões de euros relativamente ao período homólogo”. Uma redução justificada “tanto por uma menor atribuição aos beneficiários finais de fundos comunitários com vista ao investimento como pela redução de operações de venda de licenças de CO2”.

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ERC insta Opto, RTP Play e TVI Player a terem planos de inclusão mais ambiciosos

  • Lusa
  • 20 Agosto 2024

"Na generalidade, os operadores cumpriram as obrigações propostas para o uso de acessibilidades aos públicos com necessidades especiais nos respetivos serviços de programas", diz a ERC.

O regulador dos media ERC interpela os operadores de serviços a pedido, NOS Play, NOS Videoclube, Nowo Videoclube, Opto, RTP Play e TVI Player, a “adotarem planos mais ambiciosos de incorporação de acessibilidades nos seus catálogos”.

Esta interpelação consta da avaliação do cumprimento de acessibilidades televisivas elaborada pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que analisou o modo como os serviços de programas de televisão e serviços audiovisuais a pedido cumpriram, no ano 2023, as obrigações de incorporação de legendagem destinada a pessoas com deficiência auditiva, de interpretação por meio de língua gestual portuguesa e de audiodescrição previstas no Plano Plurianual do regulador.

“A avaliação compreendeu 11 serviços de programas — RTP1, RTP2, RTP3, RTP Madeira, RTP Açores, SIC, TVI, SIC Notícias, CNN Portugal, CMTV e Porto Canal; e seis serviços audiovisuais a pedido — NOS Play, NOS Videoclube, Nowo Videoclube, OPTO, RTP Play e TVI Player”, refere a ERC.

Os dados observados revelam que, na generalidade, os operadores cumpriram as obrigações propostas para o uso de acessibilidades aos públicos com necessidades especiais nos respetivos serviços de programas“, conclui o regulador.

Mas, “no desempenho dos operadores de serviços audiovisuais a pedido não se verifica um desenvolvimento expressivo face aos planos de incorporação de acessibilidades apresentados no ano anterior, nem acréscimos substantivos face ao primeiro semestre, excetuando algumas introduções no operador NOS“, acrescenta.

Perante estas conclusões e – “considerando que o reforço das acessibilidades televisivas encontra-se em grande medida dependente da motivação dos operadores e fornecedores de conteúdos -, a ERC interpela os operadores de serviços audiovisuais a pedido a adotarem planos mais ambiciosos de incorporação de acessibilidades nos seus catálogos“.

A avaliação do regulador “revela também que os serviços de programas RTP1, RTP2, SIC, TVI, SIC Notícias e CNN Portugal, nas semanas analisadas, ultrapassaram os números mínimos de horas semanais exigidos no Plano, em matéria de legendagem trabalhada“, enquanto “nos serviços de programas RTP Madeira, RTP Açores e Porto Canal, não se verificou legendagem trabalhada a acompanhar a programação”.

No que diz respeito à legendagem em direto, “verifica-se que a RTP2 não atingiu as 15 horas estipuladas no Plano nas semanas analisadas, facto que o operador justificou alegando não emitir programação, em direto, em volume suficiente para cumprir a obrigação”.

O regulador salienta que “o uso da legendagem em direto só começou a ser disponibilizado na RTP Madeira e CMTV, a partir do 2.º trimestre de 2023; na RTP Açores e na RTP3, a partir do 3.º trimestre; e na emissão da CMTV, a partir do 4.º trimestre”.

Relativamente à interpretação por meio de língua gestual portuguesa, “verifica-se nos serviços de programas do operador público (RTP1, RTP2, RTP3, RTP Madeira e RTP Açores), na SIC, na TVI e no Porto Canal, a ultrapassagem significativa do número mínimo estipulado no Plano“.

Por último, sobre a audiodescrição — “descrição áudio de cenas ou imagens de programas para públicos com deficiência visual –, “uma obrigação específica dos serviços de programas generalistas, a ERC apurou que os operadores cumpriram os objetivos trimestrais (cinco horas de programas), com destaque para os serviços de programas SIC e TVI, que revelaram um desempenho superior ao exigido“.

Toda esta informação consta do relatório “Acessibilidade dos Serviços de Programas Televisivos e Serviços Audiovisuais a Pedido em 2023“.

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Unilever-Fima, OMD e VML lideram investimento publicitário em julho

O Modelo-Continente lidera no acumulado dos primeiros sete meses. OMD e VML são, respetivamente, as maiores agências de meios e criativas.

A Unilever-Fima foi a maior anunciante de julho. A empresa que tem marcas como a Olá, a Ben&Jerry’s, a Dove, Tresemme, Skip ou Calvé, entre muitas outas, investiu, a preços de tabela — ou seja, sem os descontos negociados com os meios — 68,4 milhões de euros em publicidade.

A Altice Portugal, que em junho ocupava a terceira posição, subiu agora à segunda, com um investimento de 55 milhões de euros, e no terceiro posto está o Ediclube, com 44 milhões.

