China já retaliou contra tarifas de Trump, mas abre a porta a negociação com EUA

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Fevereiro 2025

Medidas retaliatórias da China incluem controlos à exportação de metais para eletrónica e possíveis sanções à dona da Calvin Klein e à Tesla. Trump e Xi Jinping devem conversar no final da semana.

No dia em que entra em vigor a tarifa adicional de 10% sobre todas as importações chinesas para os EUA, Pequim deu a conhecer a prometida retaliação contra as mais recentes restrições comerciais impostas por Donald Trump. Além de novas taxas sobre uma série de produtos provenientes dos Estados Unidos, entre os quais carvão, petróleo e gás natural liquefeito (GNL), abriu uma investigação à Google, adicionou a dona da Calvin Klein à lista de “entidades não fiáveis” e impôs controlos à exportação de equipamento militar, painéis solares e metais essenciais para equipamentos eletrónicos.

As medidas, anunciadas esta terça-feira pelo Ministério do Comércio da China, devem entrar em vigor a partir de 10 de fevereiro. O que está a ser encarado como uma estratégia do gigante asiático para uma “diplomacia de última hora” entre Xi Jinping e o homólogo norte-americano, que planeiam falar com no final da semana, segundo um porta-voz da Casa Branca.

Presidente dos EUA, Donald J. Trump, e o homólogo chinês, Xi Jinping, numa cerimónia de boas-vindas no Grande Salão do Povo em Pequim, China, 2017.EPA/ROMAN PILIPEY

“Se ocorrerem conversações entre os dois líderes nos próximos dias, há espaço para ajustes, isenções parciais ou gestos recíprocos que poderiam evitar uma nova espiral de tensões comerciais“, considera Julien Chaisse, professor da City University de Hong Kong e especialista em Direito Económico Internacional, citado pela Al Jazeera. Mas, ressalva, tudo depende da interpretação que Donald Trump fizer destas medidas.

No entanto, ao contrário do Canadá e do México, com quem o líder da Casa Branca chegou a acordo na segunda-feira para suspender por 30 dias as tarifas que se preparava para aplicar aos países vizinhos, não será tão fácil um acordo entre a China e e EUA.

É claramente mais difícil para os EUA e a China chegarem a acordo sobre as exigências económicas e políticas de Trump. O anterior otimismo do mercado em relação a um acordo rápido ainda parece incerto”, assinalou Gary Ng, economista sénior da Natixis em Hong Kong, citado pela Reuters.

O economista da Natixis alerta que, mesmo que as duas maiores potências económicas do mundo cheguem a acordo sobre algumas questões, “é possível que as tarifas sejam utilizadas como uma ferramenta recorrente, o que pode ser uma fonte importante de volatilidade do mercado este ano”.

Em resposta às novas tarifas impostas pelos EUA, o Ministério das Finanças chinês anunciou a aplicação de taxas de 15% sobre o carvão e o GNL e de 10% sobre o petróleo, o equipamento agrícola e alguns camiões provenientes dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos representaram apenas 1,7% das importações de petróleo da China no ano passado, no valor de cerca de 6 mil milhões de dólares, enquanto forneceram cerca de 6% das importações de GNL da China.

Empresas do setor de maquinaria agrícola e de construção como a Caterpillar, a Deere & Co. e a AGCO podem ser afetadas pelas taxas chinesas. Mas também a Tesla, detida por Elon Musk, caso o Cybertruck — que, neste momento, ainda aguarda ‘luz verde’ das autoridades de Pequim para iniciar as vendas no país — seja designado como um “camião elétrico”.

Se ocorrerem conversações entre os dois líderes nos próximos dias, há espaço para ajustes, isenções parciais ou gestos recíprocos que poderiam evitar uma nova espiral de tensões comerciais.

Julien Chaisse

professor da City University de Hong Kong e especialista em Direito Económico Internacional

Em paralelo, a China também anunciou a abertura de uma investigação à Google por alegada violação das leis antitrust (práticas de monopólio) do país, e adicionou à lista de “entidades não fiáveis” a PVH Corp, holding de marcas como a Calvin Klein e a Tommy Hilfiger, ou a empresa de biotecnologia Illumina.

De acordo com o Ministério do Comércio do gigante asiático, a PVH Corp e a Illumina adotaram o que considera serem “medidas discriminatórias contra as empresas chinesas” e “prejudicaram” os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas. No que toca à Google, os produtos, como o motor de busca, estão bloqueados na China, com as receitas provenientes deste país a representarem cerca de 1% das vendas globais. Ainda assim, trabalha com parceiros chineses, como os anunciantes.

A estas medidas junta-se a imposição de controlos à exportação de alguns metais essenciais para aparelhos de eletrónica, equipamento militar e painéis solares.

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Liderar a Transformação: Pessoas no Centro da Mudança

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  • 4 Fevereiro 2025

O seu negócio está preparado para mudar com confiança? A forma como um líder monitoriza os comportamentos e as emoções das equipas é um preditor decisivo para o sucesso da transformação.

No atual cenário empresarial, marcado por mudanças constantes e um elevado grau de incerteza, os líderes enfrentam o desafio de reinventar continuamente os seus negócios para garantir a sua competitividade e relevância. A transformação deixou de ser um evento pontual para se tornar um processo contínuo, exigindo uma abordagem resiliente que combine a adoção de tecnologia, inovação em escala e as pessoas.

No entanto, mais de 70% das iniciativas de transformação falham. A tecnologia e a inovação criam a base para a mudança, mas o seu sucesso depende da capacidade das organizações em priorizar o fator Human@Center – as Pessoas e as suas emoções.

Como podem, então, os líderes planear e moldar a transformação, definindo o seu sucesso e os resultados esperados?

