BCP já vale mais do que EDP Renováveis e passa a 4.ª maior cotada em Lisboa

Banco liderado por Miguel Maya acumula uma valorização de 25% este ano, e já vale mais 8,3 mil milhões de euros, tornando-se na quarta maior cotada na bolsa de Lisboa, à frente da EDP Renováveis.

O BCP BCP 0,00% já vale mais do que a EDP Renováveis na bolsa, tendo-se tornado na quarta maior cotada em Lisboa, com o banco liderado por Miguel Maya a apresentar um valor de mercado acima dos 8,34 mil milhões de euros.

Esta terça-feira, as ações do BCP voltaram a disparar à boleia de notas de research positivas do Deutsche Bank e do JPMorgan Chase. Os títulos avançaram 3,8% para 0,5728 euros, liderando os ganhos no PSI. O banco está a cotar em máximos desde março de 2016.

EDP Renováveis EDPR 0,00% caiu 0,94% para 7,905 euros, apresentando-se com uma capitalização de mercado nos 8,31 mil milhões de euros, menos 200 milhões de euros que o BCP.

Esta evolução reflete o sentimento geral dos investidores em relação às diferentes perspetivas que BCP e EDP Renováveis enfrentam atualmente.

A beneficiar de um ambiente de taxas de juro altas, o BCP acumula um ganho de 23% desde o início do ano e tem colecionado notas de research positivas umas atrás das outras. Deutsche Bank e JPMorgan acabaram de subir o preço alvo do título. No caso do banco americano, reviu o price target dos 0,60 euros por ação para os 0,65 euros, apontando para um potencial de valorização de 16% até final do ano.

Cita, entre outros fatores, “as perspetivas de crescimento atrativas” das economias de Portugal e Polónia, o que permitirá ao BCP conquistar mais quota de mercado no setor empresarial perante o alívio das taxas de juro.

Lembra ainda que o banco deverá atingir lucros anuais na ordem dos mil milhões de euros e que pretende distribuir pelos acionistas 75% dos resultados nos próximos anos, tal como anunciou no plano estratégico. Isto “traduz-se numa dividend yield atrativa de cerca de 11%”, explica a analista Sofie Petersens na nota a que o ECO teve acesso.

Em sentido contrário, a EDP Renováveis já perde 21% este ano — — em cima das perdas de 45,8% no ano passado — e transaciona em mínimos de 2019. A eleição de Trump nos EUA em novembro do ano passado colocou 0 título numa rota altamente depressiva, reação que a empresa considera “exagerada”. Recentemente viu a Exane BNP Paribas e Barclays cortarem o preço alvo para menos de 10 euros. Esta terça-feira o Morgan Stanley também reviu em baixa o price target dos 12 para os 10 euros.

Neste momento, a casa-mãe EDP mantém-se como a cotada mais valiosa em Lisboa, com um market cap de perto dos 13 mil milhões. Tem resistido às perdas, somando 0,4% desde o início do ano.

Seguem-se Jerónimo Martins e Galp, com valorizações bolsistas de 12,15 mil milhões de euros e 11,73 mil milhões, respetivamente. A retalhista soma mais de 6% este ano, acompanhando os ganhos de 7% do PSI, enquanto a petrolífera cede terreno.

BCP avança

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

(Notícia atualizada às 17h08 com cotações de fecho)

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Refinaria da Galp com paragem de 50 dias. Petrolífera investe 200 milhões em manutenção

Intervenção de quase dois meses será no final do ano. O investimento de 200 milhões serve para "aumentar a competitividade, com redução de custos de energia, e reduzir as emissões“.

A Galp GALP 0,00% vai avançar com trabalhos de manutenção e aumento da eficiência energética da refinaria da Galp em Sines, que representam um investimento de 200 milhões de euros. Está ainda prevista uma paragem de 50 dias, que apenas vai afetar uma das três fábricas, ou seja, aquela em que será feita a manutenção e o investimento em eficiência.

A paragem programada servirá para garantir a substituição de equipamento, tendo em conta o ciclo de vida do mesmo. Quanto às restantes intervenções, espalhadas ao longo do ano, “o objetivo é aumentar a competitividade, com redução de custos de energia, e reduzir as emissões“, afirmou Cristina Cachola, diretora da refinaria de Sines da Galp.

“De forma cíclica, fazemos grandes paragens para manutenção. Investimos na integridade dos ativos”, acrescentou, num encontro com os jornalistas, no âmbito de uma visita às instalações da Galp em Sines.