Burger King, L’Oreal Portugal, Modelo Continente, McDonald’s, Lidl, Vodafone e Viva Melhor Sempre completam a lista dos 10 maiores anunciantes elaborada mensalmente pela MediaMonitor.

Entre as agências de meios a OMD segue na liderança, com a agência liderada por Bernardo Rodo a movimentar, sempre a preços de tabela, 188,4 milhões de euros. Na segunda posição surge este mês a Initiative e, na terceira, mantém-se a Dentsu Media.

Arena, Wavemaker, Havas Media, Zenith, Mindshare, EssenceMediacom e Universal McCann completam as 10 primeiras posições do ranking das agências de meios.

Nas agências criativas, o ranking de investimento em publicidade é liderado em julho pela VML, com a Publicis e a Fuel nas posições seguintes. Dentsu Creative, O Escritório, BBDO Portugal, Santa Fé Orange, HavasWorldwide, McCannErickson Portugal e TBWA Lisboa ocupam os restantes lugares do top 10.

No acumulado dos primeiros sete meses do ano, e também de acordo com a MediaMonitor, os maiores anunciantes são o Modelo-Continente, o Ediclube e a Unilever-Fima. Nas agências de meios as primeiras três posições pertencem à OMD, à Arena e à Dentsu Media e, nas agências criativas, a VML, a Fuel e O Escritório lideram o ranking.

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Chega exige referendo à imigração para viabilizar Orçamento do Estado para 2025

André Ventura afirmou que a consulta popular sobre limites à entrada de estrangeiros "é uma questão incontornável" e não vê como Marcelo "teria argumentos para impedir um referendo".

O presidente do Chega, André Ventura, vai exigir ao Governo de Luís Montenegro a realização de um referendo à imigração como condição para viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). Para o líder partidário esta “é uma questão incontornável”, avisou.

Neste sentido, o líder do partido de extrema-direita espera poder contar com o apoio de PSD e CDS, partidos que suportam o Executivo da Aliança Democrática (AD), na aprovação do referendo sobre os limites à entrada de estrangeiros, no Parlamento.

Em relação às perguntas específicas da consulta popular, Ventura indicou que o “Chega está disposto a trabalhar”. Mas são “questões específicas que não devem deixar de ser colocadas, designadamente: os portugueses querem um limite anual à imigração ou não? Querem uma política de entrada indiferenciada ou definida por quotas em relação ao que a economia precisa para o turismo, a construção, os call centers?”, defendeu.

“Estas duas perguntas devem ser colocadas aos portugueses. Este é o momento da direita fazer-se ouvir e chamar as pessoas. É uma questão incontornável“, frisou, acrescentando que não vê “como o Presidente da República”, Marcelo Rebelo de Sousa, “teria argumentos para impedir um referendo”.

Para além desta exigência, o Chega tem outras duas, também relacionadas com a imigração, mas que são mais ajustáveis e passíveis de negociação. “Temos margem para discutir e enquadrar” os limites à atribuição de subsídios a imigrantes e o reforço do controlo de fronteiras, indicou Ventura.

“Como é sabido, defendemos que os estrangeiros não devem receber subsídios antes de estarem cinco anos em Portugal, mas isto pode ser ajustado e o mesmo em relação ao controlo de fronteiras”, afirmou.

Assim, estas duas medidas “podem avançar com negociação”, no âmbito da discussão da proposta do OE2025. “O Chega está disposto a ajustar as propostas que faz, estamos a fazer um esforço total para uma aprovação orçamental e para o Governo poder continuar a governar, mas a política orçamental também tem de ter uma palavra a dizer sobre política imigratória”, defendeu.

Já o referendo terá mesmo de avançar, se o Governo quiser o apoio do Chega na viabilização do OE2025, porque “não tem impacto orçamental, é uma questão simples de consulta à população”. “Em vez de os políticos estarem há anos a discutir a imigração no Parlamento, vamos ouvir as pessoas sobre se queremos um país de portas completamente abertas”, argumentou.

(Notícia atualizada às 12h51)

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Taxas Euribor descem a três meses, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 20 Agosto 2024

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa voltaram a descer esta terça-feira.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, desceram nos principais prazos, isto quando vão a caminho da maior queda mensal em mais de uma década.

  • A taxa Euribor a seis meses, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, desceu para 3,407%, menos 0,001 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, desceu para 3,159%, menos 0,024 pontos, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • A Euribor a três meses desceu para 3,538%, menos 0,013 pontos, depois de ter atingido 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

Em 18 de julho, o BCE manteve as taxas de juro diretoras e a presidente do BCE, Christine Lagarde, não esclareceu o que vai acontecer na próxima reunião em 12 de setembro, ao afirmar que tudo depende dos dados que, entretanto, forem sendo conhecidos.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em julho voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas mais acentuadamente no prazo mais longo, tendo baixado 0,040 pontos para 3,685% a três meses (contra 3,725% em junho), 0,071 pontos para 3,644% a seis meses (contra 3,715%) e 0,124 pontos para 3,526% a 12 meses (contra 3,650%).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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