Nuno Piteira Lopes confirmado como candidato do PSD e CDS à câmara de Cascais

Atual vice-presidente da autarquia avança como candidato. Carlos Carreiras, presidente há 12 anos, entra como mandatário da coligação Viva Cascais.

Carlos Carreiras, presidente da câmara de Cascais desde 2011, será agora mandatário coligação do PSD e CDS candidata às autárquicas deste ano

A coligação do PSD e CDS candidata à câmara de Cascais vai ser encabeçada por Nuno Piteira Lopes, atual vice-presidente no executivo liderado por Carlos Carreiras. A formalização decorreu nesta quarta-feira, com Carlos Carreiras a assumir o papel de mandatário.

Presidente desde 2011, quando substituiu António Capucho na liderança da autarquia, e eleito com maioria em 2013, 2017 e 2021, Carlos Carreiras assume um lugar de destaque na comunicação da candidatura do seu vice-presidente, ao surgir como mandatário, mas prescindirá do seu lugar na Assembleia Municipal. Para a presidência deste órgão, Luís Mota Soares, ex-ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social no Governo de Passos Coelho, repete o lugar como cabeça de lista da coligação, recandidatando-se ao cargo para o qual foi eleito nas eleições autárquicas de 2017.

“Existe um trabalho que tem sido feito, mas que ainda não está terminado”, refere Nuno Piteira Lopes, em comunicado, pelo que, considera, “é preciso renovar o compromisso com o projeto que tem sido desenvolvido ao longo destes anos, aproveitando todo o legado que nos foi deixado. O novo acordo de coligação “Viva Cascais” traz um novo ciclo, uma nova dinâmica e uma nova ambição para todos, com o propósito de continuar a desenvolver políticas que promovam a coesão social e o bem-estar dos munícipes.”

O novo líder da coligação que governa a câmara desde 2001, “Viva Cascais”, é descrito por Carreiras como “o candidato a presidente da câmara com mais experiência. Acompanha a atividade autárquica há quase 20 anos – conhece todos os dossiers, de todas as áreas”.

As próximas eleições autárquicas decorrerão no final de setembro ou início de outubro, em data ainda a decidir e anunciar pelo próximo Governo da República, num prazo máximo de 80 dias antes do ato, período que remete para meados de julho.

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Rui Gonçalves é o novo Diretor de Operações da seguradora agrícola Hagel

A Hagel, seguradora agrícola que resultou da evolução da Safe-Crop de Filipe Charters de Azevedo, acaba de nomear Rui Gonçalves para dirigir as operações da nova companhia no mercado português.

A recém criada seguradora agrícola Hagel, evolução da mediadora Safe Crop, acaba de nomear Rui Gonçalves como Diretor de Operações da sucursal em Portugal. A sua nomeação é conhecida após a aprovação por parte da ASF como diretor de topo.

Rui Gonçalves, o novo diretor Operacional da Hagel, a mais recente seguradora agrícola em Portugal.

Rui Gonçalves tem mais de 20 anos de experiência na Fidelidade e, segundo a Hagel, “traz consigo um percurso sólido e diversificado, com especial enfoque nas áreas de operações, contratação pública e marketing”, acrescentando que “a sua entrada representa um reforço estratégico na consolidação da operação nacional e no reforço da proximidade com os agricultores portugueses”.

“A Hagel tem uma missão muito clara e nobre: proteger o agricultor e a atividade agrícola. É esse propósito que me move e que pretendo concretizar no mercado nacional”, afirmou Rui Gonçalves.

Rui Gonçalves junta-se à equipa liderada por Filipe Charters de Azevedo, responsável pela sucursal portuguesa da Hagel, que salienta a importância desta nomeação: “O Rui vem trazer uma visão operacional experiente e uma capacidade de execução que será decisiva para consolidar a nossa presença no terreno”.

A Hagel é uma mútua suíça, uma seguradora detida exclusivamente por agricultores helvéticos, com mais de 140 anos de especialização na proteção contra fenómenos meteorológicos adversos. Fundada em 1880, está diretamente presente na Suíça, França, Itália e Portugal.

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Litehaus levanta 1,5 milhões para acelerar construção de casas

Startup de construção modular 3D, atua em Portugal, Espanha, Estónia e EUA tem já acordos e MOU assinados com um potencial de construção de cerca de 300 milhões de euros.

A Litehaus fechou uma ronda de investimento pré-seed de 1,46 milhões de euros. A startup, que disponibiliza casas em 3D com tecnologia modular, quer acelerar o tempo de construção de habitações, reduzindo os seus custos.

“Sempre quis construir negócios que mudassem a vida das pessoas. Disponibilizar habitação acessível à escala não é apenas uma oportunidade de mercado — é uma das formas mais significativas de criar um impacto real e duradouro”, diz Simi Launay, cofundadora da Litehaus com Thibault Launay.

