Montenegro confia no “diálogo” para demover Trump de aplicar “carga tarifária excessiva” à UE

Primeiro-ministro português defende que a União Europeia deve "demonstrar com argumentação as virtudes de termos trocas comerciais que não estejam marcadas por uma excessiva carga tarifária".

Na semana em que Donald Trump dá o primeiro tiro de uma guerra comercial imprevisível com os seus principais parceiros comerciais, o primeiro-ministro português considerou esta segunda-feira que “a Europa está preparada” caso o Presidente dos EUA decida mesmo cumprir a ameaça e aplicar também novas taxas às importações da União Europeia (UE). Mas Luís Montenegro confia que o “diálogo” e a “argumentação” poderão demover Trump de intenções tarifárias mais extremas.

“É importante que a Europa veja este enquadramento numa perspetiva de diálogo. Os EUA são um parceiro comercial, político, de primeira linha da UE. Não há razão para não termos a capacidade de demonstrarmos com argumentação as virtudes de termos trocas comerciais que não estejam marcadas por uma excessiva carga tarifária”, reagiu o líder do Governo português a partir de Bruxelas, aonde se deslocou para participar num encontro informal de líderes europeus — convocado pelo presidente do Conselho Europeu, o português António Costa — onde se irá discutir também um maior investimento em Defesa.

Não há razão para não termos a capacidade de demonstrarmos com argumentação as virtudes de termos trocas comerciais que não estejam marcadas por uma excessiva carga tarifária.

Luís Montenegro

Primeiro-ministro de Portugal

Salientando que as ameaças de Trump “estão a ser levadas a sério” na Europa, por se tratar de um líder político com “toda a legitimidade” democrática, Montenegro insistiu: “A minha convicção é que o diálogo político deve ser a chave para podermos ter condições económicas, para ter boas taxas de crescimento, quer nos EUA, quer na Europa”.

O governante alertou que uma consequência desta guerra comercial será um aumento de preços ao qual os próprios norte-americanos não irão escapar. “Não é preciso um prémio Nobel da economia para perceber que o aumento das tarifas sobre produtos que colaboram para a formação do preço do lado das indústrias norte-americanas vai implicar um aumento de preços”, afirmou, indicando que “já aconteceu isso” na primeira Administração de Trump, quando as tarifas a produtos chineses “acabaram por redundar num aumento de preços das próprias produções americanas”.

“É minha convicção de que o aumento das tarifas que a Administração americana vem anunciando não favorece a própria economia dos EUA, mas isso é uma decisão que compete à Administração e que nós temos que respeitar”, admitiu Montenegro. A “excessiva carga tarifária” sobre os produtos importados da UE não será “muito auspicioso para a consolidação de ciclos de crescimento económico que sejam duradouros, que possam depois, quer do lado de lá do Atlântico, quer do lado de cá, esse crescimento económico ao serviço das pessoas”, defendeu o primeiro-ministro.

Apesar de a Europa estar “preparada”, como disse Montenegro, “tem muitos desafios pela frente”, confessou o primeiro-ministro: “Tem hoje uma situação económica que não é brilhante. Os dois principais motores da Europa estão, por assim dizer, engripados [sic] — quer a Alemanha, quer a França, enfrentam desafios políticos e financeiros, hoje, muito significativos, mas nós continuamos a ser um mercado interno de 500 milhões de pessoas e, do ponto de vista da inovação, do conhecimento, da capacidade da nossa indústria transformadora, um bloco comercial competitivo à escala global”.

Neste sábado, Donald Trump avançou com novas tarifas aduaneiras sobre os seus três principais parceiros comerciais, Canadá, México e China. O Presidente americano assinou uma ordem executiva em que define tarifas adicionais de 25% relativas a todas as importações do Canadá e México — com a exceção do petróleo e produtos de energia, que passam a ter uma taxa de 10% –, enquanto a China passa a ter um adicional de 10% nas exportações para os EUA.

Donald Trump reiterou também neste fim de semana que os produtos europeus vão ser sujeitos a taxas aduaneiras “muito em breve”. “Estão realmente a aproveitar-se de nós, temos um défice de 300 mil milhões de dólares [293 mil milhões de euros]. Não levam os nossos automóveis nem os nossos produtos agrícolas, praticamente nada, e todos nós compramos, milhões de automóveis, níveis enormes de produtos agrícolas”, disse no domingo o chefe de Estado norte-americano.

As novas tarifas provocaram um sell-off nas ações esta segunda-feira, enquanto o dólar valoriza mais de 1% face aos pares. Os três países que já foram alvo das tarifas de Trump estão a preparar formas de retaliação e a UE também já sinalizou que irá retaliar se Trump cumprir a sua ameaça.

Luís Montenegro está em Bruxelas para discutir o investimento europeu em Defesa, entre outros temas, com os outros líderes europeusLusa

Regulamentação atrasou Europa, incluindo na inteligência artificial

Na mesma ocasião, o primeiro-ministro admitiu que a Europa pode ter sido “demasiado ambiciosa” na aplicação de regras, afirmando mesmo que a UE “teve excesso de regulamentação nos últimos anos”. Isso fez com que, “em algumas tecnologias de ponta, os EUA e a China estivessem mais avançados” do que a UE.

Para exemplificar o atraso europeu face aos pares, Luís Montenegro apontou para um dos temas globais mais quentes ao nível tecnológico: “Veja-se, por exemplo, o caso da inteligência artificial”, disse.

Ademais, segundo Montenegro, até “em algumas áreas de comércio”, a regulamentação excessiva faz com que “a Europa seja penalizada, porque impõe aos seus produtores de vários setores de atividade da economia regras que são muito superiores àquelas que, noutras geografias, as empresas têm de abarcar”, notou o primeiro-ministro aos jornalistas.

Para o chefe do Governo português, “a Europa tem de estimular a sua própria capacidade de industrialização e de produção”, tendo à sua frente “anos em que terá de desenvolver as suas capacidades de inovação, de investigação e de se conformar, do ponto de vista interno, com regras de financiamento que possam alavancar o investimento”.

“Uma das grandes diferenças entre a Europa e os EUA é que o investimento privado na Europa está altamente limitado. Por isso é tão importante nós terminarmos de vez a União Bancária e podermos implementar um mercado de capitais comum, porque grande parte do capital europeu é investido na bolsa de valores de Nova Iorque. Grande parte das poupanças europeias é investida do lado de lá”, atirou.

Todavia, reconheceu que “a 27 é difícil”, ainda que seja “preciso” aproximar posições “em termos de políticas comuns”. Importa recordar que a comissária que representa Portugal, Maria Luís Albuquerque, tem a tutela destas áreas na Comissão Europeia.

Uma das grandes diferenças entre a Europa e os EUA é que o investimento privado na Europa está altamente limitado. Por isso é tão importante nós terminarmos de vez a União Bancária e podermos implementar um mercado de capitais comum, porque grande parte do capital europeu é investido na bolsa de valores de Nova Iorque.

Luís Montenegro

Primeiro-ministro de Portugal

Investimento europeu em Defesa deve ser “coordenado” e com “financiamento comum”

Luís Montenegro falou também de Segurança e Defesa, o principal assunto que o levou a Bruxelas esta segunda-feira, numa altura em que a UE também está a ser pressionada por Trump para reforçar o investimento nestas áreas. Para acolher esses pedidos deste importante aliado da NATO, Luís Montenegro pediu “uma linha de financiamento própria”, lembrando as virtudes dessa estratégia na “experiência” da ‘bazuca’ depois da pandemia.

Esse investimento deve ainda ser “coordenado” entre os 27 Estados-membros, para “que não haja grande repetição”, pediu Montenegro. Desta forma, evita-se que as finanças públicas sejam “de alguma maneira incomodadas por uma matéria que é tão específica e que hoje está tão prevista e assumida num compromisso temporal curto”, afirmou.

