Cedências ao PS fazem regressar Orçamento do Estado de um ‘bloco central’

Analistas consideram que se OE2025 for viabilizado também "terá um pouco do PS", mas será "instrumental e conjuntural" e não uma concordância de fundo estrutural.

É com a cedência em duas medidas bandeira do Governo – redução do IRC e IRS Jovem – que este procura viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) com a abstenção do PS. Perante o recuo nas duas propostas políticas que ocupavam um lugar central no programa eleitoral da Aliança Democrática para incluir a visão dos socialistas, está-se perante o regresso de um orçamento de um bloco central, segundo os analistas, depois de anos de orçamentos viabilizados durante a ‘geringonça’ pela esquerda.

“O Governo, suportado por forças do centro direita (PSD e CDS) que não têm maioria no Parlamento, está a tentar chegar a um entendimento com a força do centro esquerda (PS) para que o Orçamento possa ser aprovado por uma maioria de parlamentares. Se chegarem a um acordo (cenário mais provável), e tendo em conta que o Governo fez cedências ao PS, então creio que não estaremos errados se, de facto, dissermos que este Orçamento também terá um pouco do Partido Socialista“, considera Ricardo Ferraz, investigador no ISEG e professor na Universidade Lusófona.

Se chegarem a um acordo (cenário mais provável), e tendo em conta que o Governo fez cedências ao PS, então creio que não estaremos errados se, de facto, dissermos que este Orçamento também terá um pouco do Partido Socialista.

Ricardo Ferraz

Investigador no ISEG e professor na Universidade Lusófona

É preciso recuar mais de dez anos para encontrar um Orçamento aprovado pela abstenção de um dos maiores partidos da oposição a um governo minoritário do seu rival. Em 2010, já com Pedro Passos Coelho na liderança do PSD, os sociais-democratas viabilizaram o Orçamento do Estado para 2011, o último do governo de José Sócrates, negociado entre o então ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, e o ex-titular da pasta, Eduardo Catroga.

No ano seguinte, depois da queda do governo socialista de Sócrates, foi a vez do então secretário-geral do PS, António José Seguro, viabilizar o Orçamento do Estado para 2012, com “uma abstenção violenta” – a frase do socialista que ficou para a história. Anos mais tarde, em 2015, mas com outros contornos, a abstenção do PSD (com a exceção dos três deputados da Madeira, que votaram a favor) permitiu ao PS ver viabilizado o Orçamento Retificativo na sequência do resgate ao Banif.

Não é, assim, a primeira vez na democracia que os dois principais partidos servem de suporte um ao outro para, num cenário de minoria relativa, conseguirem fazer passar a proposta orçamental. O primeiro-ministro tem vincado que “quem governa é o Governo” e o secretário-geral do PS tem frisado que as negociações não impedem que o Orçamento continue a ser do Executivo.

No entanto, Paula Espírito Santo, politóloga e investigadora do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, destaca que “se fosse viabilizado poder-se-ia dizer que era um acordo não num plano de regime, mas um acordo no sentido de encontro que salvaguardasse a estabilidade” em que “se colocaria o interesse nacional acima dos interesses partidários“.

Os portugueses mais depressa acolhem um Orçamento que cumpram requisitos que não tenham a essência de um lado e de outro, e no qual haja um ponto de encontro, do que acolhem uma eleição antecipada“, advoga. Contudo, realça que a realidade política “está muito volátil” e numa “espécie de montanha russa”. Para a investigadora, caso o Governo não acolha as propostas do PS, é possível que os socialistas “possam manter a convicção política”.

Os portugueses mais depressa acolhem um Orçamento que cumpram requisitos que não tenham a essência de um lado e de outro, e no qual haja um ponto de encontro, do que acolhem uma eleição antecipada

Paula Espírito Santo

Politóloga

Por seu lado, Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, sublinha que a extensão de um acordo a médio prazo entre os dois principais partidos seria mais benéfico do que a viabilização única da proposta em cima da mesa.

Se fosse realmente um compromisso de médio prazo entre o Governo e PS poderia ter uma grande vantagem no sentido de por um lado de assegurar estabilidade governativa e por outro lado estabilidade das políticas fiscais”, argumenta, considerando que “seria uma excelente notícia”.

Para o economista, a questão da duração do benefício do IRS Jovem deveria ser desvalorizada. “Ninguém com a instabilidade que existe e a falta de respeito que os partidos têm tido pelos compromissos vai decidir com base em daqui a cinco anos”, argumenta.

No entanto, em relação ao IRC advoga que “seria mais importante”, porque seria uma forma de atrair investimento estrangeiro: “O capital por trabalhador nos últimos oitos anos caiu 10%. Estamos a criar emprego, mas não estamos a investir o equivalente. Baixar o IRC seria forma de expandir o investimento quer dos investidores portugueses, quer dos estrangeiros”.

