“Se as mulheres investissem ao mesmo ritmo do que os homens haveria mais 1,8 biliões de riqueza no mundo”

  • ECO
  • 31 Outubro 2024

Apesar da baixa literacia financeira dos portugueses, são vários os estudos que revelam que as mulheres são melhores investidores que os homens. No entanto há ainda muito caminho a fazer.

“Se as mulheres investissem ao mesmo ritmo do que os homens haveria mais 1,8 biliões de riqueza no mundo”, afirma Carlos Santos Lima, UBS Country Head Portugal, na Talk “Dia Mundial da Poupança”, que se realizou no Estúdio ECO, com o apoio do Universo.

Estudos revelam que, embora as mulheres tendam a poupar, muitas recorrem às suas poupanças para cobrir despesas. “As mulheres são peritas a economizar, porque são elas que organizam as compras em casa e têm de fazer esticar o dinheiro para cobrirem todas as despesas”, explica Natália Nunes, coordenadora do gabinete de proteção financeira da DECO. No entanto, apesar de conseguirem economizar, têm dificuldade em transformar esse esforço numa poupança concreta.

“Se pagássemos às mulheres as horas de trabalho relativas a cuidar da família, estaríamos a equilibrar muito mais a balança”, explica Inês Relvas, administradora do Universo

Além da falta de literacia financeira, as mulheres têm menos rendimentos e tempo para explorar oportunidades de investimento. “Se pagássemos às mulheres as horas de trabalho relativas a cuidar da família, estaríamos a equilibrar muito mais a balança”, explica Inês Relvas, administradora do Universo.

No entanto, Carlos Santos Lima diz que quando as mulheres investem, tendem a ter melhores resultados a longo prazo, “com carteiras de investimento a superarem as dos homens em 1,8%”.

Espera-se que, até 2050, 50% da riqueza mundial esteja nas mãos das mulheres como resultado da maior transferência de riqueza da história entre gerações, o que acarreta a necessidade de preparar as novas gerações para gerir esse capital de forma eficaz, através de uma maior educação financeira e estratégias de investimento prudentes e consistentes.

Assista à talk completa aqui:

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Quer poupar nos seguros? Saiba 8 dicas

  • ECO Seguros
  • 31 Outubro 2024

Para evitar que esteja exposto a sinistros que podem pesar na carteira, e pelas previsões pouco animadoras do futuro do sistema de pensões, o ECO seguros reuniu dicas para poupar nos seguros.

Conhece alguém que, após um acidente de carro, descobriu que seguro não lhe cobria as despesas, ou que paga menos por um seguro automóvel semelhante ao seu? Se quer evitar surpresas e poupar nos seguros, este artigo é para si.

Comece por entender as coberturas e condições

Para evitar surpresas desagradáveis – como descobrir que, afinal, vai ter de pagar pelos estragos infligidos ao seu veículo porque não tinha a cobertura contra todos os riscos – informe-se. Até porque a prevenção pode permitir que poupe a médio e longo prazo centenas, senão milhares de euros.

Por isso, antes de assinar um contrato de seguro, leia cuidadosamente as cláusulas contratuais, confirme o que a seguradora espera que faça em caso de sinistro e verifique os prazos que esta tem para regularizá-lo.

Entenda também conceitos como cobertura (o que está protegido pelo seguro), exclusões (sinistros que estão excluídos do seguro, por exemplo, os danos provocados por um sismo só estão cobertos nos multirrisco-habitação ou condomínio se o contrato incluir especificamente a cobertura destes fenómenos) e franquia (valor que fica a cargo do cliente em caso de sinistro, por exemplo, se as despesas de um acidente rodoviário totalizarem 2.000 euros e a viatura estiver coberta por um seguro com franquia de 500 euros, a seguradora deverá indemnizar 1.500 euros).

É ainda importante ter atenção ao prémio (preço do seguro), apólice (documento que formaliza a aceitação do risco por parte da seguradora) e períodos de carência (intervalo de tempo desde o momento em que o contrato de seguro é assinado até que este fica ativo, por exemplo, se um seguro saúde tiver um período de carência de 30 dias, não está abrangido pelas suas coberturas nesse tempo).

Por fim, importa relembrar que o tomador de seguro deve manter uma gestão rigorosa dos seus seguros, assim como confirmar qual é a indemnização que vai receber em caso de sinistro (ou seja, qual é o capital seguro).

Corte nas coberturas que não precisa

Os seguros oferecem várias e diferentes coberturas e algumas delas podem não se alinhar com as necessidades do consumidor. Quando assim for, é importante excluí-las da sua cobertura, o que tende a tirar peso ao valor a pagar.

Outras vezes, retirar coberturas trata-se mais de uma necessidade do que de uma escolha. Uma despesa inesperada pode tornar o prémio um peso necessário de cortar no orçamento familiar. Por isso, verifique com o seu distribuidor de seguros que franquias consegue suportar. À partida, quanto se aumenta a franquia de determinadas coberturas, pode-se negociar o preço.

No entanto, convém não esquecer a proteção dos eventos mais severos. Mesmo que a probabilidade de ocorrerem seja menor face a outros fenómenos, ocorrendo, podem provocar dificuldades no orçamento familiar.

Por isso, organize tudo o que pretende do tipo de seguro que necessita, para excluir coberturas que não lhe interessam e incluir as que considera essenciais. Tire o máximo partido dos seus seguros e dos respetivos serviços complementares. Afinal, são produtos que possui e pode aproveitar e rentabilizar o investimento.

Negoceie o prémio de seguro

Deve conhecer o que pretende e informar-se da melhor oferta disponível no mercado. Depois de escolhido o seguro, na maioria das seguradoras, aderir à documentação digital isenta-o do custo do documento da apólice. A adesão por débito direto ou pagar o prémio de uma só vez costuma ter descontos associados.

Num seguro automóvel com cobertura de danos próprios, pode ter descontos se tiver garagem ou alarme, por isso, notifique a seguradora. Poderá ainda negociar o valor do seguro se não tiver tido sinistros nos últimos anos e algumas seguradoras oferecem descontos pelo bom comportamento durante a condução.

Quanto ao seguros de saúde, a prática regular de desporto e uma dieta saudável podem significar melhores condições no prémio.