Fundada no ano passado, a startup nasceu de experiência pessoal do casal de cofundadores na construção da sua própria habitação em Portugal, “marcada por 14 meses de atrasos, 20% de aumentos orçamentais e a difícil coordenação de dez empreiteiros”. Propõe uma plataforma tecnológica que liga “todas as partes do processo – planeamento, profissionais, execução e entrega – numa única solução digital e escalável”.

O capital levantado — que contou com participação da Explorer Investments, Cornerstone VC, Pascal Levy-Garboua e Claster Group — tem como objetivo acelerar o desenvolvimento da plataforma — que, segundo a empresa, “ajuda proprietários de terrenos e imóveis a construir 30% mais barato, 40% mais rápido e 60% mais sustentavelmente” —, bem como reforçar a equipa nas áreas de produto, marketing e operações.

Com sede em Portugal, a Litehaus opera também em Espanha, Estónia e EUA, sendo que o foco concentra-se principalmente em Portugal e Espanha. Neste momento, a startup assinou “17 contratos com clientes B2C no valor de quatro milhões de euros e oito MOU (acordos de entendimento) com outros promotores imobiliários, com um potencial de construção superior a 296 milhões de euros”.

Já ajudou a edificar duas casas e vai apoiar a construção de mais quinze.

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Confiança dos cidadãos na UE no nível mais elevado desde 2007

  • Joana Abrantes Gomes
  • 29 Maio 2025

Eurobarómetro mostra que mais de metade dos cidadãos europeus confiam nas instituições europeias. Mas, sob ameaça de tarifas dos EUA, 48% avaliam situação económica atual negativamente.

A confiança na União Europeia (UE) atingiu o nível mais alto em quase duas décadas. De acordo com o mais recente inquérito do Eurobarómetro, divulgado na quarta-feira, 52% dos cidadãos europeus confiam nas instituições do bloco comunitário, o número mais elevado desde 2007, enquanto apenas 36% dizem confiar nos governos nacionais.

Embora não tenha sido diretamente mencionado nas perguntas feitas aos inquiridos, estes resultados surgem numa altura em que Washington e Bruxelas continuam em negociações após a ameaça do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre as importações de produtos da UE.

Neste contexto, 43% dos cidadãos da UE continuam a ter uma imagem positiva da UE, enquanto 38% têm uma imagem neutra e 18% têm uma imagem negativa. Mais de três quintos (62%) dos cidadãos mostram-se otimistas quanto ao futuro do bloco comunitário.

Já o apoio ao euro atingiu o nível mais elevado de sempre, com 74% dos cidadãos da UE e 83% dos residentes da Zona Euro a apoiarem uma união económica e monetária europeia com uma moeda única.

Apesar do forte apoio à moeda única, os europeus continuam divididos quanto à situação económica atual: 44% descrevem a economia europeia como boa, mas 48% avaliam-na de forma negativa. Mesmo assim, 43% esperam que as condições económicas se mantenham estáveis ao longo do próximo ano.

O inquérito revela também um forte apoio a outras áreas da integração europeia, particularmente na segurança e defesa, em que 81% dos inquiridos defendem uma política comum entre os 27 Estados-membros — o nível mais elevado desde 2004.

Quase nove em cada dez europeus (88%) concordam que deveria haver mais cooperação baseada em regras entre países e regiões do mundo e 78% estão preocupados com a defesa e a segurança da UE nos próximos cinco anos.

Por outro lado, o apoio à política da UE em relação à Ucrânia continua forte, com 77% dos inquiridos a considerarem a invasão russa uma ameaça à segurança europeia e 72% a apoiarem sanções económicas contra a Rússia. “A invasão da Ucrânia pela Rússia continua a ser considerada a questão mais importante ao nível da UE”, refere o Eurobarómetro.

O inquérito foi realizado entre 26 de março e 22 de abril em todos os 27 Estados-membros da UE, com 26.368 entrevistas presenciais.

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Euribor a três meses baixa da fasquia dos 2%

Boas notícias para quem tem crédito da casa e más para quem tem Certificados de Aforro: a Euribor a três meses continua em queda e agora baixou da fasquia dos 2%.

A Euribor a três meses continua em queda e baixou agora da fasquia dos 2%. É uma boa notícia para as famílias que estão a pagar o empréstimo da casa e o contrato está associado a este indexante. Mas para quem tem Certificados de Aforro nem por isso.

Estas taxas interbancárias – que são definidas por um conjunto de bancos da Zona Euro nas operações que fazem entre si — estão a deslizar há vários meses perante o alívio da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) em resultado da diminuição das pressões inflacionistas.

Esta quinta-feira, a Euribor a três meses baixou para os 1,996%, renovando mínimos desde dezembro de 2022. Já a taxa no prazo a seis meses subiu para 2,056% e a 12 meses subiu para 2,07%, de acordo com os dados divulgados pela Lusa.