Cláudia Gomes, Senior Consultant EY, People Consulting
Cláudia Gomes, Senior Consultant EY, People Consulting

1. Construir a Confiança para Mudar

O que diferencia um líder na transformação não é apenas a capacidade de planeá-la, mas de garantir a sua sustentabilidade, reconhecendo que o fator humano é o motor da mudança. O líder deve ajustar a experiência ao contexto e às equipas, promovendo a mudança de mindset, capacitando-as para agir com confiança.

Criar estas condições implica definir uma visão com propósito, alinhando a mudança às necessidades das pessoas (Meaning); fomentar um ambiente de segurança psicológica e colaboração, para que as equipas co-criem e evoluam juntas (Empowerment); e promover um ambiente de aprendizagem contínua e alta performance (Growth).

Quando estas condições estão asseguradas, a transformação acontece de forma integrada – do indivíduo para a equipa e da equipa para a organização – maximizando as hipóteses de converter a mudança em resultados de negócio sustentáveis.

2. Acelerar a Transformação

A abordagem Human@Center assegura uma transformação centrada na experiência humana, através de quatro pilares essenciais:

Liderança: Os líderes não gerem apenas a mudança—eles definem o rumo e transformam visão em ação. Os Leader & Transformation Teams Workshops visam criar o “case of change”, alinhar as lideranças com os objectivos da mudança e desenvolver uma narrativa que inspire as equipas.

Engagement: As pessoas apoiam aquilo que ajudam a criar. Identificar influenciadores internos e padrões de colaboração através de network analysis permite direcionar comunicações personalizadas e adaptar iniciativas aos momentos críticos da transformação.

Proficiência: Garantir que as equipas desenvolvem as competências necessárias para as novas formas de trabalhar. As learning journeys, personalizadas para cada colaborador, capacitam para novas funções, enquanto os Proficiency labs aceleram o desenvolvimento e garantem a aplicação prática dos novos modelos de trabalho.

Confiança: Medir, ajustar e garantir que a transformação entrega resultados. Dashboards e métricas de adoção monitorizam a prontidão organizacional e fornecem dados estratégicos para antecipar desafios.

3. O Momento de Sucesso

Cerca de 96% das transformações passam por momentos críticos, onde a evolução do programa pode estagnar ou desviar-se do rumo – os chamados turning point. 75% destes momentos ocorrem na fase de planeamento e implementação inicial.

Nesta fase, os primeiros sinais de alerta surgem nas mudanças de comportamentos e emoções das equipas (KBIs), antecipando possíveis desvios antes que qualquer indicador de desempenho os reflita. Um turning point é decisivo e pode definir o rumo da transformação – positivamente, acelerando o impacto e a confiança das equipas, ou negativamente, aumentando a resistência à mudança e comprometendo os resultados.

Para transformar estes momentos em vantagem competitiva – e aumentar em 12 vezes a probabilidade de um turning point se tornar num episódio acelerador da mudança –, os líderes precisam de identificar rapidamente o problema, trabalhar com as equipas para compreender a causa e criar as condições certas para impulsionar a performance e garantir a sustentabilidade da transformação.

Está preparado para liderar o futuro com confiança, através das suas pessoas?

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Inquilinos impedidos de legalizar contrato de arrendamento no Fisco. PS questiona Governo

Socialistas querem saber por que razão o Ministério das Finanças ainda não regulamentou a medida prevista há mais de um ano no Mais Habitação. Requerimento já deu entrada no Parlamento.

Os inquilinos ainda não conseguem legalizar o contrato de arrendamento na Autoridade Tributária (AT), quando o senhorio não procede ao seu registo, apesar de a lei, que aprovou o Mais Habitação, o permitir há mais de um ano. Medida está por regulamentar e impede a dedução das rendas no IRS e o acesso a apoios.

O grupo parlamentar do PS já questionou o Ministério das Finanças para saber por que razão ainda não regulamentou a norma, quando o tenciona fazer e que resposta o Fisco tem dado aos cidadãos que procuram comunicar os seus contratos, segundo um requerimento que deu entrada na Assembleia da República.

“Caso o Governo não responda ou não dê uma explicação cabal, o grupo parlamentar admite chamar ao Parlamento a Autoridade Tributária e a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais”, Cláudia Reis Duarte, indicou ao ECO o deputado do PS, Miguel Matos. O Executivo está obrigado a responder aos grupos parlamentares no prazo de 30 dias.

“A lei do Mais Habitação entrou em vigor em outubro de 2023. Na altura, era o Governo do PS, de António Costa, que estava em funções, mas entrou em gestão pouco tempo depois. E a responsabilidade de regulamentar a possibilidade de registo do contrato pelo inquilino ficou do lado deste Executivo. Mas isso ainda não foi feito, passado mais de um ano”, salientou o parlamentar. “A única explicação para este atraso é o facto da AT ainda não ter os mecanismos informáticos desenvolvidos, mas o Governo tem de sinalizar isso, dar uma resposta”, reforçou.

Miguel Costa Matos, deputado do PS, em entrevista ao ECO - 16JAN23
Miguel Costa Matos, deputado do PS, em entrevista ao ECOHugo Amaral/ECO

Em concreto, a lei n.º 56/2023, de 6 de outubro altera o artigo 60º do Código do Imposto de Selo passando a prever que caso os senhorios não comuniquem à Autoridade Tributária o contrato de arrendamento, os inquilinos “podem fazê-lo, em declaração de modelo oficial, nos prazos e termos a regulamentar por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças”.

“Tratando-se de uma comunicação obrigatória, e cuja responsabilidade é remetida, em primeira instância, aos senhorios, entendeu o legislador, reconhecendo a existência de um elevado índice de informalidade no mercado do arrendamento, devem também os inquilinos ter a possibilidade de efetuar essa comunicação”, lê-se no requerimento que os socialistas enviaram ao Ministério, liderado por Joaquim Miranda Sarmento.