No seguro de vida associado ao crédito para a habitação é importante atualizar regulamente a seguradora do capital em dívida, para reduzir o prémio.

Verifique possíveis coberturas duplicadas

Certifique-se que o seu seguro não tem coberturas sobrepostas, o que pode aumentar custos desnecessariamente. Muitos consumidores acabam por pagar mais por coberturas que já estão garantidas noutro produto. Uma boa análise evita essa duplicidade e o custo adicional.

Mantenha as informações precisas e atualizadas

Forneça informações verídicas às seguradoras. Omitir ou distorcer dados pode anular o contrato. Seja transparente para garantir a validade da apólice e a segurança da indemnização em caso de sinistro. Mesmo que a curto prazo a omissão resulte numa menor despesa, em caso de sinistro, pode não ter garantida a indemnização (assim como o montante investido no prémio).

Já no seguro multirriscos do recheio do imóvel, o capital deve corresponder ao valor de substituição em novo, sem qualquer depreciação por uso, desgaste, estado de conservação ou antiguidade, de todos os bens que constituem o conteúdo a segurar. Deve também atualiza-los consoante a inflação.

Invista na prevenção e proteção completa

Será que compensa poupar agora num seguro que não garante a cobertura total do recheio da casa ou que, em caso de sismo, o imóvel está apenas parcialmente coberto? Depende da sorte. Em caso de desastre, o montante poupado pode não compensar as perdas que terá de suportar.

Um dos desastres que mais afeta as famílias quando ocorre é a incapacidade para trabalhar de um dos membros do agregado familiar, podendo tornar-se um encargo financeiro se tiver descendentes a seu cargo ou dívidas. Os seguros de vida surgem para cobrir este imprevisto. No entanto, não é um seguro obrigatório, antes uma imposição na concessão de crédito à habitação. Por isso, é essencial subscrever à cobertura de Invalidez Definitiva para a Profissão ou Atividade Compatível (IDPAC) que pode ser acionada em algumas seguradoras a partir dos 60% de incapacidade e aplica-se quando o segurado sofre uma doença ou acidente que o impossibilite de trabalhar.

Invista num PPR para uma reforma melhor

Níveis baixos literacia financeira e condições socioeconómicas adversas estão entre os principais fatores que levam os portugueses a ser dos europeus que menos poupam para a reforma. Aliás, segundo os últimos dados divulgados pela Insurance Europe, quase metade não faz poupanças para a velhice. Tendo em conta que as pensões de reforma em Portugal, em 2050, poderão corresponder apenas a 38,5% do último salário, a poupança deve começar mais cedo para não se perder o estilo de vida do tempo laboral na idade da reforma.

Há várias formas e produtos que os portugueses podem escolher na hora de poupar. Entre eles estão os famosos Produtos Poupança Reforma (PRR), um produto financeiro que rentabiliza o dinheiro a longo prazo, tendo por objetivo complementar a reforma, mas também podem ser usados para financiar a educação entre outras situações previstas por lei, segundo o Doutor Finanças.

Antes de avançar com o investimento, deve analisar qual o seu perfil de investidor. Se não quer ou pode arriscar perder parte ou totalmente o montante investido deve apostar em produtos de capital garantido, como Seguros PPR. Por outro lado, se está disposto a correr esse risco os Fundos PPR podem gerar maior rentabilidade ao seu investimento.

Com os Seguros PPR investe junto de uma seguradora que vai aplicar o investimento num fundo autónomo. Por outro lado, os Fundos PPR são geridos por entidades gestoras de fundos de investimento e apresentam vários níveis de risco estando expostos às oscilações de mercado, explica o Doutor Finanças. Se por um lado, expõe o investidor a um maior risco de perda total ou parcial do dinheiro, também pode ganhar um valor superior ao que conseguiria nos seguros PPR.

Independentemente do produto que escolha, há requisitos essenciais: informe-se, compare a oferta e, depois de analisar, e se assim o desejar, invista.

Adote uma gestão cuidadosa dos seguros

Controle rigorosamente os seus seguros e reveja as apólices regularmente. Acompanhe o valor da indemnização a receber em caso de sinistro e mantenha as coberturas e franquias ajustadas à sua situação financeira.

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Neste Dia Mundial da Poupança, conheça cinco dicas para baixar a sua fatura da luz

  • Capital Verde
  • 31 Outubro 2024

Conheça as dicas que o ECO/Capital Verde reuniu, para ajudar a reduzir os consumos e a pagar menos por aqueles que não consegue evitar.

“No poupar está o ganho”, uma expressão paradigmática que se aplica também à fatura da luz. Das pequenas mudanças de comportamento até às alterações mais estruturais, conheça cinco formas de reduzir a sua fatura da eletricidade, neste que é o Dia Mundial da Poupança.

Numa altura em que os preços da eletricidade estão a subir em Portugal e na Europa, a poupança na conta da luz reveste-se de particular importância. Inspire-se nas dicas que o ECO/Capital Verde reuniu, de forma a reduzir os seus consumos e a pagar menos por aqueles que não consegue evitar.

  1. Eficiência, “o primeiro combustível”

    O “primeiro combustível”. É assim que a Agência Internacional de Energia (AIE) se refere à eficiência energética, ou seja, as medidas que servem para, ainda antes de poupar energia, não precisar sequer dela. Nesta categoria inserem-se melhorias na casa como investir num melhor isolamento térmico de paredes, telhados e janelas.

  2. Utilize os equipamentos de forma inteligente

    Muitos dos seus eletrodomésticos possuem um modo “eco”. Usar esta funcionalidade pode levar a uma redução do consumo de eletricidade de até 45%, de acordo com a Selectra. Além disso, pequenas escolhas como aquecer a comida no microondas em vez do forno pode consumir até menos 60% de energia.

    Ao fim do dia, deverá desligar os aparelhos que se encontram em standby, diretamente na tomada. Para ajudar nessa tarefa. Considere a compra de smart-plug ou uma tomada inteligente que pode programar para desligar os equipamentos a partir de uma certa hora.