A mesma responsável disse que estes gastos fazem parte da “gestão normal da refinaria” e que os trabalhos de manutenção pesam dois terços nos custos da refinaria. Estas intervenções terão lugar na chamada fábrica 1, que faz 47 anos em 2025. A Galp tem ainda duas outras fábricas no complexo industrial de Sines.

Em anos anteriores estes trabalhos de manutenção acabam por ter reflexo nos resultados da empresa, porque há uma redução da capacidade de refinação.

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CMVM e autoridade europeia alertam para riscos na utilização de IA nos investimentos

  • Lusa
  • 25 Março 2025

"Estas ferramentas podem gerar aconselhamento impreciso ou enganador, conduzindo a decisões de investimento inadequadas e a perdas financeiras significativas", alertam as entidades.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) alertaram esta terça-feira para os riscos de utilizar inteligência artificial nos investimentos, apontando que podem gerar aconselhamento impreciso.

“Não obstante o seu potencial inovador, estas ferramentas podem gerar aconselhamento impreciso ou enganador, conduzindo a decisões de investimento inadequadas e a perdas financeiras significativas”, refere uma nota divulgada e assinada esta terça-feira pelas duas entidades.

A ESMA e a CMVM admitem que as ferramentas de IA “podem oferecer um apoio relevante em diversas áreas”, mas que “também têm subjacente um conjunto de riscos”.

Nesse sentido, lançam várias sugestões para os investidores, como procurar múltiplas perspetivas, evitar esquemas de enriquecimento rápido, atentar na regulamentação, compreender os riscos e proteger a sua privacidade.

A ESMA e a CMVM também pedem uma “abordagem cautelosa” na utilização destas ferramentas, uma vez que têm a capacidade de fornecer aconselhamento altamente persuasivo”.

O alerta aponta ainda que as ferramentas públicas de IA disponíveis online “não são autorizadas nem supervisionadas”, “não foram explicitamente concebidas para prestar consultoria para investimento”, “operam frequentemente de formas que nem quem as desenvolveu compreende na totalidade” e “não estão sujeitas aos mesmos padrões e regras rigorosas comparativamente às entidades autorizadas”.

Sobre os sinais de negociação, as duas entidades apontam que a negociação de instrumentos financeiros é “inerentemente arriscado” e que prever os movimentos de preços é “extremamente difícil, senão impossível”.

“A imprecisão das previsões geradas por IA pode ser significativa, pelo que a dependência exclusiva destas ferramentas pode conduzir a perdas financeiras substanciais”, apontam, apelando para que os investidores realizem “sempre uma pesquisa cuidadosa”.

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Lucros do grupo dono do El Mundo e Marca sobem 8,8% para 62 milhões de euros em 2024

  • Lusa
  • 25 Março 2025

O grupo de comunicação italiano alcançou 819,2 milhões de euros no ano passado em termos de receitas líquidas consolidadas, com a atividade digital a representar 26,7% do total.

O RCS MediaGroup, grupo de comunicação italiano, lucrou 62 milhões de euros em 2024, mais 8,8% do que em 2023, quando registou um lucro líquido de 57 milhões de euros, informou a empresa esta terça-feira em comunicado.

A RCS, à qual pertencem os jornais espanhóis El Mundo, Marca e Expansión, explicou que os números aprovados pelo seu Conselho de Administração refletem um EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de 148 milhões de euros, mais 8,6% do que em 2023.

Em termos de receitas líquidas consolidadas, o grupo atingiu 819,2 milhões de euros em 2024, com a atividade digital a representar 26,7% do total.

Em Espanha, a Unidad Editorial (grupo dono dos jornais espanhóis) alcançou um EBITDA de 43 milhões de euros em 2024, mais 2,2% do que no ano anterior, e receitas de 218 milhões de euros, dos quais 41,4% correspondem ao negócio digital.

No final de dezembro de 2024, os títulos do grupo contavam com um total de 1,2 milhões de assinantes digitais, 685.000 no Corriere della Será, 251.000 no La Gazzetta dello Sport, 163.000 no El Mundo, e 110.000 no Expansión.

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Montenegro “dá audiência” a cartaz do Chega, dizem especialistas em comunicação. É a melhor estratégia?

Montenegro tentou, por via judicial, retirar um cartaz do Chega que o compara a Sócrates. Entre o direito ao bom nome e a estratégia de comunicação, o que dizem os especialistas?

Cartaz Chega, março 2025

O Chega e o seu líder não têm limites. Não se confunda liberdade de expressão com ofensas e calúnias gratuitas.” Luís Montenegro justifica assim, no X, a providência cautelar que interpôs contra o Chega, para retirar os cartazes nos quais o ainda primeiro-ministro surge lado a lado com José Sócrates como rosto de “50 anos de corrupção”.