Nenhum investidor acredita que isto é uma mudança para ficar. A concordância do PS é absolutamente instrumental e conjuntural, não é uma concordância de fundo de opção politica de um acordo estratégico entre os partidos.

Pedro Braz Teixeira

Diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade

O que está em cima da mesa é que a descida vai ser pequena e o PS concorda a contragosto, pelo que nenhum investidor acredita que isto é uma mudança para ficar. A concordância do PS é absolutamente instrumental e conjuntural, não é uma concordância de fundo de opção política de um acordo estratégico entre os partidos. Para os novos investidores a redução de um ponto de imposto em 2025 é praticamente irrelevante. O que interessa é a taxa de 2026, de 2027″, argumenta.

Por outro lado, Ricardo Ferraz destaca que “o Governo não irá poder aplicar 100% do tratamento que pretendia prescrever para a economia portuguesa, então terá aqui uma atenuante caso os resultados do tratamento não venham a corresponder exatamente àquilo que tinha previsto”.

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Copa América projeta Barcelona para o mundo num “anúncio” global de dois meses

  • Servimedia
  • 8 Outubro 2024

A 37ª edição da Louis Vuitton America's Cup em Barcelona está a levar o evento e a cidade a um nível internacional sem precedentes, tornando-se a melhor “publicidade” para Barcelona.

Para esta edição, a organização lançou o projeto de transmissão televisiva mais ambicioso e inovador da sua história.

A equipa de produção é composta por mais de 100 pessoas, metade das quais catalãs, encarregadas de garantir uma cobertura de primeira classe. A transmissão é em ultra HD, com até 12 câmaras por barco, captando todos os ângulos da competição, tudo isto com o desafio de trabalhar sem cabos e numa pista de corrida em movimento, com Barcelona como pano de fundo.

Os organizadores estão a utilizar até 40 câmaras em simultâneo para fornecer imagens em 4K e HDR 1080, garantindo uma qualidade visual excecional. Além disso, foram instalados 16 microfones em cada uma das embarcações para captar as conversas e os sons a bordo, proporcionando uma experiência imersiva aos espetadores. Dois helicópteros complementam a cobertura aérea, enquanto a tecnologia avançada da Capgemini permite a visualização em tempo real do desenvolvimento do vento, um elemento crucial para acompanhar a competição com precisão. Esta implementação tecnológica posiciona a America’s Cup como uma referência de inovação na transmissão desportiva global.

Disponível em mais de 200 territórios e complementada pela distribuição global através de americascup.com, YouTube e Facebook, a 37.ª America’s Cup não só projeta Barcelona para o mundo, como também leva o desporto da vela a um público muito mais vasto e diversificado.

IMPACTO INTERNACIONAL

A Barcelona America’s Cup está a suscitar o interesse dos principais meios de comunicação social do mundo, projetando a imagem da cidade à escala global. Mais de 500 meios de comunicação social internacionais acreditados estão a acompanhar de perto o evento. Publicações e canais de renome como o L’Equipe, Reuters, The Times, BBC, The Guardian, RAI e The Daily Telegraph já estão a dedicar uma grande cobertura, em especial os meios de comunicação britânicos, que aumentaram a sua atenção desde que o INEOS Britannia se qualificou para a America’s Cup Match Race.

Esta cobertura garante que a cidade de Barcelona não só será o local de uma competição histórica, como também se estabelecerá como um destino global para o desporto, a inovação tecnológica e a economia azul, projetando a sua imagem para o mundo.

Para além da transmissão em direto, a America’s Cup contará com uma série de documentários produzidos em parceria com a Skydance Sports, oferecendo uma visão privilegiada e sem precedentes do evento. Esta produção tem um significado especial, uma vez que é realizada por cineastas de renome, incluindo os produtores do documentário Free Solo, vencedor de um Óscar. Centrada na narrativa visual e no acesso total às equipas e aos organizadores, a série promete captar não só a ação desportiva, mas também o impacto cultural e emocional do evento em Barcelona. Esta produção não só projetará o prestígio da America’s Cup para o mundo, como também consolidará Barcelona como um epicentro global de inovação, desporto e cultura.

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Nova PAC tem 275 milhões para as florestas

Para já ainda não é possível concorrer, mas para o fazer não basta simplesmente plantar umas árvores – e não podem ser umas quaisquer. É fundamental garantir o acompanhamento do projeto.

Vive em Lisboa, no Porto ou qualquer outra grande cidade portuguesa? Tem terrenos de família algures no interior do país e dos quais só se lembra nos jantares da família? Tem consciência de que as terras ao abandono apenas contribuem para a gravidade dos fogos florestais? Não sabe exatamente o que pode fazer para remedir esta situação? Há fundos europeus que o podem apoiar no investimento necessário para transformar esse terreno num ativo económico.

Partindo do princípio que não quer ser agricultor, ou não tem forma de manter uma exploração deste tipo, pode apostar na floresta. O Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) tem 275 milhões de euros alocados, inicialmente, às florestas no continente.