  3. Faça a gestão das horas de consumo

    Se optar por ter um tarifário bi-horário, pode tirar partido de preços da energia mais baixos durante a noite, e concentrar nessa altura do dia as atividades com maior dispêndio de energia, como carregar o automóvel elétrico ou colocar máquinas da louça e da roupa a lavar. Num futuro próximo, espera-se que proliferem tarifários que permitam uma gestão ainda mais fina dos consumos, indicando-lhe as horas, ao longo do dia, nas quais a energia está mais barata ou mesmo a preço zero.

  4. Investir no autoconsumo

    Cada caso é um caso, mas nada como fazer uma simulação para perceber se a instalação de soluções de autoconsumo, como os painéis solares, serão benéficas no seu caso. Se tiver capacidade financeira para avançar com estas soluções, saiba que o investimento terá retorno entre três a cinco anos, de acordo com João Manso Neto, CEO de uma empresa especializada neste tipo de soluções, a Greenvolt.

  5. Faça simulações com frequência

    É importante perceber se o tarifário que contratou é o mais barato para o seu perfil de consumo, e testá-lo com frequência. Para isso, tem à sua disposição vários simuladores online, como é o caso do simulador do regulador da energia. Se esta é uma tarefa complicada ou que lhe retira um tempo indesejado, saiba que surgiu recentemente uma alternativa no mercado português: a startup Manie propõe-se a tratar de tudo pelo consumidor e a trocar de comercializador sempre que exista uma oferta mais vantajosa no mercado. A poupança pode chegar aos 60%, garante a empresa.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 31 Outubro 2024

O Orçamento do Estado é votado na generalidade e a Direção-Geral do Orçamento divulga a síntese de execução orçamental. Semapa, BPI e Novobanco apresentam resultados.

No mesmo dia em que o Orçamento do Estado é votado na generalidade, a Direção-Geral do Orçamento divulga a síntese de execução orçamental, referente ao mês de setembro. Enquanto o INE e a Eurostat divulgam estimativas rápidas da inflação, o Banco de Portugal (BdP) mostra as estatísticas das taxas de juro e montantes de novos empréstimos e depósitos relativas a setembro deste ano. A Semapa, o BPI e o Novobanco apresentam resultados referentes ao terceiro trimestre.

Orçamento do Estado é votado na generalidade

Naquele que é o segundo dia de debate sobre o Orçamento do Estado para 2025, a proposta do Governo – que foi entregue na Assembleia da República a 10 de outubro – vai ser votada na generalidade. A viabilização está garantida graças à já anunciada abstenção do PS, sendo que os restantes partidos, com exceção do CDS-PP, devem votar contra.

INE e Eurostat divulgam estimativas rápida da inflação

O INE vai divulgar a estimativa rápida do índice de preços no consumidor referente ao mês de outubro. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) – que lança ainda a a estimativa rápida da atividade turística referente a setembro –, a taxa de inflação voltou a situar-se acima dos 2% em Portugal no mês de setembro, após uma forte desaceleração registada em agosto, tendo o Índice de Preços no Consumidor acelerado para 2,1%, num aumento de 0,2 pontos percentuais (pp.) à observada no mês anterior. Já o Eurostat publica a estimativa rápida da inflação na Zona Euro referente a outubro, assim como os dados da taxa de desemprego na União Europeia em setembro.

Quais as taxas de juros que os bancos pagam pelos depósitos?

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar esta quinta-feira as estatísticas das taxas de juro e montantes de novos empréstimos e depósitos relativas a setembro deste ano. A instituição revelou que, em agosto, a taxa de juro média nas novas aplicações baixou pelo oitavo mês consecutivo. No contexto do euro, apenas em quatro países se paga pior pelos depósitos dos particulares, cujo montante global recuou dos máximos registados um mês antes.

Semapa, BPI e Novobanco apresentam resultados do terceiro trimestre

Esta quinta-feira fica também marcada pela apresentação de resultados relativos ao terceiro trimestre por parte da Semapa, do BPI e do Novobanco. Nos primeiros seis meses do ano, a Semapa registou lucros de 131,8 milhões de euros, numa subida de 22,5% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o BPI registou lucros de 327 milhões de euros no primeiro semestre do ano, numa subida de 28% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já o Novobanco reportou lucros de 370,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, ligeiramente abaixo (-0,8%) do mesmo período do ano passado.

Governo mostra a execução orçamental

Tal como todos os meses, a Direção-Geral do Orçamento (DGO) vai divulgar a síntese de execução orçamental, desta vez referente ao mês de setembro. Na síntese de agosto revelou-se que o aumento da despesa com pensões e salários da Função Pública fez encolher o excedente orçamental para metade, num saldo de 475,5 milhões de euros, o que compara com o superávite de 1.059,8 milhões de euros, apurado até julho, numa quebra de 55%, “em resultado do aumento da despesa (10,9%) ter sido superior ao verificado na receita (3%)”.

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Economia cresceu abaixo das expectativas no terceiro trimestre. Que impacto tem no conjunto do ano?

Depois dos dados do terceiro trimestre, alguns economistas consultados pelo ECO mantêm para já as suas previsões para o conjunto do ano, mas com precauções. Outros optaram por as alterar já.

A economia manteve, nos meses de verão, o desempenho do segundo trimestre e cresceu apenas 0,2%, abaixo das expectativas da maior parte dos economistas, que apontavam, em média, para 0,4%. Já em termos homólogos a evolução foi de 1,9% — o terceiro melhor desempenho a nível europeu, entre os países para os quais já há dados disponíveis. Mas, o que é que isto significa para o conjunto do ano?

Na proposta de Orçamento do Estado para 2025, o Governo inscreveu uma previsão de crescimento de 1,8%, uma revisão em baixa face aos 2% estimados inicialmente. Esta previsão alinha com a do Conselho das Finanças Públicas, mas é mais otimista do que o Banco de Portugal, que cortou a sua previsão para 1,6% no Boletim Económico de outubro. O mais otimista é mesmo o Fundo Monetário Internacional que aponta para 1,9%, ainda assim, também uma revisão em baixa de um ponto percentual.

Mas todas estas previsões foram feitas antes de o Instituto Nacional de Estatística ter divulgado os dados referentes ao terceiro trimestre. A variação homóloga de 1,9%, uma progressão de 0,3 pontos percentuais face aos três meses do ano anterior, resulta de um contributo positivo da procura interna, que “aumentou ligeiramente”, com uma aceleração do consumo privado e uma diminuição do investimento. Já o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB manteve-se negativo.

