Gestão do luxo, uma escola de paciência, visão e coragem

  • Mónica Seabra-Mendes
  • 3 Abril 2025

O luxo aprende-se. Mónica Seabra-Mendes, Diretora do Programa Executivo de Gestão do Luxo na Católica Lisbon Business & Economics explica a importância da formação para a excelência.

A gestão de marcas e empresas de luxo requer profissionais com perfis muito específicos, ao exigir que se equilibre negócio e arte, gestores e criativos e ao pressupor uma gestão contraintuitiva, muito diferente da tradicional lógica económica.

A importância de ensinar o luxo e a sua forma particular de gestão vai muito para além do mercado do luxo. No luxo transmite-se conceitos de excelência, criatividade, exclusividade e liderança num contexto de longo prazo. Na realidade, as ferramentas da gestão do luxo poderão, e deverão, servir para acrescentar valor a qualquer produto ou serviço, independentemente do setor e segmento em que atue. Marcas como a Apple, a Nespresso e a Tesla, são exemplos de marcas que não sendo do luxo, se apropriaram de muitas das suas ferramentas de gestão, o que muito contribuiu para o seu sucesso global.

Na formação de profissionais de luxo exige-se, num primeiro momento, uma contextualização nos domínios da psicologia e da sociologia, bem como uma compreensão dos conceitos de beleza, de arte e da estética em geral, elementos-chave na criação do desejo. Antes de se falar de luxo no contexto de negócio, é importante perceber que o luxo é uma necessidade humana. Num segundo momento, e porque os setores de atividade que o luxo compreende são muitos e variados, é necessário trabalhar os conceitos chave e os intangíveis transversais a todos os setores. No segmento do luxo, tanto podemos estar a falar do mercado da perfumaria que vende milhões de produtos, como do mercado da aviação privada em que os clientes se contam pelos dedos. É importante ainda salientar o papel fundamental da liderança, da capacidade de dizer frequentemente “não” e da coragem de assumir que nem sempre o objetivo de uma marca é vender mais ou, pelo menos, de servir na totalidade as necessidades do seu mercado. É importante perceber, por outro lado, que os negócios do luxo são de muito longo prazo, com retornos financeiros longos e que exigem, por isso, recursos económicos e capacidade de liderança para saber esperar, sem nunca comprometer a qualidade, a estratégia e os valores da marca.

Depois de estudadas as especificidades da gestão do luxo, de uma forma mais transversal, é importante compreender as particularidades dos seus diversos setores e as tendências particulares de cada mercado, quer se trate da moda, da joalharia, da relojoaria, da marroquinaria, dos vinhos e das bebidas espirituosas, da art de la table, da gastronomia, da hotelaria, dos automóveis, dos iates e da aviação privada, entre outros.

E em qualquer parte do percurso da formação é importante ouvir testemunhos inspiradores e conhecer os rostros por detrás das marcas, bem como os bastidores onde a magia acontece. É preciso viver o luxo na primeira pessoa, muito para além de o viver como eventual cliente. É preciso sentir a transcendência que os objetos de exceção e as experiências memoráveis trazem ao ser humano. É aqui que se sai da sala de aula. É aqui que os profissionais se envolvem e melhor entendem este mundo de privilégio e de privilegiados. Há executivos que afirmam que há um antes e um depois do Programa de Gestão do luxo, nas suas vidas. Eu acredito que sim. O luxo tem essa prerrogativa, a de nos levar por caminhos sem retorno.

A gestão do luxo ensina, em última instância, que o exercício do luxo é um ato de respeito máximo pelo “outro”, no sentido em que cada um dá o melhor de si, na esperança de provocar o melhor do outro.

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Empresas de informática e negócios de 17 milhões na mira da mega operação judicial. “Buscas não visam decisores políticos”, diz PGR

Em causa participação económica em negócio, abuso de poder, corrupção, fraude na obtenção de subsídio, falsidade informática, fraude fiscal qualificada, tráfico de influência e associação criminosa.

O Banco de Portugal foi alvo de buscas da Polícia Judiciária, que lançou esta quinta-feira uma operação que também envolveu ações na Secretaria-Geral do Ministério da Justiça e Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ).

Na ‘Operação Pactum’, estão em causa condutas relacionadas com aquisições de serviços na área da Tecnologia de Informação, por várias entidades públicas e por uma entidade privada, entre os anos de 2017 e 2025. “No centro da investigação encontra-se um conjunto de indivíduos que, em conjugação de esforços e de forma premeditada, viciaram dezenas de procedimentos de contratação pública e privada, num valor total global não inferior a 17 milhões de euros)”, confirma o gabinete de Amadeu Guerra.

“A operação da Unidade Nacional Contra a Corrupção conta com cerca de 200 inspetores no terreno a realizar centenas de buscas a organismos público e empresas, acrescenta. Em causa estão suspeitas de conluio na compra de material informático, hardware e software”, explica comunicado do gabinete da Procuradoria-Geral da República.

As diligências decorrem na área da grande Lisboa, Porto e Braga, designadamente em domicílios, escritórios de contabilidade, sedes de sociedades, Institutos Públicos e outros serviços do Estado. “Estas buscas destinam-se à recolha de informação relacionada com funcionários desses serviços e não visavam decisores políticos”, acrescenta o comunicado.

“A Ministra da Justiça, surpreendida com as notícias desta manhã sobre buscas a organismos do Ministério, pediu às eventuais entidades visadas um reporte factual sobre as operações inspetivas, determinando que seja prestado todo o apoio necessário aos inspetores”, disse a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice.

Bem como o Banco de Portugal que confirma que está em curso uma operação da Polícia Judiciária nas suas instalações, “que conta com a sua total colaboração”.

Os factos investigados são suscetíveis de, em abstrato, integrar os crimes de participação económica em negócio, acesso ilegítimo com violação de confidencialidade, de abuso de poder, corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, falsidade informática, fraude na obtenção de subsídio, fraude fiscal qualificada, tráfico de influência, associação criminosa e ainda do crime de branqueamento.

Nas buscas estão presentes dois juízes de instrução, três magistrados do Ministério Público e cerca de 250 inspetores da Polícia Judiciária e 50 especialistas da polícia científica.

A investigação prossegue sob direção do DCIAP, com a coadjuvação da Polícia Judiciária, estando o inquérito sujeito a segredo de justiça.

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WARC revê em baixa crescimento do mercado publicitário. Estima perda de quase 20 mil milhões

O risco de estagflação nas principais economias, agravado pela incerteza provocada pelos EUA, justificam a reavaliação mais pessimista, ainda que positiva, da WARC.

A WARC (World Advertising Research Center) reviu em baixa as suas previsões em relação à evolução do investimento publicitário a nível global para este ano. Espera agora que o crescimento global do investimento este ano seja de 6,7%, um recuo de quase um ponto percentual em relação às previsões que tinha avançado em novembro de 2024 (7,6%).