Para já ainda não pode concorrer. Não há avisos abertos, porque a nova PAC (2023-2027) só entrou em vigor este verão. A execução das verbas alocadas ao período de programação anterior ainda está a decorrer e já estão esgotadas, ou seja, não podem ser lançados novos concursos.

Exceção seja feita para a fatia que está reservada para responder a situações de calamidade. Na sequência dos incêndios que assolaram o Centro e Norte do país em setembro, já foi lançado um concurso (no dia 26) no âmbito do PDR2020 para apoiar o restabelecimento do potencial produtivo. São 50 milhões de euros de apoio. Mas este montante é apenas para a agricultura. O ICNF ainda terá de fazer um relatório, no qual avaliará os custos das perdas provocadas pelos fogos ao nível da floresta. Só depois de conhecido esse documento será possível abrir os concursos, que ainda serão garantidos com verbas do PDR2020.

A pergunta que provavelmente lhe passa pela cabeça é se tem direito a estes apoios à floresta. A resposta é sim. Mas para já existe apenas o que está escrito nos regulamentos do PEPAC. “Detentores de espaços florestais privados, entidades públicas, comunitárias ou associações” são, à partida, os atores elegíveis, explicou ao ECO fonte oficial do Ministério da Agricultura. E as “taxas de apoio variam entre os 30 e os 90%”.

Ou seja, como em qualquer projeto, vai ter de entrar com uma parte do investimento e a validade do mesmo será determinante no momento de avaliar o mérito da candidatura. “É fundamental garantir o acompanhamento do projeto”, explicou ao ECO fonte oficial do PEPAC. Não basta simplesmente plantar umas árvores – e não podem ser umas quaisquer – há que estar no terreno, abrir o projeto às visitas de acompanhamento e garantir a execução dos fundos, explicou a mesma fonte. “Com o apoio vem um conjunto de deveres e de direitos”, acrescenta.

O tipo de árvores a plantar são as que estão “previstas nos respetivos Programas Regionais de Ordenamento Florestal (PROF), e cuja (re)arborização seja autorizada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF, I.P.)”, detalha fonte oficial do Ministério liderado por José Manuel Fernandes. Além disso, os próprios avisos muitas vezes têm discriminadas as árvores cuja plantação poderá ser apoiada.

As candidaturas são efetuadas através do Balcão dos Fundos da Agricultura. Mas o facto de “um proprietário com meio hectare de terreno (a média na zona norte do país) ter exatamente as mesmas obrigações que outro que tem cinco hectares não facilita o investimento dos pequenos proprietários”, sublinha ao ECO António Luís Marques, dirigente nacional da CAP. O também presidente da Organização de Produtores Florestais Aflodounorte recorda que as exigências de certificação da floresta podem tornar a aposta desinteressante para muitos.

O principal problema da floresta portuguesa é a fragmentação da propriedade”, identifica por seu turno Pedro Pinhão, fundador da Toscca, uma empresa de equipamentos de madeira para exterior que participa esta terça-feira na conferência do ECO: “A economia pode salvar a floresta?”

Até agora, no âmbito do PDR2020, foram aprovadas 3.840 candidaturas de apoio às florestas, às quais foram atribuídos 375 milhões de euros, que permitem alavancar um investimento superior a 520 milhões, avançou ao ECO fonte oficial do PEPAC. Um montante superior aos 275 milhões de dotação que estão para já alocados às florestas no PEPAC do continente. Verbas que estão repartidas por vários objetivos:

  • Apoiar o restabelecimento do potencial silvícola na sequência de catástrofes naturais, de fenómenos climatéricos adversos ou de acontecimentos catastróficos, nomeadamente para compensar as áreas ardidas
  • Florestação de terras agrícolas e não agrícolas para apoiar a instalação de povoamentos florestais em terras agrícolas e assim combater o abandono e minimizar perigo de incêndio florestal
  • Promover a criação de sistemas agroflorestais que combinem a silvicultura com as práticas de gestão extensiva do território, reconhecidos pela sua importância para a manutenção da biodiversidade
  • Promoção dos serviços de ecossistema, sendo um dos seus objetivos a reconversão de povoamentos em condições ecologicamente desajustadas, promovendo a adaptação das florestas às alterações climáticas;
  • Melhoria do valor económico das florestas, nomeadamente a recuperação de povoamentos em manifesta subprodução, através da sua substituição por plantas mais bem adaptadas às condições locais ou pela utilização de novas tecnologias que assegurem o sucesso da rearborização.

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Pensionistas da Segurança Social recebem “bónus” esta terça-feira

Suplemento extraordinário até 200 euros é pago esta terça-feira, dia 8 de outubro, aos reformados da Segurança Social, juntamento com as pensões normais. No total, impacto é de 422 milhões de euros.

A Segurança Social paga esta terça-feira, dia 8 de outubro, o suplemento extraordinário anunciado para as reformas mais baixas. Em causa está um “bónus” entre 100 e 200 euros, que chegará a 2,4 milhões de pensionistas e terá um impacto de 422 milhões de euros. Está sujeito a IRS, mas não será feito qualquer desconto para já no “cheque”.