Perante estes dados, alguns economistas consultados pelo ECO mantêm para já as suas previsões para o conjunto do ano, mas com precauções. Mas outros optaram por as alterar já.

“Estimamos agora um PIB entre 1,6% e 1,8%”, avança Pedro Braz Teixeira, o economista-chefe do Fórum para a Competitividade. “O terceiro trimestre foi dentro do esperado, mas no limite inferior do intervalo de previsão”, frisou o responsável justificando assim a revisão face aos anteriores 1,5% e 1,9%.

João Borges de Assunção, o economista coordenador do NECEP, admite que os resultados do terceiro trimestre “sendo ligeiramente abaixo do esperado”, continuam a ser consistentes “com um crescimento de 1,6% no ano”.

Mais otimista, Rui Bernardes Serra diz que continua a prever “um crescimento de 1,8% para 2024”, o que representa um abrandamento face aos 2,5% de 2023. Mas “agora com fortes riscos descendentes, tendo implícito uma forte aceleração no quarto trimestre”, tal como aconteceu nos últimos três meses do ano passado, quando o PIB subiu em cadeia 0,8%, acrescentou o economista-chefe do Montepio.

o BPI, numa nota de conjuntura, antecipa um “crescimento real do PIB de 1,7%”, sendo que “os riscos para a atual previsão revelam-se equilibrados”.

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Prestação da casa cai até 16% em novembro. Saiba quanto vai poupar

Euribor voltaram a cair de forma acentuada em outubro, abrindo caminho para novo alívio na prestação da casa. Financiamentos de 150 mil euros terão uma redução até 130 euros nos encargos mensais.

As famílias com crédito da casa vão ter boas notícias no próximo mês. A prestação mensal paga ao banco vai sofrer uma forte redução no caso dos contratos que forem revistos em novembro, com o alívio a chegar aos 130 euros, de acordo com as simulações realizadas pelo ECO para um financiamento de 150 mil euros a 30 anos.

Há vários meses que a prestação da casa está a cair, refletindo a queda das taxas Euribor, que são usadas como indexante na grande maioria dos empréstimos à habitação em Portugal.

Em outubro, no mês em que o Banco Central Europeu (BCE) voltou a cortar as taxas diretoras, as Euribor a três e seis meses registaram mesmo a maior queda mensal em 15 anos. E, por conta disso, os encargos com a habitação também vão descer de forma significativa no próximo mês.

Depois do forte agravamento nos últimos dois anos e meio, as famílias vão continuar a sentir nos seus bolsos o alívio da política monetária do banco central que, com a inflação controlada, se prepara para promover mais cortes nas taxas que guiam o mercado. Há quem defenda – e neste grupo está incluído o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno — um corte dos juros de 50 pontos base na reunião de dezembro (última do ano), sendo que 2025 trará mais reduções, de acordo com os analistas.

Centeno considera que a batalha contra a inflação foi vencida e que, perante o risco de forte abrandamento económico, o BCE deve acelerar o calendário. Nem todos no conselho de governadores concordam com o português, ainda assim.

O mercado antecipa que as Euribor continuem a descer nos próximos tempos. Os contratos forward sobre as Euribor a três meses indicam que as taxas vão cair para menos de 2% daqui a um ano, sendo que no prazo a seis meses deverá baixar para 2% até aos primeiros meses de 2026.

Euribor em queda após pico atingido há um ano

Fonte: Refinitiv

Quanto é que a prestação vai cair?

Para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%, as contas para novembro são as seguintes:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 730,99 euros, menos 45,61 euros (-5,87%) relativamente à prestação que pagava desde agosto;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 716,81 euros, uma descida de 73,64 euros (-9,32%) em relação à prestação que pagava desde maio;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá cair para 690,25 euros, menos 129,71 euros (-15,82%) face à prestação que pagou no último ano.

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e se o seu contrato for revisto agora, saiba quanto irá pagar a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o simulador.

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BCP na “Champions da banca”: quer dar três mil milhões aos acionistas até 2028

Miguel Maya quer ter acionistas "satisfeitos" com o BCP e pretende distribuir até 75% dos lucros de mais de quatro mil milhões de euros que projeta para os próximos quatro anos.

O BCP quer jogar na “Liga dos Campeões” da rentabilidade e promete entregar aos acionistas mais de três mil milhões de euros nos próximos quatro anos, através de dividendos e de recompras de ações.

O banco anunciou esta quarta-feira o novo plano estratégico para 2025-2028 com grande foco na geração de valor para os acionistas, algo que era largamente esperado pelo mercado. Como prometido, vai reforçar o payout (% de lucros para dividendos) dos 30% para os 50% já a partir do próximo ano, mas o banco vai dar mais dinheiro os investidores.

Em cima do dividendo, o BCP pretende aplicar até 25% dos lucros na recompra de ações, que estará dependente do cumprimento de objetivos do negócio em Portugal e nos mercados onde opera, incluindo manter um rácio de capital superior a 13,5%, e também da autorização do Banco Central Europeu (BCE).

“Depois de uma década em que os acionistas suportaram o banco, é tempo de retribuir a transformação do banco, mantendo sempre um banco muito robusto“, disse Miguel Maya na conferência de apresentação das contas. O banco chegou a setembro com lucros acima dos 700 milhões de euros, subindo quase 10% em termos homólogos.

“Ter acionistas satisfeitos é a melhor proteção”

Para o gestor, “ter acionistas satisfeitos é a melhor proteção” que um banco pode ter, isto depois de questionado sobre se o reforço da remuneração acionista visava manter a Fosun e Sonangol a bordo, dois acionistas de referência que já sinalizaram que podem abandonar da estrutura de capital do banco.

Miguel Maya sublinhou que não se trata de uma medida para “o acionista A ou acionista B”, mas sim para todos os 150 mil acionistas do banco, desde os grandes aos pequenos acionistas, e também potenciais investidores.

“Queremos ter uma relação com o mercado altamente positiva, que seja um título desejado para todos os portefólios de investimento”, afirmou.