A nova análise, que ainda não acomoda as tarifas anunciadas na quarta-feira por Trump, evidencia que o mercado publicitário global possa crescer 6,7% este ano, — atingindo os 1,15 biliões — e 6,3% até 2026, o que representa, respetivamente, uma queda de 0,9 e 0,7 pontos percentuais em comparação com as previsões de há cinco meses e se traduz numa perda de quase 20 mil milhões de dólares em dois anos.

Em termos absolutos, o mercado global de publicidade vai assim assistir a um aumento de investimento na ordem dos 72,9 mil milhões de dólares este ano em comparação com o ano anterior, estima a WARC.

A justificação para uma reavaliação mais pessimista (ainda que positiva) do investimento em publicidade prende-se com o risco crescente de estagflação — ou mesmo de recessão — nas principais economias, agravado pela incerteza económica provocada pela imposição de tarifas por parte dos EUA, cujas consequências se antecipa que sejam sentidas a partir do segundo semestre deste ano e se tornem mais pronunciadas no próximo ano.

Também o aperto na regulamentação não incentiva o investimento publicitário, numa altura em que a União Europeia está a endurecer a sua posição em relação a players como a Google ou a Apple. A espera por decisões dos EUA em relação a processos de concorrência desleal contra plataformas como a Google ou o TikTok também aumentam o clima de incerteza.

O mercado publicitário global enfrenta uma incerteza crescente à medida que as tarifas comerciais, a estagnação económica e as regulamentações mais rigorosas afetam setores importantes, o que nos leva a cortar as perspetivas de crescimento em 20 mil milhões de dólares nos próximos dois anos”, diz James McDonald, diretor de dados, inteligência e previsão da WARC, citado em comunicado.

Os setores que poderão ser mais afetados pelas políticas de Donald Trump são também aqueles onde o recuo no investimento publicitário é mais evidente. A WARC prevê, por exemplo, que o investimento publicitário no setor automóvel sofra uma queda de 7,4% este ano, enquanto o retalho deve recuar 5,3%. Já a indústria de tecnologia deve registar um crescimento de 6,2% no investimento em publicidade este ano, o que representa uma queda significativa em comparação com a previsão de 13,9% avançada em novembro.

Em termos de meios, as novas previsões da WARC apontam para que o investimento em imprensa mantenha a queda de 4,5%, mas agravou a queda das receitas em premium video para 2,4% (que compara com a queda de 1,4% antecipada em novembro). Espera ainda agora que o investimento em áudio cresça 1,7% (quando antecipava um crescimento de 2,1% nas previsões de novembro), que em outdoor e cinema avance 5,9% (antes era 6,1%) e que em pure play internet cresça 10,1% (face aos 11,2% anteriores).

Além do cenário baseado nas suas próprias previsões, a WARC antecipa ainda outros dois cenários mais negativos, um baseado nas previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que assume tarifas comerciais universais de 10%, cortes de 0,5 pontos percentuais no PIB das principais economias ao longo de três anos e um aumento de 0,4 pontos percentuais na taxa de inflação, e outro “severo”, que subtrai um ponto ao crescimento global e acrescenta 0,4 pontos percentuais à inflação nos próximos três anos.

Enquanto o cenário WARC antecipa um recuo 0,9 pontos percentuais no crescimento do investimento neste ano, o cenário da OCDE prevê um declínio de 1,2 pontos percentuais e o cenário severo implicaria uma queda de 1,7 pontos percentuais.

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PJ realiza buscas no Banco de Portugal. Mega operação com 250 inspetores no terreno

  • ECO
  • 3 Abril 2025

Além do Banco de Portugal, Unidade Nacional Contra a Corrupção também fez buscas no Ministério da Justiça. Em causa suspeitas de conluio na compra de material informático.

Banco de Portugal, Secretaria-Geral do Ministério da Justiça e outros organismos públicos e uma empresa privada na área da informática foram alvos de buscas da Polícia Judiciária, que lançou esta quinta-feira uma mega operação com 250 inspetores que investiga suspeitas crime na na compra de material informático.

No centro da investigação encontra-se um “conjunto de indivíduos que, em conjugação de esforços e de forma premeditada, viciaram dezenas de procedimentos de contratação pública e privada, num valor total global não inferior a 17 milhões de euros“, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em comunicado enviado às redações.

Os factos investigados ocorreram entre 2017 e 2025 e são suscetíveis de integrar os crimes de participação económica em negócio, acesso ilegítimo com violação de confidencialidade, de abuso de poder, corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, falsidade informática, fraude na obtenção de subsídio, fraude fiscal qualificada, tráfico de influência, associação criminosa e ainda do crime de branqueamento.

A operação da Unidade Nacional Contra a Corrupção conta dois juízes de instrução, três magistrados do Ministério Público e cerca de 250 inspetores da PJ e 50 especialistas da polícia científica que estão a realizar diligências na área da grande Lisboa, Porto e Braga, designadamente em domicílios, escritórios de contabilidade, sedes de sociedades, Institutos Públicos e outros serviços do Estado.

“Estas buscas destinam-se à recolha de informação relacionada com funcionários desses serviços e não visavam decisores políticos“, esclarece a PGR.

De acordo com o Jornal de Notícias, inquérito incide sobre o desvio de subsídios europeus que poderão ter beneficiado empresas da área informática que também estão a ser alvo de buscas.

O Banco de Portugal já confirmou “que está em curso uma operação da Polícia Judiciária nas suas instalações” e assegura “total colaboração” com as autoridades.

O processo corre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, estando o inquérito sujeito a segredo de justiça.

(Notícia atualizada às 11h29 com comunicado do Banco de Portugal)

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Dos EUA e Europa à Ásia, novas tarifas de Trump ditam maré vermelha nas bolsas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Abril 2025

A bolsa de Lisboa está a ser exceção ao sentimento negativo que se vive nos mercados financeiros após o anúncio do Presidente dos EUA. Fabricantes automóveis não escapam às perdas.

As novas tarifas alfandegárias anunciadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, estão a provocar fortes reações nos mercados financeiros. Da Europa à Ásia, passando pelos EUA, os principais índices bolsistas caem a pique, com impacto, particularmente, em cotadas que dependem de cadeias de abastecimento globais.

O anúncio de Trump feito na quarta-feira na Casa Branca no dia em que o próprio intitulado de “Dia da Libertação” foi feito após o fecho dos mercados bolsistas norte-americanos, que encerraram em alta ligeira na quarta-feira. Mas o discurso desencadeou um sell-off nas negociações após o fecho do mercado, com os futuros do índice S&P 500 a inverterem os ganhos e caírem 1,7%, sugerindo que os investidores esperam perdas profundas quando Wall Street abrir esta quinta-feira.

Já esta manhã, os contratos de futuros agravam essas quedas, antevendo uma abertura do S&P 500 e do Nasdaq a cair 2,9% e 3,2%, respetivamente. O sell-off é particularmente visível nas ações das “Sete Magníficas”, com particular destaque para a Apple e a Amazon.com, que estão a negociar a poucas horas da abertura de Wall Street com quedas de 6,8% e 4,9%, respetivamente.