Euribor a três meses abaixo dos 2%

Fonte: Refinitiv

A redução das Euribor representa uma boa notícia para quem comprou casa e está agora a pagar o crédito ao banco. Isto porque estas taxas servem de base para o cálculo da prestação mensal nos contratos com taxa variável. Ou seja, quanto mais baixa a Euribor, mais reduzida é a mensalidade paga ao banco. É o que tem acontecido nos últimos meses depois de dois anos de forte aperto em que a prestação da casa disparou em linha com as Euribor. Em junho, a prestação vai cair mais de 100 euros.

No caso da Euribor a três meses, os últimos dados (referentes a 2023) indicam que perto de 28% dos contratos de empréstimo à habitação estavam indexados a este prazo.

Para os aforradores, porém, a redução da Euribor a três meses é sinónimo de menor rentabilidade. Sobretudo para quem tem dinheiro investido nos Certificados de Aforro, cuja remuneração base está associada à evolução desta taxa.

A remuneração dos Certificados de Aforro é determinada no antepenúltimo dia útil do mês com base na média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores, com um limite de 2,5%. Há alguns meses que estes títulos deixaram de render o máximo permitido devido à evolução da Euribor. Em junho, a taxa base vai cair para 2,07%, o nível mais baixo desde setembro de 2022, quando atingiu os 1,43%, ainda durante a comercialização da Série E.

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Finanças definem quem é abrangido pela declaração de IVA periódica automática

Em causa estão os sujeitos passivos residente em território nacional, que tenham classificado todas as faturas e documentos retificativos de fatura em que constam como adquirentes.

O Fisco, com base nas informações que dispõe, vai passar a disponibilizar uma declaração de IVA periódica automática. Mas faltava definir quem era abrangido por esta medida de simplificação fiscal.

Numa portaria publicada esta quinta-feira em Diário da República, o Ministério das Finanças explica que em causa estão os sujeitos passivos residentes em território nacional; que tenham classificado todas as faturas e documentos retificativos de fatura em que constam como adquirentes e não podem estar no Regime de IVA de Caixa. Os três requisitos têm de ser preenchidos cumulativamente.

De fora ficam ainda os contribuintes que, no período de imposto, efetuem atividades de importações e exportação; comprem bens ou serviços em que o sujeito passivo de imposto seja o próprio adquirente ou destinatário dos mesmos; ou realizem operações abrangidas por um qualquer regime especial ou particular do imposto sobre o valor acrescentado.

Na mesma portaria, o Ministério das Finanças alerta ainda que “as faturas e documentos retificativos de fatura que não foram previamente comunicados pelo emitente e foram registados manualmente pelo adquirente no e-fatura não serão considerados na declaração periódica automática, para efeitos de dedução do IVA respetivo”.

O projeto de IVA automático tem vindo a ser implementado de modo faseado desde 2018, com a Autoridade Tributária a pré-preencher os campos das declarações do IVA. Mas é necessário continuar a verificar se os montantes das faturas estão corretamente inseridos, à semelhança do que acontece com as declarações de IRS automático.

Além da criação da declaração automática de IVA, em sede do mesmo imposto, foram introduzidas outras alterações como a dispensa das declarações obrigatórias “redundantes”, em sede de Informação Empresarial Simplificada (IES), nomeadamente a eliminação do anexo O, referente ao Mapa Recapitulativo de Clientes e a eliminação da obrigação de submissão de declaração de início de atividade de categoria B (trabalho independente) para sujeitos passivos que pratiquem apenas um ato isolado, quando este ultrapasse 25 mil euros. O ato isolado pode agora ser de qualquer valor, sem necessidade de abertura de atividade.

Além disso é também eliminada a vinculação de três anos ao regime de declaração periódica mensal de IVA para contribuintes com volume de negócios inferior a 650 mil euros. Quando este valor é ultrapassado no exercício anterior, os contribuintes passam a ter de entregar uma declaração de alterações. Deixa de ser obrigatório manter livros de registo para efeitos de IVA.

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Barómetro CIP/ISEG aponta para moderação do crescimento no segundo trimestre

Barómetro indica que dados de atividade e de sentimento já conhecidos para abril apontam para uma tendência de moderação do crescimento em termos homólogos entre abril e junho.

O Barómetro de Conjuntura CIP/ISEG aponta para uma moderação de crescimento homólogo no segundo trimestre, assinalando que os indicadores já conhecidos são pouco animadores. No documento divulgado esta quinta-feira indica ainda que irá rever em baixa as previsões para a totalidade do ano.

“Os dados de atividade e de sentimento já conhecidos para abril são compatíveis com tendência de moderação do crescimento em termos homólogos para o segundo trimestre do ano”, refere.

O Barómetro salienta que a contração em cadeia da economia em 0,5% registada no primeiro trimestre e o crescimento de 1,6% em termos homólogos não era antecipada por nenhuma projeção pública e “implicará uma revisão em baixa na projeção de crescimento CIP/ISEG para a totalidade de 2025″.