Lucros de mil milhões ao ano

O banco projeta ter lucros de mil milhões de euros, ou mais, ao ano. Ou seja, no final de 2028, terá acumulado resultados entre quatro mil milhões e 4,5 mil milhões de euros, segundo as linhas gerais do plano estratégico. Contas feitas, na perspetiva de distribuir 75% dos resultados, os acionistas poderão receber cerca de três mil milhões de euros neste período.

Embora se perspetiva uma descida das taxas de juro, o BCP está a contar que o motor dos resultados continue a ser a margem financeira, que contribuirá com 3,1 mil milhões a 3,5 mil milhões de euros para os resultados acumulados. As comissões vão dar um contributo de cerca de mil milhões de euros.

Miguel Maya considerou que se trata de um plano ambicioso, mas como já demonstrou no passado e em circunstâncias de mercado mais desfavoráveis, “tem todas as condições para lançar o banco para um novo patamar”.

Campeão europeu? Sim, mas da rentabilidade

Esse novo patamar passa nomeadamente por alcançar um volume de negócios perto da marca dos 200 mil milhões de euros e mais de oito milhões de clientes. Do lado dos custos, pretende conter o rácio cost to income (relação entre proveitos e custos estruturais) abaixo dos 40% – atualmente está abaixo dos 35%.

O plano não fala em aquisições, apenas “crescimento orgânico”. Numa altura em que o BCE tenta promover uma agenda de “campeões europeus”, através de fusões ou aquisições de bancos na Europa como forma de concorrer com os gigantes americanos, Miguel Maya considera que a Champions do BCP não passa por ter “o maior estádio ou maior número de adeptos”.

“A Liga dos Campeões do BCP é a Liga dos Campeões da rentabilidade. É aí que nós queremos jogar. O nosso campeonato é para todos os investidores que querem ter um título com capacidade de geração de valor e que cria riqueza para o seu portefólio”, destacou.

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Prosegur Cash obtém um resultado líquido consolidado de 66 milhões de euros, mais 4,1%, nos primeiros 9 meses do ano

  • Servimedia
  • 31 Outubro 2024

Em grande parte devido à diminuição dos custos financeiros e à redução da taxa de imposto, informou a empresa.

A filial especializada em gestão de tesouraria registou vendas de 1.523 milhões de euros até setembro, mais 1,7% do que no mesmo período do ano anterior. Em termos de geração de caixa e dívida, a Prosegur Cash obteve nos primeiros nove meses de 2024 um Free Cash Flow de 92 milhões de euros, dos quais 63 milhões foram gerados no terceiro trimestre. Isto permitiu reduzir a dívida líquida total no final do período para 898 milhões de euros (incluindo IFRS16, pagamentos diferidos e ações próprias). Por último, a rendibilidade relativa continuou a melhorar trimestre a trimestre, atingindo uma margem EBITA acumulada de 11,8% nos 9M’24.

Os produtos de transformação aumentaram 9,9% para 489 milhões de euros (32,1% das vendas totais), com crescimento no Cash Today e no Forex.

ÁREAS GEOGRÁFICAS

Por região, a América Latina representou 61% do volume de negócios total da Prosegur Cash entre janeiro e setembro de 2024, registando vendas de 932 milhões de euros, menos 1% como “consequência do efeito cambial”, explica a empresa em comunicado. Na região, os Produtos de Transformação atingiram 311 milhões de euros e uma penetração nas vendas totais de 33,3%.

A Europa representou 32% do total do negócio com vendas de 492 milhões de euros, um aumento de 9,1%, com os Produtos Transformados a representarem 159 milhões de euros, 32,3% do total das receitas no continente. Por fim, a Ásia-Pacífico contribuiu com 7% da atividade, com um volume de negócios de 99 milhões de euros, dos quais 19 milhões, 19,2% do total, foram provenientes dos Produtos Transformados.

A empresa destaca o pagamento da segunda tranche do seu dividendo, pagando 15 milhões de euros no passado mês de julho, e a participação, no passado mês de agosto, na ronda de financiamento fechada pela Minos Global, na qual a Prosegur Cash se tornou o seu principal parceiro.

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Do seguro de vida ao spread. As chaves para poupar ainda mais no crédito à habitação

Com as Euribor em queda, há uma mão cheia de soluções para baixar ainda mais o custo do crédito à habitação: amortizar e renegociar as condições do empréstimo da casa são só algumas alternativas.

Há cerca de um ano que as taxa Euribor estão a descer, como resultado da mudança da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), depois de quase dois anos de subidas interruptas dos indexantes principais dos contratos de crédito à habitação. Para as famílias com crédito à habitação, esta nova tendência de queda das taxas Euribor é sinal de um alívio no orçamento familiar depois um longo período de estrangulamento das suas finanças.

Há um ano, por exemplo, um crédito à habitação de 100 mil euros a 30 anos, indexado à taxa Euribor a 6 meses (na altura acima dos 4%) e com um spread de 1%, conferia uma prestação mensal de 542 euros. Hoje, com a Euribor a 6 meses nos 2,89%, a prestação da casa desce para os 471 euros. Trata-se de uma descida de 71 euros (ou 13%) por mês, o equivalente a menos 1,6 prestações por ano face aos valores pagos há um ano. Mas as boas notícias podem não ficar por aqui.

Atualmente, os forward rate agreements (contratos financeiros negociados em mercado secundário que permitem a fixação de uma taxa de juro no futuro e que são utilizados pelos profissionais para antecipar as oscilações das taxas de juro no longo prazo) sobre a Euribor a 6 meses apontam para que em abril a taxa esteja a negociar nos 2,18% e, dentro de um ano, em outubro de 2025, esteja nos 2%.

Apesar deste alívio na carteira das famílias que se vislumbra no horizonte, há ainda uma mão cheia de soluções que as famílias têm ao seu dispor para baixar ainda mais os custos com o crédito à habitação.

🔑 Amortizar o crédito

Há várias formas para baixar a prestação da casa, mas nenhuma é mais eficaz do que reduzir a dívida ao banco. Por exemplo, um crédito à habitação indexado à Euribor a 6 meses (atualmente à taxa de 2,89%) com um spread de 1%, que só irá vencer dentro de 20 anos e o montante que ainda deve ao banco ascende a 100 mil euros, uma amortização de 30 mil euros faz com que, imediatamente, a prestação passe de 600 euros para 420 euros e o total de juros remanescente do contrato seja reduzido em 30%.