Dito isso, Montenegro lembrou que os ministérios da Economia e da Defesa Nacional já constituíram uma “task force” para atrair para Portugal “novas indústrias de defesa”, como “armamento” e “munições, por exemplo”. Essa equipa já está “a trabalhar” e terá “de se conformar com a estratégia que sair” da posição conjunta a ser tomada nesta reunião.

"1% do nosso produto gasto com comparticipação para o orçamento da UE é manifestamente pouco para ombrear com os grandes blocos comerciais do mundo.”

Luís Montenegro

Primeiro-ministro de Portugal

O Governo português anunciou no mês passado a antecipação em um ano, para 2029, do objetivo de gastar 2% do PIB em Defesa, um “esforço financeiro grande” para o país, disse então Luís Montenegro. No entanto, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, já alertou que “o objetivo de 2% do PIB definido há uma década não chegará para os desafios do amanhã”. No cimo da mesa dos aliados está o aumento deste peso para 5% do PIB, que, porém, o chefe do governo português entende não ser “exequível”.

Pelo contrário, Portugal está, sim, disponível para reforçar as contribuições para o orçamento comunitário, sinalizou esta segunda-feira: “1% do nosso produto gasto com comparticipação para o orçamento da UE é manifestamente pouco para ombrear com os grandes blocos comerciais do mundo”, apontou o governante.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h46)

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IA: não podes combatê-la. Junta-te a ela!

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  • 3 Fevereiro 2025

No contexto da apresentação do estudo salarial no mercado tecnológico, a Damia Group Portugal juntou gestores de empresas que escolheram Portugal para os seus Tech Hubs para discutir o futuro do setor

A Damia Group Portugal, que opera no setor do recrutamento de talento tecnológico, apresentou, a 30 de janeiro, a mais recente edição do seu estudo anual, o HTTP: Hiring Tech Talent in Portugal e aproveitou o momento para juntar um painel composto por cinco líderes do setor. Além dos resultados do estudo, foi também discutido um dos temas mais prementes da atualidade: a Inteligência Artificial e os seus efeitos, imediatos e futuros, nas empresas de tecnologia. A conversa, moderada por Cláudio Menezes, CEO da Damia Group Portugal, e por Simon Brand, Data Science Manager da SIXT, abordou exaustivamente este grande cisma – irá a IA substituir, ou não, os programadores informáticos?

Os convidados começaram por apresentar diferentes perspetivas sobre o impacto do estudo HTTP 2025, a cuja apresentação tinham assistido momentos antes, e de como este se alinha com a realidade do mercado e contextos atuais.

Cláudio Menezes, CEO da Damia Group Portugal

Pedro Torres, Senior Director de Software Engineering da Salsify, unicórnio norte-americano que escolheu Lisboa para o seu primeiro escritório europeu, elogiou a transparência, credibilidade e rigor do estudo, destacando que revela que Portugal «não é um país barato, mas que possui talentos de classe mundial e cost-effective». O responsável destacou ainda a revelação de que os salários nas tecnológicas começaram a subir, contrastando com os salários baixos que se praticavam neste setor no início dos anos 2000, em Portugal, e assinalou esta mesma mudança na tendência do mercado de trabalho.

O painel dedicou-se, depois, às diferentes abordagens das empresas em relação às políticas de escritório pós-COVID. Stefanie Beckmann, co-fundadora e Managing Director da 7.1 Tech Hub no Porto, o braço tecnológico do grupo alemão de media ProSiebenSat.1 Media, partilhou que, no seu hub, seguem um modelo de trabalho flexível, exigindo 90 dias de trabalho presencial por ano, ficando os restantes dias sujeitos às preferências dos colaboradores, destacando, no entanto, que a realização regular de eventos de qualidade na empresa é altamente apreciada e incentiva a presença nos escritórios.

Rui Gramacho, VP de R&D Europa da norueguesa Vizrt, líder mundial em soluções de produção para a indústria de Media e transmissão de conteúdos, que também elegeu Portugal para o seu Tech Hub, revelou que a abordagem varia conforme a cultura dos países onde a empresa se encontra. Nos países nórdicos, por exemplo, o trabalho é baseado no escritório, enquanto em Portugal é totalmente remoto, com apoio aos colaboradores que precisem de um espaço.

Na Salsify, Pedro Torres partilhou que a política não mudou após a COVID-19. As pessoas podem escolher entre trabalhar remotamente ou ir aos escritórios em Lisboa e em Boston. A flexibilidade é total.

Tempos difíceis: como a Airbus Portugal recrutou em Portugal logo após a pandemia

Quanto aos grandes desafios de recrutamento enfrentados, um dos temas da noite, destacou-se o caso da Airbus Portugal, representada no painel pelo seu Head of Operations, Marc Braun, que tem a seu cargo mais de 250 engenheiros do Tech Hub português. A Airbus contratou mais de mil pessoas em pouco mais de três anos e o segredo, para este responsável, foi «humildade e aprendizagem, frequentando muitos eventos de recrutamento como este». Evitar erros e elaborar descrições de trabalho claras foram elementos essenciais nos primeiros tempos. Tendo em conta que os passos iniciais de recrutamento foram dados logo a seguir à pandemia, a Airbus enfrentou desafios pesados, como o desconhecimento do mercado sobre a empresa em Portugal e as dúvidas sobre a indústria da aviação que os anos de COVID 19 suscitaram. Marc Braun evidenciou também «a necessidade de uma marca forte e de uma boa cultura para atrair talentos» elementos que, segundo o responsável, não faltam à sua empresa. «Atualmente, o esforço de recrutamento é menor, pois as pessoas já nos conhecem bem, o que facilita a atração de novos talentos», referiu.

Portugal, porto seguro para os Tech Hubs

O painel debruçou-se, de seguida, na experiência dos gestores convidados ao instalaram os seus Tech Hubs em Portugal.

Timo Steinbrenner, VP de Software Engineering da SIXT, que viajou de Munique para este evento e que tem a seu cargo mais de 300 engenheiros de software, revelou que, tal como Marc Braun, para constituir a sua equipa em Portugal, teve de participar em muitos eventos de recrutamento em vários países, mas que foi em Portugal que encontrou «cultura e talento adequados à marca». Enfrentados e corrigidos os erros iniciais, uma seleção cuidadosa e uma comunicação eficaz com a equipa nuclear permitiram poder, hoje, partilhar «uma história de sucesso».

Timo Steinbrenner, VP de Software Engineering da SIXT

No caso da 7.1 Tech Hub, Stefanie Beckmann destacou que o processo foi (e ainda é) «trabalhoso, mas divertido», e que um dos «segredos» foi terem apostado no envolvimento das pessoas e obter as suas opiniões e o seu input para entender como as coisas funcionavam localmente. «No início», relatou, «fizemos muitas perguntas e demos grande atenção aos detalhes».

Já Pedro Torres frisou a importância de «ter um bom parceiro de recrutamento, como a Damia», a que recorreu em ocasiões anteriores, para ajudar a escalar no novo mercado. «Um bom parceiro é crucial para introduzir e estabelecer a empresa num mercado onde não é conhecida».

Profissionais portugueses vs resto do mundo: melhores ou piores?

Os convidados da Damia para este debate revelaram-se unânimes. Habituados a recrutar e a lidar com equipas multinacionais, concordam que os colaboradores portugueses são tão qualificados quanto os de outros países, apresentando um nível técnico e mindset semelhantes.

Para Pedro Torres, «os profissionais de engenharia formados em Portugal são comparáveis aos dos EUA, Alemanha ou Países Baixos».