A providência cautelar foi apresentada no dia 14 e a juíza recusou que a ação fosse decidida sem contraditório, como pretendia o autor, e notificou o partido no dia 20 .“A providência cautelar entrou no passado dia 14. Sem notícias, deixamos para o tribunal a sua discussão e decisão. Hoje veio a público porque o Chega foi notificado e logo quis condicionar a justiça“, acusa Montenegro na rede social de Elon Musk.

O certo é que esta segunda-feira a ação foi conhecida e o caso tornou-se notícia, com o cartaz, e ação no sentido de o eliminar, a ganharem escala.

As pessoas decentes olham para o cartaz e equacionam o tamanho do problema. Uma coisa é o problema de Sócrates, outra o de Montenegro.

Manuel Soares de Oliveira

Mosca

O outdoor é claramente excessivo, de muito baixo nível“, aponta Manuel Soares de Oliveira, diretor-geral da agência Mosca. E “é falso. A maioria das pessoas olha para aquilo e acha que não faz sentido“, prossegue o responsável da agência que trabalha a comunicação da Iniciativa Liberal, sobre o teor da comunicação.

Mas, para Manuel Soares de Oliveira, o cartaz pode até ser favorável a Luís Montenegro. “As pessoas decentes olham para o cartaz e equacionam o tamanho do problema. Uma coisa é o problema de Sócrates, outra o de Montenegro“. Em suma, é um “desserviço do Chega a si próprio“.

Há, no entanto, uma ressalva. A maioria das pessoas achará que não é desprovido de sentido comparar Luís Montenegro com José Sócrates, mas “para o público do Chega é uma maravilha. Gostam de ver o circo a arder“, aponta.

É a linha de comunicação internacional que visa desacreditar o pseudo sistema e afirmar a via política defendida pelo Chega. É a cartilha do Trump.

João Tocha

F5C

Tendo o primeiro-ministro “direito à imagem”, a providência cautelar é vista pelo criativo como “estar a dar audiência ao problema“.

A opinião é partilhada por João Tocha. “No plano da defesa da imagem e da honra, a providência cautelar ou qualquer outra ação faz todo o sentido”, começa por referir o CEO da First Five Consulting (F5C). Já no plano da comunicação política, prossegue, “a pergunta é se isto não vai aumentar a audiência e conhecimento deste cartaz”.

Quanto ao conteúdo em si, Tocha descreve-o como fazendo parte “da linha de comunicação internacional que visa desacreditar o pseudo sistema e afirmar a via política defendida pelo Chega”. “É uma estratégia, é a cartilha do Trump”, concretiza.

Já Edson Athayde recorda que a liberdade de expressão, embora fundamental, não é um direito absoluto e encontra limites no respeito pelos direitos de terceiros, nomeadamente a honra, o bom nome e a reputação. “Luís Montenegro apresentou a ação não apenas como figura pública, mas também como cidadão, pai e marido, o que sublinha a ideia de que o ataque não se limita à esfera política, mas toca também a sua esfera pessoal e reputacional“, defende o CEO e diretor criativo da FCB Lisboa. “Em democracia, não se deve retirar a ninguém o direito de se indignar e recorrer aos tribunais. Negar isso seria, paradoxalmente, um atentado à liberdade que se invoca”, resume.

Quanto à forma e conteúdo, o criativo considera que o cartaz entra claramente na tradição da contra propaganda política, que sempre vive de exageros, simplificações e provocações. Não é, à partida, muito diferente de outros cartazes já usados em campanhas em Portugal, inclusive pelo próprio PSD ou outras forças políticas, em que se associaram adversários a figuras polémicas ou se caricaturaram intenções e comportamentos”, aponta.

O debate político torna-se cada vez mais tóxico, recorrendo a insultos visuais e associações violentas, o que enfraquece o espaço democrático saudável. Se não houver um travão institucional ou jurídico, este tipo de comunicação corre o risco de se banalizar ainda mais.

Edson Athayde

FCB Lisboa

No entanto, prossegue, “o cartaz pode não ser inédito em termos de forma, mas é especialmente agressivo na personalização e na associação direta entre Montenegro e corrupção, sem qualquer base judicial para tal, o que o torna potencialmente excessivo”, caracteriza o publicitário. “Dizer que ‘não há problema porque sempre se fez assim’ é, em si, uma forma de normalizar a degradação do discurso público”, diz o publicitário.