Miguel Matos defende que “esta é uma medida muito importante para combater o problema da informalidade” no mercado habitacional em Portugal. Aliás, uma auditoria da Inspeção-Geral das Finanças (IGF), divulgada no ano passado e relativa a 2023, já tinha detetado que “60% dos contratantes arrendatários não tinha contrato de arrendamento registado / vigente e 25% dos contratantes proprietários, com contratos de fornecimento para vários artigos / frações, não tinha atividade declarada”.

No final do ano passado, a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, indicou que o Fisco já “acomodou uma boa parte das recomendações” da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) para um maior controlo dos arrendamentos ilegais, acrescentando que outras “estão a ser implementadas”. Mas a medida do Mais Habitação continua por regulamentar.

Assim, “a comunicação dos contratos de arrendamento à Autoridade Tributária não só contribui para reduzir a informalidade e para melhorar a qualidade da informação disponível sobre o mercado, como possibilita a devida tributação dos rendimentos prediais auferidos pelos senhorios, assegurando também aos inquilinos o usufruto pleno dos seus direitos, quer em sede de dedução dos encargos com rendas, quer também em sede de acesso a instrumentos de política pública de apoio à habitação, como é o caso do apoio extraordinário à renda ou o Porta 65″, argumenta o grupo parlamentar.

No entanto, e “até à presente data – mais de um ano após a entrada em vigor da lei n.º 56/2023, de 6 de outubro – não se encontra publicada a regulamentação necessária à comunicação dos contratos de arrendamento por parte dos inquilinos à Autoridade Tributária, continuando a comunicação dos contratos de arrendamento a estar reservada aos senhorios”, sinalizam os deputados.

Por isso, os socialistas solicitam ao ministro das Finanças que responda às seguintes perguntas:

  1. Por que motivo o Governo ainda não procedeu à regulamentação da medida?
  2. Quando pretende o Governo publicar a regulamentação em falta e assegurar a sua implementação?
  3. Que resposta tem a Autoridade Tributária fornecido aos cidadãos que procuram comunicar os seus contratos de arrendamento?

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“Aposto que não és capaz”, desafia Betclic em campanha com Herman José

  • + M
  • 4 Fevereiro 2025

Assinada pela Funnyhow, a campanha conta com produção da Setenta e Oito e planeamento de meios da OMD. Marca presença em televisão, out-of-home, print, cinema e digital.

“Contratar um humorista para o teu funeral? Aposto que não és capaz”, diz a Betclic num dos episódios da campanha que estreia esta terça-feira e onde dá a conhecer oito diferentes histórias de amigos que se desafiam mutuamente e que transformam “situações banais em situações inesquecíveis”.

Herman José é o protagonista deste episódio onde, enquanto humorista, é contratado para atuar num funeral. Nos outros sete episódios é ainda possível assistir a personagens que tatuam frases com erros, amigos que recolhem o saco de entrega de comida ao estafeta com os dentes ou a performances de pole dance numa paragem de autocarro, sempre ao som da música “Tu és a que eu quero”, de José Pinhal.

“Com a campanha ‘Aposto que não és capaz’, queremos mostrar como uma simples aposta pode transformar qualquer situação numa experiência inesquecível. A nossa intenção é apelar ao lado mais divertido de uma aposta, incentivando a convivência entre amigos e criando histórias memoráveis. É mais uma ação onde a Betclic reforça o seu tom inusitado e autêntico, comunicando de forma ousada e irreverente“, diz Tiago Simões, country manager da Betclic, citado em comunicado.

Assinada pela Funnyhow, a campanha conta com realização de Nuno Alberto, produção da Setenta e Oito e planeamento de meios da OMD. Marca presença em televisão, out-of-home (OOH), print, cinema e digital.

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Madalena Caldeira é a nova sócia da Gómez-Acebo & Pombo

Madalena Caldeira foi nomeada sócia da Gómez-Acebo & Pombo, um ano após a sua integração no escritório de Lisboa, na qualidade de coordenadora do departamento de Direito do Trabalho.

A Gómez-Acebo & Pombo reforçou a equipa de sócios com a nomeação de Madalena Caldeira. Segundo explica a firma, esta nomeação surge um ano após a sua integração no escritório de Lisboa, na qualidade de coordenadora do departamento de Direito do Trabalho.

Esta nomeação traduz o justo reconhecimento pelo trabalho inexcedível que foi desenvolvido pela Madalena, consagrando o papel determinante que tem desempenhado no desenvolvimento e consolidação de uma área de prática absolutamente crucial para o nosso tecido empresarial e que tem vindo a assumir um cada vez maior protagonismo no seio da nossa prática”, sublinha a managing partner Mafalda Barreto.

Madalena Caldeira supervisiona e coordena a prestação de assessoria jurídica laboral a empresas nacionais e internacionais, assistindo, nomeadamente, na gestão de negociações e cessação de contratos de trabalho, em processos de despedimento coletivo e de rescisão, no acompanhamento e representação de clientes na revisão e negociação de instrumentos de regulamentação coletiva, e na elaboração de pareceres e memorandos.

A nova sócia conta ainda com vasta experiência em processos de mobilidade laboral, como transferências de local de trabalho e de estabelecimento, matérias relacionadas com segurança social e tributação de rendimentos do trabalho. Tem tido particular intervenção em assuntos relacionados com aquisições, sempre na perspetiva dos recursos humanos – quer na realização de processos de due diligence, quer na assistência na contratação, transmissão de estabelecimento e assuntos conexos – bem como no pré-contencioso e contencioso laboral.

A assessoria que presta é transversal aos vários setores de atividade, contudo, apresenta especial enfoque na indústria aeronáutica, dos transportes, das comunicações, da hotelaria e do retalho, tendo participado em importantes processos de reestruturação e privatização nacionais.

