BPI estima encaixar mais de 95 milhões com venda de 15% do BFA

Instituição liderada por João Pedro Oliveira e Costa espera “tranquilizar” o supervisor com a venda de parte da participação que tem no banco angolano.

O BPI estima um encaixe acima de 95 milhões de euros com a venda de uma participação de 14,75% do angolano BFA na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), a ocorrer em julho. Com esta operação, o banco português espera “tranquilizar” as autoridades de supervisão que forçaram a venda.

João Pedro Oliveira e Costa revelou aos jornalistas que conta vender acima do preço com que a instituição financeira angolana está atualmente contabilizada no balanço do BPI – a participação de 48,1% estava avaliada em perto de 310 milhões de euros no final de março.

Ainda assim, o gestor frisou que o valor que o BPI vai encaixar com esta operação “não é importante”. “Era um desígnio estratégico, era uma imposição do supervisor”, explicou.

Após esta transação, o BPI manterá uma participação de cerca de 33% no BFA, com João Pedro Oliveira e Costa a sublinhar que quer manter um “poder de bloqueio” na estrutura do banco angolano, nomeadamente em relação a dividendos e outros aspetos da vida do banco. “É uma salvaguarda dos nossos direitos, razão pela qual fizemos um acordo verbal com o Estado angolano”. Além disso, a manutenção do banco português dá uma “garantia de estabilidade” aos investidores que entrarem no banco, destacou ainda.

Mas deixará o Banco Central Europeu (BCE) confortável? Oliveira e Costa acredita que sim, mas deixou a porta aberta para vender mais ações, caso o mercado esteja interessado.

“Acreditamos que haverá um patamar de conforto com esta nossa participação, o que nos vai dar — é uma expectativa minha, não falei com ninguém — para pensar no futuro e nas opções que temos de uma forma mais tranquila”, disse.

O CEO do BPI adiantou que não houve conversas com o Estado angolano – o outro acionista – sobre a redução da participação após o IPO. Mas admitiu esse cenário: “Vamos ver como o mercado aceita, se houver apetite para mais, analisaremos”.

Segundo João Pedro Oliveira e Costa, o processo do IPO está a decorrer “muito bem”, seguindo o calendário definido.

“Estamos a falar de uma das melhores instituições financeiras do continente africano. (…) Não temos tido surpresas negativas em termos de crédito ou de indicadores de risco. O ativo é muito bom”, disse.

Em relação ao moçambicano BCI, que teve um impacto negativo de 17 milhões de euros, João Pedro Oliveira e Costa avançou que as opções a seguir serão tomadas com “uma grande ponderação” e todos os stakeholders alinhados, mas ressalvou que “não é o momento para criar qualquer dúvida ou questão” em relação ao banco moçambicano. “A nossa posição em relação ao BCI é estável”.

O BPI registou lucros de 137 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, menos 13% em relação ao mesmo período do ano passado.

(notícia atualizada às 13h31)

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Americanos da Carrier compram empresa de baterias para camiões de Matosinhos

A Addvolt foi adquirida pelo grupo da Flórida, depois de um investimento inicial em 2022 e de criarem, em conjunto, o primeiro sistema de refrigeração de reboque elétrico 100% autónomo do mundo.

A empresa portuguesa Addvolt, que desenvolve baterias para veículos pesados a partir de São Mamede de Infesta, foi comprada pelo grupo norte-americano Carrier, especializado em aquecimento, refrigeração, ventilação e ar condicionado. As duas empresas eram parceiras de longa data no negócio da energia para camiões a frio e a aquisição partiu daí.

A Addvolt considera que esta transação une duas empresas com uma missão comum: eletrificar e descarbonizar a cadeia do frio. “Juntos, já fizemos história ao história ao codesenvolver o primeiro sistema de refrigeração de reboque elétrico totalmente autónomo do mundo, o Vetor eCool. Com centenas de unidades já em circulação em toda a Europa, isto é apenas o começo”, lê-se numa publicação na rede social Linkedin.

“Agora, enquanto equipa, estamos a acelerar os nossos esforços para entregar ainda mais soluções para permitir a adoção comercial de sistemas de refrigeração de transporte elétrico, criando um caminho para os clientes fazerem a transição de unidades movidas a diesel para soluções mais sustentáveis”, refere ainda a empresa liderada por Bruno Azevedo.

A Addvolt tem-se destacado em rankings internacionais e prémios de inovação nos últimos anos. No ano passado, foi nomeada – a par com o unicórnio Sword Health e a Knok – a terceira das 16 tecnológicas portuguesas com o maior crescimento na região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA), de acordo com a tabela Fast 500 EMEA da consultora Deloitte. Em três anos, as startups tiveram um crescimento de médio de 810%.

Em 2022 – ano em que começou a preparar a entrada nos Estados Unidos e longe de saber que seria adquirida por um grupo da Flórida – foi a vencedora da 18ª edição dos Prémios PME Inovação da COTEC e BPI, entre mais de 200 candidaturas, por causa do projeto de powerbanks para camiões de frio. Nesse ano, também foi brindada com o primeiro investimento de sempre da Carrier Ventures, o braço de capital de risco da Carrier.

Fundada em 2014 na Área Metropolitana do Porto, a Addvolt tem cerca de 50 trabalhadores, vendas anuais de 8,21 milhões de euros e resultados de 1,40 milhões de euros (2023). Todos os funcionários vão integrar a divisão de Climate Solutions Transportation da Carrier.

“Esta parceria estratégica cria oportunidades para aplicações novas e emergentes, ao mesmo tempo que continua a desenvolver o sucesso que já alcançámos juntos. Ao combinar a profunda experiência da Addvolt em sistemas elétricos e gestão de energia com as soluções líderes do setor da Carrier, estamos bem posicionados para impulsionar a próxima inovação do transporte refrigerado“, comentou o presidente da Climate Solutions Transportation da Carrier, Edward Dryden.