O caso mais parecido com este, recorda Edson Athayde, foi o dos cartazes dirigidos a António Costa, em que surgia com nariz de porco e lápis espetados nos olhos, durante o Dia de Portugal no Peso da Régua, em 2023. Na altura, o então primeiro-ministro classificou esses cartazes como “um pouco racistas”, mas optou por não avançar com qualquer ação judicial, compara. “Esses episódios, tal como o atual, mostram uma tendência preocupante de degradação do discurso público. O debate político torna-se cada vez mais tóxico, recorrendo a insultos visuais e associações violentas, o que enfraquece o espaço democrático saudável. Se não houver um travão institucional ou jurídico, este tipo de comunicação corre o risco de se banalizar ainda mais”, conclui.

Quanto a efeitos práticos da decisão de Luís Montenegro na comunicação do Chega, Manuel Soares de Oliveira deixa o alerta. “Está a abrir o flanco para que tire o cartaz e ponha outro a dar seguimento. Imagine se o Chega tivesse um criativo inteligente… ‘fomos censurados, não nos deixam escrever os nomes dos corruptos'”, dá como exemplo.

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Empresário francês compra Tupperware France e quer relançar a marca em vários países europeus

  • Lusa
  • 25 Março 2025

Novo dono afirmou estar em vias de "renegociar" com a empresa-mãe as licenças de exploração e de distribuição dos produtos da marca Tupperware em França, Itália, Espanha, Bélgica e Polónia.

O empresário francês Cédric Meston, cofundador do substituto de carne à base de plantas HappyVore, anunciou esta terça-feira a compra da Tupperware France e a intenção de relançar a marca em vários países europeus.

Após anos de dificuldades financeiras, o grupo norte-americano, fabricante das lendárias caixas de plástico para alimentos e emblema das compras no domicílio, declarou falência em setembro de 2024, enfraquecido pela concorrência de baixo custo e pelo boom da entrega de refeições, e também vítima do desejo dos consumidores de limitar o consumo de plástico.

Mas um mês depois, a Tupperware anunciou um acordo com os seus credores, com o compromisso de lhes vender a propriedade intelectual “necessária para criar e comercializar a marca Tupperware”, bem como a venda de certos ativos nos Estados Unidos e noutras filiais estrangeiras, sem mais pormenores.

Simultaneamente, a Tupperware France, detida a 99% pela Tupperware Belgium, foi colocada sob um procedimento de salvaguarda.

Numa conferência de imprensa realizada esta terça-feira em Paris, o empresário Cédric Meston anunciou que tinha “comprado 100% da Tupperware France, que pertencia a uma empresa belga”.

“Somos proprietários de uma empresa que está sob proteção e, nas próximas semanas, apresentaremos um plano de continuação da atividade” ao Tribunal de Comércio de Nanterre, disse.

“O objetivo é sair do procedimento de salvaguarda em junho”, acrescentou.

Simultaneamente, Meston afirmou estar em vias de “renegociar” com a empresa-mãe norte-americana as licenças de exploração e de distribuição dos produtos da marca Tupperware em França, Itália, Espanha, Bélgica e Polónia, que tinham sido “cortadas” em janeiro devido às dificuldades do grupo.

É uma questão de horas ou de dias até obtermos a autorização.

Empresário francês

Cédric Meston

“É uma questão de horas ou de dias” até obtermos a autorização, declarou, sem indicar os montantes envolvidos nestas licenças ou na compra da Tupperware France.

A Tupperware conta com 20.000 “conselheiros culinários” nestes cinco países europeus, que constituem a sua famosa rede de vendedores independentes que, por exemplo, fazem apresentações ao domicílio dos produtos da marca.

O objetivo de Meston, que recorda que a atual direção da Tupperware França terá “uma participação de 50%”, é atingir “vendas de 100 milhões de euros até ao final do ano” nos cinco mercados.

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Bruxelas lança balcão único online para ajudar PME a cumprir sanções da UE

  • Lusa
  • 25 Março 2025

A plataforma "prestará apoio personalizado às PME da UE que efetuem verificações de diligência devida em matéria de sanções - sem qualquer custo para as empresas".

A Comissão Europeia lançou esta terça-feira um balcão único online para prestar apoio às pequenas e médias empresas (PME) da União Europeia (UE) sobre o cumprimento das sanções comunitárias, como as aplicadas à Rússia pela invasão da Ucrânia.

“O Serviço de Assistência às Sanções da UE oferecerá uma gama completa de serviços destinados a ajudar as PME a cumprir as sanções da UE em todo o mundo, reduzindo o risco de incumprimento e os custos associados“, anuncia a instituição em comunicado.