Porém, é importante também contabilizar o custo desta operação. Tratando-se de um crédito à habitação indexado à taxa variável, obriga ao pagamento de uma comissão de reembolso antecipado que pode ser de 0,5% (no caso dos contratos indexados à taxa variável) ou 2% (no caso dos contratos à taxa fixa) sobre o capital amortizado. Apesar disso, é importante notar que no caso dos contratos de taxa variável ou de taxa mista no período de taxa variável, esta comissão está suspensa até pelo menos ao final deste ano – o Governo ainda não confirmou se irá ou não prorrogar esta benesse no próximo ano.

Outro ganho associado à amortização do crédito é também a redução dos custos com as apólices de seguros associados ao crédito à habitação, dado que o montante em dívida também baixa.

Assim, a amortização do crédito à habitação é sempre um bom investimento: além de possibilitar no imediato a redução da prestação e do montante dos juros a pagar ao longo do contrato, alivia imediatamente o orçamento mensal na mesma proporção que o abatimento da dívida. O único inconveniente é que para o fazer necessita de ter liquidez para abater a dívida.

🔑 Mudar de seguradora

Uma estratégia frequentemente negligenciada pelos titulares de crédito à habitação, mas com potencial significativo, é a renegociação do seguro de vida associado ao crédito à habitação. Esta medida pode traduzir-se numa poupança substancial, chegando facilmente aos 60% do custo atual deste seguro.

Os bancos estão hoje recetivos a que os seus clientes contratem o seguro de vida fora da instituição bancária sem que isso possa traduzir-se num aumento do spread, como indica a maioria dos contratos de crédito à habitação. Esta abertura representa uma oportunidade única para os mutuários reduzirem os encargos mensais com o crédito à habitação, sem comprometer a proteção necessária.

O seguro de vida, sendo geralmente o componente mais oneroso do pacote de seguros associados ao crédito habitação, merece especial atenção. Com o avançar da idade dos mutuários, este seguro tende a encarecer, pesando cada vez mais no orçamento familiar.

Para maximizar a poupança, é recomendável que os consumidores procurem o apoio de mediadores de seguros ou solicitem simulações diretamente às seguradoras. Esta abordagem permite comparar diferentes ofertas e identificar a solução mais económica para cada caso específico. Mesmo uma redução “modesta” imediata de 30% nos custos do seguro de vida pode representar uma poupança significativa ao longo da vida do empréstimo.

É crucial, no entanto, que os mutuários abordem esta renegociação de forma estratégica. Antes de efetuar qualquer mudança, é fundamental negociar com o banco para garantir que a alteração da apólice não resulte num aumento do spread do empréstimo. Com uma negociação cuidadosa e informada, os portugueses podem conseguir uma redução substancial nos custos associados ao crédito à habitação, mantendo a mesma qualidade de cobertura e sem impactos negativos nas condições do empréstimo.

🔑 Negociar novo spread

Os bancos continuam bastante competitivos no mercado do crédito habitação. Segundo os mais recentes dados do Banco de Portugal, desde fevereiro que o stock de empréstimos à habitação está a aumentar consecutivamente. Só este ano cresceu 2% ou cerca de 1.966 milhões de euros para um montante de 100.827 milhões de euros em setembro, o valor mais elevado desde fevereiro de 2015.

A forte aposta dos bancos na concessão de crédito à habitação é também visível na tabela de spread que cobram sobre os contratos. Segundo os preçários das dez principais instituições bancárias (que agregam mais de 95% do mercado de crédito habitação em Portugal), a média do spread mínimo praticado nos novos contratos a taxa variável é atualmente inferior a 0,8% — é quase metade do spread médio dos novos contratos indexados à taxa Euribor a 3, 6 e 12 meses realizados há cinco anos e 15 pontos base abaixo do spread médio dos novos empréstimos à habitação contratualizados em 2023.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir a tabela.

Se o seu contrato de crédito à habitação tiver um spread acima de 1% vale a pena escutar o que o mercado tem para oferecer. Uma décima a menos num crédito habitação de 100 mil euros a 30 anos traduz-se numa diferença de quase 70 euros por ano. Mas não fique logo convencido com a primeira proposta que receber. Procure utilizar essa oferta a seu favor pressionando primeiro o seu banco a baixar o spread e depois outros bancos a apresentarem-lhe uma solução ainda mais competitiva.

Entre os preçários recolhidos através do site dos dez principais bancos, o Banco CTT é o que mais se destaca, ao apresentar o spread mínimo mais baixo do mercado: 0,7%. Porém, se já está a pensar em correr atrás desta oferta, lembre-se que mais importante do que subscrever uma proposta com o spread mais baixo, é para a Taxa Anual de Encargos efetiva Global (TAEG) que deve estar focada a sua atenção, porque é sobre ela que está o custo global do crédito (inclui a prestação do empréstimo, as comissões bancárias e os seguros).

Além disso, na eventualidade de transferir o crédito para outra instituição financeira é necessário perceber se essa mudança acarreta alguma despesa. Alguns bancos suportam todos os custos da transferência do crédito à habitação, mas nem todos o fazem. Tome note de alguns desses custos: comissão de reembolso antecipado, de abertura de processo, de avaliação do imóvel, de formalização do novo contrato, nova escritura e todos os impostos associados (imposto de selo sobre a transação e sobre o crédito, e o Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis).

🔑 Estender o prazo

É verdade que adiar para mais tarde a resolução dos problemas não é boa prática. Contudo, no caso do crédito à habitação, ao esticar o prazo do contrato as famílias ganham uma folga no orçamento no presente.

Por exemplo, num empréstimo que ainda tem 20 anos pela frente e de momento tem 100 mil euros de saldo em dívida, a prestação mensal é de 600 euros, assumindo que está indexado à taxa Euribor a 6 meses (2,89%) e tem um spread de 1%. Se esticar o prazo do contrato em mais cinco anos, a prestação passa para 522 euros, ou seja, é reduzida em 13%.