Os assessores desta operação foram a sociedade de advogados Linklaters, a boutique de advisory financeiro White Peak Partners e o escritório português CVG Legal, de Clemente V. Galvão, que apoiou juridicamente a Addvolt.

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Universidade Nova lança programa para atrair investigadores internacionais

  • Lusa
  • 5 Maio 2025

Candidaturas ao NOVA Medical Global Talent Initiative serão abertas na próxima semana, numa estratégia de captação de investigadores "empurrados" dos EUA pelas políticas de Donald Trump.

A NOVA Medical School – Faculdade de Ciências Médicas anunciou nesta segunda-feira o lançamento de um programa para “atrair investigadores internacionais de excelência”, que conta com um financiamento inicial de dois milhões de euros, disse a diretora da faculdade.

Em declarações à agência Lusa, Helena Canhão referiu que as candidaturas ao NOVA Medical Global Talent Initiative serão abertas na próxima semana, quando estarão concluídos os regulamentos e disponíveis os formulários, com “divulgação ampla” a nível internacional.

Explicou que o programa é lançado nesta altura tendo em conta a situação nos Estados Unidos, cujo governo liderado pelo Presidente Donald Trump cortou financiamento da investigação, embora seja aberto também a investigadores de outros países.

“Sabemos que há descontentamento nos Estados Unidos em relação a algumas linhas de investigação, nomeadamente na área da saúde e que alguns desses cientistas – alguns até podem ser portugueses ou europeus, não necessariamente americanos, – podem estar interessados em vir trabalhar para a Europa e para Portugal”, adiantou, recordando que uma possível fuga de cérebros dos EUA tem sido referida, quer por líderes europeus, quer nacionais.

“Portanto, é uma oportunidade de nós mostrarmos liderança nesse movimento da tração, da retenção de talento, trazendo para Portugal pessoas que podem ajudar na investigação, na melhoria da saúde e na afirmação de Portugal como um polo de atração de cientistas e de médicos internacionais que se distingam nas áreas e que podem ajudar o nosso país e a população”.

O financiamento do programa, que conta com o apoio do Haddad NOVA Medical Innovation Centre, tem em conta o salário dos investigadores “durante três anos”, assim como apoios ao “alojamento durante seis meses”, à transferência e à constituição da sua equipa de trabalho, mas para o programa “ser sustentável” será necessário conseguir depois “outros apoios”.

Os “investigadores, médicos, pessoas que trabalham na área da saúde” que se candidatem deverão trabalhar nas áreas prioritárias para a Nova Medical School, “como a saúde global, a saúde mental, o cancro, a inteligência artificial, a tecnologia, a nutrição”.

“Queremos afirmar a NOVA Medical School como uma plataforma internacional de excelência científica, capaz de atrair os melhores talentos e gerar conhecimento com impacto global”, refere Helena Canhão, citada num comunicado, acrescentando que o programa “é uma peça-chave” na “estratégia de internacionalização” da faculdade e “de reforço do ecossistema de inovação em saúde em Portugal”.

Cláudio Haddad, presidente da Fundação Haddad, sublinha a importância estratégica da iniciativa, considerando que “o investimento em ciência é essencial para enfrentar os grandes desafios da saúde global”.

“Com este programa, queremos contribuir para que Portugal se torne um farol de excelência científica e inovação, capaz de rivalizar com os melhores centros internacionais”, acrescenta, citado no mesmo comunicado.

A escola médica da Universidade NOVA de Lisboa existe há 45 anos e possui “uma rede de mais de 25 unidades de saúde”.

Segundo a revista científica Nature, 75% dos cientistas norte-americanos ponderam abandonar o país, depois de a administração Trump ter cortado o financiamento da investigação e interrompido “grandes áreas de ciência financiadas pelo Governo federal como parte de uma iniciativa de corte de despesas liderada pelo bilionário Elon Musk”.

No dia 17 de abril, a Universidade de Aix-Marseille, em França, anunciou a chegada no início de junho dos primeiros investigadores norte-americanos que responderam ao seu apelo para a transferência daqueles cuja liberdade académica pudesse estar ameaçada pelas políticas de Donald Trump.

A universidade explicou, em comunicado, que recebeu “298 candidaturas, das quais 242 eram elegíveis” e, entre estas, a maioria veio de cidadãos norte-americanos (135) ou com dupla nacionalidade (45).

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Tekever vai investir 470 milhões no Reino Unido após contrato com a RAF

O investimento será feito na área de investigação, infraestrutura e desenvolvimento de tecnologia de defesa no Reino Unido nos próximos cinco anos, levando à criação de mais de mil postos de trabalho.

A portuguesa Tekever vai investir 400 milhões de libras (cerca de 470 milhões de euros) no Reino Unido, nos próximos cinco anos, levando à criação de cerca de mil postos de trabalho no país. O anúncio da startup portuguesa foi conhecido no momento em que foi revelado que a empresa tinha fechado um contrato para o fornecimento de drones para a Royal Airforce (RAF).

“Este compromisso estratégico com o Reino Unido é mais do que uma expansão industrial — e o seu plano para posicionar o Reino Unido na liderança do panorama de defesa europeu ao fornecer capacidades para mais rápidas e adaptáveis para continuar à frente das ameaças emergentes”, diz o fundador e CEO da Tekever, Ricardo Mendes, citado em comunicado.

O investimento será feito na área de investigação, infraestrutura e desenvolvimento de tecnologia de defesa no Reino Unido nos próximos cinco anos, levando à criação de mais de mil postos de trabalho qualificados, no país, onde já tem fabrico de drones.

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Goparity levanta 2,9 milhões para reforçar na América do Sul

Liderada pela 3XP Global, através do seu Fundo de Impacto - Impact Innovation Fund, a ronda contou ainda com cerca de meio milhão de investimento de 800 pequenos investidores.

Equipa Goparity.

A Goparity fechou uma nova ronda de investimento de 2,9 milhões de euros. Aumentar comunidade de investidores, sobretudo na Europa e no Canadá, e reforçar a sua presença na América do Sul está entre os objetivos da plataforma.