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Operação Tutti Frutti. Ministério Público arquiva investigação a Medina e acusa 60 arguidos

Entre os arguidos acusados neste caso estão o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, o deputado do PSD Carlos Eduardo Reis e o ex-deputado social-democrata Sérgio Azevedo.

O Ministério Público acusou 60 pessoas, entre elas autarcas das mais importantes juntas de freguesia de Lisboa, funcionários e empresários, no âmbito do processo Tutti Frutti, avançou a CNN Portugal e confirmou o ECO. Em causa estão crimes de corrupção, prevaricação, abuso de poder, tráfico de influência e participação económica em negócio, segundo a acusação, a que o ECO/Advocatus teve acesso.

As imputações relativas a Fernando Medina, ex-ministro e ex-autarca socialista, foram todas arquivadas. Entre os arguidos acusados neste caso estão o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, o deputado do PSD Carlos Eduardo Reis e o ex-deputado social-democrata Sérgio Azevedo. Em autoria estão em causa três de corrupção passiva (um agravado), dois de corrupção ativa, sete de branqueamento, dois de tráfico de influência. Além das dezenas de crimes imputados aos vários arguidos, o MP pediu ainda a perda de mandato para aqueles que foram eleitos para cargos autárquicos.

“Os arguidos Sérgio Azevedo, Rodrigo Gonçalves, Vasco Morgado, Nuno Firmo, Luís Newton, Ângelo Pereira, Fernando Braamcamp, Ameetkumar Subhaschandra, Patrícia Brito Leitão, Rodolfo de Castro Pimenta, Ana Sofia Oliveira Dias, Inês de Drummond e José Guilherme Aguiar praticaram os factos de que vêm acusados no exercício de mandato autárquico, valendo-se dos respetivos cargos para satisfazer interesses de natureza privada em prejuízo do interesse público, em grave violação dos deveres inerentes às suas funções de autarcas”, escreve o MP no despacho.

“Da prova recolhida nos autos, não é possível extrair que Fernando Medina, acedendo às insistências de Sérgio Azevedo e acabando por resolver a situação de encontro aos interesses da XV -Associação Amigos do Rugby de Belém que lhe chegaram representados por este, o tivesse feito com o propósito inequívoco de os beneficiar por via de uma atuação conscientemente contrária ao direito”, diz a acusação. “A factualidade descrita revela comportamentos, incluindo de Fernando Medina, que se desviam e atropelam as normas que enquadram o exercício das funções públicas, e, por isso, ilícitos, reveladora de um modo de gestão e funcionamento da res publica merecedor de um juízo de censura. Porém, não sendo o crime em causa punido a título de negligência, mas de dolo, in casu até específico, sendo evidente que existia uma vontade de todos de que o resultado ocorresse, como ocorreu, não existe, contudo, a prova de uma intenção de desvirtuar as normas jurídicas e afastá-las para benefício dos mesmos”, acrescenta o despacho do Ministério Público.

Fernando Medina prestou declarações, dizendo, em síntese, “que não teve intervenção no procedimento conducente à atribuição do apoio financeiro, o qual competia aos serviços da Câmara Municipal de Lisboa, ao vereador responsável pelo pelouro do desporto e ao executivo camarário, não tendo sequer estado presente na reunião de executivo na qual foi deliberada a respetiva atribuição”, dizem os magistrados. “Referiu, ainda, que agendou a reunião a pedido de Sérgio Azevedo, desconhecendo os interesses que o mesmo pudesse ter na atividade da XV, e que nessa reunião ouviu os interessados, na presença do vereador do Desporto, e que o que daí saiu foi que a Câmara Municipal de Lisboa apoiaria a construção do campo, o que o próprio, intimamente, apenas admitiria na circunstância de estarem reunidos os pressupostos legais para o efeito. Negou ter comprometido o município com a sua atuação e ter interferido no procedimento, acrescentando que o município apoia financeiramente outros clubes na cidade e que, inclusivamente, Lisboa preparava-se para ser Cidade Europeia do Desporto, considerando que o apoio concedido era, também por isso, de interesse para a cidade”.

Neste processo são investigados, desde 2018, alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.

Fernando Medina anunciou a 29 de julho, em comunicado, que o MP solicitou a sua audição na qualidade de arguido no âmbito do processo “Tutti Frutti”, acrescentando, na altura, ter solicitado à Assembleia da República o levantamento da imunidade parlamentar “com a maior brevidade possível” para poder, “pela primeira vez em tantos anos, ter a oportunidade de esclarecer em sede própria as dúvidas que o MP tem”. No mesmo comunicado esclareceu ser suspeito da “prática de um alegado crime de prevaricação”.

A factualidade descrita revela comportamentos, incluindo de Fernando Medina, que se desviam e atropelam as normas que enquadram o exercício das funções públicas, e, por isso, ilícitos, reveladora de um modo de gestão e funcionamento da res publica merecedor de um juízo de censura. Porém, não sendo o crime em causa punido a título de negligência, mas de dolo, in casu até específico, sendo evidente que existia uma vontade de todos de que o resultado ocorresse, como ocorreu, não existe, contudo, a prova de uma intenção de desvirtuar as normas jurídicas e afastá-las para benefício dos mesmos”.

Magistrados do Ministério Público

Em causa está a atribuição alegadamente indevida, “por mim, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em 23 de março de 2017, de um apoio financeiro no valor de duzentos mil euros – a realizar em dois anos – à XV – Associação Amigos do Rugby de Belém, no âmbito do apoio ao associativismo desportivo”, explicou então Fernando Medina. O deputado disse ter visto, “com perplexidade, que a fundamentação do MP assenta num erro grosseiro e inexplicável”, recusando qualquer ilegalidade. E salientou que já decorreram mais de sete anos desde o início do inquérito e de se ter manifestado disponível para prestar declarações.

A operação batizada de “Tutti Frutti” investiga desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.