O revés da medalha de estender o prazo do contrato é que, ao fazê-lo, o saldo final de juros a pagar será maior. Isto significa que, ao aumentar o número de anos do crédito, apesar de se gerar uma maior poupança no presente, no longo prazo o custo global do empréstimo acaba por aumentar, porque o período sobre o qual incidem os juros é alargado.

O processo de alargamento do prazo do crédito habitação está também dependente da idade do titular do crédito. De acordo com uma das medidas macroprudenciais do Banco de Portugal, é recomendado que o contrato do crédito à habitação termine antes de os mutuários atingirem os 70 anos.

🔑 Renegociar os produtos financeiros

Só no ano passado foram renegociados quase 25 mil contratos de crédito à habitação, cerca de 4,4 vezes mais que os 5.673 contratos renegociados em 2022.

Segundo o Banco de Portugal, das renegociações realizadas em 2023, 82,2% corresponderam a renegociações onde foi alterada apenas uma condição contratual, maioritariamente o spread do contrato (69,9% do total de renegociações), “em parte explicada pelas campanhas promovidas pelas instituições de crédito e pela proatividade dos mutuários em procurar diminuir as prestações mensais do seu crédito à habitação.”

Os dados do Banco de Portugal revelam ainda que em 11,1% das renegociações foram alteradas simultaneamente duas condições contratuais, podendo incluir, por exemplo, a alteração do indexante ou a fixação de uma prestação inferior por um período limitado, ou a redução do custo associado a alguns produtos, como, por exemplo, cartões de débito e crédito e a comissão de manutenção de conta.

Estes números mostram que na renegociação do crédito à habitação tudo é passível de ser negociado. Mas para isso é preciso soltar a melhor veia de negociador que tem em si. O bom disso é que os bancos estão disponíveis para o ouvir, desde que o vejam como um “bom cliente”.

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Novobanco lucra 610,4 milhões de euros até setembro, menos 4,4% que no ano passado

Banco lucrou 610,4 milhões de euros até setembro, montante que caiu 4,4% face ao ano passado devido à constituição de provisões no segundo trimestre. Receitas de comissões aumentaram mais de 10%.

Os lucros do Novobanco no período de janeiro a setembro atingiram 610,4 milhões de euros, revelou a instituição esta quinta-feira num comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM).

O montante é inferior em 4,4% ao registado nos mesmos nove meses de 2023, quebra que o banco justifica com a constituição de 30 milhões de euros em provisões no segundo trimestre “para o processo de transformação enquadrado no programa estratégico de inovação e simplificação” em curso.

Sem essa provisão, os lucros teriam ficado “em linha com o período homólogo”, com um crescimento marginal de 0,3%, explica a empresa. Os resultados revelam também uma subida da margem financeira e das receitas com comissões.

Citado no comunicado difundido através da CMVM o presidente executivo do Novobanco, Mark Bourke, destaca os resultados obtidos: “A disciplina na nossa estratégia e o foco no suporte às famílias e empresas portuguesas são os pilares da nossa robusta performance comercial e da consistente criação de capital.”

“Continuamos a crescer no negócio e a expandir a nossa atividade, além de incrementar a eficiência das nossas operações”, acrescenta o gestor irlandês.

Receita com juros sobe 6,6%

Apesar da quebra nos lucros, a margem financeira subiu 6,6% nos nove meses até setembro, alcançando 886,3 milhões de euros “beneficiando da gestão equilibrada das taxas de juro dos ativos e do custo de financiamento, apesar do atual contexto de descida das taxas de juro”, explica o banco em comunicado.

Já as comissões cresceram 10,7% e totalizaram 240,4 milhões no mesmo período, melhoria que o Novobanco justifica com “o desempenho do franchising da instituição com uma base de clientes crescente e pela dinâmica na execução de iniciativas para incrementar as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamento”.

No período, o produto bancário comercial do Novobanco cresceu 7,5% e atingiu 1.126,7 milhões, “decorrente do bom desempenho da atividade comercial”, apesar da descida dos juros, “e da concretização das iniciativas estratégicas e do sucesso do modelo de negócio”.

Fonte: Novobanco

Depósitos crescem, crédito volta a estagnar

Com mais de 37,6 mil milhões de euros em recursos dos clientes, o montante total de depósitos dos clientes no Novobanco no final de setembro era de 29,57 mil milhões, mais 4,7% do que no final de dezembro passado, segundo a informação reportada esta quinta-feira pela empresa.

Enquanto isso, o stock de crédito a particulares avançou 0,4%, para 11,7 mil milhões, em linha com o crescimento de 0,4% no crédito a empresas, cujo montante total aproximou-se de 13,9 mil milhões.

Quanto aos níveis de capitais do Novobanco, o comunicado destaca que o rácio CET 1 fully loaded no final de setembro de 2024 aumentou 255 pontos base face a dezembro de 2023, para 20,7%, “suportado por uma sólida performance financeira”.

Ademais, numa altura em que se perspetiva a venda do banco por parte dos americanos da Lone Star, os capitais próprios, indicador frequentemente usado em transações, ficaram muito próximos dos 5 mil milhões de euros (4.995 milhões).

Número de trabalhadores continua a subir

A 30 de setembro, o banco detido pelo fundo Lone Star contava com 4.249 trabalhadores, informa a instituição em comunicado ao mercado. São mais 40 pessoas do que no final de 2023, ano marcado pela inversão na tendência de corte no quadro de pessoal, após a reestruturação do banco nos últimos anos ter conduzido à saída de mais de 3.000 trabalhadores entre 2015 e 2022.

Segundo o banco, os custos com pessoal agravaram-se 8,3% nos nove meses até setembro, em comparação com igual período do ano anterior. No total, os custos operativos do Novobanco até setembro agravaram-se 7,7% face ao período homólogo, para 365,8 milhões de euros.

Neste momento, o Novobanco e o Fundo de Resolução estão a negociar o fim antecipado do mecanismo de capital contingente, criado em 2017 aquando da venda ao fundo americano e que só termina no final do próximo ano, num passo que abrirá a porta dos dividendos e da venda, algo que se espera que aconteça na primeira metade do próximo ano. Como noticiou o ECO este mês, o banco pode vir a render 250 milhões de euros em dividendos ao Estado após o fim do acordo.