A medida foi anunciada no dia 14 de agosto pelo primeiro-ministro, aprovada a 22 desse mês em Conselho de Ministros, e será paga esta terça-feira aos pensionistas da Segurança Social (e no dia 18 para quem recebe pensões da Caixa Geral de Aposentações).

Tem direito ao suplemento quem recebe a pensão social de velhice, pensão social de invalidez, pensão de viuvez e pensão de orfandade, desde que o beneficiário receba até 1.527,78 euros por mês em pensões.

Vale explicar que o suplemento é atribuído por pensionista e não por pensão. Ou seja, mesmos os pensionistas que recebem várias pensões — por exemplo, de velhice e de sobrevivência — só vão receber um “brinde”. Nesses casos vão ser somadas as pensões para ser apurado o montante do suplemento a atribuir.

Ora, dependente desse valor total de pensões por reformado, o suplemento varia entre 100 e 200 euros. É de 200 euros para pensionistas com pensões de montante igual ou inferior a 509,26 euros; 150 euros para pensionistas com pensões de montante superior a 509,26 euros e igual ou inferior a 1.018,52 euros; E 100 euros para pensionistas com pensões de montante superior a 1018,52 euros e igual ou inferior a 1.527,78 euros.

Nestes cálculos, não é tido em conta, porém, o valor do complemento solidário para idosos. Por outro lado, é de realçar que a atribuição deste bónus é automática, ou seja, o suplemento será pago “sem necessidade de pedido do beneficiário”.

Convém esclarecer também que este suplemento não corresponde a um aumento da pensão, mas a um bónus que é pago uma única vez aos pensionistas e reformados.

Importa também notar que os reformados bancários, embora não recebam a sua pensão diretamente da Segurança Social, também vão beneficiar deste suplemento. Já os advogados e solicitadores reformados ficam de fora, porque a sua caixa de previdência não está integrada no sistema da Segurança Social.

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Voltalia investe 26 milhões em dois projetos de hidrogénio verde no Carregado e Covilhã

"O hidrogénio que vamos gerar será essencial tanto para o mercado industrial quanto para a mobilidade sustentável", afirma o responsável pela Voltalia em Portugal, João Amaral.

A Voltalia vai investir 26 milhões de euros num conjunto de dois projetos de produção de hidrogénio verde em Portugal, um próximo do Carregado e outro na região da Covilhã, revelou a empresa ao ECO/Capital Verde.

Os projetos incluem a construção de duas centrais onde a eletrólise da água será alimentada por fontes 100% renováveis, como energia fotovoltaica e eólica. Além disso, o fornecimento de água para o processo será feito com águas residuais tratadas. O hidrogénio gerado será armazenado, injetado na rede nacional e depois distribuído pelos clientes, e a empresa aponta para um ritmo de produção de 200 quilos por hora e por central.

“O hidrogénio que vamos gerar será essencial tanto para o mercado industrial quanto para a mobilidade sustentável”, afirma João Amaral, country manager da Voltalia Portugal, em declarações ao ECO/Capital Verde. Não avança, para já, a identidade dos clientes. Contudo, sublinha que a colaboração com estes é uma “peça-chave” para o sucesso dos projetos.

Em paralelo, indica que a Voltalia conta com o apoio de várias empresas para estes projetos, especialmente no setor de gases renováveis, as quais têm “uma forte presença nacional”.

Estes dois projetos estão entre os 22 que foram selecionados pelo Fundo Ambiental no âmbito de um aviso de 83 milhões de euros. Treze milhões de euros deste total foram atribuídos à Voltalia, divididos pelo projeto do Carregado e da Covilhã.

De acordo com os prazos estipulados pelo aviso, os projetos deverão estar concluídos até ao final de 2026. “Temos metas ambiciosas a cumprir nos próximos anos”, diz o gestor em Portugal desta empresa francesa, que entrou em 2016 no país, através da aquisição da Martifer Solar.

Mais projetos na calha

“Este é apenas o começo. Embora sejam os nossos primeiros projetos com este nível de maturidade em Portugal, temos planos ambiciosos para expandir a produção de hidrogénio verde, não só aqui, mas também internacionalmente“, garante o líder da Voltalia em Portugal.

A empresa submeteu, inclusivamente, um terceiro projeto no âmbito deste aviso, mas esse “não avançou desta vez”, indica o gestor.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 8 Outubro 2024

A dois dias da entrega do OE2025, decorrem as negociações entre o Governo e o PS. BdP divulga projeções macroeconómicas e INE os custos da construção de nova habitação.

A dois dias da entrega do Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025), Governo e PS continuam a ditar o ritmo das negociações. Luís Montenegro dará a sua primeira entrevista, esta noite, altura em que Pedro Nuno Santos reúne com a bancada parlamentar. Durante o dia, será publicada uma atualização das previsões macroeconómicas e lá fora, os ministros das Finanças reúnem-se, em Bruxelas.