Em maio de 2025, o Índice de Confiança ISEG, relativo à evolução da atividade económica portuguesa no curto prazo, desceu 0,3 pontos percentuais face ao mês anterior para 47,2. Em termos homólogos (em relação a maio de 2024), o aumento percentual do índice foi de 11,6%. “Relativamente ao mês anterior, a dispersão das votações dos membros do Painel diminuiu, pelo que aumentou o consenso dos mesmos sobre a evolução da economia portuguesa”, indica.

No Barómetro assinala-se que a evolução do Indicador de Tendência de Atividade Global CIP/ISEG reflete a tendência de estabilização da atividade económica observada em março face a fevereiro. “A atividade nos setores do comércio a retalho e dos serviços manteve a tendência de crescimento homólogo, embora com alguma moderação nos respetivos contributos para evolução do indicador“, refere.

Em sentido contrário, “a produção industrial voltou a apresentar um contributo negativo para a evolução do indicador CIP/ISEG – registo que se mantém desde novembro de 2024″.

Fonte: Barómetro CIP/ISEG de maio

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Cartel dos fogos: PJ faz buscas ao Estado Maior da Força Aérea e em empresas de helicópteros

  • ECO
  • 29 Maio 2025

A CNN Portugal avança que diferentes empresas de helicópteros funcionaram em lógica de cartel para boicotar concursos públicos, podendo ter lesado o Estado em dezenas de milhões de euros.

A PJ está a fazer buscas nas instalações do Estado Maior da Força Área e de empresas de helicópteros por suspeitas de corrupção. O Estado pode ter sido lesado em dezenas de milhões de euros, avança a CNN Portugal. Uma informação que foi entretanto confirmada pela Polícia Judiciária (PJ) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A Autoridade da Concorrência (AdC) também já confirmou estar envolvida nas diligências.

Segundo a CNN, diferentes empresas funcionaram em lógica de cartel para boicotar concursos públicos. Estas empresas impunham requisitos especiais e inflacionados de forma a obrigar o Estado a ceder às exigências que são concertadas perante o aproximar da época de incêndios. Em causa podem estar os crimes de associação criminosa, corrupção, burla e fraude fiscal.

Estão indiciados altos responsáveis de empresas, também decisores do Estado, adianta ainda. Em causa está uma alegada viciação das regras da contratação pública para a compra de helicópteros.

Estes concursos públicos incidem na compra de serviços de operação, manutenção e gestão da aeronavegabilidade dos meios aéreos próprios do Estado, dedicados exclusivamente ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR).

Como resultado destas buscas, foram constituídos 12 arguidos, sete pessoas singulares e cinco pessoas coletivas, num processo que continua em investigação e que se encontra em segredo de justiça, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), citada pela Lusa.

Adianta ainda que a operação “Torre de Controlo” incluiu 28 mandados de busca, que decorreram em domicílios e sociedades comerciais e de contabilidade e em organismos públicos, nos distritos de Lisboa, Beja, Faro, Castelo Branco, Porto e Bragança.

Já a SIC Notícias avança que uma das empresas – a Gesticopter, com sede em Monfortinho, distrito de Castelo Branco – tem ligações ao cunhado e ao irmão do ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

Em declarações à SIC Notícias, o ministro confirmou ter conhecimento de que uma empresa com ligações à família concorreu a concursos públicos na área do combate aos incêndios. Por esse motivo, pediu escusa em Conselho de Ministros quando fossem discutidas pastas relacionadas.

De acordo com uma nota publicada pela PJ na manhã desta quinta-feira, as sociedades comerciais sediadas em Portugal investigadas, que faziam parte de uma “complexa rede” estabelecida pelo menos desde 2022, têm vindo a controlar a participação nos concursos públicos no âmbito do combate aos incêndios rurais em Portugal, no valor de cerca de 100 milhões de euros.

Já durante a tarde, fonte oficial do regulador da concorrência confirmou “a participação em diligências de busca e apreensão” da PJ, “justificadas por suspeitas de corrupção e cartelização em concursos públicos de aquisição de meios aéreos de combate a incêndios”.

“Os elementos da AdC estão a participar nas diligências em quatro localizações empresariais do Norte, Grande Lisboa e Algarve. A colaboração entre as duas entidades, AdC e PJ, justifica-se pela existência de investigações paralelas, ambas sujeitas a segredo de Justiça”, sublinha.

Mais acrescenta a AdC que a respetiva investigação “está relacionada com suspeitas de conluio entre empresas nos procedimentos de contratação pública para fornecimento de meios aéreos de combate a incêndios”.

(Notícia atualizada às 16h20 com comunicado da AdC)

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Portugal não pode ter medo de crescer, apontam empresários

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  • 29 Maio 2025

Associação Empresarial do Minho celebrou o quarto aniversário a defender crescimento, coesão regional e independência como motores do futuro económico.