“Concluir uma ronda de capital para uma empresa como a nossa, com propósito, num contexto internacional tão desafiante, e conseguindo juntar diferentes investidores nacionais e internacionais de referência com a nossa comunidade de investidores, é a melhor validação que podemos ter. Em 2024 tivemos o nosso melhor ano de sempre, e é provável que ultrapassemos o marco dos 50 milhões de euros investidos já neste primeiro semestre de 2025”, afirma Nuno Brito Jorge, CEO e cofundador da Goparity, citado em comunicado.

Liderada pela 3XP Global, através do seu Fundo de Impacto – Impact Innovation Fund, e acompanhada pela Mustard Seed Maze, Schneider Electric, Energy Access, Regenerative.eco e InvestEco Capital Corp como investidores institucionais, cuja contribuição somada ultrapassou os 2,4 milhões de euros, nesta ronda, pela segunda vez a startup abriu a oportunidade de investimento à comunidade. Através da campanha de equity crowdfunding (através da Crowdcube), “através da qual qualquer pessoa pôde investir com as mesmas condições dos investidores institucionais”, participaram mais de 800 investidores a participar, contribuindo com um total de 470 mil euros.

Solidificar o posicionamento da Goparity como plataforma de finanças éticas, “aumentar a sua comunidade de investidores, sobretudo na Europa e no Canadá (onde tem uma sucursal)”, reforçar a sua presença “na América do Sul (onde já financiou vários projetos na Colômbia, Equador ou Brasil), mas também noutras partes do hemisfério sul” estão entre os objetivos desta ronda de capital.

“Investir na Goparity é reforçar a convicção de que o financiamento sustentável pode ser acessível, inclusivo e escalável. Estamos muito entusiasmados por apoiar uma equipa incrível que está a transformar a forma como financiamos o futuro e a tornar o Impacto uma escolha fácil — e real — para todos”, diz Rita Branco, Impact Partner da 3XP Global, citada em comunicado.

A Goparity conta já com mais de 45 milhões de euros investidos em projetos na área da sustentabilidade e, no ano passado, alcançou pela primeira vez um milhão de euros em receitas. “Os projetos financiados através da plataforma já ajudaram a evitar a emissão de mais de 30 mil toneladas de CO₂ por ano, apoiaram a criação de mais de 4.700 postos de trabalho e tiveram um impacto positivo direto em cerca de 86 mil pessoas”, informa a plataforma.

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Receitas da Constructel Visabeira sobem 50% para 1,9 mil milhões com novas aquisições nos EUA

EUA representaram 35% do volume de negócios e já são o principal mercado da empresa liderada por Nuno Marques, que opera na área das telecomunicações e energia.

Constructel Visabeira, subsidiária do grupo de Viseu para os setores das telecomunicações e da energia que é participada pela Goldman Sachs Asset Management, fechou 2024 com um volume de negócios consolidado de 1,9 mil milhões de euros, o que representa uma subida de 50% face aos números reportados no ano anterior. Duas aquisições nos EUA ajudaram resultados, com o país a tornar-se o maior mercado da empresa, representando 35% da faturação.

Já o EBITDA recorrente, incluindo as aquisições realizadas no último ano, ultrapassou os 180 milhões de euros, o que representa um crescimento de cerca de 30% face a 2023, adianta a empresa em comunicado.

Com presença em 11 países e mais de 8.500 colaboradores, a Constructel Visabeira refere que o crescimento registado no último ano foi suportado “pela forte performance orgânica em todas as geografias onde opera, bem como pela concretização de aquisições estratégicas”, destacando a compra da Verità Telecommunications Corporation, em junho de 2024, e da Sargent Electric Company, em setembro de 2024, ambas nos EUA.

Segundo adiantou aquando da comunicação da aquisição da primeira empresa, a integração da Verità permitiu à empresa do grupo Visabeira duplicar “para cerca de 250 milhões de dólares, repartidas entre os serviços de engenharia de energia e as telecomunicações”. Já a Sargent Electric é especializada em serviços de redes no setor da energia e fatura 400 milhões de euros por ano.

Com estas duas novas adições, a companhia reforçou “de forma significativa a presença internacional da Constructel Visabeira, em especial nos Estados Unidos da América, que passaram a ser o maior mercado do Grupo, representando cerca de 35% do volume de negócios, equivalente a aproximadamente 650 milhões de euros“, diz a empresa em comunicado.

Já o restante volume de negócios teve origem na Europa, com França e Bélgica, sul da Europa (Portugal, Itália e Espanha), Reino Unido e Irlanda a representarem cerca de 20% cada, enquanto a Alemanha, Dinamarca e Suécia contribuíram com cerca de 10%.

“Nos próximos anos, vamos continuar a apostar fortemente na expansão internacional, acompanhando os grandes investimentos em curso na Europa e nos EUA para acelerar a transformação digital e a transição energética”, disse o CEO Nuno Terras Marques, citado no comunicado. “É um enorme orgulho sermos um dos principais players a nível internacional nestes dois setores, graças à nossa experiência, ao know-how interno e às competências únicas que desenvolvemos nas áreas de engenharia de redes de telecomunicações e energia”, acrescentou.

Sobre as duas aquisições realizadas em 2024, o líder da empresa destacou que “foi com grande satisfação que recebemos as equipas de gestão da Sargent e da Verità, e estamos empenhados em continuar a desenvolver parcerias alinhadas com a nossa visão, nos mercados estratégicos onde operamos”.

A empresa fechou o exercício com um rácio de dívida líquida sobre EBITDA abaixo de 1,5x em dezembro de 2024. “A nossa solidez financeira mantém-se firme e continuaremos a investir em aquisições, assegurando simultaneamente um desempenho orgânico robusto”, considera Nuno terras Marques.

Em termos de setores, a energia mais que duplicou face a 2023, contribuindo com cerca de 850 milhões de euros (45% do volume de negócios). Já o setor das telecomunicações excedeu os 1.000 milhões de euros, refletindo um crescimento de 15%.