Stefanie Beckman acredita que a principal diferença nos é favorável: «os Portugueses falam muito bem inglês», algo que os distingue dos espanhóis, dos italianos ou dos gregos, tendo sido essa, revelou, uma das razões que levaram a 7.1 a instalar-se em Portugal.

Rui Gramacho apontou o dinamismo como fator diferenciador. «Portugal tem muitas startups e uma cultura aberta à inovação, o que o torna um ambiente dinâmico para negócios», referiu.

Partindo de uma perspetiva concorrencial, Pedro Torres lembrou ainda que a ausência de grandes empresas tech como uma Google, uma Uber ou um Airbnb, em território português, permite que empresas tecnológicas menores ou menos conhecidas tenham mais facilidade em atrair talentos, sem concorrência de salários impossíveis de igualar, fator que torna o país ainda mais interessante neste contexto.

Empresas não estão a substituir equipas por IA, mas sim a usá-la para aumentar a eficiência dos colaboradores

O fantasma da substituição iminente de pessoas por máquinas parece, por ora, adormecido. Ainda que todos os convidados do painel concordem que a Inteligência Artificial é incontornável, diferentes perspetivas foram abordadas no debate promovido pela Damia.

«A IA é uma ferramenta para potenciar as equipas, não para substituir pessoas. O foco está em melhorar a produtividade sem cortes de postos de trabalho.» Quem o diz é Pedro Torres, da Salsify. Na mesma linha, Rui Gramacho, afirmou que na Vizrt «a IA é há muito utilizada em conteúdos televisivos de desporto», mas que do ponto de vista das equipas, a abordagem é sobretudo «explorar as melhores ferramentas para maximizar o impacto e os resultados».

Pedro Torres, Senior Director de Software Engineering da Salsify

Claramente visto como complemento, e não como substituição, ficou, no entanto, vincada a ideia de que a adoção da Inteligência Artificial se fará sentir mais depressa nuns contextos do que noutros. Um desses é, inegavelmente, entre os gestores intermédios (middle management). Pareceu reunir consenso no painel de que o papel destes profissionais continuará relevante se conseguir ser gradualmente mais estratégico e humano. Foi Simon Brand, da Sixt, no papel de co-moderador, que promoveu uma conversa mais aprofundada sobre esta polémica.

«Se os gestores intermédios forem apenas operacionais, podem estar em risco, pois a IA lida bem com dados e processos. Mas se assumirem um papel estratégico e forem “o elemento humano do processo”, continuam valiosos, já que a IA não toma decisões nem assume riscos».

Para Pedro Torres, outros profissionais que «podem ser mais afetados por esta onda são os IC júniores», referindo-se aos colaboradores individuais sem funções de gestão, uma vez que as empresas podem optar por soluções mais baratas que a IA proporciona. Um pouco contra a corrente, o mesmo responsável referiu que os middle managers são fundamentais para o ambiente de trabalho e para a retenção de talento pois, mesmo que a tecnologia avance, ainda existe um enorme risco de se confiar cegamente em máquinas. A respeito deste tema, Rui Gramacho levantou a questão de accountability: «se algo falhar, quem assume a responsabilidade: a máquina ou o ambiente em que opera?», questionou.

"A IA ajuda na escrita, especialmente para quem não tem o inglês como língua materna. Ferramentas como Grammarly garantem um tom adequado e reduzem fricções na comunicação digital, tornando as interações mais eficazes”

Pedro Torres, Senior Director de Software Engineering da Salsify

A fechar, foram partilhados vários exemplos de como a IA pode ser uma valiosa ajuda. Para Pedro Torres, «a IA ajuda na escrita, especialmente para quem não tem o inglês como língua materna. Ferramentas como Grammarly garantem um tom adequado e reduzem fricções na comunicação digital, tornando as interações mais eficazes», referiu.

No caso da Vizrt, Rui Gramacho partilhou que a empresa implementou uma ferramenta (Jellyfish) para recolher dados sobre produtividade, permitindo ajustes rápidos sem penalizar indivíduos. A IA, sublinhou, «ajuda a entender melhor como as equipas trabalham».

O papel da IA na otimização da gestão de equipas grandes reuniu, aliás, concordância de outros membros do painel, sendo que, no computo geral, a IA parece ser vista como um recurso para melhorar a eficiência e a colaboração, não apenas para reduzir custos. As empresas podem adotar a IA para impulsionar a inovação e melhorar a eficiência, especialmente em tarefas administrativas.

Marc Braun referiu que, na Airbus Portugal «há uma atitude positiva em relação à IA e à automação. Ferramentas como a Synthesia (conversão de texto para vídeo) melhoram as ações no campo da formação, enquanto outras soluções automatizam processos transacionais que antes eram manuais. «Isso permite que as equipas se foquem em tarefas mais estratégicas, como o desenvolvimento de pessoas, em vez de burocracia», reforçou, lembrando ainda que a Airbus «promove projetos piloto e discute a IA ao mais alto nível», garantindo que a empresa está preparada para essa transformação.

A mensagem de encerramento partilhada pelo painel foi de que a melhor forma de lidar com a IA é adotá-la proactivamente, experimentando novas ferramentas e mantendo-se atualizado para assegurar a relevância no mercado.

Pedro Torres acredita que «a IA não substituirá pessoas, mas deve ser usada para aumentar a produtividade» e a felicidade no trabalho. Para o responsável da Salsify, «o cenário da IA muda rapidamente – como o provou o recente caso da DeepSeek -, e os que se tornarem especialistas desde cedo terão uma grande vantagem competitiva».

A chave, acredita Rui Gramacho, «é expor as equipas a novas tendências, testar ferramentas e adotar as melhores opções» de forma pragmática. «Criar uma cultura de inovação é essencial. A empresa dedica tempo a explorar novas tecnologias e incentiva os colaboradores a acompanhar as tendências do mercado», partilhou.

Stefanie Beckman acredita que «trabalhar com tecnologia de ponta atrai talentos. Os profissionais mais bem-sucedidos são aqueles que abraçam a mudança em vez de resistir a ela».

«A IA deve ser vista não só como uma necessidade, mas como algo divertido e estimulante.», rematou Timo Steinbrenner.

O conselho geral é experimentar, adaptar-se e liderar a mudança, pois os que abraçam a IA serão os mais valorizados no futuro.

Leia aqui o artigo sobre as principais conclusões do estudo HTTP: Hiring Tech Talent in Portugal

O relatório “HTTP: Hiring Tech Talent in Portugal” está disponível para download no site da Damia Group Portugal.

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Inflação na zona euro voltou a acelerar em janeiro para 2,5%

Inflação na zona euro voltou a acelerar em janeiro para 2,5%. Uma décima mais face a dezembro e a quarta progressão consecutiva.

A inflação na zona euro voltou a acelerar em janeiro para 2,5%, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta segunda-feira pelo Eurostat. O indicador tinha terminado o ano passado a acelerar 2,4%. Os serviços são a componente que mais pesaram para este desempenho, mas a energia sofreu o maior aumento.

Olhando para as principais componentes da inflação da zona euro, os serviços apresentem a taxa anual mais elevada em janeiro (3,9%) ainda assim desacelerou uma décima face a dezembro. Em seguida surgem os alimentos, álcool e tabaco (2, 3%, face a 2,6% em dezembro).

Já a energia sofreu o maior agravamento ao acelerar para 1,8% contra os 0,1% registados em dezembro. A inflação subjacente, ou seja sem energia e alimentos frescos, manteve-se nos 2,7% pelo quinto mês consecutivo, de acordo com a estimativa do Eurostat.