Pedro Nuno lamenta demora “preocupante”. “Finalmente livre”, desabafa Duarte Cordeiro

Questionado sobre o facto de as imputações relativas a Fernando Medina terem sido todas arquivadas, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos salientou que essa é uma “boa notícia”, mas criticou que “as pessoas que tiveram o seu nome na praça pública envolvido neste caso tivessem de esperar oito a nove anos pelo arquivamento do processo”.

“Isso sim é preocupante e deve-nos fazer pensar a todos. Porque estes processos têm impacto na vida das pessoas e, por isso, os processos têm de ser mais céleres, para protegermos a nossa democracia e o Estado de direito. Portanto, a notícia boa é a do arquivamento, a notícia má é do tempo que demorou até ao arquivamento”, concretizou o líder socialista, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3.

Entretanto, também Duarte Cordeiro, igualmente ilibados no âmbito deste processo, recorreu às redes sociais para assinalar que fica “finalmente livre” depois de “anos a lidar com especulação e suspeita”. “Ficou clarificado o que sempre disse. Não há nada que surpreenda no que me diz respeito e só lamento o tempo que demoram estes processos a concluírem as suas investigações. Relembro que nunca fui sequer ouvido”, escreveu no Instagram.

(Notícia atualizada às 14h50 com reação de Duarte Cordeiro)

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Entidade da Transparência “não viu” conflito de interesses nas empresas imobiliárias criadas por Hernâni Dias

Ex-secretário de Estado, que se demitiu por ter constituído duas empresas imobiliárias dias antes da aprovação da polémica lei dos solos, garante que pediu parecer prévio à Entidade da Transparência.

O ex-secretário de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território revelou esta terça-feira que, antes de criar as duas empresas imobiliárias, questionou a Entidade da Transparência para saber se o podia fazer e se isso não colocaria problemas de conflitos de interesse. Hernâni Dias garante que a entidade deu luz verde desde que fossem cumpridas duas condições: não podia ter a maioria do capital social e não podia ser sócio gerente.

Durante uma audição parlamentar, o antigo governante sublinhou, por outro lado, que não informou o primeiro-ministro nem o ministro da Coesão sobre a constituição destas empresas, que estiveram na origem da sua demissão, mas explicou que apresentou a demissão do Executivo porque não queria “estar numa posição de prejudicar a ação governativa ou o primeiro-ministro”.

“Tive toda a preocupação de cumprimento estrito da legalidade”, garantiu aos deputado o ex-governante. “Não vi nenhum problema na constituição das empresas, tal como a Entidade da Transparência não viu”, acrescentou, garantindo que “não foi, não é e não será objeto destas empresas tratar de nada a ver com prédio rústicos para serem transformados em prédios urbanos”.

Já como governante, com a mulher e os filhos, o secretário de Estado da Administração Local criou duas empresas que podem beneficiar com a nova lei dos solos, diploma em que participou. Segundo a RTP, numa das sociedades detém 35%, tal como a mulher que é a gerente, e cada um dos filhos detêm 15%. As atividades da empresa são no setor imobiliário na construção civil e na gestão do património. A MCRH tem sede em Bragança e foi constituída a 28 de outubro de 2024. Ou seja, dois meses antes da publicação em Diário da República a nova lei dos solos e numa altura em que já estava a ser elaborada.

Hernâni Dias revelou que “nenhuma das empresas tem qualquer atividade”. “A empresa não adquiriu ou alienou nenhum imóvel. O objetivo principal era reabilitação e exploração da atividade turística de duas habitações. Foi o grande objetivo com que as empresas foram criadas”, sublinhou.

Nenhuma das empresas tem qualquer atividade. Não adquiriu ou alienou nenhum imóvel. O objetivo principal era reabilitação e exploração da atividade turística de duas habitações.

Hernâni Dias

Ex-secretário de Estado da Administração Local

O ex-secretário de Estado apenas declarou a primeira empresa por “entender” que “não estava diretamente ligado à segunda” já que foi a primeira empresa que entrou no capital social da segunda. Ainda assim, a 6 de janeiro. Hernâni Dias enviou uma comunicação eletrónica à Entidade da Transparência a questionar se também deveria declarar a segunda empresa tal como fez com a primeira. “Até ao dia de hoje ainda não tenho resposta. Quando tiver posso partilhar com esta comissão”, explicou aos deputados.

“Não escondi nada sobre as empresas criadas. O objetivo não foi a intermediação imobiliário, mas a exploração turística de dois imóveis em espaço rural para retirar dividendos dessas unidades”, disse. “Não houve nenhum tipo aproveitamento ou negócio feito por estas empresas”, garantiu. Assim sendo, os deputados questionaram a opção de escolher um âmbito de atividade tão alargado para as suas empresas. E sublinharam se o facto de um dos proprietários da empresa ser um menor, com 50% do capital, os restantes 50% pertencem à primeira, não é uma forma de contornar as condições impostas pela Entidade da Transparência.

Hernâni Dias não quis “prejudicar a ação governativa ou o primeiro-ministro”

Perante as suas explicações, os deputados questionaram a razão pela qual o ex-secretário de Estado se demitiu se entendia que não havia ilegalidades. E sublinharam o facto de o primeiro-ministro não ter feito ainda qualquer declaração sobre o caso.

“Na minha atividade sempre agi de boa-fé, com lisura e transparência”, sublinhou Hernâni Dias. “A minha demissão deu-se pelo facto de verdadeiramente ter sido muito cauteloso na dimensão legal da constituição das empresas”, mas “não fui tão cauteloso na dimensão política, o que foi aproveitado pelos partidos”. “Eu não devia estar numa posição de prejudicar a ação governativa ou o senhor primeiro-ministro”, afirmou. “Não devia eu próprio ser um elemento prejudicial à governação do país”, acrescentou.