Numa altura em que a UE tem em vigor mais de 40 regimes de sanções a nível mundial, o executivo comunitário aponta que esta plataforma “prestará apoio personalizado às PME da UE que efetuem verificações de diligência devida em matéria de sanções – sem qualquer custo para as empresas”.

A ideia é “ajudar os operadores europeus a evitar a perda de oportunidades de negócio legítimas devido a incertezas sobre a sua legalidade”, acrescenta.

Este portal centra-se nas PME por estas empresas disporem normalmente de menos recursos em matéria de conformidade do que as grandes empresas, é ainda justificado.

Citada pela nota, a comissária europeia dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos, Maria Luís Albuquerque, assinala que “a utilização crescente de sanções pode tornar mais complexas as atividades das PME”, razão pela qual foi criado este balcão de assistência na internet.

A utilização crescente de sanções pode tornar mais complexas as atividades das PME, razão pela qual foi criado este balcão de assistência na internet.

Maria Luís Albuquerque

Comissária europeia dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos

As medidas restritivas da UE (normalmente conhecidas por sanções) são um instrumento essencial da política externa e de segurança comum da UE, abrangendo desde questões individuais específicas (por exemplo, congelamento de bens) como abordagens setoriais mais abrangentes (que visam as finanças, o comércio, a energia, entre outros).

Entre os mais conhecidos estão, por exemplo, os 16 pacotes de sanções adotados contra a Rússia desde fevereiro de 2022, aquando da invasão russa da Ucrânia.

Com o aumento das tensões a nível mundial, as medidas restritivas da UE estão a expandir-se a um ritmo mais rápido.

O balcão único está disponível em eu-sanctions-compliance-helpdesk.europa.eu.

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Crescimento económico deverá abrandar para 2,2% a 2,4% no primeiro trimestre

Comércio a retalho e turismo terão compensado a tendência negativa no setor automóvel e a incerteza na construção e investimento, segundo o barómetro CIP/ISEG para o primeiro trimestre.

O crescimento económico deverá abrandar para 2,2% a 2,4% do PIB, no primeiro trimestre do ano, segundo as projeções do barómetro CIP/ISEG, divulgadas esta terça-feira. O comércio a retalho e os serviços, designadamente os proveitos do turismo, terão compensado a tendência negativa nos indicadores da produção industrial e as incertezas na construção e investimento, de acordo com o mesmo estudo.

Os resultados mostram um arrefecimento da atividade, depois de a economia ter surpreendido “pela positiva” com o PIB a avançar 2,8% em termos homólogos e 1,5% em cadeia, no último trimestre de 2024, sinaliza o barómetro.

“Em termos homólogos, os indicadores de atividade setorial disponíveis são compatíveis com a expectativa de crescimento no presente trimestre, embora a um ritmo mais moderado do que no trimestre anterior“, de acordo com as projeções da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e do ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão.

Assim, “para o primeiro trimestre do ano, e em resultado do efeito de arrastamento que transita da reta final de 2024, perspetiva-se uma evolução real positiva da economia em termos homólogos entre 2,2% e 2,4%, o que corresponde a um crescimento em cadeia compreendido entre 0% e 0,2%”, aponta o barómetro. Esta projeção representa “uma ligeira desaceleração do crescimento homólogo e uma desaceleração significativa no crescimento em cadeia”, alerta o mesmo estudo.

Entre os fatores que contribuíram para estancar uma performance mais pessimista da economia, estão: “o crescimento real expressivo no comércio a retalho”, com “destaque para o crescimento do valor de novos créditos, transações em terminais de pagamento ou vendas de gasolina”; e “o crescimento, mais moderado, nos serviços, “com destaque para a evolução dos proveitos no setor do turismo”.

Deste modo, o desempenho do comércio a retalho e dos serviços compensou “a tendência negativa percetível nos indicadores de produção industrial, com destaque para a produção automóvel ou o registo mais incerto nos indicadores de construção e investimento”, conclui.

O barómetro indica que “os dados que ficarão disponíveis durante o próximo mês possibilitarão uma reavaliação destas previsões antes da publicação da estimativa rápida do INE, que deverá ter lugar no final do mês”.

“Ainda assim, em linha com o que já foi visível no quarto trimestre de 2024, perspetiva-se uma recuperação do contributo da procura externa líquida que deverá ser acompanhada por um menor contributo da procura interna, num processo que se prolongará durante 2025″, de acordo com as projeções do barómetro CIP/ISEG.