Na Bolsa de Tóquio, o sentimento também foi negativo. Após ter chegado a negociar com perdas de 4%, o índice de referência, Nikkei, terminou o dia com uma descida de 2,77%, nos 34.735,93 pontos, enquanto o índice mais alargado, Topix, fechou em queda de 3,08%, para 2.568,61 pontos.

As principais bolsas da Europa também não são exceção e abriram com fortes perdas, com os investidores a reagirem às tarifas globais de base de 10% e à taxa recíproca de 20% imposta à União Europeia pela Administração Trump.

O pan-europeu Stoxx Europe 600 — um cabaz das maiores empresas da Europa — está a cair cerca de 1,3% pouco depois da abertura, com praticamente todos os setores do índice a encontrarem-se no vermelho, com particular foco as atividades do consumo cíclico, financeiro e industrial, que acumulam perdas acima dos 2%.

Entre os principais índices europeus, destaque para o índice DAX da Alemanha que está a desvalorizar 1,3%. Em Espanha, o IBEX 35 recua 0,7%, mas é o francês CAC 40 e o neerlandês AEX que apresentam as maiores quedas, corrigindo 1,8% e 1,7%, respetivamente.

As ações de empresas como a Adidas e a Puma estão a tombar perto de 10%, mas é na indústria pesada que as empresas europeias sentirão as piores consequências. A Siemens desvaloriza 4%, enquanto fabricantes de automóveis alemães — também sujeitos a novas tarifas enormes sobre as importações pelos EUA — estão igualmente em queda.

Já o principal índice do Reino Unido, o FTSE 100, está a desvalorizar cerca de 1%. Com Trump a impor apenas a tarifa base de 10% à economia britânica, o primeiro-ministro Keir Starmer disse que “ninguém ganha numa guerra comercial, que não é do interesse nacional”. “Temos uma relação comercial justa e equilibrada com os EUA”, reforçou.

Em Lisboa, o índice PSI abriu em queda de cerca de 0,1%, mas está neste momento a valorizar 0,8%, impulsionado pelos ganhos de mais de 6% da EDP Renováveis, sendo também de destacar a subida de mais de 4% da ‘casa-mãe’ EDP.

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Hoje nas notícias: falência da Inapa, impostos e eleições

  • ECO
  • 3 Abril 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Nova Expressão vai pedir uma indemnização de cerca de cinco milhões de euros à administração da Inapa. Um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo veio confirmar o IRS mais baixo para doentes com redução da incapacidade. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Acionista da Inapa pede indemnização de 5 milhões a administradores

A Nova Expressão, uma das acionistas da Inapa, vai pedir uma indemnização “mais ou menos à volta de cinco milhões de euros” por “danos do que valeria a [sua] participação acionista e também por danos morais”. Corresponde, segundo o líder da empresa, Pedro Baltazar, ao “investimento da Inapa desde 2010, sem os juros”. Ainda assim, “o investimento da Nova Expressão SGPS ao longo do tempo é muito maior do que aquilo que estamos a solicitar”, ressalva Pedro Baltazar.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Supremo confirma IRS mais baixo para doentes com redução da incapacidade

Um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, datado de 12 de março, confirma que as pessoas que beneficiaram de um atestado multiusos que lhes conferiu uma incapacidade igual ou superior a 60% não podem perder os benefícios daí decorrentes, mesmo que a reavaliação de uma junta médica venha a determinar uma incapacidade inferior a esse valor. Esta decisão tem implicações no IRS dos doentes, porque lhes permite manter o IRS mais baixo não apenas no ano em que se realiza a junta médica, mas também nos anos seguintes.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Governo atento a surpresas negativas no IRS mesmo em cima da campanha

Há contribuintes surpreendidos com o acerto final do IRS referente a 2024, por estar a trazer menores reembolsos ou a obrigatoriedade de pagar ao Estado, ou até por estar a receber uma quantia menos generosa do que em anos anteriores. Como isto está a acontecer em véspera de eleições legislativas, o Governo em funções considera que é preciso conter qualquer dúvida que possa existir em relação ao que efetivamente aconteceu: uma redução dos impostos e não um aumento. “Não estamos preocupados. Só não queremos desinformação”, garante um dirigente do PSD.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Sondagem: Eleitorado PS a favor das PPP, restrições à imigração e baixa do IRC

A mais recente sondagem da Pitagórica mostra que 63% dos inquiridos (inclusive alguns socialistas) percecionam a AD como a vencedora das eleições. A coligação também é vista como aquela que merece ganhar (43%) e que tem a equipa “mais preparada e competente” (43%), quadros políticos “mais sérios” (31%) e, na questão sobre a liderança, Luís Montenegro é visto como “mais eficaz e inspirador” por 30% enquanto Pedro Nuno Santos fica com quase metade: 14%. O secretário-geral do PS é, aliás, ligeiramente ultrapassado neste tópico por André Ventura (15%), com destaque para o voto masculino. Na opinião dos inquiridos, o PS é ultrapassado pelo Chega em temas como a imigração e a segurança e, em alguns segmentos, pela Iniciativa Liberal na estratégia para a economia.

Leia a notícia completa na TSF (acesso livre)

Recorde de acidentes e trânsito na VCI do Porto

Em 2024, houve 133 mil carros por dia a circular e registaram-se, só até outubro, 608 sinistros na Via de Cintura Interna (VCI). A tendência de acidentes nesta estrada nos últimos anos tem sido crescente: 417 em 2000, 482 em 2021 e 524 em 2023. “A capacidade de escoamento da VCI está esgotada. Cada vez que há uma interrupção na VCI, seja um acidente ou uma avaria, a cidade entra em trombose”, diagnostica o presidente da Câmara do Porto.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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“Não há saída para o protecionismo”. Da China ao Canadá, potências mundiais reagem às tarifas dos EUA

  • ECO e Lusa
  • 3 Abril 2025

Da União Europeia à China, passando pelo Reino Unido e pela Austrália, sucedem-se as reações às novas taxas anunciadas por Trump, entre novos apelos à negociação e ao recuo por parte da Casa Branca.

Da União Europeia à China, passando pelo Reino Unido e pela Austrália, vários países e blocos políticos já reagiram em tom crítico às novas taxas alfandegárias anunciadas pelo Presidente Donald Trump, deixando novos apelos à negociação e ao recuo por parte da Administração norte-americana.

Logo de madrugada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, avisou que o bloco está “pronto para responder” à imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos e está a trabalhar em novas medidas de retaliação.

A China instou os EUA a “cancelarem imediatamente as taxas unilaterais e a resolverem adequadamente as disputas com os seus parceiros comerciais através de um diálogo justo”. Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês frisa que esta ofensiva protecionista da Casa Branca, sem precedentes desde os anos 1930, “põe em risco o desenvolvimento económico global” e ameaça as cadeias de abastecimento internacionais, afetando também os interesses norte-americanos.