Montenegro em entrevista

O primeiro-ministro vai ser esta terça-feira entrevistado na SIC. Trata-se da primeira entrevista de Luís Montenegro desde que tomou posse como chefe do Governo, em abril, e decorre numa altura em que decorrem as negociações para o OE 2025, documento que tem de ser entregue na Assembleia da República no dia 10 de outubro, quinta-feira.

Pedro Nuno Santos reúne-se com grupo parlamentar do PS

A propósito do OE2025, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, vai reunir-se esta noite com a bancada parlamentar para discutir uma contraproposta a apresentar ao Governo depois de o Executivo ter rejeitado a proposta socialista para o IRC. Esta é uma das linhas vermelhas que tem dificultado um acordo entre ambas as partes.

BdP atualiza projeções

Enquanto decorrem as negociações para o OE 2025, o Banco de Portugal publica, esta manhã, um novo boletim económico, no qual atualiza as projeções macroeconómicas para a economia portuguesa. Em junho, o banco liderado por Mário Centeno previa que a atividade económica em Portugal mantivesse manter um crescimento superior ao da zona euro, entre 2 e 2,3%

Quanto custa construir uma casa nova?

O dia fica ainda marcado pela divulgação do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), referente ao mês de agosto. Em julho, enquanto os custos de construção de habitação nova aumentaram 3,6%, a mão-de-obra aumentou 9,1%, mais 0,9 pontos percentuais do que em junho.

Reunião do Ecofin

Em Bruxelas, decorre o primeiro dia da reunião dos ministros dos Estados-membros da União Europeia responsáveis pelas Finanças (Ecofin). Portugal estará representado por Joaquim Miranda Sarmento. A reunião servirá para fazer um ponto da situação sobre o euro digita e da união dos mercados de capitais, assim como dar início aos preparativos para a Cimeira do Euro, marcada para este mês.

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Connected fecha parceria com americana EchoStar Mobile

Trata-se do "primeiro passo na construção de uma rede global de comunicações IoT a partir do espaço", diz Tiago Rebelo, cofundador. Parceria tem duração de três anos.

Fundadores da Connected

A Connected, startup portuguesa que desenvolve soluções de conectividade NB-IoT (baixa largura de banda para a Internet das Coisas) a partir do espaço, acaba de fechar uma parceria com a operadora norte-americana EchoStar Mobile, “o primeiro passo na construção de uma rede global de comunicações IoT a partir do espaço”.

“Com o acesso aos satélites geoestacionários da EchoStar, passamos a oferecer um serviço de comunicações que permite cobertura de 100% da Europa (incluindo no oceano) e, em breve, 100% dos Estados Unidos da América”, diz Tiago Rebelo, cofundador e CEO da Connected, ao ECO. No caso dos EUA deverá acontecer até ao final do ano.

A parceria permite à startup portuguesa “lançar desde já um conjunto de produtos e serviços, como a One, um dispositivo de segurança para uso pessoal que transforma qualquer telemóvel num telemóvel com ligação via satélite, capaz de enviar mensagens via SMS, partilhar a localização ou enviar uma mensagem de emergência em qualquer ponto dos territórios mencionados, mesmo em zonas onde não existe cobertura de rede celular terrestre”, explica Tiago Rebelo.

“Esta parceria é muito importante para a Connected, uma vez que nos permite dar o primeiro passo na construção de uma rede global de comunicações IoT a partir do espaço”, sintetiza o responsável. A parceria tem a duração de três anos.

Fundada em 2023 por André Guerra, Hélder Oliveira, Raquel Magalhães e Tiago Rebelo, com escritórios na Uptec, no Porto, e sede no Instituto Pedro Nunes (IPN), em Coimbra, onde está incubada como parte da iniciativa de incubação de empresas da Agência Espacial Europeia (ESA-BIC), a startup desenvolve soluções de conectividade IoT a partir do espaço.

Em setembro, a startup comprou a solução de conectividade da SpaceWay, usada recentemente no Parque Natural do Douro Internacional para monitorizar vinhas em zonas com fraca cobertura de rede.

Fechou em fevereiro uma ronda de investimento pré-seed de dois milhões de euros, a maior de sempre captada por uma empresa do setor espacial em Portugal. Entre os objetivos estava avançar com testes no espaço já este ano.

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Licença parental. Governo tem dúvida de 400 milhões depois de pré-aprovar OE 2025

No dia em que a proposta para o Orçamento do Estado foi pré-aprovada, o Governo depara-se com uma despesa adicional e pressiona PS: alargamento da licença parental custa 400 milhões de euros.