“Assumo a inteira responsabilidade dos meus atos. Não tenho nada escondido ou que merecesse censura na minha atuação, mas não me sentiria confortável se estivesse a ser um elemento desestabilizador da ação do Governo e por isso apresentei a minha dimensão”, justificou. Hernâni Dias deixou ainda uma ressalva: não tinha uma responsabilidade acrescida ao nível da alteração da lei dos solos, porque a tutela do ordenamento do território está a cargo do ministro da Coesão, Manuel Castro Almeida, e nunca foi delegada no secretário de Estado.

Assumo a inteira responsabilidade dos meus atos. Não tenho nada escondido ou que merecesse censura na minha atuação, mas não me sentiria confortável se estivesse a ser um elemento desestabilizador da ação do Governo e por isso apresentei a minha dimensão.

Hernâni Dias

Ex-secretário de Estado da Administração Local

Hernâni Dias garante ainda que não sente ter violado o Código de Conduta do Governo. “Estou tranquilo e confortável com a minha atuação a todos os níveis”, disse, sublinhando que soube “fazer a leitura” do aproveitamento político que os partidos da oposição estavam a fazer da questão. “Quando constituí as empresas, não estando a violar a lei, não me parece que tenha ferido o código de conduta”, disse, sublinhando que se a resposta da Entidade da Transparência não tivesse sido positiva a sua “posição teria sido outra e não estaria nesta qualidade a prestar estes esclarecimentos”.

“Não tenho conhecimento estar a ser investigado pela procuradoria europeia”

O ex-secretário de Estado foi ouvido no âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda sobre a criação destas duas empresas imobiliárias que podem configurar conflito de interesse já que o responsável foi responsável pela redação da lei dos solos. Havia dois requerimentos, mas apenas este foi aceite. O requerimento referente ao caso de Bragança foi chumbado e, como tal, os deputados não colocaram questões referentes ao tema.

No entanto, o responsável que foi a primeira baixa no Governo de Luís Montenegro aproveitou a esclarecer também este caso. O antigo presidente da Câmara Municipal de Bragança está a ser investigado pela Procuradoria Europeia por suspeitas de ter recebido contrapartidas durante o seu percurso como autarca. No entanto, Hernâni Dias garante que não tem qualquer conhecimento de estar a ser algo de alguma investigação.

“Não tenho até agora conhecimento de nada que esteja a ser investigado pela procuradoria europeia”, disse o ex-responsável. “Por isso, no questionário que me foi colocado não pensei que tivesse de lá colocar algum assunto”, acrescentou.

Ainda assim, o ex-secretário de Estado revelou que a 28 de janeiro endereçou uma carta ao Procurador-Geral da República, perante as notícias que davam conta dessa investigação, para se colocar “à inteira responsabilidade” Procurador para “total esclarecimento da verdade”.

Hernâni Dias garante que foi o próprio que, “na primeira hora, perante dúvidas relativas à empreitada” desenvolvida na zona industrial de Bragança fez uma “participação ao Ministério Público para investigar essa intervenção para aferir se poderia haver algum prejuízo ao município de Bragança”. O ex-responsável reiterou que pediu ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para fazer uma auditoria para saber se obra foi realizada de acordo com as especificidades definidas no caderno de encargos e de acordo com o concurso lançado.

Tendo em conta que a obra foi realizada com apoio de fundos europeus, o ex-responsável considera normal que as “entidades europeias verificarem se houve algum constrangimento”.

Segundo a RTP, Hernâni Dias é suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança. A propriedade de um imóvel ocupado no Porto pelo filho do ex-secretário de Estado pertence ao filho de um dos sócios de uma construtora que ganhou o concurso para a ampliação da zona industrial de Bragança.

Hernâni Dias rejeita liminarmente as suspeitas e disse aos deputados que trazia consigo as cópias das transferências bancárias que fez mensalmente para pagar a renda do apartamento no Porto ocupado pelo seu filho e outros estudantes universitários de Bragança e que estas podiam ser consultadas. A renda terá sido repartida por partes iguais entre os vários ocupantes da casa.

Já quanto ao Imóvel de que é proprietário em Vila Nova de Gaia, Hernâni Dias garante que o comprou com recurso a um empréstimo bancários de 225 mil euros. Em causa está um imóvel de 282 mil euros, o restante foi o próprio que deu como entrada. “É verdade, comprei em Vila Nova de Gaia um imóvel 282 mil euros, está dentro da minha capacidade financeira para suportar prestações ao banco todos os meses”, disse.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Salsa da Sonae ‘mete a segunda’ na Índia em cidade satélite com 900 mil habitantes

Marca de vestuário detida pela Sonae, que tem quase 200 lojas, emprega 1.200 pessoas e fatura 180 milhões, reforça presença no mercado asiático depois da estreia em Nova Deli.

Dois meses depois de abrir a primeira loja na Índia, a portuguesa Salsa Jeans, que emprega 1.200 pessoas e faturou 180 milhões de euros em 2023, dos quais 70% nos mercados internacionais, acaba de inaugurar um segundo espaço comercial no país asiático.

A marca de jeans e vestuário em denim passa a estar presente na loja multimarca Coyu no IREOGrandView Tower, em Gurugram, uma cidade satélite de Deli, no estado de Haryana, com cerca de 900 mil habitantes e que é um dos principais centros financeiros e tecnológicos da Índia.

Tal como aconteceu na primeira unidade em Nova Deli, a abertura deste novo espaço, com uma área de 569 metros quadrados, foi realizada em parceria com o grupo de moda indiano Lyskraft, especialista na gestão de marcas internacionais. A marca nacional está atualmente presente em mais de 40 países e estreou-se na Jordânia também no ano passado.