Pequim opõe-se “de forma firme” às novas taxas alfandegárias, que são particularmente pesadas para os seus produtos, e prometeu lutar para defender os “direitos e interesses” da China. “Não há vencedores numa guerra comercial e não há saída para o protecionismo”, declarou o ministério.

As taxas de 34% impostas pelos Estados Unidos sobre as importações da China “não respeitam as regras do comércio internacional e prejudicam gravemente os direitos e interesses das partes envolvidas”, declarou na mesma nota.

Canadá vai lutar contra tarifas sobre aço, alumínio e automóveis

O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, garantiu logo na quarta-feira que o seu país vai lutar contra as tarifas nos setores do aço, alumínio e automóvel anunciadas por Trump e que terão impacto direto em “milhões de canadianos”, isto apesar de quererem preservar “elementos importantes” da relação bilateral.

O governante garantiu que o Canadá vai “combater estas tarifas com contramedidas”. “Vamos proteger os nossos trabalhadores e construir a economia mais forte do G7”, frisou.

O Canadá e o México, os dois países que juntamente com os EUA formam o acordo de comércio livre USMCA, evitaram a nova vaga de tarifas. No entanto, as tarifas de 25% que Trump impôs anteriormente sobre o aço, o alumínio e os automóveis canadianos continuam em vigor.

A Administração Trump justificou estes impostos citando o fluxo de migrantes e fentanil do Canadá, embora as quantidades em ambos os casos sejam quase insignificantes. Carney disse que as tarifas globais anunciadas na quarta-feira são “uma série de medidas que vão mudar fundamentalmente o sistema de comércio internacional”.

O líder canadiano acrescentou que a manutenção das “tarifas sobre o fentanil” no Canadá e no México terá um impacto negativo na economia dos EUA, o que, por sua vez, afetará a sociedade canadiana.

Austrália fala em tarifas “totalmente injustificadas”

Já o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, defendeu serem “totalmente injustificadas” as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre importações dos principais parceiros comerciais, considerando-as negativas para as relações bilaterais.

“Estas tarifas não são inesperadas, mas sejamos claros: são totalmente injustificadas”, afirmou Albanese numa conferência de imprensa após o anúncio das tarifas de 10%. “Isto terá um impacto na perceção que os australianos têm desta relação”, acrescentou.

Reino Unido descarta retaliação e procura acordo

Em Londres, o secretário britânico do Comércio, Jonathan Reynolds, rejeitou retaliar imediatamente, afirmando pretender um acordo. “Como os Estados Unidos são o nosso aliado mais próximo, a nossa abordagem é mantermo-nos calmos e empenhados em chegar a este acordo, que esperamos que mitigue o impacto do que foi anunciado”, afirmou.

O Reino Unido foi relativamente poupado por Donald Trump, com tarifas de 10%, o nível mínimo anunciado. Contudo, Reynolds destacou o impacto potencial sobre o setor automóvel. “A nossa principal preocupação é o impacto no setor automóvel. Pelo que entendo, os 10% de tarifas não se somam aos 25% já impostos sobre os carros”, referiu o governante britânico.

Meloni fala numa “má medida” que enfraquece o Ocidente

Uma das líderes europeias mais próximas de Trump, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, sublinhou que as novas tarifas dos EUA sobre as importações da União Europeia (UE) são uma “má jogada” que apenas enfraquece o Ocidente.

“A introdução de tarifas por parte dos Estados Unidos contra a UE é uma medida que considero errada e que não convém a nenhum dos lados. Faremos tudo o que for possível para chegar a um acordo com os Estados Unidos para evitar uma guerra comercial que inevitavelmente enfraqueceria o Ocidente em benefício de outros atores globais”, destacou, citada num comunicado.

Irlanda pede “resposta proporcional”

Também o primeiro-ministro irlandês, Michael Martin, “lamentou profundamente” as tarifas de 20% impostas à UE pelos Estados Unidos, pedindo aos 27 Estados-membros da UE que respondam de forma proporcional.

“Qualquer ação deve ser proporcional e visar defender os interesses das nossas empresas, dos nossos trabalhadores e dos nossos cidadãos”, destacou, citado num comunicado.

A Irlanda, que alberga as sedes europeias de grandes empresas farmacêuticas e tecnológicas norte-americanas, tem o maior excedente com os Estados Unidos entre os membros da UE.

França fala em “catástrofe para o mundo económico

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, referiu já esta manhã que o aumento dos direitos aduaneiros anunciado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, representa uma dificuldade para a Europa e uma catástrofe para os Estados Unidos.

“Esta decisão é uma catástrofe para o mundo económico. É uma dificuldade imensa para a Europa. Penso que é também uma catástrofe para os Estados Unidos e para os cidadãos norte-americanos”, declarou o chefe do governo de França à margem de uma conferência no Senado, em Paris.

Espanha mobiliza 14.100 milhões para “mitigar a guerra comercial”

Em Espanha, o Executivo anunciou o recurso aos instrumentos comerciais e financeiros de que o Estado dispõe para implementar uma rede de proteção imediata e uma estratégia de relançamento dos setores afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos. “Consideramos a decisão dos EUA injusta e injustificada. Se não houver margem para negociação, teremos de agir”, afirmou Carlos Cuerpo, ministro da Economia de Espanha.

Entretanto, o primeiro-ministro espanhol já especificou o plano de contingência de Madrid. Pedro Sánchez garante que já existe um pacote de “contra-tarifas” para responder aos EUA, mas, para já, a Espanha “responderá antecipadamente” com um Plano de Resposta e Relançamento Comercial de 14,1 mil milhões de euros para “mitigar a guerra comercial” com um “escudo para proteger” as empresas e os trabalhadores. Deste montante, 7,4 mil milhões correspondem a novos financiamentos e outros 6 mil milhões provêm de outros instrumentos.

Os fundos serão articulados em dois pilares: proteção das empresas e do emprego. “Vamos disponibilizar duas linhas de garantias com 6 mil milhões de euros para responder às suas necessidades. Disponibilizaremos também um fundo de apoio de 200 milhões de euros para a criação de novas fábricas ou a sua modernização. Vamos pôr em prática o novo plano Moves, que servirá para dinamizar o setor da cogeração elétrica”, disse, citado pelo jornal El Español.

Fontes do Executivo espanhol disseram à agência de notícias EFE que o bloco europeu dispõe das ferramentas necessárias para proteger os interesses dos cidadãos e empresas, caso não haja espaço para negociação com Washington.

Alemanha, Polónia e Dinamarca

Berlim também já declarou apoio à União Europeia na procura de uma solução negociada com Washington sobre as novas tarifas anunciadas por Donald Trump, reiterando que a Europa está pronta para retaliar. O vice-chanceler alemão, Robert Habeck, alertou que os novos impostos norte-americanos podem arrastar países para a recessão e causar danos consideráveis em todo o mundo.

Na Polónia, o primeiro-ministro, Donald Tusk, afirmou que são necessárias decisões adequadas. Numa mensagem difundida através das redes sociais, Tusk não especificou o tipo de medidas.