O Banco de Portugal também já tinha sinalizado para uma diminuição do peso do consumo interno no crescimento da economia. No boletim económico de março, divulgado na semana passada, o regulador prevê um aumento do contributo do investimento, em especial da componente pública, e uma redução do contributo do consumo privado.

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Do lítio ao cobre, há quatro projetos portugueses na lista de Bruxelas para assegurar matérias-primas “críticas” na Europa

Explorações da Savannah, Lusorecursos, Lifthium e Somincor incluídas nos 47 projetos estratégicos escolhidos pela Comissão Europeia para “assegurar e diversificar” acesso às matérias-primas críticas.

De Trás-os-Montes ao Alentejo, há quatro explorações portuguesas na lista dos 47 projetos estratégicos selecionados pela Comissão Europeia para “assegurar e diversificar” o acesso às chamadas matérias-primas críticas, que Bruxelas espera que contribuam “significativamente” para as transições verde e digital, assim como para apoiar as indústrias da defesa e aeroespaciais no Velho Continente.

De acordo com a informação divulgada esta terça-feira pelo Executivo comunitário, neste mapa de projetos — instalados num total de 13 Estados-membros e com um um investimento global estimado de 22,5 mil milhões de euros para se tornarem operacionais — há quatro localizados em Portugal e que têm como promotores a Savannah Resources, a Lusorecursos, a Lifthium Energy e a Somincor.

A Savannah Resources detém a concessão da exploração do lítio na mina do Barroso (Boticas); a Lusorecursos para explorar o lítio da mina do Romano, em Montalegre (espera iniciar a extração em 2027 e começar a entregar o produto da refinação em 2028); a Lifthium Energy da Bondalti prevê a instalação de uma refinaria de lítio em Estarreja, como confirmou ao ECO o presidente João de Mello; e a Somincor é a concessionária da mina de Neves-Corvo (cobre), a maior do país, situada em Castro verde.

Estes projetos selecionados por Bruxelas cobrem um ou mais segmentos da cadeia de valor da matéria-prima, com 25 a envolverem atividades de extração, 24 de processamento, dez de reciclagem e dois de substituição de matérias-primas. E abrangem 14 das 17 matérias-primas estratégicas listadas no Critical Raw Materials Act (CRMA), com destaque para o lítio (22 projetos), níquel (12), cobalto (dez projetos), manganês (7) e grafite (11) que “vão beneficiar particularmente a cadeia de valor da matéria-prima para baterias da UE”.

O CRMA entrou em vigor a 23 de maio de 2024 e prevê que o processo de concessão de licenças não exceda os 27 meses para os projetos de extração e 15 meses para os outros, quando atualmente os processos de licenciamento na UE podem durar entre cinco e dez anos. O regulamento fixa ainda metas para aumentar a contribuição da UE no que respeita ao aprovisionamento até 2030: extração de 10%, transformação de 40% e reciclagem de 25% do consumo anual destas matérias-primas na UE.

“Estes projetos foram selecionados por contribuírem para a segurança do aprovisionamento da UE em matérias-primas estratégicas, por respeitarem critérios ambientais, sociais e de governação e por serem tecnicamente viáveis. Além disso, os projetos selecionados demonstraram também claros benefícios transfronteiriços para a UE”, lê-se num comunicado divulgado pela Comissão Europeia.

Estatuto prioritário e apoio financeiro em Portugal

Em dezembro, o Governo português apresentou um plano para as matérias-primas críticas em Portugal, que prevê o lançamento de concursos para a prospeção destas matérias-primas, assim como a atribuição de um estatuto prioritário aos projetos que sejam considerados estratégicos, assim como apoios ao financiamento.

O plano de ação nacional inclui 18 medidas, entre as quais se destaca a “atribuição de um estatuto prioritário aos projetos estratégicos de matérias-primas críticas”, a “resolução célere e eficaz de litígios” e o “lançamento de concursos de atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de recursos minerais”. Está ainda prevista a “adoção de instrumentos e programas de apoio ao financiamento” destes projetos estratégicos.

Contestação a impactos ambientais e sociais

Destinados a reforçar a independência da Europa em termos de matérias-primas para a defesa e a transição energética, muitos destes projetos agora considerados estratégicos estão há vários anos a ser contestados por ambientalistas e residentes, incluindo em Portugal. É o caso da prospeção de lítio em Boticas e em Montalegre, mas também da mina de lítio de Doade (Espanha) ou o projeto de ouro e cobre Rovina, na Roménia.