Este investimento “sublinha o ambicioso plano de expansão global e a recetividade da marca neste mercado tão vibrante”, sublinha o CEO da Salsa Jeans. Em comunicado, Hugo Martins afirma que a marca nacional quer ser uma “referência” no gigante asiático e destaca o “consumidor exigente” na nova localização.

Detida a 100% pelo grupo Sonae, que em 2016 começou por comprar metade da participação à família Vila Nova e há quatro anos adquiriu a restante à outra acionista (Wonder Investments), a marca especializada em denim e que tem a base industrial em Famalicão detém atualmente mais de 190 lojas próprias e franchisadas, das quais 61 em Portugal, e vende também através de 1.200 espaços multimarca, além do canal online.

Criada em 1994 – quatro anos depois abriu a primeira loja no Norteshopping (Matosinhos) e em 2002 a primeira fora do país, em Espanha –, a marca Salsa está incorporada na Zeitreel, a unidade de negócio da Sonae para o setor da moda. Integra também a Mo ou a Zippy, tendo em 2023 registado uma quebra de 4% nas vendas, para 371 milhões de euros, prejudicada pela retração do consumo propiciada pelo disparo da inflação.

Em abril de 2023, a Salsa Jeans anunciou um investimento de sete milhões de euros na fábrica de Ribeirão, no concelho de Vila Nova de Famalicão (distrito de Braga), onde nasceu em 1987 a empresa têxtil, que começa no desenvolvimento do produto e das coleções, e se estende até à lavagem e acabamentos.

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Depósitos a prazo captam recorde de 128 mil milhões em 2024 apesar de pagarem cada vez menos

O montante de novos depósitos a prazo de particulares atingiu um valor recorde de 128,4 mil milhões de euros no ano passado, apesar de o juro médio ter descido quase um ponto percentual.

As famílias portuguesas aplicaram 128,4 mil milhões de euros em depósitos a prazo no ano passado, o valor mais elevado desde o início da série em 2003, apesar de Portugal ter tido a oitava maior redução dos juros entre os países da Zona Euro em 2024, de acordo com dados oficiais conhecidos esta terça-feira.

O ano de 2024 volta a ilustrar a forte preferência dos portugueses por este instrumento de poupança, apesar de a banca nacional pagar juros relativamente baixos face aos pares europeus. De acordo com o Banco de Portugal, passámos a ser “o sexto país com a menor taxa de juro média” na área do euro. Em 2023, éramos o oitavo.

Taxas de juro dos novos depósitos de particulares, por prazo acordado:

Fonte: Banco de Portugal

De acordo com o banco central, o montante das novas operações de depósitos a prazo das famílias atingiu 128,4 mil milhões de euros em 2024, o que representam quase mais 40 mil milhões do que no ano anterior. O recorde “resulta, em grande medida, da reaplicação em novos depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo e sem renovação automática”.

Quanto à remuneração, desceu 0,92 pontos percentuais (pp) entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, mês em que a taxa de juro média se fixou nos 2,16%. “A descida registada em Portugal foi superior ao decréscimo verificado para a média dos países da área do euro, continuando o país, assim, abaixo da taxa média deste conjunto de países (2,61%)”, refere o Banco de Portugal na nota estatística.

Por outras palavras, a banca nacional conseguiu no ano passado captar um montante recorde para depósitos a prazo, apesar de ter continuado a cortar no juro pago aos aforradores e de pagar uma remuneração mais baixa do que a média do euro.

Taxa de juro dos novos depósitos a prazo de particulares (países da área do euro):

Fonte: Banco de Portugal

“A redução da remuneração média foi transversal a todos os tipos de depósitos. Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média reduziu-se 0,92 pp, de 3,10%, em dezembro de 2023, para 2,18% em dezembro de 2024. Estes depósitos foram dominantes durante todo o ano, representando, em 2024, 97% do montante total de novas operações de depósitos a prazo de particulares (87% em 2023)”, sublinha a mesma nota do supervisor bancário.

A informação contempla ainda os depósitos a prazo das empresas, que aplicaram 86,9 mil milhões de euros neste tipo de instrumento em 2024, mais 10,8 mil milhões do que no ano prévio. Para estas, o juro diminuiu 0,8 pp, para 2,66%. Novamente, menos do que a média dos bancos da moeda única.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h39)

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Crédito à habitação bate recorde em 2024 com forte descida dos juros e isenção fiscal para jovens

Jovens até aos 35 anos foram os principais responsáveis pelo aumento da procura por crédito à habitação, que atingiu os 17,6 mil milhões de euros no ano passado.

Os bancos concederam 17,6 mil milhões de euros em novos créditos à habitação em 2024, um novo recorde, com a forte descida das taxas de juro e a isenção de IMT e imposto de selo para os jovens a impulsionar a procura.

“Os novos contratos de crédito à habitação cresceram 4,5 mil milhões de euros, para 17,6 mil milhões de euros, atingindo o valor mais elevado desde o início da série, em dezembro de 2014”, assinala o Banco de Portugal, em comunicado.

Montante dos novos créditos à habitação em alta no final de 2024

A instituição liderada por Mário Centeno refere que o aumento nos empréstimos para a compra de casa deveu-se sobretudo à maior procura de mutuários com menos de 35 anos, que representaram 47% dos novos contratos.

“O crescimento deste segmento foi impulsionado pela entrada em vigor, em agosto, do Decreto-Lei n.º 48-A/2024, que isenta de IMT e de imposto do selo a compra da primeira habitação por jovens até aos 35 anos”, refere o Banco de Portugal.

A procura por crédito à habitação foi impulsionada também pela descida da taxa de juro média, que passou de 4,19%, em dezembro de 2023, para 3,20% em dezembro de 2024, diminuindo pelo 14.º mês consecutivo.