(Notícia atualizada pela última vez às 7h54)

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Blinken critica “sistema avariado” que prejudica diplomacia dos EUA

  • Lusa
  • 30 Outubro 2024

Blinken critica a lentidão com que o Senado confirma os nomeados como embaixadores do país.

O secretário de Estado, Antony Blinken, em fim de mandato à frente da diplomacia dos EUA, criticou esta quarta-feira a lentidão com que o Senado confirma os nomeados como embaixadores, sublinhando que tal beneficia os adversários do país. “O sistema está avariado”, lamentou, num discurso sobre os esforços de modernização do Departamento de Estado, que emprega cerca de 14.400 pessoas em todo o mundo.

Isso “mina a nossa competitividade. Desencoraja o serviço público e, claro, alimenta as falsas narrativas dos nossos concorrentes sobre o nosso declínio e divisão”, argumentou.

Sublinhou que, sob a sua liderança, o Departamento de Estado começou a reorganizar-se para lidar com a crescente influência da China no mundo, nomeadamente através da criação de uma “Casa da China” interna para orientar a política norte-americana e da atribuição de recursos a áreas-chave como a saúde, as tecnologias emergentes e um recrutamento diversificado.

Mas considerou que esses esforços foram obstruídos pela lentidão com que o Senado aprova as nomeações, dando como exemplo que o tempo médio de espera para um embaixador, entre a sua nomeação para um cargo e a sua confirmação pelo Senado, é de 240 dias, em vez dos 50 dias que demorava em 2001.

O Senado norte-americano é o único órgão habilitado a aprovar ou reprovar todos os titulares de cargos de chefia nomeados pelo Presidente, desde os juízes do Supremo Tribunal, até aos ministros e altos responsáveis, como os embaixadores, que representam o país no estrangeiro.

Mas disputas internas entre democratas e republicanos atrasam frequentemente esse processo, dispondo cada senador de quase um direito de veto. Assim, cerca de 15 missões diplomáticas norte-americanas estão inteiramente desprovidas de embaixadores, segundo a contagem da Associação Norte-Americana do Serviço Externo, entre as quais a Alemanha, a Turquia e o Camboja.

De forma notória, o Senado levou mais de um ano a aprovar o atual embaixador dos Estados Unidos em Pequim, Nicholas Burns, apesar de Washington ter erigido o gigante asiático como sua principal ameaça estratégica. O posto de embaixador em Israel também foi deixado vacante durante meses, em plena guerra do país com o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, até à chegada de Jack Lew.

E a candidata ao cargo de embaixadora dos Estados Unidos na Líbia, Jennifer Gavito, diplomata de carreira, disse recentemente que desistia, após mais de dois anos de espera.

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PSD/Madeira vota a favor do OE2025 e Governo garante “transferência extraordinária” para a região

  • Lusa
  • 30 Outubro 2024

Miguel Albuquerque assinalou que os três deputados do PSD/Madeira vão votar a favor do OE2025, depois de estar garantida uma “transferência extraordinária” de 38 milhões para a região.

Os deputados do PSD/Madeira vão votar a favor do Orçamento do Estado na generalidade, indicou esta quarta-feira o líder regional do partido, sublinhando que o Governo assumiu vários compromissos, como a “transferência extraordinária” de 38 milhões de euros para a região. “Há um compromisso claro e inequívoco do senhor primeiro-ministro e do Governo relativamente a um conjunto de matérias que não estavam consubstanciadas na versão inicial do Orçamento e foram alvo da nossa contestação veemente”, afirmou Miguel Albuquerque.

O presidente do PSD/Madeira e chefe do executivo insular falava após a reunião da comissão política da estrutura regional do partido, no Funchal, que decidiu o voto favorável dos três deputados social-democratas eleitos pelo círculo da região na Assembleia da República.

De acordo com Miguel Albuquerque, o voto a favor na generalidade resulta do facto de o Governo e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, se proporem a rever a Lei das Finanças Regionais para aumentar as transferências para as regiões autónomas, bem como a efetuar uma “transferência extraordinária” para as regiões ao longo de 2025, sendo que no caso da Madeira será de 38 milhões de euros.

A verba corresponde ao diferencial do IVA cobrado na região face ao continente, que é 4% no escalão reduzido, 12% no intermédio e 22% no normal. “Isto significa que há um encargo para os contribuintes da região autónoma de 38 milhões de euros”, esclareceu.

O Governo da República vai também assumir a dívida dos “impostos cobrados e nunca entregues à região entre 2007 e 2008”, no valor de 15,923 milhões de euros, bem como prorrogar o prazo de inscrição de novas empresas no Centro Internacional de Negócios da Madeira (Zona Franca) por mais dois anos, até 2026.

Miguel Albuquerque disse ainda “que foi combinado criar um grupo de trabalho imediato no sentido de abordar, confirmar e posteriormente liquidar o financiamento dos subsistemas de saúde”, cuja dívida já atingiu 64 milhões de euros. “Face a este compromisso do senhor primeiro-ministro […] foi recomendado pela comissão política o voto favorável [na generalidade] no Orçamento do Estado”, disse.

O PSD/Madeira elegeu três deputados à Assembleia da República, num círculo eleitoral com seis representantes, sendo os restantes do PS (dois) e do Chega (um). Segundo a proposta de Orçamento do Estado, a Região Autónoma da Madeira vai receber 279,8 milhões de euros em 2025 ao abrigo da Lei das Finanças Regionais, menos 25,1 milhões de euros do que em 2024.

Dos 279,8 milhões de euros previstos para o próximo ano, 199.826.396 serão recebidos ao abrigo do artigo 48.º da Lei das Finanças das Regiões Autónomas (transferências orçamentais) e 79.930.558 euros no âmbito do artigo 49.º (fundo de coesão para as regiões ultraperiféricas). A votação da proposta de OE2025 na generalidade está marcada para quinta-feira, no parlamento.

Se a proposta de Orçamento do Governo PSD/CDS-PP for viabilizada na generalidade com a abstenção do PS ou, em alternativa, com os votos favoráveis do Chega, será então apreciada na especialidade no parlamento entre 22 e 29 de novembro. A votação final global do Orçamento está prevista para 29 de novembro.

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