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) assinalou quatro anos de atividade com um evento em Ponte de Lima que juntou empresários, autarcas e decisores. No centro da celebração esteve a convicção de que a região tem de crescer — e de que esse crescimento depende de mais cooperação, menos preconceitos e uma estratégia económica mais ambiciosa. “Há em Portugal um preconceito em relação ao crescimento”, afirmou o presidente da associação, Ramiro Brito.

“Não é um crime tentar ter uma grande empresa. Só através do crescimento é que conseguimos uma sociedade mais próspera”, acrescentou. A independência da associação foi destacada como um valor central e a coesão empresarial da região como uma missão prioritária. “O maior desafio é cooperar. Portugal não vai conquistar território, tem de conquistar mercados”, afiançou.

Ramiro Brito, presidente da Associação Empresarial do Minho

Para Vasco Ferraz, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, o evento foi também um momento de reflexão sobre o papel de Portugal no novo contexto económico europeu. “A reindustrialização é uma prioridade estratégica. Temos de inverter a tendência da deslocalização industrial e investir em inovação”, afirmou. E deixou um desejo: “Que o Minho venha a ser um dos territórios mais dinâmicos da nossa Europa.”

Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Economia, falou da urgência de reduzir a dependência externa da Europa. “O modelo europeu é insustentável se não voltarmos a investir nas tecnologias do futuro”, defendeu, apontando a perda de competitividade face a economias como os EUA e a China. “A reindustrialização não é opcional, é uma necessidade”, sublinhou o antigo responsável político.

Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Economia

Para Portugal, considerou, a mudança é uma oportunidade. “Temos um tecido empresarial mais resiliente, mais qualificado e habituado a lidar com dificuldades”, disse, deixando um aviso. “Se não tivermos alinhamento institucional entre setor público e privado, desperdiçaremos parte do nosso potencial. Isso seria um erro que o país não se pode permitir”, rematou.

Reindustrialização europeia passa pelo Minho

Num painel dedicado à reindustrialização da Europa, os participantes deixaram um alerta claro: sem escala, cooperação e visão estratégica, Portugal arrisca perder a nova corrida industrial. “A Europa não se pode demitir da sua tradição industrial. Se não aproveitarmos esta oportunidade, corremos o risco de nos tornarmos num museu”, afirmou Ana Teresa Lehmann, economista e ex-secretária de Estado da Indústria, lembrando que “já perdemos o comboio da inteligência artificial”, mas ainda há margem para liderança na manufatura avançada.

Sofia Tenreiro, recém-nomeada CEO da Siemens Portugal, sublinhou a necessidade de foco e coordenação. “Temos hubs de inovação em Portugal que são únicos no mundo. Mas precisamos de menos fragmentação e mais cooperação para escalar”, acredita. A executiva destacou o papel da tecnologia, nomeadamente da cibersegurança e dos chamados gémeos digitais — como base para uma indústria “altamente automatizada e competitiva”.

Do lado do financiamento, Gonçalo Regalado, presidente do Banco Português de Fomento (BPF), defendeu que “o problema não é falta de dinheiro, é falta de projetos”. Revelou que o banco já pré-aprovou 125 mil garantias e tem 1300 milhões de euros disponíveis só do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Temos de convencer os empresários que escalar é criar valor. E o país não pode ter vergonha de quem quer ganhar dinheiro”, considerou.

Ana Teresa Lehmann, economista e ex-secretária de Estado da Indústria, Sofia Tenreiro, CEO da Siemens Portugal e Gonçalo Regalado, presidente do Banco Português de Fomento

A necessidade de ultrapassar preconceitos em torno da dimensão empresarial foi também abordada por Luís Aguiar-Conraria, economista e professor da Universidade do Minho, que encerrou o evento de forma provocadora. “Faz impressão a aversão ao lucro e ao crescimento. Em Portugal, penalizamos fiscalmente quem tem lucros”, criticou. O académico apelou ainda a uma maior articulação entre universidade e empresas e lamentou o “reflexo de dar tiros no pé” por via de regulações excessivas ou descoordenação estratégica.

Luís Aguiar-Conraria, economista e professor da Universidade do Minho

Na sua intervenção final, Aguiar-Conraria defendeu que “os políticos não devem escolher setores vencedores – isso é trabalho dos empresários”, e destacou que Portugal tem hoje jovens mais qualificados do que a média europeia. “A nova revolução tecnológica pode permitir reindustrializar sem mais mão de obra. É uma oportunidade que não podemos desperdiçar”, concluiu.

Assista aqui ao evento completo:

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GroupM acabou, nasceu a WPP Media

  • + M
  • 29 Maio 2025

A WPP Media substitui o GroupM como empresa global de meios. As marcas Mindshare, Wavemaker e EssenceMediacom, presentes em Portugal, mantém-se.