Taxas de juro do crédito à habitação em queda

A concessão de empréstimos também aumentou nos novos contratos de crédito ao consumo, cujo montante cresceu 12,3% para 6,4 mil milhões, e ainda mais nos “outros fins”, onde o acréscimo foi de 47% para 2,5 milhões. Ao contrário do crédito à habitação, no consumo a taxa de juro média das novas operações não baixou em 2024, ficando praticamente inalterada nos 8,56%. Nos empréstimos para outros fins recuou para 3,92%.

Tudo somado, o financiamento aos particulares atingiu os 26,5 mil milhões de euros em 2024, o que representa um salto de 29% face aos 12 meses anteriores.

O ano que passou ficou também marcado por uma forte redução das renegociações de crédito (-53,8%) para 7,8 mil milhões, explicada sobretudo pela diminuição no crédito à habitação. Já as amortizações antecipadas de crédito à habitação mantiveram-se elevadas, totalizando 10,2 mil milhões de euros em 2024, menos 400 milhões de euros do que em 2023.

O crédito a empresas também cresceu, com o montante dos novos contratos a aumentar 12,8% para 22,9 mil milhões de euros em 2024, devido sobretudo à evolução positiva registada nos financiamentos até 1 milhão de euros.

A taxa de juro média dos novos empréstimos às empresas baixou no ano passado, de 5,66% em dezembro de 2023 para 4,3% no fim de 2024.

(Notícia atualizada às 12h30)

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Rui Guerra assume liderança da fintech iCapital em Portugal

Hub de Lisboa da fintech, atualmente com mais de 240 colaboradores, tem um novo managing partner. Rui Guerra substitui Vanda de Jesus, que assumiu a coliderança do Doutor Finanças, com Nuno Leal.

Rui Guerra é o novo managing director da fintech iCapital em Portugal, substituindo Vanda de Jesus no cargo, confirmou o ECO junto da empresa. O hub de Lisboa da fintech tem atualmente mais de 240 colaboradores.

“Confirmamos que Rui Guerra, adicionalmente ao seu atual cargo de head of international corporate finance, foi nomeado head of the management da equipa em Portugal, desde 1 de janeiro de 2025. Irá igualmente assumir como chairman da administração em Portugal”, informa fonte oficial da empresa ao ECO.

Rui Guerra é o novo managing director da iCapital em Portugal

Na iCapital desde 2022, o profissional tem tido “um papel fundamental na construção e supervisão de todas as funções de finanças corporativas relacionadas às operações da iCapital fora dos EUA”, refere a mesma fonte.

A partir de Lisboa, Rui Guerra lidera uma equipa financeira que cobre os mercados da Europa e Médio Oriente (EMEA), Ásia-Pacífico (APAC) e América Latina (LATAM). O profissional tem uma carreira de 25 anos na área da banca de investimento, tendo durante 15 anos sido managing director do banco Finantia.

“O Sr. Guerra foi encarregado de dar continuidade ao sucesso da iCapital Portugal e liderar o escritório no seu próximo capítulo de sucesso. O centro de tecnologia e operações da iCapital em Lisboa tem sido fundamental para o crescimento dos negócios internacionais da empresa e atualmente emprega mais de 240 pessoas”, precisa a mesma fonte.

Vanda de Jesus que até recentemente liderava o hub em Lisboa assumiu um cargo de administração não executivo na fintech. Assumiu a coliderança do Doutor Finanças, juntamente com Nuno Leal, tendo Rui Barrada assumido a função de chairman da empresa portuguesa.

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Trump determina criação de fundo soberano que pode vir a comprar a Tiktok

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

A diretiva de Donald Trump determina a criação de um "fundo soberano" que, segundo o Presidente, poderá servir para a aquisição do TikTok, mas que também pode incluir "um monte de coisas".

Donald Trump assinou uma ordem executiva que determina que os departamentos do Tesouro e do Comércio criem um “fundo soberano”, afirmando que este pode vir a adquirir a rede social TikTok.

“Acredito que Scott e eu vamos criar um fundo soberano incrível. Outros países muito mais pequenos já os têm e não são os EUA. Temos um potencial incrível neste país”, disse, aludindo ao seu nomeado para secretário do Tesouro, Scott Bessent, em declarações prestadas na Casa Branca.

Ao falar sobre este fundo, Trump avançou o exemplo do Tiktok, abrindo a porta à sua aquisição. “Vamos fazer alguma coisa. Talvez com o Tiktok ou talvez não. Podemos colocá-la no fundo soberano“, disse, acrescentando que há “um monte de coisas” que podem ser incluídas no fundo.

Esta plataforma continua a funcionar nos EUA, graças à prorrogação por 75 dias assinada por Trump, em 21 de janeiro, um dia depois de ter sido empossado presidente. O decreto de Trump ordenou ao procurador-geral e ao Departamento de Justiça que não aplicassem sanções nem uma lei do anterior presidente, Joe Biden, nos próximos 75 dias.

A lei de Biden obrigava esta plataforma de vídeos a separar-se da sua holding chinesa, ByteDance, e a encontrar um comprador de um país que não fosse considerado “um adversário” antes de 19 de janeiro.

Apesar de o Supremo Tribunal ter aprovado a lei, a plataforma não mudou de empresa. Pelo que deixou de funcionar, durante um dia, até que Trump assinou a ordem.

Há semanas, Trump escreveu na sua rede social, em alusão ao futuro do Tiktok, que “gostaria que os EUA tivessem 50% de uma empresa conjunta”. Desta forma, escreveu, “salvamos o TikTok, mantemo-lo em boas mãos e permitimos que continue a crescer”.

Na semana passada, o recém-empossado Presidente dos EUA também afirmou que a Microsoft estaria em negociações para adquirir o TikTok e que gostaria de assistir a uma “guerra de licitações” pela compra da rede social.

Após as declarações do líder norte-americano, a Microsoft não quis comentar e a ByteDance, empresa chinesa dona da rede social, não respondeu aos pedidos de comentários.

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