No final de 2024, a Constructel dispunha de uma carteira de contratos avaliada em mais de cinco mil milhões de euros.

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Apagão “acende” preços de mercado da eletricidade. Portugal paga quatro vezes mais que Espanha esta segunda-feira

O preço médio ao qual a eletricidade é vendida esta segunda-feira, em Portugal, é cerca de quatro vezes superior ao registado na vizinha Espanha.

O apagão sentido no início da semana passada ainda se faz notar, mas agora através dos preços de mercado da eletricidade. No mercado grossista, no qual os produtores vendem a eletricidade aos comercializadores e aos grandes consumidores, o preço médio ao qual a eletricidade é vendida esta segunda-feira, em Portugal, é cerca de quatro vezes superior ao registado na vizinha Espanha.

O preço médio do megawatt-hora em Portugal, esta segunda-feira, é de 43,94 euros, sendo que o megawatt-hora mais caro atingiu os 62,73 euros e o mais barato se cifrou em 30,36 euros. Em oposição, do outro lado da fronteira, o megawatt-hora fixou-se numa média de 10,89 euros, sendo que o preço máximo é pouco superior ao preço mínimo em Portugal: marcou os 35 euros. O mínimo registado em Espanha foram os 4 euros negativos por megawatt-hora.

Os preços nos dois países estão, habitualmente, taco a taco, já que o mercado ibérico está completamente integrado. No entanto, desde o apagão da segunda-feira passada que, por razões de segurança, o operador das redes de transporte nacionais, a REN, decidiu quebrar a ligação com Espanha, deixando de importar eletricidade produzida neste país. Uma situação que a REN espera manter até esta terça-feira, segundo as últimas indicações comunicadas no site da empresa.

No dia a seguir ao apagão os preços de mercado da eletricidade estiveram em sintonia no mercado ibérico – nos 5,79 euros por megawatt-hora – mas, a partir daí, foram-se notando algumas diferenças, nem sempre a favor de Espanha. Por exemplo, no dia 30 de abril, o país vizinho marcou 31,83 euros de preço médio, enquanto Portugal se ficou pelos 20,54 euros.

A 1 de maio, a tendência inverteu-se, com Portugal a pagar uma média de 18,85 euros e Espanha nos 13,29 euros. A 2 de maio, a diferença entre os dois países ditou que Portugal superasse Espanha em 3 euros por megawatt-hora. Dia 3, a diferença foi mais pequena, de pouco mais de 1 euro. Contudo, no dia 4, o hiato atingiu mais de 9 euros e, finalmente, esta segunda-feira, Portugal marcou quatro vezes mais.

As diferenças de preço no mercado grossista não têm um impacto direto na maioria das faturas, que são contratadas com um preço fixo por 12 meses. Contudo, pode fazer-se notar na fatura dos tarifários indexados – os quais, contudo, tiveram em abril vários dias de preços negativos, que podem ajudar a diluir efeitos negativos do apagão.

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Com uma carreira a passar por “grandes escolas”, Joana Gaivão, da Abreu Advogados, na primeira pessoa

Com mais de 20 anos de experiência na área da comunicação e do jornalismo, Joana Gaivão tem vindo a tocar em diversas franjas da comunicação. Teatro, dança, um bom livro e animais são as suas paixões.

Depois de já ter passado, ao longo da sua carreira, pelo Parlamento Europeu, Agência Lusa, Câmara Municipal de Lisboa e Tribunal de Contas, Joana Gaivão vê-se como uma “privilegiada” por ter feito parte de “grandes escolas”. Diretora do departamento de comunicação e marca da Abreu Advogados há pouco mais de um ano e meio, considera que pode voltar a dizer que está de novo numa “grande escola”.

Após uma licenciatura em Comunicação Social, fez um estágio no Parlamento Europeu, na divisão de imprensa portuguesa, onde acompanhava as sessões plenárias, escrevia textos para o Jornal Oficial da União Europeia e desenvolveu também “algum trabalho mais institucional” e de relações públicas.

Entrou depois na Lusa, como jornalista, onde esteve durante cerca de quatro anos. Foi então convidada para trabalhar na Câmara Municipal de Lisboa, desta vez enquanto assessora de imprensa, ficando a seu cargo a informação institucional, o ambiente, espaços verdes e espaço público, numa atividade onde conheceu “uma nova dimensão da comunicação”.

“Por um lado, tive um percurso de quase relações públicas, depois fui jornalista e a seguir vou parar à assessoria de imprensa política. A Câmara de Lisboa é um mundo muito grande e com enormes desafios de comunicação, de proximidade com as pessoas, e esta vontade que esteve sempre na minha origem enquanto jornalista, no fundo, do interesse público, das grandes causas, foi, no fundo, um continuar desse objetivo“, recorda a profissional de 47 anos.

Depois de quase três anos na autarquia lisboeta regressa à “enormíssima escola” que foi para si a Lusa, “com alguma vontade de tocar noutros assuntos” e com o “desafio” de ir fazer a cobertura da presidência portuguesa da União Europeia, durante seis meses. Integrou também a secção de Economia da agência de notícias, trabalhando temas relacionados com telecomunicações, tecnologia, startups, banca ou energia.

Após uma década na Lusa, no dia anterior ao do seu aniversário, recebeu uma chamada do Tribunal de Contas para estar presente numa audiência com o presidente e o diretor-geral daquela entidade no dia seguinte. Pensou tratar-se de uma notícia mas, quando lá chegou, descobriu que a reunião servia afinal para a convidarem a fazer parte do gabinete de comunicação que estava a ser criado, do qual acabou depois por fazer parte durante mais de seis anos.

Joana Gaivão considera curioso que, com 15 anos, tenha escrito uma carta onde já dizia que seria jornalista da agência Lusa, o que efetivamente acabou por acontecer. Além disso, sempre olhou também para o Tribunal de Contas como um sítio onde gostaria de trabalhar e a verdade é que, anos mais tarde, foi convidada a ir para lá. “Há coisas que às vezes surpreendem na vida. E eu normalmente digo que quando se quer mesmo muito uma coisa e realmente se acredita, normalmente as coisas acabam por vir ter connosco“, refere.