O GroupM, braço de media do grupo WPP deu lugar à WPP Media. “Respondendo à crescente procura por parte dos profissionais de marketing por capacidades totalmente integradas, a WPP Media substitui a GroupM como a empresa global de meios da WPP“, anunciou a nível global a companhia. “Enquanto a GroupM foi concebida para uma época em que a escala dos meios era o mais importante, a WPP Media representa o poder da IA, dos dados e da tecnologia, com soluções mais simples e integradas”, resume o CEO do grupo, Mark Read.

As marcas Mindshare, Wavemaker e EssenceMediacom, as agências de meios presentes em Portugal, “continuarão a fornecer equipas dedicadas aos clientes, agora como parte integrante da WPP Media, beneficiando de capacidades, tecnologia e funções de suporte comuns”, aponta o grupo, em Portugal liderado por Francisco Teixeira.

A WPP Media está totalmente integrada nas restantes redes e capacidades globais da WPP através da WPP Open — o sistema de marketing da WPP potenciado por inteligência artificial –, “criando a plataforma mais avançada do setor para serviços criativos, produção, dados, comércio e entrega de meios personalizados à escala”, prossegue o grupo britânico.

No comunicado, a companhia descreve que “o modelo totalmente integrado da WPP Media permite aos clientes unificar meios, dados e produção, gerindo de forma holística as suas atividades próprias, partilhadas e pagas, com o objetivo de entregar personalização em larga escala. Os serviços da empresa são ainda reforçados por capacidades de comércio digital e de medição e análise de última geração”.

“Os consumidores já esperam que a publicidade seja relevante e envolvente e que as experiências de compra sejam fluidas; essas expectativas só vão aumentar na era da IA. A WPP Media foi criada para um mundo em que os meios estão por todo o lado e em tudo. Ao investir no nosso produto impulsionado por IA, integrar a nossa oferta com dados e tecnologia e capacitar as nossas equipas com competências orientadas para o futuro, estamos a ajudar os nossos clientes a manterem-se à frente da rápida evolução do comportamento do consumidor e a desbloquear as oportunidades ilimitadas de crescimento que a IA irá criar”, afirma citado em comunicado Brian Lesser, CEO da WPP Media.

A agora WPP Media gere mais de 60 mil milhões de dólares em investimento anual em meios e trabalha com mais de 75% dos principais anunciantes mundiais, em mais de 80 mercados.

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EDP alerta que defesa e independência energética são indissociáveis

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

Administrador Pedro Vasconcelos espera que o aumento dos custos previstos pela União Europeia (UE) na área da Defesa não impacte negativamente os investimentos no setor energético.

O administrador da EDP Pedro Vasconcelos alerta para a importância da independência energética na Europa, afirmando que esta questão está hoje “lado a lado” com as prioridades de defesa do continente.

Em entrevista à Lusa, no âmbito do Dia Mundial da Energia, Pedro Vasconcelos reforçou que “Defesa e independência energética não são realidades que se separem“. Nesse sentido, espera que o aumento dos custos previstos pela União Europeia (UE) na área da Defesa não impacte negativamente os investimentos no setor energético.

“A Europa é claramente dependente energeticamente. Dependia em excesso e em exclusividade da Rússia, e a Alemanha aprendeu, em primeira instância, essa lição”, afirmou o administrador, salientando ainda o impacto dos preços do gás. “Pagamos entre cinco a dez vezes mais caro o gás do que pagávamos antes da Covid-19”, apontou o também presidente executivo do negócio da EDP na Península Ibérica.

Segundo o responsável, “cada eletrão novo que produzimos, seja de sol, vento ou água, é um eletrão a menos que temos que queimar gás”, aproveitando para reforçar a necessidade de acelerar a integração das renováveis no sistema europeu.

A independência energética “tem a dupla valência de, primeiro, evitar as dependências americanas, ou russas, no limite, ou do Médio Oriente. E, segundo, traz competitividade à Europa“, explicou, sublinhando que países como Alemanha, Reino Unido, França, Polónia, Itália e a Península Ibérica estão a apostar fortemente nas renováveis para reduzir a dependência do gás.

Questionado sobre os maiores obstáculos ao desenvolvimento energético na Península Ibérica, o administrador da EDP destacou as dificuldades nos processos de licenciamento e aprovações ambientais, que são “extremamente difíceis, morosos e com pouca visibilidade sobre prazos”.

“Conseguir acelerar os licenciamentos e tornar as regras mais claras é fundamental”, defendeu, apontando que a Comissão Europeia prevê mecanismos para acelerar projetos em zonas já impactadas por energias renováveis.

Além disso, apontou a necessidade de investimentos e agilidade nas redes de transmissão e distribuição, para garantir a conexão das novas fontes renováveis. “A digitalização, automação e qualidade da informação são fundamentais para garantir a visibilidade e o funcionamento eficiente do sistema, especialmente com o crescimento do autoconsumo”, acrescentou.