A inflação está a acelerar há quatro meses consecutivos. Em setembro de 2024 a taxa de inflação estava nos 1,7% e no arranque de 2025 já escalou para 2,5%. Ainda assim, o Banco Central Europeu optou por descer as taxas de juro na última reunião de política monetária na quinta-feira. O BCE baixou, pela quarta reunião consecutiva, a principal taxa diretora em 25 pontos base que está agora nos 2,75%. Nas palavras de Christine Lagarde este processo de desinflação está a prosseguir “aos solavancos”, com altos e baixos.

No entanto, o BCE já sugeriu que deverá flexibilizar ainda mais a política monetária, já que a inflação poderá regressar à meta de 2% até ao final do Verão, o crescimento económico está anémico e uma guerra comercial com os EUA é uma possibilidade cada vez mais certa.

O maior risco para os preços e para a trajetória descendente dos juros é se o Presidente norte-americano, Donald Trump, aplicar novas tarifas à União Europeia e como o bloco irá responder.

As tarifas abrandam o crescimento, pois reduzem a procura de produtos europeus no estrangeiro, pesando sobre as exportações, um dos principais motores do crescimento há décadas. Mas as medidas de retaliação podem aumentar a inflação interna ao tornar os produtos importados dos EUA mais caros. As tarifas também alteram a perspetiva da política monetária e exercem uma pressão subtil sobre a inflação através da taxa de câmbio.

De acordo com a estimativa rápida do Eurostat a croácia é o Estado-membro com a taxa de inflação mais elevada em janeiro (5%), seguido da Bélgica (4,4%) e da Eslováquia (4,1%). No extremo oposto está a Irlanda (1,5%), a Finlândia (1,6%) e a Itália (1,7%). Portugal está acima da média da zona euro com 2,7%.

(Notícia atualizada com mais informação)

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OpenAI e Softbank alertam para “problemas de segurança” em alusão ao DeepSeek

  • Lusa e ECO
  • 3 Fevereiro 2025

"Dependendo do país de origem, podem surgir situações muito perigosas se utilizarmos esta tecnologia de forma incorreta", avisa fundador da SoftBank. ChatGP vai ter ferramenta de pesquisa aprofundada.

A empresa tecnológica norte-americana OpenAI e a japonesa Softbank alertaram para possíveis “problemas de segurança” relacionados com a inteligência artificial (IA), numa alusão feita em Tóquio à DeepSeek, concorrente chinesa no setor.

“Temos de proteger a segurança humana. Embora a tecnologia e o resultado sejam semelhantes, as características para a segurança humana são diferentes”, disse o fundador da SoftBank, Masayoshi Son, num evento na capital japonesa, que contou também com a presença do diretor executivo da OpenAI, Sam Altman.

Num encontro entre os dois, Son mencionou a DeepSeek e deixou uma pergunta a Altman sobre a empresa chinesa, ao que Altman, sem se referir à concorrente da China, respondeu que “a sociedade tem de decidir quais são os limites do setor”.

“Dependendo do país de origem, podem surgir situações muito perigosas, se utilizarmos esta tecnologia de forma incorreta, o que pode desencadear uma situação muito má para a humanidade”, afirmou Son.

Altman, de forma mais positiva, disse que a sociedade como um todo “vai conseguir fazer as coisas corretamente”.

Quanto aos comentários sobre se a IA poderia roubar trabalho, os dois empresários mostraram-se otimistas, afirmando que a humanidade “encontra sempre novos empregos” e que a tecnologia “é capaz de gerar novo conhecimento”.

Também hoje, os responsáveis das duas empresas anunciaram um acordo de parceria estratégica para criar a empresa conjunta SB OpenAI Japan, com um projeto de IA generativa chamado “Crystal”.

Son afirmou que o objetivo é desenvolver “soluções de ponta” para as empresas e disse que a SoftBank se vai tornar no primeiro utilizador do projeto no âmbito do serviço de mensagens Line ou da aplicação de pagamentos PayPay.

O anúncio surge depois de vários meios de comunicação social terem noticiado, na semana passada, que a SoftBank está em negociações para investir até 25 mil milhões de dólares (24 mil milhões de euros) na OpenAI, num negócio que a tornaria o maior financiador do fabricante do ChatGPT.

A notícia surge também depois de o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado um investimento de até 500 mil milhões de dólares (488 mil milhões de euros) no setor privado para construir uma infraestrutura de IA.

Este projeto avançado por Trump vai ser formado pela OpenIA, SoftBank e Oracle, que terá início com um investimento num centro de dados no Texas, sul dos Estados Unidos, expandindo-se depois a outros estados.

OpenAI anuncia ferramenta de “pesquisa aprofundada” para ChatGPT

A norte-americana OpenAI anunciou também esta segunda-feira uma ferramenta de “pesquisa aprofundada” para o ChatGPT, pouco antes de uma reunião em Tóquio com o parceiro SoftBank, numa altura em que a chinesa DeepSeek intensifica a concorrência na inteligência artificial.

A OpenAI disse que a nova ferramenta “realiza em dezenas de minutos o que levaria muitas horas” a ser feito por uma pessoa.

“A pesquisa aprofundada é a nova ferramenta da OpenAI que pode trabalhar para si de forma independente: dê-lhe um comando e o ChatGPT encontrará, analisará e sintetizará centenas de fontes ‘online’ para criar um relatório abrangente ao nível de um analista”, afirma a OpenAI no portal oficial.

O robô de conversação ChatGPT marcou o aparecimento da inteligência artificial (IA) generativa para o público em geral em 2022.

Numa apresentação vídeo em direto, os investigadores da OpenAI demonstraram como a ‘pesquisa aprofundada’ foi capaz de resumir dados de pesquisa na Internet para recomendar equipamento de esqui para umas férias de neve no Japão.

O diretor executivo da OpenAI, Sam Altman, encontra-se em Tóquio para se encontrar hoje com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o diretor executivo do grupo SoftBank, Masayoshi Son.

Altman e Son são parceiros no Stargate, um novo projeto que envolve investimentos de pelo menos 500 mil milhões de dólares (488 mil milhões de euros) em infraestruturas de IA nos Estados Unidos, recentemente revelado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Masayoshi Son também assistiu à tomada de posse de Trump em janeiro.

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Tarifas de Trump arrastam mercados para o vermelho. Dólar valoriza mais de 1%

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Fevereiro 2025

Trump concretizou, no fim de semana, a promessa de tarifas aos países vizinhos e à China. Esta segunda-feira, os mercados estão a reagir negativamente à decisão, que está a valorizar o dólar.

A decisão de Donald Trump de impor tarifas aduaneiras ao México, Canadá e China — e que “muito em breve” vai estender-se aos países da União Europeia — está a abalar os mercados na manhã desta segunda-feira.

Na Ásia, o principal índice da Bolsa de Tóquio, o Nikkei, caiu 2,66% no fecho da primeira sessão de fevereiro. O sentimento negativo estende-se ao segundo indicador nipónico, o Topix, cujas perdas atingiram 2,45%.

Entre os piores desempenhos destacam-se os fabricantes de automóveis japoneses, visto que muitos têm fábricas de produção no México, desde sábado sujeitos a tarifas adicionais de 25% pelos EUA: as ações da Toyota caíram 5,01%, enquanto as da Honda e da Nissan desceram 7,2% e 5,63%, respetivamente.

Apesar de (ainda) ser vítima das tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, a tendência nas principais bolsas da Europa também é negativa. Na noite de domingo (madrugada em Portugal), Trump disse à estação televisiva britânica BBC que o mesmo “vai acontecer de certeza com a União Europeia”.

Os mercados, que ainda dormiam no momento dessas declarações, acordaram em sobressalto: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 1,3%, enquanto o britânico FTSE 100 e o espanhol IBEX 35 descem 1,2% e 1,8%, respetivamente. As praças de Paris e de Frankfurt recuam 2% cada uma.