A Dinamarca criticou também as novas tarifas. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Lars Lokke Rasmussen, disse que a Europa deve permanecer unida e preparar respostas “sólidas” e proporcionais.

Vice-presidente do BCE pede prudência

A incerteza gerada pelas tarifas de Trump também levou o Banco Central Europeu (BCE) a adotar um tom cauteloso. Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, esta manhã no decorrer do Fórum dos Diretores Executivos da Federação Internacional de Contabilistas afirmou que “esta incerteza significa que precisamos de ser extremamente prudentes ao determinar a postura apropriada em termos de política monetária”.

A prudência parece ser agora palavra de ordem entre os bancos centrais e investidores. “Uma escalada das tensões comerciais poderia levar à depreciação do euro e ao aumento dos custos das importações, enquanto as despesas muito necessárias com a defesa e as infra-estruturas poderiam aumentar a inflação através da procura agregada”, referiu Guindos.

O responsável do BCE alertou também para o facto de as tensões geopolíticas poderem também conduzir a uma inflação mais elevada devido a perturbações no comércio, ao aumento dos preços das matérias-primas e dos custos da energia. “Simultaneamente, uma menor procura de exportações da área do euro e um menor crescimento resultantes do impacto de direitos aduaneiros mais elevados ou de tensões geopolíticas podem constituir uma ameaça para a economia, deprimir a procura e fazer descer a inflação”, disse.

Secretário das Finanças dos EUA aconselha países a não retaliarem

A partir de Washington, o secretário das Finanças dos EUA, Scott Bessent, aconselhou todos os países “a não responderem” às taxas alfandegárias anunciadas na quarta-feira por Donald Trump, sob pena de “escalada” da situação.

“Acalmem-se. Encaixem o golpe. Esperem para ver como a situação evolui. Se ripostarem, vai haver uma escalada”, assegurou Bessent.

Trump apresentou a medida sobretudo como um indutor de investimento estrangeiro em fábricas nos Estados Unidos e de crescimento económico, perdido para outros países nas últimas décadas.

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Que setores pagam salários mais atrativos? Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" traz-lhe as notícias que estão a marcar o mercado de trabalho, dos salários às novas tendências, todas as quintas-feiras.

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Que setores pagam melhores salários em Portugal? A tecnologia, a banca e os serviços partilhados destacam-se. Este é um dos temas do novo episódio do podcast “Ao trabalho!”, que lhe leva todas as quintas-feiras os principais destaques do mundo laboral em menos de cinco minutos. Falamos também sobre a nova “via verde” para contratar imigrantes e sobre a campanha de IRS relativa aos rendimentos de 2024.

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Da agricultura à tecnologia, estas são as profissões à prova do futuro

Trabalhadores agrícolas, condutores de camiões ligeiros e de entregas, e os software e app developers são profissões que mais vão crescer nos próximos cinco anos, segundo o Fórum Económico Mundial.

O mercado de trabalho está em transformação profunda, à boleia dos avanços tecnológicos, da transição verde, das mudanças demográficas e da incerteza económica. O quadro é traçado pelo Fórum Económico Mundial, que identifica os trabalhadores agrícolas, os condutores de camiões ligeiros e de entregas, e os informáticos como os empregos que mais vão crescer nesta década. Já os funcionários de bilheteiras e os assistentes administrativos estão sob ameaça.

Comecemos pelas boas notícias. De acordo com um estudo publicado no início do ano pelo Fórum Económico Mundial, serão criados, nesta década, 170 milhões de novos empregos por efeito dos referidos setores.

No lugar cimeiro das profissões que mais vão crescer até 2030 estão os trabalhadores agrícolas. “O crescimento previsto nos empregos agrícolas pode parecer inesperado, mas é justificado por várias tendências“, assinala a professora Priscila Ferreira, da Universidade do Minho, em declarações ao ECO.

O próprio Fórum Económico Mundial justifica-o com a transição verde, incluindo os esforços para reduzir as emissões de dióxido de carbono e de adaptação à crise climática. “Apesar da automatização no setor, há uma procura crescente por práticas agrícolas sustentáveis e de precisão“, confirma Priscila Ferreira.

A professora da Universidade do Minho salienta ainda que a segurança alimentar e a valorização da produção local estão também a ganhar relevância, impulsionando a necessidade de trabalhadores qualificados neste setor. Na visão da docente, a transição verde está, assim, não só a promover a criação de novos empregos verdes na agricultura, como a tornar necessárias novas competências e qualificações.

A transição verde está a transformar significativamente o mercado de trabalho agrícola.

Priscila Ferreira

Professora da Universidade do Minho

“A adoção de tecnologias verdes, a gestão eficiente dos recursos naturais e a implementação de práticas agrícolas ecológicas exigem trabalhadores mais qualificados e preparados para esta nova realidade“, sublinha Priscila Ferreira, que apela a um investimento na educação e formação profissional e a políticas que facilitem a adaptação da força de trabalho aos novos desafios do setor.

No top cinco das profissões que mais crescerão nos próximos cinco anos estão ainda os condutores de camiões ligeiros e de entrega, os software e app developers, alguns trabalhadores da construção e os funcionários de vendas das lojas.

Já no top 15 aparecem também profissionais de enfermagem e profissionais que ajudam com cuidados pessoais, o que é relevante numa altura em que vários países (incluindo, Portugal) têm assistido a um envelhecimento da sua população. “O envelhecimento das populações incentiva o crescimento de empregos na área da saúde, como profissionais de enfermagem”, sublinha o Fórum Económico Mundial.

Profissões em perigo

Trabalhadores das bilheteiras são dos mais ameaçados.Unsplash

O outro lado da moeda é ocupado pelas profissões que mais vão encolher nos próximos anos, sendo que o Fórum Económico Mundial estima que 92 milhões de empregos serão eliminados nesta década à boleia dos fatores já mencionados.

Em maior perigo estão os trabalhadores de bilheteiras, os assistentes administrativos e secretários executivos, os trabalhadores da limpeza e da manutenção de edifícios e os contabilistas e auditores.

Em respostas enviadas ao ECO, a professora Priscila Ferreira explica que este decréscimo “resulta, em grande medida, da crescente digitalização e automação dos serviços, com sistemas de atendimento automático, software de gestão e inteligência artificial a assumirem muitas das tarefas anteriormente desempenhadas por pessoas”.

Na visão da especialista, a automação e a digitalização vão afetar, sobretudo, tarefas rotineiras e repetitivas, libertando, assim, os trabalhadores para atividades que exigem competências humanas, da criatividade à tomada de decisões complexas.

“Ao substituir processos mecânicos por soluções automatizadas, a tecnologia aumenta a eficiência e a produtividade das empresas, mas também impõe desafios, exigindo a requalificação dos trabalhadores para adquirirem competências mais especializadas e adaptativas“, alerta ainda a professora da Universidade do Minho.