Numa altura em que decorrem as negociações para o Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025), há mais uma medida a pesar nas contas do Governo. O alargamento da licença parental, medida aprovada no final de setembro no Parlamento, terá um custo orçamental adicional de 400 milhões de euros. A estimativa consta numa carta enviada pelo Ministério dos Assuntos Parlamentares ao gabinete da Presidência da Assembleia da República, a que o ECO teve acesso, e na qual o chefe de gabinete de Pedro Duarte questiona se esta proposta ainda irá a votação final até ao fim deste ano, para saber se terá de a incluir no OE2025.

“Esta informação é relevante para o Governo tendo em conta a despesa estimada de 400 milhões de euros, que a aprovação deste diploma acarretará, sendo de primordial importância ter essa estimativa, para efeitos de preparação da proposta de lei de Orçamento do Estado”, lê-se na carta com data desta segunda-feira.

Este será mais um entrave nas negociações que já se afiguram difíceis entre o Governo e o PS, já que o alargamento da licença parental foi uma medida aprovada com os votos do PS, Chega, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, PCP, Livre e do PAN e o voto contra do PSD e CDS-PP. Recorde-se que, esta segunda-feira, o Conselho de Ministros anunciou ter pré-aprovado a proposta do OE 2025, remetendo a aprovação final do documento para o desfecho das negociações em curso entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos que ainda decorrem.

Mas agora com mais 400 milhões de euros em jogo, o alargamento da licença parental paga a 100% para 180 dias também poderá ser usado como moeda de troca nas negociações com o PS, já que esta tem um custo aproximado de outras medidas socialistas aprovadas no Parlamento à revelia do Governo: o alargamento do IVA de 6% na eletricidade, as alterações ao IRS e a isenção das portagens nas antigas SCUT. Estas três propostas ascendem a 450 milhões de euros, tal como avançado pelo ECO.

A três dias da entrega do documento na Assembleia da República, o chefe de Governo e o líder socialista ainda não chegaram a bom porto em relação a um acordo. No último encontro, em São Bento, Montenegro apresentou a Pedro Nuno Santos uma contraproposta na qual reduz o IRC para 17% em três anos – com uma diminuição de um ponto percentual em 2025 – e adota o IRS Jovem proposto pelo PS com algumas alterações: o benefício é prolongado até aos 35 anos (atualmente o limite etário é 30 anos) e duração passa de cinco anos para 13 anos.

Pedro Nuno Santos acolheu a proposta do Governo para o IRS Jovem – que revê em baixa o custo da medida de mil milhões para 645 milhões de euros – mas quer reduzir o período do benefício de 13 para sete anos, sem prejuízo de futuras avaliações apontarem para o seu alargamento. No IRC, deixa passar a descida de um ponto em 2025, desde que não haja novas reduções nos anos seguintes. Ou, em alternativa à redução de um ponto no IRC, o Governo reintroduz o crédito fiscal ao investimento, ficando livre para, nos Orçamentos de Estado subsequentes, de 2026 a 2028, proceder à redução do IRC mas sem o apoio do PS.

Os socialistas dizem aguardar agora a resposta do Executivo à sua proposta, mas o Governo deverá responder negativamente à proposta de Pedro Nuno Santos trocando o corte de IRC em um ponto percentual pela recuperação do Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI), um mecanismo fiscal que só foi utilizado em situações de crise, revelou ao ECO uma fonte conhecedora do processo.

Notícia atualizada pela última vez às 21h36

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Borrell apoia proposta de Macron de parar de enviar armas a Israel

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

"Alguma solução tem de haver, se não queremos, geração após geração, funeral após funeral, continuar a assistir à tragédia desta maldita Terra Santa", afirmou Borrell.

O alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, expressou esta segunda-feira apoio ao apelo do Presidente francês, Emmanuel Macron, para que a UE deixe de enviar armamento a Israel.

A tragédia é que todos dizemos que há demasiados mortos [no Médio Oriente], mas os mortos continuam a aumentar. E é por isso que são tão importantes tomadas de posição como a recentemente anunciada pelo Presidente da República francês”, declarou Borrell num debate no Parlamento Europeu sobre o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a Israel, cometido há exatamente um ano.

Numa entrevista à rádio France Inter, Macron disse no passado sábado que é necessário procurar “uma solução política” para a guerra na Faixa de Gaza, bem como deixar de fornecer armamento a Israel – uma proposta a que Borrell já tinha instado em fevereiro, numa mensagem principalmente dirigida aos Estados Unidos. “Temos de dar esperança à paz”, afirmou o chefe da diplomacia europeia.

“É certo que estas palavras podem parecer estranhas a alguns, se não mesmo ridículas, nas atuais circunstâncias. Mas creio que é esta a responsabilidade da Europa: dar esperança à paz, que só pode provir do diálogo e do acordo”, continuou Borrell. O alto representante da UE exortou, assim, a que se passe da “rejeição mútua ao mútuo reconhecimento” entre israelitas e palestinianos, de forma a alcançar a coexistência de um Estado israelita com um Estado palestiniano.

“Alguma solução tem de haver, se não queremos, geração após geração, funeral após funeral, continuar a assistir à tragédia desta maldita Terra Santa”, afirmou Borrell.