Em linha com os congéneres europeus, o PSI, principal índice da bolsa de Lisboa, também negoceia em baixa. Depois de, nos primeiros minutos após as 8 horas, estar a perder 1,14%, apresenta agora um recuo de 0,43%, nos 6.493,58 pontos.

Enquanto as bolsas estão em queda, o dólar norte-americano, por sua vez, está a valorizar em relação a um cabaz de moedas, tendo chegado a subir 1,4% antes de reduzir os ganhos para 1,3%.

Já o dólar canadiano atingiu o seu nível mais baixo desde 2003, segundo o Financial Times, enquanto o peso mexicano desvaloriza cerca de 3% e o euro cai 1,3%.

Em Wall Street, pese embora as negociações só arranquem às 14h30 (hora de Lisboa), os futuros dos principais índices norte-americanos não escapam à maré vermelha sentida na Ásia e do outro lado do Atlântico, apontando para quedas de 1,9% no S&P 500 e de 2,5% no Nasdaq, que reúne as maiores tecnológicas.

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Quase 20 mil jovens já compraram casa com isenção de IMT e Imposto de Selo

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

Até 19 de janeiro, o número de casas adquiridas pelos beneficiários desta medida ascendeu a 13.892, com o valor médio das habitações transacionadas a manter-se nos 187 mil euros.

Um total de 19.745 pessoas beneficiaram de isenção de IMT, Imposto de Selo e emolumentos na compra da primeira habitação, segundo dados facultados à Lusa pelo Ministério da Juventude e Modernização.

De acordo com a mesma informação, que reflete a situação até 19 de janeiro, o número de casas adquiridas pelos beneficiários desta medida ascendeu a 13.892, com o valor médio das habitações transacionadas a manter-se nos 187 mil euros.

Em declarações recentes à Lusa, a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, fez um balanço positivo desta medida, considerando que tem permitido “remover obstáculos” no acesso dos jovens a habitação.

O número de pessoas que beneficiaram da medida nestes cerca de seis meses e meio de aplicação compara com as 3.098 que compraram casa com isenção de IMT e de Imposto do Selo no primeiro mês e meio da medida, altura em que tinham sido adquiridos 2.141 imóveis.

O IMT Jovem começou a ser aplicado em agosto do ano passado, tendo sido criada uma tabela deste imposto para os beneficiários da medida e que contempla quatro escalões, contemplando isenção total nas compras que se encaixem no 1.º destes escalões e a aplicação de uma taxa de 8% no valor que ‘encaixa’ no escalão seguinte.

Com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e a atualização dos escalões do IMT em 2,3%, o valor de transação que beneficia de isenção total ficou fixado nos 324.058 (subindo cerca de sete mil euros face ao valor em vigor em 2024), enquanto a parcela tributada a 8% avançou para 648.022 euros (contra 633.453 euros em 2024).

Para terem acesso a esta medida, que é atribuída de forma automática, os jovens não podem ter sido proprietários de imóveis nos três anos anteriores à compra da casa, sendo a idade limite (35 anos) aferida à data da escritura.

 

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Hugo Veiga está de volta. Direção criativa global da AKQA será feita a partir de Portugal

O publicitário português mais premiado do mundo vai liderar a criatividade da rede AKQA, agência do grupo WPP, baseado em Portugal. Localmente, o grupo opera, até agora, com a VML e a Bar Ogilvy.

Hugo Veiga, global chief Creative office AKQA, está de regresso a Portugal. O criativo português mais premiado de sempre vai liderar a criatividade da rede de agências do grupo WPP a partir do país.

“Depois de 20 anos a viver no estrangeiro, estou de volta à minha terra natal: Portugal. Uma decisão familiar, mas também uma decisão de trabalho. Portugal tem um dos fusos horários mais amigáveis para um papel global como o meu, bem como um valioso ecossistema de inovação e arte para o qual o mundo ainda não acordou. Mal posso esperar para me conectar mais com seu potencial. Sou grato à AKQA e à WPP por tornar essa mudança possível e muito feliz em dizer “Tou de bolta, carago”, escreve Hugo Veiga no LinkedIn.

Nascido em Portugal, a carreira de Hugo Veiga nas últimas duas décadas tem sido feita internacionalmente, primeiro no Brasil e nos últimos quatro anos, quando assumiu a liderança criativa global da rede, nos EUA.

Com mais de 60 leões de Cannes no currículo, o criativo conquistou cerca de 25 ouros e quatro grand prix: “Dove Real Beauty Sketches”, “Nike Air Max Graffiti Stores”, “Bluesman” e “Nike Never Done Evolving feat Serena”.

Após ser reconhecido como o melhor redator do ano no Cannes Lions 2013, Hugo Veiga co-fundou o estúdio da AKQA em São Paulo, eleito o “Escritório Mais Feliz da WPP” em 2018, “Agência do Ano da América Latina” no Cannes Lions em 2019 e no One Show em 2020. O estúdio também conquistou um Grand Clio para cinco clientes diferentes em cinco anos consecutivos.

Individualmente, Hugo Veiga foi eleito o Melhor Diretor de Criação do Brasil em 2019 pelo PropMark, realizou duas palestras TEDx, atuou como Latin America Chair no Andy Awards e foi presidente do júri da categoria Mobile no Cannes Lions de 2022.

Fora da publicidade, foi roteirista e ator em três programas de televisão, fez dublagem de desenhos animado, criou Azevedo, um personagem animado, venceu duas edições do Concurso de Teatro de Improviso de Lisboa, criou “Clio On_Tour”, uma série limitada para o Renault Clio lançada em Portugal em 2005, e foi o vocalista da Moda Foca, uma banda de rock dos anos 90. Em 2020, lançou “Terra da Faina”, o álbum musical de estreia sob o alter ego Gohu.

Em Portugal, recorde-se, o grupo WPP opera com as agências criativas VML e Bar Ogilvy. A estas, junta-se agora o global chief creative office da AKQA, rede com presença em cerca de 30 países.

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Trump vai impor taxas aduaneiras sobre produtos europeus “muito em breve”

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

Depois de Canadá, México e China. o novo presidente dos EUA garante que se seguirá imposição de tarifas à importação de produtos da União Europeia. "Estão realmente a aproveitar-se de nós", diz Trump.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os produtos europeus vão ser sujeitos a taxas aduaneiras “muito em breve”, na sequência da imposição de tarifas à importação de produtos do Canadá, México e China.

“Estão realmente a aproveitar-se de nós, temos um défice de 300 mil milhões de dólares [293 mil milhões de euros]. Não levam os nossos automóveis nem os nossos produtos agrícolas, praticamente nada, e todos nós compramos, milhões de automóveis, níveis enormes de produtos agrícolas”, disse no domingo à imprensa.

A União Europeia lamentou no mesmo dia o aumento das taxas aduaneiras pelos Estados Unidos da América sobre produtos do Canadá, do México e da China, e disse que vai retaliar fortemente se for alvo de tarifas injustas.

“A UE acredita firmemente que direitos aduaneiros baixos promovem o crescimento e a estabilidade económica”, disse a Comissão Europeia em comunicado, através do qual considerou a imposição de mais tarifas pelos EUA como “nocivas para todas as partes”.

Se o bloco europeu for também alvo dessas medidas, o executivo comunitário vai “retaliar fortemente”.

Donald Trump assinou no sábado a ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China. A assinatura, que oficializa a decisão que já tinha sido anunciada, determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá tarifa de 10%.