Competências tecnológicas são as mais desejadas

Competências tecnológicas são as mais desejadas nesta década.FreePik

Para fazer as previsões já mencionadas, o Fórum Económico Mundial ouviu mais de mil empregadores em todo o mundo (que têm sob a sua alçada 14 milhões de trabalhadores), e quase quatro em cada dez destes apontaram que as competências desejadas mudarão até 2030, em linha com o alerta deixado ao ECO pela professora Priscila Ferreira.

As competências tecnológicas são das mais importantes, estimando-se que a sua relevância crescerá mais rapidamente nos próximos cinco anos do que as demais. “A inteligência artificial (IA) e a big data estão no topo da lista, seguindo-se as redes, a cibersegurança e a literacia tecnológica“, detalha o Fórum Económico Mundial.

Competências tecnológicas deverão crescer em importância mais rapidamente que as demais nos próximos cinco anos. Inteligência artificial e big data estão no topo da lista.

Fórum Económico Mundial

Perante estas previsões, Rui Ferrão, CTO da Code for All_, considera que a maioria das funções — “ainda que em distintos graus” — exigirão competências de IA nos próximos anos.

“Profissões que incluem tarefas repetitivas ou que exigem processamento e análise extensiva de dados são especialmente suscetíveis a uma adoção rápida de soluções baseadas em inteligência artificial. Profissionais de saúde, marketing, comunicação ou educação, por exemplo, inserem-se neste grupo”, sublinha Rui Ferrão.

Em contraste, profissões onde a criatividade, inteligência emocional ou a componente relacional são predominantes “vão ser alvo de um impacto mais reduzido“, diz o mesmo, apontando, como exemplo, os artistas, cuidadores, terapeutas e cozinheiros. Neste caso, as ferramentas de IA serão usadas, sobretudo, para fins administrativos.

Já no que diz respeito à big data, o CTO da Code for All_ frisa que a relação entre esta tecnologia e a IA é “simbiótica”. “A inteligência artificial depende de grandes volumes de dados para treinar e melhorar modelos, enquanto as técnicas de big data beneficiam de algoritmos de IA para análise e processamento de informação“, esclarece.

Parece-me urgente formar mais profissionais em cibersegurança, uma vez que a procura em muito supera a oferta atual.

Rui Ferrão

CTO da Code for All_

Esta dinâmica faz, portanto, um “crescimento substancial” também da procura de competências em big data, sendo fundamental reforçar as competências técnicas, nomeadamente, em análise e visualização de dados, business intelligence, e plataformas cloud.

Já no que diz respeito à cibersegurança, Rui Ferrão considera que “numa economia cada vez mais digital, a relevância da cibersegurança tende a aumentar consideravelmente. O número crescente de dispositivos ligados à Internet e o correspondente aumento exponencial do volume de dados está a expor todas as áreas de negócio a riscos significativos de ataques. Parece-me, por isso, urgente formar mais profissionais em cibersegurança, uma vez que a procura em muito supera a oferta atual“.

Saldo positivo

Agricultores trabalham num campo recém-plantado com couves numa produção agrícola na zona da Lourinhã.TIAGO PETINGA/LUSA

Com 170 milhões de empregos a serem criados nesta década e 92 milhões de empregos a serem eliminados, haverá um saldo positivo de cerca de 78 milhões de empregos, de acordo com estimativas do Fórum Económico Mundial. “Ajudar os trabalhadores atingir o equilíbrio certo de competências técnicas e humanas será vital à medida que o futuro do trabalho evoluí”, comenta essa entidade, no referido relatório.

No caso específico português, a baixa flexibilidade e mobilidade do mercado de trabalho “são preocupantes” num cenário de transformação acelerada, entende a professora Priscila Ferreira. “Estas limitações dificultam a adaptação às mudanças tecnológicas e económicas, tornando a transição dos trabalhadores para novos setores ou funções mais desafiantes. Como consequência, pode aumentar o desemprego estrutural e agravar o desajuste entre as competências disponíveis e as exigências do mercado“, prevê.

Deste modo, e para maximizar os benefícios e mitigar os riscos, a especialista da Universidade do Minho defende políticas que conciliem a flexibilidade laboral com proteção social e investimento em formação contínua. “Um mercado de trabalho mais dinâmico e resiliente permitirá uma melhor adaptação às transformações tecnológicas e económicas, promovendo uma economia mais competitiva e sustentável”, remata.

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Bem-estar e crescimento dos colaboradores: “As empresas que não acompanharem esta tendência correm o risco de perder talento para organizações que já incorporam esta visão”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 3 Abril 2025

Rui Reis, Diretor Executivo da Mind Source explicou como auscultar as equipas e colocar as pessoas no centro da estratégia tem ajudado a performance da empresa.

Quem mergulhe nos arquivos do site oficial da Great Place To Work e recuar até 2011 vai encontrar uma marca que desde esse ano não mais deixou de estar no ranking das melhores empresas onde se trabalhar em Portugal. O palmarés de distinções da Mind Source neste contexto não deixa de impressionar, bastando olhar para os últimos anos, a começar por 2024, em que foi a nº1 na lista Best Workplaces de IT em Portugal, integrou o Top 15 dos BestWorkplaces Wellbeing e a lista BestWorkplaces Europe, e continuando para o ano corrente, no qual foi vencedora dos BestWorkplaces Portugal 2025 na categoria de empresas de entre 201 e 500 colaboradores.

Um olhar mais atento aos statements oficiais da empresa, em sites e redes sociais, revela que a palavra “pessoas” vem quase sempre antes de “clientes” ou de “comunidade”, e que é feita regular referência a uma cultura de valorização do reconhecimento e das oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional. Os prémios e posicionamento da Mind Source quase fazem desta empresa de serviços e soluções tecnológicas especializada em projetos de consultoria e outsourcing de IT, uma autoridade no que toca a lidar com equipas, a começar pelos seus mais de 201 colaboradores.

No seu discurso de receção da distinção de BestWorkplaces 2025, em evento realizado a 26 de março último, no Convento do Beato, em Lisboa, Carlos Seguro de Carvalho, Founder e Partner da Mind Source, agradeceu aos colaboradores: «são eles que fazem a diferença, no dia-a-dia, no companheirismo e na familiaridade.» Dias depois deste reconhecimento no âmbito da iniciativa da Great Place To Work, Rui Reis, Diretor Executivo da Mind Source, explica a cultura voltada para as pessoas que a empresa faz questão de preconizar.

Em que medida tem sido importante compreender o que os colaboradores pensam e sentem para a empresa saber responder às expectativas das equipas?

Na Mind Source, acreditamos que as pessoas são o nosso maior ativo. Compreender o que move os nossos colaboradores ajuda-nos a antecipar necessidades, adaptar estratégias e fortalecer a nossa proposta de valor como empregador. Seja através da melhoria das condições de trabalho, do desenvolvimento profissional ou da promoção de um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, estamos constantemente a ajustar a nossa abordagem para garantir equipas motivadas e alinhadas com a visão da Mind Source.