Um ano depois do ataque do Hamas a Israel que fez cerca de 1.200 mortos e o sequestro de 251 pessoas, o chefe da diplomacia europeia apelou para a libertação “incondicional” dos que ainda estão vivos – que serão, segundo o Exército israelita, 43 – e sustentou que “o povo de Israel não pode olhar para o seu futuro se não tiver a certeza de que o 7 de outubro nunca mais se repetirá”.

Recordando que a UE condenou “a onda de antissemitismo” que surgiu na sequência da guerra de retaliação lançada por Israel no próprio dia 7 de outubro de 2023 sobre a Faixa de Gaza, Borrell, apelou também para que não se banalize a palavra “antissemita”, porque “da mesma forma que deve ser completamente repudiada, porque nenhum judeu deve ter de sofrer as consequências das decisões do Governo de Israel, também não deve ser aplicada àqueles que criticam as decisões deste Governo”.

Anteriormente, num comunicado institucional, o chefe da diplomacia do bloco comunitário europeu defendeu que o cessar-fogo no Médio Oriente para o qual a União Europeia anda há meses a apelar deveria acontecer “agora, precisamente um ano após o ataque terrorista” a Israel.

“Um ano depois do terrível ataque a Israel, a situação só está a agravar-se: o Médio Oriente está à beira de uma guerra total que a comunidade internacional parece incapaz de impedir”, vincou. Para assinalar o primeiro aniversário do ataque do Hamas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von de Leyen, e os vice-presidentes Margaritis Schinas e Verá Jourová, assistirão hoje à cerimónia que se realizará na Grande Sinagoga de Bruxelas.

A guerra, que hoje entrou no 367.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 41.900 mortos (quase 2% da população), cerca de 17.000 dos quais menores, e de 97.000 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer “o mais elevado número de vítimas alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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RSN Advogados assessora Perfect Improvment na aquisição de 50% do Noto Office Center

A equipa da RSN envolvida na transação foi composta pelo managing partner José A. Nogueira, a advogada associada Ilsa Barbosa e a solicitadora Carolina Cabages.

A RSN Advogados acaba de anunciar a assessoria prestada à Sociedade Perfect Improvment Lda, detida por Hedi El Ayoubi, e integrante do Grupo familiar El Ayoubi, na aquisição, através de um share deal, de 50% do edifício de escritórios Noto Office Center, em Matosinhos.

Este projeto, de verdadeira excelência, promovido pela Sociedade IDS – SGPS, S.A., empresa com atuação nos setores imobiliário, financeiro e private equity, representa mais um marco na cidade do Porto no segmento imobiliário de serviços e escritórios, destacando pela sustentabilidade do seu projeto e arquitetura. Localizado na Estrada da Circunvalação, em Matosinhos, perto do Norteshopping, conta com um total de aproximadamente 8.100 metros quadrados, distribuídos por três pisos acima do solo.

De acordo com José A. Nogueira, Managing Partner da RSN Advogados: “Trata-se de um projeto com características únicas, cuja reabilitação foi concluída há cerca de 2 anos”. E acrescenta: “Uma das grandes preocupações por parte do promotor esteve relacionada com a vertente ecológica, tudo tendo feito para garantir que o mesmo fosse dotado de caraterísticas com vista à neutralização carbónica”. José A. Nogueira termina, sublinhando: “Este projeto é, sem dúvida, uma enorme mais-valia para Matosinhos. Nesse sentido, foi com enorme satisfação que acompanhámos o nosso cliente nesta aquisição, atraindo investimento para o Norte de Portugal”.

A equipa da RSN envolvida na transação foi composta pelo Managing Partner José A. Nogueira, a Advogada Associada Ilsa Barbosa e a Solicitadora Carolina Cabages.

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EUA apoiam lítio em Portugal para aguentar “preços predatórios” da China

Subsecretário de Estado para Assuntos Económicos, Energia e Meio Ambiente de Biden acusa China de 'inundar' o mercado. Promete ajudar empresas portuguesas com financiamento, clientes e fornecedores.

Os Estados Unidos querem ajudar as empresas portuguesas na produção do lítio com financiamento, clientes e fornecedores, para os projetos aguentarem uma “fase difícil” em que a China está a produzir mais do que o mundo precisa e a dizimar os preços no mercado, afirmou esta segunda-feira o subsecretário de Estado para Assuntos Económicos, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos.

“Tivemos conversas com duas empresas portuguesas e disseram-nos quais são as suas necessidades”, afirmou Jose W. Fernandez, numa mesa redonda com jornalistas durante uma visita de três dias a Lisboa. “Têm grandes planos, acreditam que existem depósitos substanciais na esfera do lítio e vão procurar financiamento, vão procurar clientes, vão procurar fornecedores e nós queremos ajudá-los, e pensamos que podemos”.