Trump tinha vindo a ameaçar a imposição de tarifas para garantir uma maior cooperação dos países para impedir a imigração ilegal e o contrabando de produtos químicos, como o fentanil, um opioide que está a provocar vagas de adição importantes nos Estados Unidos. Os três países prometem tomar medidas.

Já no caso da União Europeia ainda não foi tomada uma decisão, mas a preocupação é geral e a França defendeu no domingo uma “reposta mordaz” da Europa face às ameaças de novas tarifas aduaneiras pelo Presidente norte-americano.

Trump admitiu que as novas tarifas podem causar sofrimento ao povo norte-americano, mas garantiu que “tudo valerá a pena” porque vai “tornar a América grande de novo”.

“Haverá sofrimento? Sim, talvez (e talvez não). Mas vamos tornar a América grande de novo, e tudo valerá a pena”, escreveu Donald Trump, em letras maiúsculas, no perfil da rede social que fundou, a Truth Social, citado pela agência de notícias France-Presse.

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Salários altos, regresso ao escritório e Inteligência Artificial para manter competitividade

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  • 3 Fevereiro 2025

Estas são as tendências reveladas no estudo anual “HTTP 2025”, realizado pela Damia Group Portugal, que orienta empresas e candidatos do setor tecnológico nas suas escolhas.

A Damia Group Portugal, que opera no setor do recrutamento de talento tecnológico, revelou esta semana a mais recente edição do seu estudo anual, o “HTTP: Hiring Tech Talent in Portugal”. A apresentação realizou-se na quinta-feira, 30 de janeiro, na Factory Lisbon, em Lisboa, no tech hub da SIXT, parceira da Damia. Media partner da Damia nesta apresentação, o ECO acompanhou o evento e recolheu as principais conclusões.

Numa primeira intervenção de boas-vindas, e perante uma plateia com mais de 160 pessoas, na sua maioria profissionais da área da tecnologia e de Recursos Humanos, Cláudio Menezes, CEO da Damia Group Portugal sublinhou a relevância deste benchmark para a orientação das empresas que procuram talento tecnológico e que precisam saber o que é necessário para serem atrativas, assim como para os candidatos, que beneficiam de «informação mais transparente para tomarem decisões mais informadas».

A apresentação da edição de 2025 do estudo salarial do mercado tecnológico português, uma análise detalhada sobre tendências de mercado, benchmarks salariais e as competências mais procuradas no setor tecnológico português para 2025, coube a duas especialistas de Recrutamento Tech da Damia Group Portugal – Alexandra Teixeira e Ângela Lopes.

A base do estudo apresentado assenta nas expetativas salariais de mais de cinco mil candidatos, partilhadas em entrevistas para vagas reais, realizadas nos últimos sete anos. A maioria dos inquiridos são developers sénior de backend, ou seja, profissionais que desenvolvem a parte “invisível” do software, embora o espectro abarque todos os perfis de profissionais desta área.

Portugal continua a atrair investimentos significativos no setor tecnológico

Já sem contar com os efeitos da pandemia, o contexto em causa é, agora, a clara instabilidade geopolítica que afeta a economia mundial. Perante estas condições, o mercado tecnológico português teve de se adaptar. No relatório apresentado pode ler-se que Portugal continua «a atrair tecnologia», que «novos tech hubs se estabeleceram no país» e que «as empresas anteriormente estabelecidas tiveram de equilibrar os seus orçamentos com investimentos estratégicos no desenvolvimento de IT e das suas operações em Portugal».

Ângela Lopes, especialista de Recrutamento Tech da Damia Group Portugal

O estudo destaca, também, que as regiões de Lisboa e Porto concentram a maior parte do talento nacional mas que cidades como Braga, Aveiro e Faro têm registado um crescimento consistente na atração de profissionais de tecnologia. Este movimento é acompanhado pela consolidação de modelos de trabalho híbridos, agora considerados a norma em startups e empresas de médio porte, enquanto as maiores empresas começam a implementar políticas mais voltadas para o regresso ao escritório.

Os resultados do “HTTP 2025” demonstram um mercado em evolução e fortemente competitivo, onde os candidatos mantêm o controlo sobre as dinâmicas de contratação. As tendências salariais apontam para um crescimento generalizado, com posições como engenheiros de backend a atingirem salários anuais de até 110 mil euros, e líderes de engenharia a superarem os 150 mil euros. O relatório agora disponibilizado compreende uma completa tabela na qual é possível consultar os salários mínimos e máximos de perto de 30 categorias profissionais nas empresas de tecnologia em Portugal.

«Corrida de linguagens» em alta

No que toca às diversas tecnologias e frameworks mais utilizadas no mercado, e aos profissionais que com elas trabalham, o relatório apresentado revela uma verdadeira corrida. Ficamos a par, por exemplo, de como tecnologias como Python (para developers backend e fullstack) e frameworks como React (frontend) continuam a liderar as preferências do mercado, ao passo que áreas emergentes como a Inteligência Artificial e Machine Learning (IA/ML) ganham terreno, com um aumento exponencial na procura por especialistas em NLP e engenheiros de modelos de larga escala.

O estudo revela ainda que a procura por developers Java continua estável e a tendência salarial está de acordo com a pequena descida observada nos últimos dois anos. Apesar do congelamento das contratações e dos despedimentos que afetaram a função, continua a ser uma excelente opção de carreira, com quase 30% de quota de procura no mercado. Ainda assim, a procura de programadores C# (C-Sharp, da Microsoft) continua a ser elevada e tem-se mantido estável ao longo dos anos. No entanto, devido às recentes demissões em grandes empresas e ao congelamento de contratações em todo o mercado, houve maior disponibilidade de candidatos, o que resultou numa diminuição considerável das médias salariais.

Alexandra Teixeira, especialistas de Recrutamento Tech da Damia Group Portugal

Para as especialistas de recrutamento da Damia Group, questionadas durante a apresentação, a maior surpresa do estudo acabou por ser a tendência para o aumento do salário de programadores frontend, apesar da menor procura pelos mesmos, mas, também, o crescimento do PHP (Hypertext Preprocessor), entre os developers de fullstack (engenheiros que trabalham Backend e Frontend), linguagem que, apesar dos rumores sobre o seu desaparecimento, continua a ter uma presença significativa no desenvolvimento web, assistindo-se a um aumento da sua procura no mercado.

O estudo agora apresentado fornece dados relativos à procura por profissionais que operam nos já mencionados backend, frontend, ou fullstack, mas, também em mobile e nos domínios de QA (Quality Asurance), Devops (Development and Operations) e SRE (Site Reliability Engineers). Tanto os recrutadores como os próprios candidatos poderão aqui consultar facilmente as principais tendências de salários e de procura e disponibilidade de talento, cruzadas com indicadores relativos a profissionais a operar especificamente com as principais linguagens de programação, frameworks (estruturas) e libraries (Bibliotecas, coleções de recursos como JavaScript, Python ou C#).

Técnicos de Inteligência Artificial equiparados aos engenheiros que lideraram ascensão das tecnologias web e móveis.

Como era de esperar, o estudo deu grande destaque à Inteligência Artificial, evidenciando que as funções neste domínio e no do Machine Learning há muito que deixaram de ser apenas «nice to have», sendo, antes, essenciais para as empresas se manterem competitivas. Os profissionais nestas áreas estão a assumir papeis semelhantes ao que os engenheiros de backend desempenharam na ascensão das tecnologias web e móveis, na década de 2000. Uma das conclusões do “HTTP 2025” é clara: «As empresas que ignoram as estratégias de IA arriscam-se a ficar para trás em termos de inovação, experiência do utilizador e eficiência operacional.»