A importância de questionarmos o que os colaboradores pensam tornou-se cada vez mais evidente com a mudança de paradigma do trabalho. As prioridades das pessoas mudaram, e uma nova geração integra o mercado de trabalho com expectativas muito diferentes, incluindo a crescente adoção do trabalho remoto. Isto tem um impacto significativo na forma como lideramos, comunicamos e promovemos o envolvimento das nossas equipas.

Não podemos assumir que sabemos o que as pessoas querem, porque a única coisa que sabemos ao certo é que o que querem está a mudar profundamente os fatores externos que nos envolvem – desde o trabalho remoto e os nómadas digitais até às alterações climáticas, a situação geopolítica mundial e a evolução das expectativas em relação ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Auscultar as equipas permite-nos criar um ambiente onde todos se sentem valorizados e motivados, o que, por sua vez, impacta diretamente a produtividade, a inovação e a retenção de talentos. Investimos em canais abertos de comunicação porque sabemos que expectativas mal compreendidas levam a desafios organizacionais evitáveis.

"Investir nas pessoas é sempre o melhor caminho”

Rui Reis, Diretor Executivo da Mind Source

Das características apontadas pelas empresas participantes na iniciativa da Great Place To Work, quais as que se aplicam mais ao caso da Mind Source?

O estudo levado a cabo pelo Great Place To Work é para nós uma ferramenta muito útil que nos permite olhar para “dentro” mas também compararmo-nos com outras empresas nacionais de dimensão semelhante ou do mesmo setor. O estudo promove a partilha de boas práticas entre as empresas e mostra que existe um ecossistema de empresas que aspiram continuamente a serem melhores para os seus colaboradores. Esta troca de experiências inspira-nos a elevar constantemente os nossos padrões e reforça a nossa convicção de que investir nas pessoas é sempre o melhor caminho.

A iniciativa da Great Places to Work reforça a importância destes princípios e valida algo que há muito faz parte da nossa cultura: colocar as pessoas no centro da estratégia empresarial.

A cultura de escuta ativa e de ação baseada no feedback das equipas é um dos pilares da nossa gestão. Não vemos a auscultação das equipas como um processo pontual, mas sim como um hábito contínuo que nos permite melhorar constantemente. Acreditamos que só conseguimos evoluir enquanto empresa se ouvirmos e compreendermos o que realmente importa para os nossos colaboradores. Além disso, promovemos um ambiente onde as pessoas se sentem seguras e motivadas para inovar, partilhar ideias e crescer profissionalmente. Sabemos que colaboradores felizes e comprometidos são mais produtivos e criam valor não apenas para a empresa, mas também para os nossos clientes e parceiros.

Na Mind Source acreditamos que um ambiente profissional seguro, motivante e centrado nas pessoas é a base de qualquer organização de sucesso.

Associam a performance aos níveis de felicidade das equipas ou existem outros fatores a destacar?

Sem dúvida, acreditamos que existe uma forte correlação entre a felicidade das equipas e a sua performance. Colaboradores felizes estão mais motivados, colaboram melhor e, naturalmente, entregam melhores resultados. No entanto, a performance organizacional é um conceito multifatorial e não depende apenas do bem-estar das equipas.

Para além da felicidade, destacamos outros fatores fundamentais, como a clareza de objetivos e propósito, liderança inspiradora, oportunidades de desenvolvimento, reconhecimento do mérito e a existência de processos e ferramentas eficientes que permitam às equipas trabalharem com foco e impacto. Não é ao acaso que 98% dos colaboradores da Mind Source afirma que a Mind Source disponibiliza formação que aumenta a sua valorização profissional e também 98% afirma que existe facilidade em contactar e dialogar com a liderança.

A felicidade, por si só, não se traduz em performance elevada se não for acompanhada de desafios estimulantes, um ambiente de confiança e uma cultura que promova a autonomia e a responsabilidade.

Além disso, a cultura de feedback e melhoria contínua também desempenha um papel essencial. Não basta que os colaboradores se sintam felizes no ambiente de trabalho; é crucial que se sintam valorizados, tenham espaço para crescer e percebam o impacto do seu trabalho na organização. Por isso, na Mind Source, trabalhamos para criar um equilíbrio entre o bem-estar e a exigência, garantindo que as nossas equipas não só se sintam bem, mas também tenham os meios e a inspiração necessários para alcançar o seu máximo potencial.

A participação e reconhecimento em rankings como o “Melhores Lugares Para Trabalhar” ajuda a empresa a posicionar-se melhor na competição por talento, pelo simples facto de valorizar a cultura organizacional que coloca os colaboradores em primeiro lugar?

A participação e o reconhecimento em rankings como o “Melhores Lugares Para Trabalhar” têm, sem dúvida, um impacto real na atração e retenção de talento. Num mercado de trabalho cada vez mais competitivo, os profissionais procuram empresas que valorizam as pessoas, promovem um ambiente saudável e oferecem oportunidades reais de crescimento.

Quando alguém está à procura de um novo desafio profissional, naturalmente que quer mudar para melhor. Quem não quer encontrar uma empresa que coloca os colaboradores em primeiro lugar? E quem não quer integrar uma organização que investe ativamente no seu desenvolvimento, através de formação, certificação especializada e oportunidades reais de progressão?

O facto de sermos considerados a Melhor Empresa para Trabalhar em Portugal pelo Great Place To Work não é apenas um título, é um selo de credibilidade, que valida os nossos esforços e nos posiciona como um empregador de referência. Uma coisa é sermos nós a dizer que somos uma excelente empresa para trabalhar e outra coisa é vir uma entidade internacional certificada, que conduz um estudo meticuloso interno e que atesta que, de facto, temos as práticas de bem-estar e de promoção de bom ambiente que dizemos que temos.

Mais do que um reconhecimento externo, encaramos esta participação como uma ferramenta estratégica para avaliar e melhorar continuamente o nosso ambiente de trabalho. Permite-nos obter insights valiosos sobre o que estamos a fazer bem e onde podemos evoluir, garantindo que a nossa cultura não só é atrativa para novos talentos, mas também continua a motivar e inspirar aqueles que já fazem parte da equipa.

No final, o verdadeiro impacto está no dia a dia: uma empresa onde as pessoas se sentem valorizadas e felizes tem naturalmente melhores resultados e maior capacidade de atrair os melhores profissionais.

"Hoje, é mais evidente que empresas que colocam os colaboradores no centro da sua estratégia tendem a ter melhores resultados – não apenas em produtividade, mas também em inovação, retenção de talento e reputação no mercado”

Sente que em Portugal há mais empresas a investirem no bem-estar e crescimento dos seus colaboradores por saberem que outras que já o fazem tendem a ter melhores resultados?

Sim, temos sentido uma mudança positiva em Portugal, com cada vez mais empresas a investirem no bem-estar e crescimento dos seus colaboradores. Há uma maior consciência de que o sucesso sustentável das organizações passa inevitavelmente pela valorização das pessoas.