Sobre o Tribunal de Contas, a atual diretora do departamento de comunicação e marca da Abreu Advogados diz que esta entidade “soube estar na linha da frente da comunicação”, tanto ao nível interno e de eventos, como na relação com os jornalistas, com quem estabelecia uma “relação que sempre foi baseada na confiança e verdade, com a maior rapidez possível”.

“Há uma coisa muito importante, em termos de comunicação: não havia um telefone que tocasse e que não tivesse prontamente uma resposta e uma resposta personalizada. A comunicação também é isto, é estar logo disponível para as pessoas, atender, responder, procurar ajudar e não apenas passar de mão em mão“, entende.

Há quase cerca de dois anos, no verão, encontrava-se de férias no Algarve quando foi contactada via LinkedIn por um headhunter a perguntar se gostaria de entrar num processo de recrutamento para uma sociedade de advogados de topo, para liderar a direção do departamento de comunicação e marca. Embora surpreendida ao início, acabou por aceitar e, mais tarde, por ser escolhida, tendo integrado então a Abreu Advogados.

Quanto às especificidades de trabalhar a comunicação da Abreu Advogados, Joana Gaivão sublinha desde logo que não deixa de ser verdade que se comunica “para o cliente que fatura”, mas que “se se quer estar no topo e ser uma marca de excelência, que marca pela diferença, é preciso ir muito além“, pelo que a marca comunica também para outros targets.

“Os nossos interlocutores são os clientes à cabeça, assim como os parceiros atuais ou potenciais, mas também o talento (estudantes e recém-licenciados), o poder público, os órgãos de comunicação social, as universidades e a investigação, a concorrência e os diretórios, o nosso público interno, advogados e áreas de gestão… são mais de dez targets e se calhar não se tem essa ideia quando se pensa num escritório de advogados“, aponta.

E para chegar a estes públicos todos, tão diferentes e tão específicos, é preciso uma comunicação muito especial, pelo que a Abreu Advogados aposta numa comunicação omnicanal, integrada, inovadora, personalizada e cuidadosamente direcionada. O que está aliado a um diálogo permanente com os clientes e stakeholders. No fundo, é uma comunicação que tem à cabeça a confiança, que é a chave do sucesso no mundo atual“, defende a diretora do departamento de comunicação e marca.

Neste sentido, a marca e a responsável pela sua comunicação trabalham uma estratégia integrada de comunicação interna, assim como estratégias de crossmedia e marketing transmedia.

“Nesta era de convergência, produzimos conteúdos devidamente adequados para cada um dos nossos targets, desde logo no site e nas redes sociais (Linkedin, Instagram, YouTube e Spotify). Apostamos no streaming (ColloquIA, Empowereing talks — Futuro da Comunicação), em vídeos, podcasts e infografias com design apelativo. Os meios tradicionais continuam a ser também muito importantes, sobretudo quando pensamos no contacto pessoal e presencial, pelo que fazemos vários eventos e conferências”, adianta.

“Mas uma boa parte da comunicação é direcionada para os clientes, como business breakfasts e newsletters cuidadosamente trabalhadas com design e layouts específicos para os diferentes clientes. Temos que apostar sistematicamente na diferenciação e em alguma exclusividade para podermos também marcar pela diferença“, conclui a líder de uma equipa de cerca de uma dezena de pessoas e que conta com o apoio das agências Burson (em termos de assessoria de imprensa) e White (branding).

Atualmente a viver na zona do Areeiro com a filha Leonor, de 15 anos, e com o filho Pedro, de 13, Joana Gaivão é natural da capital portuguesa, embora também tenha uma costela coimbrã, outra portuense e outra algarvia. Cerca de 18 anos da sua vida foram vividos no Algarve, em Portimão, mas sempre muito ligados a Lisboa, pelo que recorda fazer o percurso contrário à maioria: enquanto toda a gente ia para o Algarve nas férias, Joana Gaivão ia do Algarve para passar as férias em Lisboa, para onde queria ir viver. No entanto, “volvido agora este tempo todo”, considera que viver no Algarve foi uma “experiência única em termos de ser um ambiente mais puro e que dá umas bases diferentes para se encarar a vida no futuro”.

Oriunda de famílias ligadas às artes e à escrita, gosta de fazer teatro — que é para si sinónimo de empatia, concentração, memória e magia –, tendo entrado em duas peças da Companhia da Chaminé (“Tarântula” e “Cut out the Noise”). Dançou também durante muitos anos — tendo chegado dançar no programa televisivo “Chuva de Estrelas” –, mas se tivesse de escolher optaria pelo teatro, por achar que este é mais completo e permitir que um maior desligamento do dia-a-dia. “É quase terapêutico”, diz.

Considerando-se uma pessoa que gosta muito de ouvir e falar, adora estar com amigos, mas os animais fazem também parte da sua vida desde pequena, com os quais entende ter uma ligação especial. “Há um fenómeno engraçado, desde miúda, em que eu e os animais nos aproximamos naturalmente. Seja um vira lata da rua que ignora toda a gente e vem ter comigo, seja um pelicano que se meteu comigo até conseguir festas ou uma gaivota que poisou e esteve imenso tempo ao pé de mim comigo a interagir com ela enquanto as pessoas riam e tiravam fotografias. Adoro animais”, refere a dona de dois gatos.

Joana Gaivão é também adepta de um bom livro, apreciando em especial os biográficos ou históricos. Considerando essencial a existência de um ambiente positivo, a diretora do Departamento de Comunicação e Marca da Abreu Advogados diz-se apologista da partilha, do espírito de entreajuda e do diálogo baseando a sua abordagem profissional na liderança pelo exemplo, na comunicação clara e estratégica e no desenvolvimento da equipa.

Joana Gaivão em discurso direto

1 – Qual é a decisão mais difícil para um responsável de comunicação?