Olhando para a frente, o administrador da EDP prevê que, num horizonte próximo, talvez até em menos de 10 anos, os consumidores serão também produtores e gestores da sua energia, numa rede inteligente e interconectada.

No futuro próximo, “os papéis de consumidores e produtores vão-se confundindo ao longo do tempo”, afirmou, destacando o conceito de “prosumers” — consumidores que também produzem energia.

A Europa é claramente dependente energeticamente. Dependia em excesso e em exclusividade da Rússia, e a Alemanha aprendeu, em primeira instância, essa lição.

Pedro Vasconcelos

Administrador da EDP

Segundo o responsável, carros elétricos poderão passar a injetar energia na rede em momentos de necessidade, “desde que o sistema assim o permita”, o que requer regulação, infraestrutura e digitalização. Esta descentralização, concluiu, “traz resiliência e redundância ao sistema”, tornando-o mais robusto e sustentável.

Instado a comentar quais as áreas que terão de acelerar mais para garantir o avanço da transição energética — produção, distribuição, consumo ou regulação –, o administrador da EDP foi categórico: “Todos”.

Destacou a evolução registada nas últimas décadas, sublinhando a passagem “de 50 produtores em Portugal para cerca de 40 mil”, e salientou melhorias na distribuição e transporte, com “qualidade de serviço que nunca tivemos antes, a um custo cada vez mais reduzido”.

O administrador apontou ainda uma forte procura por novas conexões nas redes elétricas, impulsionada por data centers e indústrias que querem instalar-se na Península Ibérica. “Só em Espanha há 70 gigawatts de consumo novo a querer entrar, enquanto Portugal tem 23 gigawatts de capacidade instalada. Mas ainda não há resposta suficiente, porque se espera por investimentos e decisões dos operadores”, lamentou.

Renováveis já aliviam fatura da luz dos portugueses

As energias renováveis já estão a ter um impacto direto e positivo na fatura da eletricidade dos portugueses, assegura o administrador da EDP Pedro Vasconcelos. “Nos últimos três ou quatro anos, as renováveis já têm demonstrado o seu enorme valor na fatura final dos clientes”, disse na entrevista à agência Lusa.

Segundo o responsável, a presença crescente de energia solar e eólica no sistema elétrico nacional tem sido decisiva para travar a escalada dos preços da eletricidade, num contexto internacional marcado por forte pressão sobre o custo do gás natural.

Antes da pandemia, o preço do gás rondava os 5 a 8 euros por megawatt-hora (MWh). “Depois da pandemia e da guerra na Ucrânia, esses valores dispararam para os 50 euros, e Portugal continua 100% dependente deste combustível”, recordou Vasconcelos. “Se não tivéssemos renováveis, a fatura teria subido muito mais”, alertou o também presidente executivo da EDP Iberia.

Lembrando as feed-in tariffs, mecanismos de política pública usados para incentivar a geração de energia renovável, o responsável acrescentou que além de funcionarem como um “amortecedor” contra a volatilidade dos mercados internacionais, as renováveis trouxeram vantagens económicas diretas para os consumidores.

“Chegámos a ter situações em que a energia foi comprada a 90 euros e vendida a 230 euros. Foi um sobreproveito que estabilizou o sistema e evitou aumentos nas tarifas de acesso à rede”, uma das parcelas da conta da eletricidade, explicou.

Ainda que as renováveis estejam a contribuir para a estabilização dos preços, o gestor defende que a fatura da luz continua pressionada por uma carga fiscal significativa. Pedro Vasconcelos lembra que o IVA da eletricidade continua nos 23%, a que se juntam a taxa do audiovisual, a tarifa social — suportada durante anos pelos produtores —, bem como impostos adicionais aplicados à geração de energia em Espanha, com impacto também no mercado português.

“Esta é uma discussão de política orçamental. O Estado tem um bolo para gerir. Se baixar o IVA ou aliviar taxas na energia, vai ter de compensar noutro lado”, referiu.

No ano passado, o Governo alargou a taxa de IVA reduzida (6%) ao consumo mensal de eletricidade de até 200 kWh (ou até 300 kWh para famílias numerosas) para potências contratadas até 6,9 kVA, mas o escalão normal de 23% mantém-se para o restante consumo.

Segundo o administrador da EDP, esta realidade explica por que motivo, mesmo com preços de mercado cada vez mais baixos durante o dia — incluindo os chamados “preços zero” da energia solar —, os consumidores não sentem esses valores refletidos diretamente na conta mensal. “A fatura elétrica traz muito mais do que a energia propriamente dita”, alertou.

Ainda assim, Pedro Vasconcelos destaca que a competitividade do setor elétrico nacional tem permitido absorver grande parte desta carga fiscal sem penalizar o consumidor. “Segundo o Eurostat, Portugal tem tarifas de eletricidade significativamente mais baixas do que a média europeia — mais baratas do que em Espanha, França ou Alemanha, mesmo com todos estes encargos”, sublinhou.