“As empresas com as quais falei estão muito animadas com a sua exploração, com o que descobriram, com as perspetivas, mas o que as preocupa é basicamente o ambiente que se criou quando os preços do lítio baixaram de 80.000 para 10.000 dólares [por tonelada métrica] “, sublinhou.

Para o governante norte-americano, só há uma responsável por essa queda que começou em dezembro de 2022 – a China, que acusa de criar excesso de oferta no mercado.

A China está a produzir muito mais, no caso do lítio, do que o mundo precisa atualmente, de longe. Está a prejudicar a capacidade das empresas portuguesas de desenvolverem os seus minerais críticos.

Jose W. Fernandez

Subsecretário de Estado para Assuntos Económicos, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos

“A China está a produzir muito mais, no caso do lítio, do que o mundo precisa atualmente, de longe”, explicou. “Está a prejudicar a capacidade das empresas portuguesas de desenvolverem os seus minerais críticos”.

Fernandez sublinhou que a posição da China torna o financiamento mais difícil, torna a angariação de capital mais difícil, e essa é a resposta intencional ao que os EUA e os seus parceiros estão a tentar fazer. “O que é que um monopolista faz? Pratica preços predatórios, baixa os preços até que a concorrência desapareça”, disse. “É isso que está a acontecer e é isso que também preocupa as vossas empresas aqui”.

José W. Fernandez, Vice-Secretário dos EUA para Crescimento Económico, Energia, e AmbienteHugo Amaral/ECO

 

42 vezes o lítio atual

A situação oferece, contudo, aos Estados Unidos uma oportunidade para reforçar as relações comerciais, mas também para ajudar na transição energética.

“Neste momento, e este número não é meu, é da Agência Internacional da Energia (AIE), que estima que até 2050, para atingirmos os nossos objetivos energéticos claros, para ficarmos abaixo do [aumento de] 1,5 graus centígrados vamos precisar de 42 vezes a quantidade de lítio que utilizamos atualmente”, recordou.

“Assim, a menos que encontremos esse lítio, a menos que invistamos na extração, refinação e processamento desse lítio, não conseguiremos atingir os nossos objetivos e a administração Biden acreditou desde o primeiro dia que a nossa crise climática é a crise existencial do nosso tempo”, salientou.

O subsecretário vincou que o contexto atual também representa uma oportunidade para os países produtores beneficiarem dos seus recursos de uma forma responsável e sustentável.

Lembrou que os EUA, com 14 parceiros e a União Europeia, criaram a Parceria para a Segurança Mineral, que representa 55% do PIB mundial.

“Queremos fazer três coisas. Queremos partilhar informações entre os parceiros, investir conjuntamente, se necessário, e também, e isto é algo que salientamos, fazê-lo de uma forma que beneficie as comunidades, proporcionando bons empregos e não obrigando os países a escolher entre danos ambientais e crescimento económico”, adiantou.

“Pensamos que a nossa tarefa enquanto governos é garantir que as empresas conseguem sobreviver a este período”, referiu, vincando que a AIE estima que, mesmo com o excesso de oferta chinesa, os preços recuperarão até 2030.

“Portanto, de certa forma, estamos perante uma situação em que as empresas mineiras, as empresas mineiras de lítio, em todo o lado, têm de sobreviver a esta fase difícil que foi criada por preços predatórios“.

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Presidente tunisino reeleito com 90,7% dos votos

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

A taxa de participação foi de 28,8%, segundo a autoridade eleitoral, a maior taxa de abstenção desde a instauração da democracia em 2011. Os outros dois candidatos obtiveram 7,35% e 1,97% dos votos.

O Presidente da Tunísia, Kais Saied, foi reeleito com 90,7% dos votos, nas eleições presidenciais realizadas no domingo em que votaram menos de um terço dos tunisinos, anunciou esta segunda-feira a autoridade eleitoral (Isie). A taxa de participação foi de 28,8%, segundo o Isie, a maior taxa de abstenção desde a instauração da democracia em 2011, período em que o país realizou três eleições presidenciais.

Os outros dois candidatos, Ayachi Zammel e Zuhair Maghzausi, obtiveram 7,35% e 1,97% dos votos, respetivamente, segundo o mesmo organismo.

Magzhausi lidera o Movimento Popular (Echaab) desde 2013 após o assassinato do então chefe do partido, Mohamed Brahmi, uma das principais referências da esquerda tunisina, enquanto Ayachi Zamel, líder do partido liberal Azimun, esteve detido durante toda a campanha eleitoral.

O país, considerado um dos poucos exemplos de sucesso democrático após a eclosão da ‘Primavera Árabe’, em 2011, sofreu durante os últimos cinco anos um retrocesso nos direitos e liberdades.

Esse retrocesso foi atribuído ao Presidente, o que levou os seus críticos a fazer comparações entre o atual chefe de Estado e Zine el Abidine ben Ali, que governou o país entre 1987 e 2011, e cujo longo mandato terminou precisamente com aquela revolução.

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