Uma decisão que rompa com um cânone, que introduza uma mudança visionária. As resistências existem sempre e, por isso, um responsável da comunicação tem de ser capaz de desbravar caminhos. A evolução tecnológica mudou a forma de comunicação e de interação entre organizações e pessoas e, por isso, é essencial uma constante atualização e diferenciação e uma boa dose de conhecimento da cultura da organização onde trabalhamos.

2 – No (seu) top of mind está sempre?

Acima de tudo? A confiança. É a base do sucesso! O segredo para uma boa comunicação passa pela verdade e por escutar o nosso interlocutor. É responder prontamente e encontrar a solução à medida, com rapidez, excelência e autenticidade! Comunicação não é sinónimo de débito de informação ou de propaganda, é uma ferramenta estratégica e poderosa. É ligação, energia, persistência e clareza.

3 – O briefing ideal deve…

Conduzir à eficácia criativa, através da definição de uma estratégia clara, com objetivos, targets e timings bem definidos, e com o detalhe necessário para uma boa execução. Devemos ser ambiciosos quanto ao resultado a ser entregue. Feedback, sugestões, alertas e novas abordagens são bem-vindos!

4 – E a agência ideal é aquela que…

É parte da nossa equipa, veste a camisola, trabalha para os mesmos objetivos, tem interesse genuíno em conhecer a cultura da nossa organização, procura novas soluções e tem gosto em aportar valor.

5 – Em comunicação é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Esta é difícil! O “mix” é essencial! Há um equilíbrio que tem de ser assegurado, as empresas e as instituições devem conseguir combinar rigor e seriedade, com toques estratégicos de personalidade e audácia. Jogar pelo seguro deve ser a regra em situações de crise, temas sensíveis, com grande impacto e suscetíveis de interpretações dúbias, políticas internas ou mudanças organizacionais, assuntos legais, entre outros. Agora, há que quebrar barreiras, provocar a reflexão e levar o público a sentir, a ligar-se, quando se trata de posicionamento, de lançar um novo serviço ou produto, de uma campanha de marketing ou “employer branding” ou simplesmente de tornar um conteúdo hermético e complicado noutro que toque realmente as pessoas. Isto é importantíssimo no mercado altamente competitivo em que nos movemos. É imprescindível conhecer o público-alvo, é ele que “comanda”.

6 – Como um profissional de comunicação deve lidar e gerir crises?

Com certeza! Já não faz sentido persistir numa certa perceção de que todos dominam a comunicação… A comunicação é de facto uma “ciência”, que junta técnica e estratégia, coragem e sangue-frio, em especial nos momentos de crise.

Lidar e gerir uma crise tem implícito: “um antes”, “um durante” e “um depois”. Dito isto, ter um bom plano de gestão de crises é crucial: levantamento dos riscos, protocolo a seguir, definição de porta-vozes e de mensagens-chave, simulação de cenários, “media training” e um mapeamento atualizado dos canais de comunicação. A monitorização das redes sociais, da imprensa, das perceções do momento tem de fazer parte do dia a dia. E “ouvidos bem alerta” a quaisquer sinais de eventual instabilidade ou descontentamento. Com a crise entre mãos… uma boa resposta rápida é melhor do que uma excelente resposta lenta. Não esquecer que tempo é reputação. Na minha experiência, esta é uma das mensagens mais importantes a passar à gestão de topo. Outra é – perante um erro – agir com transparência e responsabilidade e com toda a empatia e humanidade do tom: uma abordagem técnica não substitui a comunicação sensível e genuína.
Passada a crise, “lessons learned”: o que correu bem e o que precisa de ser melhorado. A gestão de crises envolve não apenas a mitigação de danos, mas também a preservação da reputação, a manutenção da confiança e a transformação de situações adversas em oportunidades de aprendizagem e reforço da marca.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Um orçamento ilimitado não pode substituir o propósito da organização. Permite pôr mais e boas ideias em prática. Com um orçamento ilimitado começaria por apostar ainda mais nos grandes embaixadores da marca, ou seja, no desenvolvimento da equipa, promovendo o sentimento de pertença e da cultura da casa, através de mais narrativas que alinhem a marca com seus valores intrínsecos e com o que ela oferece aos seus colaboradores e ao mercado. E, claro, reforçava também o investimento na inovação, na tecnologia e na produção de conteúdos de marketing e multiplataforma mais arrojados, com novos formatos interativos, infografias dinâmicas, com valor editorial, que informem, inspirem e esclareçam. Que contem boas histórias e apeteçam!
Bem-vindos seriam mais profissionais criativos, do audiovisual e dos dados. Criaria campanhas imersivas e reforçava a comunicação para promover a inclusão, a educação mediática e o combate à desinformação. Como ex-jornalista e sabendo o papel importante dos media, apoiaria mais projetos e faria sem dúvida mais parcerias com a comunicação social. Tudo em prol de um ecossistema de comunicação transformador e sustentável que perdure.

8 – A comunicação em Portugal, numa frase?

Aqui, cito Minouche Shafik, diretora da London School of Economics: “No passado, os empregos dependiam dos músculos, agora dependem do cérebro, no futuro, dependerão do coração”. Seguimos esta tendência, mas estamos cada vez mais nesta última fase. As pessoas devem ser o nosso foco.

9 – Construção de marca é?

Ter um propósito e criar uma identidade única, com um significado e uma perceção que permanece ao longo do tempo. Muito mais do que um logótipo, a marca é uma cor, um som, um tom, um “claim” e até um cheiro! Próprios e inequívocos. É a criação de ligação com os vários públicos. Transmite instintivamente os valores que representa, traz consigo a reputação e a promessa de qualidade e consistência na prática com os seus princípios. Projeta uma visão para o futuro e comunica a sua razão de existir.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em comunicação?