Em reação à decisão de Bruxelas conhecida esta manhã, várias organizações não-governamentais (ONG) e associações comunitárias da Sérvia, Roménia, Alemanha, Espanha e Portugal anunciaram que vão avançar com uma contestação a este mapa por serem “projetos que apresentam riscos sociais e ambientais significativos”, como argumentam numa nota de imprensa enviada ao ECO.

Nelson Gomes, da iniciativa Unidos em Defesa de Covas do Barroso, que se opõe aos planos da investidora britânica Savannah Resources, critica que “a exploração de matérias-primas baratas para a indústria automóvel na Alemanha e noutros países só traria desvantagens” para esta população transmontana.

“Vivemos da pecuária sustentável e dependemos da preservação dos rios limpos e das pastagens verdes. Isto não é uma transição justa. Minas em Portugal não cumprem as regras. E as autoridades estão de braços cruzados. As quatro minas a céu aberto e as escombreiras projetadas não seriam aceitáveis nem do ponto de vista ambiental nem social. Por isso, vamos pedir formalmente à Comissão que reveja a sua decisão”, garante.

Citado no mesmo comunicado, Michael Reckordt, cofundador da rede europeia EU Raw Materials Coalition, concorda que “os projetos estratégicos visam garantir o abastecimento da indústria europeia sem iniciar um repensar ecológico e social”. Em vez de reduzir o consumo através de medidas como veículos mais pequenos ou a proibição de cigarros eletrónicos descartáveis, exemplifica, “o objetivo é simplesmente extrair mais matérias-primas”, secundarizando a “proteção do ambiente, a participação democrática e a transparência”.

(Notícia atualizada às 16h30 com reações)

 

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Euribor a três meses cai pela 7.ª sessão consecutiva para mínimo desde janeiro de 2023

  • Lusa
  • 25 Março 2025

Com as alterações desta terça-feira, a taxa a três meses, que baixou para 2,365%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,386%) e acima da taxa a 12 meses (2,354%).

A Euribor desceu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira e no prazo mais curto, pela sétima sessão consecutiva, para um novo mínimo desde janeiro de 2023.

Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,365%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,386%) e acima da taxa a 12 meses (2,354%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou esta terça-feira, ao ser fixada em 2,386%, menos 0,013 pontos. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou para 2,354%, menos 0,012 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou esta terça-feira, ao ser fixada em 2,365%, menos 0,002 pontos e um novo mínimo desde 18 de janeiro de 2023.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.

A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.

A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.

Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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PSD e CDS avançam com acordo para Governo de maioria na Madeira

Albuquerque recebe do CDS o deputado que lhe faltava para atingir a maioria. Marcelo Rebelo de Sousa já tinha dado, na noite eleitoral, o tiro de partido para o acordo.

 

Miguel Albuquerque, cabeça de lista e presidente do PSD Madeira, festeja após o PSD ter vencido as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira. O partido arrecadou 43,43% dos votos e 23 mandatos, aos quais se juntará o deputado único do CDS. GREGÓRIO CUNHA/LUSAGREGÓRIO CUNHA/LUSA

O PSD e o CDS já têm um acordo para formação de um Governo de maioria absoluta na Região Autónoma da Madeira, o qual vai ser anunciado na tarde desta terça-feira. Miguel Albuquerque afirmou, aos jornalistas, que “vamos fechar, em princípio, o acordo esta tarde com o CDS”. O acordo “será sempre formal, no quadro governativo e no quadro parlamentar, aliás, como sempre fizemos. Temos um histórico de boa relação com o CDS, mas sempre assente num acordo escrito para mantermos os princípios, isso está tudo claro”.

Nas eleições deste domingo, os social-democratas obtiveram 43,4% dos votos, garantindo 23 mandatos, menos um que o mínimo necessário para terem mais de metade dos 47 lugares do Parlamento. Com os resultados de domingo, os centristas perderam um lugar, mas conquistaram o poder de assegurar a desejada estabilidade governativa a Miguel Albuquerque. Em contrapartida, José Manuel Rodrigues, líder regional do CDS-PP, poderá assumir a pasta da Economia, segundo refere a RTP.

Rodrigues, que assumiu funções de jornalista no Jornal da Madeira no ano em que Alberto João Jardim chegou ao poder, em 1978, entrou na Assembleia Legislativa da Madeira como deputado no ano 2000, sendo desde então sucessivamente eleito, o que se repetiu neste domingo. Nestes 25 anos já foi eleito igualmente para a Assembleia da República, nas legislativas de 2009 e 2011.