Neste contexto, sublinhou-se o papel dos Data Scientists, cujas funções estão a mudar da análise tradicional para modelos preditivos e prescritivos orientados para a IA, e dos especialistas em processamento de linguagem natural (PNL) que, por sua vez, estão a evoluir da análise básica de texto para a criação de IA de conversação, sistemas de análise de sentimentos e interfaces de voz.

Benefícios: semanas reduzidas e mais dias a trabalhar de casa agradam.

Através das entrevistas à amostra de candidatos inquirida foi possível percecionar a importância de oferecer benefícios competitivos para atrair e reter os melhores talentos. Vantagens como semanas de trabalho reduzidas, seguros de saúde privados, flexibilidade laboral e programas de formação contínua foram destacados como fatores decisivos para profissionais altamente qualificados. Além dos benefícios habituais, o estudo menciona ainda os planos de pensões, raros até agora entre nós, como uma das boas práticas das empresas de tecnologia para com os seus colaboradores, apresentando-se como forma de garantir um complemento no momento da reforma.

«HTTP2025 apoia todas as partes a alcançar o seu máximo potencial»

A propósito do estudo apresentado, Cláudio Menezes, CEO da Damia Group Portugal, referiu que «O HTTP 2025 é mais do que um relatório. É uma bússola que orienta empresas e candidatos num mercado em constante evolução. O nosso compromisso é promover transparência e apoiar todas as partes envolvidas a alcançar o seu máximo potencial». Numa entrevista recente ao ECO, o mesmo responsável havia já destacado o impacto crescente que este Salaries Benchmark tem tido no setor tecnológico em Portugal, algo que ficou claro pela forma como a ele se referiram os gestores participantes no painel de debate que animou a segunda parte do evento aqui relatado (leia aqui as principais conclusões do painel).

Cláudio Menezes, CEO da Damia Group Portugal

De acordo com a empresa, os líderes de RH e Tecnologia com que a Damia interage têm vindo a destacar a relevância deste documento para apurar as dificuldades, bem conhecidas, de quem recruta talento tecnológico e de quem procura construir equipas altamente qualificadas, num contexto muito competitivo onde, muitas vezes, não há uma visão clara por onde começar para se encontrar as pessoas certas. Mais do que revelar quais os salários praticados no mercado, o estudo procura responder a uma questão bem pertinente: «quanto é que as empresas precisam de pagar ou o que têm de fazer para serem relevantes e captar o melhor talento».

Modelo de Trabalho: híbrido parece ser a regra, mas escritório ganha força

Recorrendo a dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho, o estudo “HTTP 2025” revela que o trabalho totalmente remoto está a perder força. O que começou por ser uma tendência trazida por empresas multinacionais com grandes equipas no escritório, a verdade é que agora está a tornar-se mais difícil encontrar empregos totalmente remotos. O híbrido parece ser a regra, mas com maior tendência para o regresso ao escritório. O estudo menciona, ainda, que em 2024 assistiu-se a várias políticas abruptas de regresso ao modelo presencial. Espera-se, assim, que, neste início de 2025, muitas empresas adotem políticas mais claras e restritivas relativamente ao trabalho remoto e que muitas outras se alinhem com a tendência.

No entanto, os contratos de trabalho que incluem o exercício de funções remotas aumentaram 30%, o quarto aumento consecutivo, particularmente em empregos relacionados com TI e Consultoria, que representam 36% do aumento global.

O modelo de trabalho híbrido está, assim, a caminho de se tornar o novo normal na indústria tecnológica.

O relatório “HTTP: Hiring Tech Talent in Portugal” está disponível para download no site da Damia Group Portugal.

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Das redes digitais às redes inteligentes: três tendências da banda larga para 2025

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  • 3 Fevereiro 2025

Uma nova geração de tecnologias avançadas de rede fixa oferece um grande potencial para escritórios em casa, redes de área corporativa e automação industrial.

A digitalização está a avançar e, com ela, o consumo de dados aumenta a grande velocidade. Estamos já na transição da era digital para a designada ‘era inteligente’, caracterizada por processos inovadores, flexíveis e automatizados, por isso, a questão já não é “se” utilizamos os dados, mas “como”, e de que forma podemos tirar o melhor proveito do potencial da digitalização e da inteligência artificial.

Um dos componentes-chave desta transformação é a tecnologia F5G-Advanced (F5G-A), que representa a quinta geração de soluções de fibra ótica, essenciais para uma rede com elevado desempenho, fiável e eficiente.

Estas três tendências representam algumas das possibilidades que as tecnologias óticas F5G-A podem oferecer.

Das redes digitais às redes inteligentes: três tendências da banda larga para 2025

Fibra ótica em vez de cobre: a ascensão das redes 10G

Com a crescente procura de uma conectividade ubiqua em ambientes domésticos, em redes de área corporativa (as designadas ‘campus networks’) e indústrias, estamos a presenciar a transição dos cabos de cobre para as ligações de fibra ótica. Este desenvolvimento conduz também à mudança de redes gigabit para redes 10G por utilizador. As fibras óticas não só permitem maiores larguras de banda, como oferecem também uma vida útil mais longa e são mais amigas do ambiente.

Estas mudanças ganham ainda mais relevância quando nos referimos a grandes redes de área corporativa que já integram tecnologias como Wi-Fi 7, onde as soluções óticas substituem a cablagem de cobre tradicional. Além disso, as tecnologias de fibra ótica apresentam outras vantagens, nomeadamente o facto de serem menos suscetíveis a influências ambientais, como o eletromagnetismo ou temperaturas extremas, o que é especialmente benéfico em ambientes industriais.

Um exemplo deste desenvolvimento tecnológico é a tecnologia XGS-PON (10 Gigabit Symmetric Passive Optical Network) e a sua evolução para 50G-PON. A XGS-PON/50G-PON oferece larguras de banda simétricas até 10 ou 50 Gbps, permitindo o acesso a ligações de banda ultralarga necessárias às aplicações modernas e à crescente procura de dados. Esta tecnologia também suporta a divisão end-to-end (E2E), permitindo que até oito redes dedicadas e isoladas operem numa única infraestrutura, aumentando a significativamente a eficiência e a flexibilidade da rede.

Do SDH ao fgOTN: a modernização das redes industriais

Em indústrias ou setores como a energia e a logística, a SDH (sigla para Synchronous Digital Hierarchy) está a ser cada vez mais substituída pela fgOTN (sigla para Fine-Grain Optical Transport Networking). Durante décadas, a SDH representou uma solução fiável para a transmissão de dados digitais, mas as crescentes exigências de largura de banda, serviço, qualidade e flexibilidade, requerem uma tecnologia mais moderna. A norma fgOTN, reconhecida oficialmente em 2023, oferece uma alternativa preparada para o futuro que proporciona larguras de banda mais flexíveis e mais elevadas do que a SDH (de 10 Mbps a 400 Gbps), garantindo simultaneamente a sua segurança e fiabilidade.

A OTN (sigla para Optical Transport Network) 400G também desempenha um papel crucial, já que esta tecnologia permite aos operadores de rede gerir eficazmente o crescente tráfego de dados e fornece uma plataforma robusta para a transmissão de grandes volumes de dados a longas distâncias. A OTN 400G é ideal para redes backbone e de área metropolitana (MAN) e pode ser perfeitamente integrada em infraestruturas existentes, possibilitando uma migração harmoniosa de SDH para fgOTN.

Deteção ótica vs. controlo manual: melhorar a monitorização das infraestruturas

A integração de tecnologias de sensores óticos na monitorização de infraestruturas críticas permite modernizar os processos de inspeção.

Nesse sentido, as inspeções realizadas no local, tradicionalmente manuais, estão a ser substituídas por soluções inteligentes de fibra ótica e de análise de IA. Esta solução permite que a monitorização possa ser realizada remotamente e assegura uma melhoria significativa na eficiência e nas condições de trabalho. Os sensores óticos oferecem ainda uma elevada precisão e resistem a influências ambientais externas, tornando-os ideais para a monitorização de infraestruturas como condutas ou aeroportos.