A comunicação não é apenas uma escolha profissional, é a expressão mais autêntica de quem sou, o meu fato à medida, o meu lugar de verdade, a minha arte. Se tivesse de escolher outra, o teatro sem dúvida, que já faço como “hobby”. Para mim, é pura comunicação, uma arte que junta alma, físico e todas as nossas formas de expressão… e empatia, muita.

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Santander vende 49% da divisão na Polónia ao grupo Erste por 6,8 mil milhões

Os bancos espanhóis e austríaco vão também fazer uma cooperação estratégica para alavancar a presença de cada um no segmento de Corporate & Investment Banking.

O Banco Santander anunciou esta segunda-feira que vendeu ao grupo austríaco Erste uma participação de 49% do Santander Polska, na Polónia, por 6,8 mil milhões de euros e metade (50%) da atividade polaca de gestão de ativos (TFI) por 200 mil milhões de euros.

A operação representa um prémio de 7,5% em relação ao preço de fecho do Santander Polónia a 2 de maio de 2025, excluindo o dividendo. Os títulos vão negociar em ex-dividendo no próximo dia 12 de maio, de acordo com a informação divulgada online pelo Banco Santander.

No âmbito desta aquisição, os bancos Santander e a Erste vão também fazer uma cooperação estratégica para alavancar a presença de cada um no segmento de Corporate & Investment Banking (CIB) e permitir que o Erste tenha acesso às plataformas de pagamentos do Santander.

A presidente executiva do Banco Santander afirma que esta transação “é mais um passo fundamental” no foco da empresa em termos de criação de valor para os acionistas, que tanto envolve transformação como aumento de escala “com mercados altamente conectados”.

O banco liderado por Ana Botín vai ser proprietário de cerca de 13% do Santander Polska e planeia assumir a participação total do Santander Consumer Bank Polónia. “Para o Santander, cristalizamos valor em múltiplos altamente atrativos. Para a Erste, estão a adquirir um negócio excecional com, acima de tudo, uma equipa de classe mundial, que estou confiante de que continuará a gerar valor para os clientes, trabalhadores e stakeholders”, referiu Ana Botín, acrescentando que colocará o capital gerado pela venda “em linha com a nossa hierarquia de capital, priorizando o crescimento orgânico rentável”.

A instituição bancária com sede em Boadilla del Monte informou ainda, em comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV – Comisión Nacional del Mercado de Valores), que esta tarde vai promover uma audioconferência para analistas, às 14h00 (hora de Lisboa), para explicar este negócio. “Da mesma forma, a documentação para esta apresentação aos analistas foi tornada pública antes de seu início, comunicando-a à CNMV e divulgando-a no site corporativo”, lê-se na nota publicada pelo regulador espanhol dos mercados financeiros.

Na bolsa de Madrid, as ações do Banco Santander estavam a valorizar 0,19% para 6,3295 euros por volta das 11h20.

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IRGAwards 2025. Conheça os dez finalistas nas categorias de sustentabilidade e transformação

A 37º edição dos prémios IRGAwards, promovida pela Deloitte, já escolheu os nomeados para as categorias de sustentabilidade e transformação. Conheça os 10 finalistas.

O júri da 37º edição dos Investor Relations and Governance Awards (IRGAwards), uma iniciativa da Deloitte que distingue as boas práticas de governance e os principais desempenhos no mercado português, já escolheu os dez nomeados para as categorias de sustentabilidade e transformação. Esta iniciativa conta com o ECO como media partner.

“Os finalistas ao Transformation Award incluem projetos com impacto significativo na atividade do mercado ou do negócio das organizações. E, por seu lado, os nomeados ao Sustainability Initiative Award integram projetos com impacto significativo num, ou mais, pilares de sustentabilidade – ambiental, social e/ou governance“, revela a Deloitte, em comunicado.

Dos vários prémios a atribuir nesta iniciativa, que terá o seu ponto alto a 22 de maio, na cerimónia IRGAwards, os relativos à transformação e à sustentabilidade são os únicos que dependem de candidatura das próprias empresas. Os projetos colocados a concurso são depois avaliados pelo júri, presidido por Vítor Bento.

Os nomeados da 37.ª edição dos IRGAwards são (por ordem alfabética):

Sustainability Intiative Award

  • Bondalti – Projeto: MULTI-AD
  • Casais – Projeto: Construção Industrializada – Residência Universitária de Beja
  • Navigator – Projeto: Clube Produtores Florestais
  • SIBS – Projeto: SIBS ESG
  • Trivalor – Projeto: TriFootFood

Transformation Award

  • CGD – Projeto: Transformação Multidimensional na Experiência de Cliente
  • CTT – Projeto: Smart System (SD, Modico, Mobi)
  • E-Redes – Projeto: Rede Inteligente de Energia Elétrica
  • Navigator – Projeto: Navigator Digital Bed
  • REN – Projeto: NATUREYE

Os IRGAwards deste ano são dedicados ao tema “Embracing evolution, inspiring change”, convidando ao debate sobre as potencialidades da evolução humana e sobre as oportunidades de transformação e inovação no desenvolvimento económico, segurança e sustentabilidade globais.

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Dois terços das fábricas pararam mais de oito horas por causa do apagão

Inquérito realizado pela AEP mostra que foi na indústria transformadora que apagão teve um efeito mais prolongado na interrupção da atividade. Veja as propostas dos empresários para a área da energia.

A quase totalidade das empresas industriais portuguesas (94,8%) classifica o impacto negativo do corte do fornecimento de energia registado há precisamente uma semana como “significativo” ou “muito significativo”.

De acordo com os resultados do inquérito flash realizado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), a que o ECO teve acesso, duas em cada três fábricas estiveram paradas mais de 8 horas, o que no caso específico da indústria afetou, pelo menos, dois turnos.


Este inquérito foi conduzido pela AEP entre 29 de abril a 2 de maio, tendo participado um total de 313 empresas, com 57% da amostra a ser constituída por indústria. Quanto à estrutura, 57% são micro e pequenas empresas, 34% médias e as restantes 9% de grande dimensão.