Para o responsável, é graças à força das renováveis que esse equilíbrio tem sido possível. “Se não fossem elas, estaríamos a pagar muito mais. Hoje, os portugueses já veem esse benefício na sua fatura”, reforçou.

O responsável pelo negócio da Península Ibérica da EDP rejeita ainda culpar as renováveis pelo apagão de 28 de abril. “O problema claramente não é das renováveis, elas estavam a cumprir o seu objetivo. A pergunta é que outras centrais ou mecanismos deveriam estar a funcionar em simultâneo para o sistema estar estável e ter os adequados níveis de redundância para que não falhasse”, acrescentou.

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Carneiro aberto a viabilizar Orçamento diz que PS não deve vetar nome da AD para presidente da AR

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

José Luís Carneiro assumiu o objetivo de ganhar as eleições autárquicas e disse que gostaria de contar com o ex-líder do PS, Pedro Nuno Santos, "na vida política ativa".

O candidato à liderança socialista José Luís Carneiro afirmou que contribuirá para viabilizar o Orçamento do Estado, afastando “um psicodrama” na eleição do presidente do parlamento porque o PS “não tem o direito” de vetar o nome da AD.

“Vamos contribuir para a viabilização do orçamento, mas não vamos fazer como a doutora Manuela Ferreira Leite, que disse eu nem quero ver o Orçamento. Não vamos dizê-lo porque é importante vê-lo”, assegurou José Luís Carneiro na Grande Entrevista da RTP na quarta-feira à noite.

Nesta entrevista, na qual assumiu o objetivo de ganhar as eleições autárquicas e disse que gostaria de contar com o ex-líder do PS, Pedro Nuno Santos, “na vida política ativa”, o candidato à liderança do PS foi questionado sobre a disponibilidade que terá para a viabilização do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

“Vamos aguardar pela proposta do Governo. Ao viabilizar o programa do Governo, em princípio, deve-se viabilizar o instrumento para pôr em prática o programa do Governo, que é o Orçamento”, começou por responder, considerando que será na avaliação da execução do documento que depois também se avaliará o Governo.

Na opinião de José Luís Carneiro, se o Executivo de Luís Montenegro “pretender manter uma atitude de respeito pelo PS, deve evitar colocar no Orçamento dimensões que sabe que colidem com valores fundamentais” dos socialistas, reiterando uma “abertura para a viabilização” do documento.

Sobre a disponibilidade do PS para apoiar José Pedro Aguiar-Branco — que já se mostrou disponível – para ser de novo presidente da Assembleia da República, o deputado referiu que “os partidos têm a liberdade de proporem quem entender para a composição da mesa do Parlamento”.

“Assim como nós consideraríamos inaceitável que procurassem vetar um dos nomes apresentados pelo PS, também consideramos não ter o direito de vetar o nome apresentado pela AD para a presidência da Assembleia da República”, enfatizou.

Na opinião do candidato a secretário-geral do PS — até agora o único na corrida à sucessão — “não há necessidade de ter psicodrama”, assim “haja capacidade de diálogo e de boa-fé”.

Sobre as presidenciais e questionado sobre se o PS apoiará ou não um candidato, e se preferiria António José Seguro, António Vitorino ou Augusto Santos Silva, o dirigente socialista começou por sublinhar o “imenso respeito por qualquer um” destes nomes.

“Há uma deliberação da Comissão Nacional do PS: quem decidir avançar ser candidato, deve avançar. Os órgãos do partido reunirão, avaliarão e decidirão sobre quem apoiar. Os militantes são livres de fazerem as suas opções e não há um regime sancionatório para aqueles que exercem a sua liberdade e a sua autonomia com responsabilidade”, apontou.

Assegurando que cumprirá essa decisão da Comissão Nacional de fevereiro, Carneiro garantiu que a sua “decisão final será aquela que melhor preservar a unidade do PS”.

Sobre a sua candidatura, o socialista assegurou que “não houve pressa absolutamente nenhuma”.

Depois da contagem final dos votos ter ditado que o PS passou a terceira força política em número de deputados, apesar de se manter em segundo lugar em termos de percentagem de votos, por um curtíssima margem de distância em relação ao Chega, Carneiro assumiu que “são dias difíceis porque o PS teve um resultado muito amargo”.

Em 13 de março, à Lusa, a então vice-presidente da bancada do PS Marina Gonçalves acusou o presidente da Assembleia da República de fazer “afirmações graves” sobre o então líder socialista e de participar num “jogo político concentrado em agarrar o poder” quando tem sido o “garante da instabilidade no parlamento”.

Na véspera, Aguiar-Branco acusou Pedro Nuno Santos de ter feito “pior à democracia em seis dias do que André Ventura em seis anos”, numa intervenção à porta fechada no Conselho Nacional do PSD, embora, segundo fontes do partido, tenha assinalado que falava na qualidade de militante e não na de presidente da Assembleia da República.

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