Hoje, é mais evidente que empresas que colocam os colaboradores no centro da sua estratégia tendem a ter melhores resultados – não apenas em produtividade, mas também em inovação, retenção de talento e reputação no mercado. Este reconhecimento tem levado outras empresas a seguir o exemplo, criando um efeito positivo no ecossistema empresarial.

Além disso, o próprio mercado de trabalho está a pressionar essa mudança. Os profissionais estão mais exigentes na escolha dos seus empregadores, procurando não só boas condições salariais, mas também ambientes onde possam sentir-se ouvidos e valorizados, crescer, e equilibrar a vida pessoal e profissional. As empresas que não acompanharem esta tendência correm o risco de perder talento para organizações que já incorporam esta visão.

Por isso, vemos com bons olhos este crescimento da cultura de bem-estar e desenvolvimento dos colaboradores. Quando mais empresas adotam esta abordagem, mais o mercado se torna competitivo e as oportunidades para os profissionais melhoram, o que beneficia toda a economia e sociedade.

"Criar um ambiente onde todos se sentem ouvidos, valorizados e motivados para trabalhar em conjunto é essencial, independentemente do setor ou da faixa etária das equipas”

Considera que o facto de as empresas de IT serem compostas por equipas mais jovens torna mais fácil promover uma cultura de colaboração do que em outros setores onde a média de idades dos colaboradores é mais alta?

Acreditamos que a cultura de colaboração não depende da idade das equipas, mas sim da mentalidade e dos valores promovidos dentro da empresa. No setor de IT, onde as equipas tendem a ser mais jovens, a adoção de práticas colaborativas pode ser mais natural, uma vez que muitos profissionais já cresceram num ambiente digital, habituados a ferramentas de trabalho remoto, metodologias ágeis e dinâmicas de partilha de conhecimento. No entanto, equipas mais jovens podem também trazer desafios específicos à colaboração quando o trabalho é maioritariamente remoto. Há toda uma nova geração a integrar o mercado de trabalho que não vivencia a aprendizagem do ambiente profissional por osmose. Antes, muito do conhecimento e da cultura empresarial eram absorvidos informalmente no dia a dia do escritório, através da interação com colegas mais experientes. Hoje, é necessário um esforço consciente para recriar esse processo, garantindo que os novos talentos se integrem bem e desenvolvam competências de colaboração eficazes, mesmo à distância.

Por outro lado, isto não significa que seja mais difícil promover a colaboração com equipas mais experientes. Pelo contrário, quando existe uma cultura organizacional bem definida, que incentiva o trabalho em equipa, a diversidade de idades pode ser uma grande vantagem. Equipas intergeracionais combinam diferentes perspetivas, experiências e abordagens à resolução de problemas, o que pode enriquecer ainda mais a inovação e a produtividade.

O verdadeiro desafio não está na idade, mas sim na forma como a empresa fomenta a colaboração. Criar um ambiente onde todos se sentem ouvidos, valorizados e motivados para trabalhar em conjunto é essencial, independentemente do setor ou da faixa etária das equipas.

Por isso, na nossa empresa, apostamos em iniciativas que estimulam a cooperação, o conhecimento partilhado e o espírito de equipa, garantindo que a colaboração seja um elemento central da nossa cultura, seja qual for a composição geracional das nossas equipas.

Conheça aqui o perfil da Mind Source.

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O carregamento público é fundamental para o crescimento da mobilidade elétrica. É preciso que haja mais envolvimento das autarquias

  • ECO
  • 3 Abril 2025

Gonçalo Castelo Branco, Diretor de Mobilidade Elétrica da EDP, é o convidado do sexto episódio do podcast ECO Auto, sobre a mobilidade do futuro, numa parceria do jornal ECO com o Mundo Automóvel.

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O Diretor de Mobilidade Elétrica da EDP, Gonçalo Castelo Branco, licenciado em gestão com MBA do INSEAD, tendo desempenhado funções de liderança nas áreas de produção e distribuição de energia e internacionalização e coordenador do Grupo de Trabalho da mobilidade elétrica da EuroEletric e membro do Comité de Gestão da ChargeUp Europe.

Neste episódio, Gonçalo Castelo Branco traça um perfil da evolução da rede de carregamento de veículos elétricos em Portugal, da estratégia de inovação e desenvolvimento da rede EDP Charge, evolução da infraestrutura de carregamento e revela detalhes das diretrizes da União Europeia para o futuro da mobilidade elétrica. “Portugal é um caso de sucesso. Em 2024 33% das vendas foram de veículos elétricos e híbridos e destes, 20% totalmente elétricos, mas as frotas profissionais que representam 20% dos veículos na estrada e são responsáveis por 50% das emissões representaram 60% do total das vendas de elétricos”

Também em relação à evolução da rede de carregamentos em Portugal, atualmente com 10 mil postos, Gonçalo Castelo Branco considera que o cenário é muito positivo. “A rede cresceu 35% entre 2023 e 2024, mas a sua utilização teve um crescimento de 65% com uma evolução do valor médio dos carregamentos”. A rede da EDP fechou 2024 com com mais de um milhão de carregamentos.

Gonçalo Castelo Branco, Diretor de Mobilidade Elétrica da EDP, é o convidado do sexto episódio do podcast ECO Auto

A Europa comemorou este ano a instalação do ponto de carregamento 1 milhão, com o objetivo de atingir 2 milhões até 2030. A EDP faz parte da Euroelectric e ChargeUp Europe que permite acompanhar as tendências do mercado. “O regulamento de combustíveis alternativos (AFIR) define diretrizes para a mobilidade elétrica e estabelece metas para os estados membros quanto ao número de postos, na proporção do volume de elétricos do país e determina que nas vias rodoviárias europeias existam pontos de 60 em 60 Kms com carregamento rápido e ultra-rápido”.

O contributo para a descarbonização é um dos objetivos europeus, segundo Gonçalo Castelo Branco. “Há regulamento com incentivos para os operadores e utilizadores que utilizem energia 100% renovável nos carregamentos e neste tema a EDP é parte ativa na discussão e formulação das diretivas a nível europeu“.

Em Portugal, 80% do parque automóvel foi adquirido em segunda mão. “A importância dos incentivos para a compra de veículos elétricos e o aumento do carregamento público são fundamentais para o crescimento da mobilidade elétrica. A EDP Charge tem apostado no carregamento público e alargado as parcerias com hotéis e supermercados e está a instalar mais de 190 pontos de carregamento em municípios“.

Em relação ao futuro do mercado da mobilidade elétrica, Gonçalo Castelo Branco refere. “A evolução das baterias é uma realidade. A autonomia tem aumentado de forma significativa e o preço das baterias tem diminuído assim como o dos veículos elétricos de entrada de gama a menos de 25 mil euros”.

O Podcast ECO Auto resulta de uma parceria com o Mundo Automóvel e está disponível no Spotify e na Apple Podcasts.

Se preferir, assista aqui:

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O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de abril

  • ECO
  • 3 Abril 2025

Ao longo desta quinta-feira, 3 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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