“Por setor de atividade, e como seria de esperar, as empresas da indústria transformadora reportam uma situação mais gravosa, em termos da duração da interrupção da sua atividade e, consequentemente, do impacto negativo, por comparação com o resultado global”, descreve a associação patronal.

Como o ECO noticiou, numa semana que já era mais curta devido ao feriado do 1º de maio, a quebra na eletricidade na segunda-feira passada forçou a indústria a parar a produção, provocou atrasos na entrega de encomendas e trouxe danos de “reputação” a nível internacional.

Na sequência deste inquérito, o organismo liderado por Luís Miguel Ribeiro refere que os empresários apresentam várias propostas no sentido de o país conseguir “garantir o regular abastecimento de energia”.

Independência energética e autossuficiência

De um modo geral, as empresas destacam a importância da produção nacional de energia, criando condições para uma maior autonomia do sistema energético português, com menor dependência de Espanha ou outros países. Propõe o melhor uso da produção nacional, principalmente solar, hídrica e eólica.

Autoconsumo e uso de energias renováveis

Os empresários defendem o uso local da energia produzida, particularmente solar/fotovoltaica, por empresas e cidadãos. Vários empresários destacaram a necessidade de permitir o autoconsumo real de energia, especialmente para empresas com produção fotovoltaica, mesmo quando a rede está em baixo.

Redundância, sistemas de backup e resiliência

É destacada a importância de sistemas redundantes, black start e backup rápido como forma de garantir a continuidade do fornecimento de energia em caso de falha da rede principal. A falta de alternativas ou de planos de contingência adequados é vista pelos empresários como um dos principais problemas do apagão.

Diversificação de fontes e reativação de infraestruturas

Algumas propostas vão no sentido de reativar centrais fósseis (carvão e gás), bem como considerar a energia nuclear como parte de uma estratégia de diversificação energética, defendendo que as renováveis não são, por si só, suficientes para garantir estabilidade.

Planeamento, contingência e estratégia nacional

Os empresários apontam para a necessidade de melhoria de planos de contingência, estratégias de resposta, planeamento energético e coordenação institucional.

Análise, avaliação técnica e decisões suportadas em dados

Segundo as conclusões transmitidas pela AEP, os empresários defendem que é necessário efetuar uma investigação das causas que deram origem ao apagão e redesenhar o sistema global de energia.

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AD e PS disponíveis para consenso na Justiça

  • Lusa
  • 5 Maio 2025

AD e PS disponibilizaram-se para consensualizar uma reforma que torne a justiça mais célere, com o líder do PSD a criticar os chamados megaprocessos e o PS a defender o fim dos recursos suspensivos.

A AD e o PS disponibilizaram-se para consensualizar uma reforma que torne a justiça mais célere, com o líder do PSD a criticar os chamados megaprocessos e o secretário-geral do PS a defender o fim dos recursos suspensivos.

No debate nas rádios com os líderes dos partidos com representação parlamentar, transmitido a partir dos estúdios da RTP, o presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse estar disponível para “aprofundar tudo aquilo que possa colaborar para algum funcionamento da justiça” em particular na questão da celeridade processual com críticas aos designados megaprocessos.

“Creio que hoje podemos concluir que a opção pelos megaprocessos não foi uma opção feliz, foi uma forma de prolongar as oportunidades de se poder ir adiando todas essas etapas processuais”, explicou no debate transmitido pela Antena 1, TSF, Rádio Renascença e Rádio Observador.

Para Montenegro, é preciso encurtar os prazos na justiça criminal através, por exemplo, do reforço dos meios disponibilizados na fase de investigação, bem como fazer mudanças da justiça administrativa e fiscal, que disse ser “muito penalizadora da vida económica e social do país”.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, questionado sobre se o PS mantém a defesa de uma revisão hierárquica do Ministério Público, sublinhou que o que era defendido pelos socialistas há um ano era a “clarificação da estrutura hierárquica”, acrescentando que essa questão está prevista na Constituição.

Pedro Nuno defendeu também uma maior celeridade das investigações e dos processos judiciais, bem como o fim do “caráter suspensivo de alguns recursos usados de forma delatória para prolongar processos” e a descida das custas judiciais para “facilitar o acesso à justiça dos cidadãos”.

No início do debate abordou-se também a ação do Ministério Público, com o Chega, através de André Ventura, a defender que o Ministério Público tem “dado provas nos últimos anos da capacidade de fazer o seu trabalho de forma independente” e a criticar o que diz ser um condicionamento do trabalho da justiça.

“Eu acho que condicionaram a justiça, acho que atropelaram, acho que limitaram a capacidade de atuação, e acho que nós precisávamos ter uma justiça mais forte e mais atuante, sem receios de atuar”, disse, para depois acrescentar que é preciso uma reforma na justiça, nomeadamente nas questões administrativas.

Sobre justiça, Rui Rocha, da IL, absteve-se de comentar e preferiu focar-se nas questões políticas, sublinhando que a o país vai para eleições porque a “AD decidiu apresentar uma moção de confiança que sabia que ia ser chumbada” e que todos os partidos, à exceção dos liberais, “contribuíram para a instabilidade política”.

Rui Tavares, do Livre, no seguimento da posição de Rui Rocha sobre o caso que levou à demissão do Governo, voltou a insistir que Luís Montenegro deveria ter entregue a Spinumviva a uma “gestão profissional independente” quando assumiu cargos na vida política.

Mariana Mortágua, do BE, defendeu que a “justiça não deve interferir na política”, embora “existam tentações, às vezes,” demonstradas nos ‘timings’ de alguns anúncios, e Paulo Raimundo, do PCP, considerou que “tudo é política”, mas salvaguardando a importância de “preservar a autonomia da justiça e criar condições para que cumpra o seu papel”.

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, atacou André Ventura pelos casos na justiça ligados a membros do seu partido, referindo a deputada do Chega (ex-PAN) Cristina Rodrigues que será julgada pela prática de um crime de dano relativo a programas ou outros dados informáticos” supostamente cometido em 2020, na altura em que estava de saída do PAN.

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