A confirmarem-se as palavras de Albuquerque, a decisão dos dois partidos confirmará a expectativa gerada logo na noite eleitoral pelos dois líderes partidários e secundada pelo Presidente da República, que aproveitou a zona de entrevistas rápidas no final do jogo de futebol Portugal-Dinamarca para dizer que “houve maioria absoluta” na votação, algo que, na realidade, não ocorreu, tendo o PSD ficado a um mandato de obter essa autonomia de governação.

No domingo, Albuquerque não se comprometeu com coligações, mas deixou claro que todos sabem a quem o PSD se tem unido para formar Governo.

Do lado do CDS-PP Madeira, José Manuel Rodrigues considerou que “os madeirenses quiseram dizer que querem estabilidade política, governabilidade, querem um Governo para os próximos quatro anos”. Questionado sobre o caso judicial que envolve Albuquerque, o presidente centrista disse: “À política o que é da política, à Justiça o que é da Justiça”, repetindo o mantra de António Costa. O presidente do partido, único eleito na noite de domingo, referiu que “os madeirenses tiveram oportunidade de se pronunciar sobre essa matéria, já o tinham feito em maio. Sempre disse e continuo a dizer que não faço campanhas eleitorais, não provoco eleições nem disputo eleições na base de processos eleitorais”.

Cinco anos e o quarto Governo de parceria

A união de esforços entre os dois partidos não é estranha, tanto na República, onde desde há 45 anos têm assumido a Aliança Democrática, como na própria Madeira. Na região, o primeiro encontro de posições deu-se em 2019, uma necessidade decorrente da perda da maioria absoluta que marcava a governação do PSD-Madeira desde 1976.

A ligação entre os dois partidos nem sempre foi pacífica, com especial relevo para o consulado de quase quatro décadas de Alberto João Jardim, político que dirigiu ao longo dos anos críticas contundentes ao CDS, desde logo em 1978, quando os centristas, a nível nacional, estavam no Governo da República em coligação com o PS de Mário Soares.

Em 2019, PSD e CDS somavam, tal como agora, 24 deputados, mas os centristas surgiam com maior força, não só por terem o triplo dos mandatos, mas também porque o PS e o JPP somavam 22 lugares no parlamento regional, enquanto o PSD estava reduzido a 21. Em 2023, Albuquerque e José Manuel Rodrigues assumiram à partida o casamento, mas da união só saíram 23 mandatos. Acabaria por ser o PAN — que na eleição deste domingo perdeu o seu lugar — a repor os 24 com que o sucessor de Alberto João Jardim tem governado desde 2015, sozinho, ou com acordos de governação ou apoio parlamentar.

Em 2024, o PSD Madeira obteve o seu pior resultado de sempre, 19 mandatos, e mesmo com os dois do CDS ficava aquém da maioria, surgindo então o Chega em SOS, ao mesmo tempo que no Governo da República imperava, havia menos de dois meses, o “não é não” do primeiro-ministro e líder nacional social-democrata Luís Montenegro.

Agora, antes de efetivar a relação anunciada nesta segunda-feira, o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, irá ouvir os partidos com representação parlamentar na próxima sexta-feira.

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PCP “aciona meios legais” contra RTP após entrevista a Paulo Raimundo

  • Lusa
  • 25 Março 2025

Paulo Raimundo foi entrevistado no Telejornal, no âmbito das eleições legislativas antecipadas, tendo sido questionado repetidamente sobre a posição do PCP quanto à invasão da Rússia à Ucrânia.

O PCP adiantou que vai acionar “todos os meios legais” contra a RTP, denunciando que foi alvo de provocação durante uma entrevista da estação pública ao secretário-geral do partido, Paulo Raimundo.

A informação foi avançada pelo PCP numa publicação na rede social X, juntamente com um vídeo com excertos da entrevista conduzida pelo jornalista José Rodrigues dos Santos a Paulo Raimundo.

Perante a provocação que aconteceu hoje na RTP, o PCP acionará todos os meios legais. O fascismo e a guerra sabem que têm na firmeza do PCP o seu inimigo“, pode ler-se.

O PCP vai então apresentar queixas junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), concretiza o partido à Lusa.

O secretário-geral do PCP foi entrevistado na segunda-feira à noite no Telejornal, no âmbito das eleições legislativas antecipadas, que vão decorrer em maio. Durante a entrevista, Paulo Raimundo foi questionado várias vezes sobre a posição do PCP sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, tendo sido este o tema ao longo dos cerca de dez minutos da entrevista.

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que as eleições legislativas antecipadas vão realizar-se a 18 de maio, na sequência da crise política que levou à demissão do Governo AD, que viu a sua moção de confiança chumbada no parlamento.

 

 

Notícia atualizada às 15h10

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