A influência da sustentabilidade, da IA e da computação quântica

Para além destas três tendências, também contribuem para o desenvolvimento da geração F5G outros fatores determinantes. O desenvolvimento de componentes de rede mais eficientes é cada vez mais importante para a redução do consumo de energia e as emissões de CO2. Os algoritmos baseados em IA otimizam o desempenho da rede em tempo real, melhoram a alocação de recursos e permitem implementar uma manutenção preditiva, tornando as redes mais eficientes e fiáveis. Adicionalmente, a IA requer mais dados para treinar os modelos de IA subjacentes, sendo que estes dados precisam de ser transmitidos, através das redes, para os centros de dados correspondentes.

Além disso, a computação quântica promete elevar a segurança da transmissão de dados a um outro nível, recorrendo a métodos criptográficos quânticos, o que poderá gerar, no futuro, redes quânticas que permitirão uma comunicação quase sem latência e segura em termos de privacidade a longas distâncias. Estas sinergias poderão ainda promover o desempenho e a inteligência das redes F5G-A, abrindo caminho a aplicações inovadoras, como cidades inteligentes, sistemas autónomos e realidades virtuais imersivas.

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Lucros do banco Montepio quase quadruplicam para 110 milhões de euros em 2024

Banco liderado por Pedro Leitão destaca “recordes históricos em resultados líquidos, volume de depósitos de clientes, solvabilidade e liquidez” durante o ano passado.

O Banco Montepio reportou esta segunda-feira um resultado líquido consolidado de 109,9 milhões de euros durante o ano passado, quase quadruplicando (287%) o valor que tinha registado no ano anterior, em que os lucros tinham caído 16%.

Em comunicado enviado à CMVM, a instituição liderada por Pedro Leitão assinala que “o banco mais antigo de Portugal atingiu recordes históricos em resultados líquidos, volume de depósitos de clientes, solvabilidade e liquidez” durante o ano passado.

Em 2024, o desempenho financeiro foi determinado por um produto bancário de 499,1 milhões de euros, suportado principalmente pela margem financeira e pelas comissões, que ascenderam a 384,4 e 127,8 milhões, respetivamente. No final do ano passado, os recursos de clientes atingiram um novo máximo histórico de 14.959 milhões, após um crescimento homólogo de 11,9%.

O crédito a clientes performing apresentou um aumento de 4,8%, para 11.902 milhões de euros, “fruto de uma evolução positiva do crédito a clientes (bruto), num contexto de manutenção de critérios de concessão de crédito rigorosos”. Esta evolução foi acompanhada pela diminuição das exposições não produtivas (NPE) em 120 milhões (-32%), que reduziu o rácio de NPE para 2,1% (3,2% no final de 2023).

Num “ano marcado por forte dinamismo da atividade comercial e progresso na melhoria da qualidade dos ativos com prossecução da gestão prudente de riscos”, como destaca na nota enviada esta manhã ao mercado, os depósitos de clientes aumentaram 11,9% e ascenderam a 15 mil milhões de euros (70% no segmento de particulares).

Por outro lado, salienta ainda, a taxa de penetração no segmento de clientes da economia social e solidária foi de 28%, “consolidando a estratégia de contínuo acompanhamento especializado deste segmento enquanto pilar diferenciador”.

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Hoje nas notícias: rendas, imigrantes e seguros de crédito

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Estado paga 2,8 milhões de euros em rendas por 290 imóveis disponibilizados no âmbito do Programa Arrendar para Subarrendar, quando apenas 62 destas casas estão ocupadas. As contribuições dos imigrantes para os cofres da Segurança Social atingiram um novo recorde no ano passado, totalizando os 3.645 milhões de euros, mais 30% do que em 2023. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Estado paga 2,8 milhões em rendas, mas 80% das casas estão vazias

O Programa Arrendar para Subarrendar (PAS) disponibiliza 290 imóveis, pelos quais o Estado pagou 2,8 milhões de euros em rendas no ano passado. No entanto, segundo os dados do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), só 62 dessas casas estão ocupadas, a maioria (76%) por jovens até aos 35 anos e as restantes a famílias monoparentais, sendo que houve 2.732 candidatos. Tendo em conta que apenas 21% dos 290 fogos estão ocupados, o “desperdício” do Estado em rendas foi de 2,2 milhões de euros em 2024. O programa, lançado em 2023 pelo anterior Governo, continua longe da meta inicial de 320 casas.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Contribuições dos imigrantes para a Segurança Social bateram recorde em 2024

As contribuições dos imigrantes para a Segurança Social atingiram os 3.645 milhões de euros no ano passado, um aumento de 30% em relação a 2023. Estes dados, divulgados pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), representam um novo recorde do volume de contribuições dos imigrantes e voltam a evidenciar que os imigrantes dão mais à Segurança Social do que recebem: só em 2024, o valor de prestações sociais pagas a cidadãos estrangeiros foi de 687 milhões de euros, cinco vezes menos do que os 3.645 milhões de euros das contribuições.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Estado paga à COSEC quatro vezes mais em comissões do que em serviço

As receitas e despesas apresentadas pela COSEC, seguradora mandatada pelo Estado português para analisar e gerir os Seguros com Garantia do Estado, estão apuradas e relevadas “de forma adequada”, mas o valor das comissões de gestão representam cerca de 297% do custo dos respetivos serviços prestados ao Estado, indica a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) na mais recente auditoria, referente a 2023. Segundo o documento, a remuneração do Estado relativa a comissões de gestão fixa e variável ascendeu a cerca de dois milhões nesse ano, “valor muito superior aos correspondentes gastos”, de 700 mil euros. Além disso, refere que o valor global da exposição do Estado aumentou 7,5%, para 825 milhões de euros, enquanto as indemnizações pagas pelo Estado totalizaram 1,7 milhões de euros (mais 121% face a 2022).

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Grandes gestoras vão aos saldos da bolsa de Lisboa

No último ano, as grandes gestoras de ativos aproveitaram os preços de saldo de algumas das cotadas da bolsa de Lisboa, que não conseguiu acompanhar as valorizações das principais congéneres mundiais. Segundo dados da Bloomberg, o Norges Bank e a Vanguard, por exemplo, compraram mais de 13 mil ações da EDP cada um, enquanto a AllianceBernstein adquiriu mais de 68 mil ações, aproveitando a desvalorização de 32% da elétrica liderada por Miguel Stilwell d’Andrade. Por sua vez, o MFS Investment Management comprou quase 20 mil ações da EDP Renováveis, que em 2024 caiu 45,8%. Na Mota-Engil, cujas perdas foram de 26,4%, destacam-se as investidas dos espanhóis da Azvalor, que passaram a deter mais de 4,7 milhões de títulos da construtora, e da Vanguard, dona de 3,2 milhões de ações.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Escolas de Lisboa com mais chumbos do que as do Norte

A taxa de conclusão do ensino secundário (10.º ao 12.º ano) é melhor no norte do país, onde 83% dos alunos terminaram o secundário em três anos, enquanto a região da Grande Lisboa apresenta o pior registo, com apenas 70%. Estes dados, divulgados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, indicam, assim, que a percentagem de alunos que reprovam na Grande Lisboa (30%) é quase o dobro da do Norte (17%). Uma das justificações para esta disparidade, segundo o diretor do Agrupamento de Escolas de Viso, em Viseu, é o maior número de alunos imigrantes, “cujos resultados escolares são piores”, além de que “no Norte estão os professores mais experientes, enquanto no Sul estão os mais novos”.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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