Galp continua sem pressa para vender ativos na Namíbia, mas é a “solução natural”

"É claro para nós que não estamos com pressa. Apesar de o farm down ser a solução natural no futuro, não há calendário final nesta fase", afirma a co-CEO, Maria João Carioca.

A Galp continua sem pressa para encontrar um parceiro para o projeto de exploração na Namíbia, afirma a co-CEO Maria João Carioca. A nova administração mantém, desta forma, a posição que já havia sido veiculada pelo ex-CEO, Filipe Silva, de que a petrolífera prefere não apressar a venda destes ativos.

“Continuamos a procurar a solução que nos dê a certeza de que retiramos valor do ativo. Tendo em conta a respetiva dimensão e potencial, acreditamos que a venda parcial [farm down] é, obviamente, uma solução natural“, introduziu Maria João Carioca.

A co-CEO da Galp falava numa chamada com analistas, no rescaldo da apresentação de resultados da Galp, que foram divulgados esta segunda-feira de manhã. “É claro para nós que não estamos com pressa. Apesar de o farm down ser a solução natural no futuro, não há calendário final nesta fase. Faremos por, com certeza, ter uma parceria que alinhe incentivos com um parceiro futuro. E é esse o nosso foco agora”, concluiu.

A Galp detém uma posição de 80% num bloco de exploração de petróleo na Namíbia, cujo potencial comercial despertou a atenção de gigantes do setor desde que foi divulgado, em abril do ano passado. A petrolífera assumiu que pretendia manter uma posição significativa, mas foi noticiado pelos meios internacionais que a empresa portuguesa estaria a considerar vender uma fatia de 40% destes ativos.

Os analistas questionaram ainda a Galp sobre as conclusões que a empresa conseguia, de momento, retirar dos trabalhos de prospeção que estão a decorrer na Namíbia. Carioca afirmou que estão ainda a ser recolhidos dados e que estão a começar a agregar aqueles que já possuem e a analisá-los.

De momento, a petrolífera está na quinta perfuração do complexo petrolífero na Namíbia e, de acordo com o vídeo de apresentação de resultados partilhado esta manhã, a empresa espera ter resultados em relação a esta prospeção ainda este mês.

2025 com perspetivas em baixa. Melhora em 2026

A Galp espera atingir um EBITDA de, pelo menos, 2,5 mil milhões de euros em 2025, comparando em baixa com os 3,297 milhões de euros em 2024. Já a previsão da empresa para o cashflow operacional é de 1,6 mil milhões de euros em 2025, também abaixo dos 2,1 mil milhões atingidos em 2024. Em 2026, com “menos ventos contrários”, o cash flow operacional deverá ascender a 2,6 mil milhões de euros, que seria uma subida de 20% em relação a 2024, contabilizou Maria João Carioca, num vídeo explicativo dos resultados.

Em 2025, a produção do grupo deverá cifrar-se nos 105 mil barris por dia. “Ligeiramente” abaixo dos níveis de 2024 na sequência de um processo de manutenção extraordinário que decorrerá este ano. Em 2026, a normalidade deverá regressar às operações e a produção deve aumentar, segundo foi partilhado no mesmo vídeo.

Em relação ao investimento líquido (net CAPEX) a previsão é que fique abaixo dos 800 milhões em 2025 e 2026, sendo 65% dirigido ao crescimento. Ficam abaixo da anterior fasquia de mil milhões de euros, refletindo a “disciplina” financeira da empresa, justificou a CEO. No entanto, ressalva que 2025 deverá ser um ano “mais pesado” em termos de investimento, tendo em conta a aceleração no projeto de exploração de gás no Brasil, o Bacalhau.

Já no que respeita aos projetos de combustíveis sustentáveis para aviação e de hidrogénio, as operações deverão iniciar-se em 2026, confirma a responsável. A empresa procurará oportunidades no armazenamento e hibridização dos respetivos projetos, admitindo que, no que diz respeito aos projetos solares, houve uma “adaptação” às condições de mercado.

Novo CEO só daqui a seis meses, “pelo menos”

Quanto ao processo de recrutamento de um novo CEO para a Galp deverá demorar, pelo menos, seis meses, adiantou o co-CEO João Diogo Marques da Silva, durante a mesma conference call.

O gestor, que divide para já a liderança interina da petrolífera com Maria João Carioca, após a saída de Filipe Silva, assegurou que a equipa está focada no trabalho.

“Temos um grande apoio do Conselho de Administração”, adiantou, assegurando que “há um processo de recrutamento competitivo em andamento, para avaliar candidatos internos e externos”.

“Sabemos que [o processo de recrutamento] irá levar pelo menos seis meses”, indicou ainda.

(Notícia atualizada às 12:54 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IRS. Tem até hoje para comunicar ao Fisco mudanças no agregado familiar e despesas de estudante no interior

O prazo para informar a Autoridade Tributária sobre a composição familiar assim como as despesas de dependente a estudar no interior ou ilhas termina esta segunda-feira.

Termina esta segunda-feira o prazo para comunicar à Autoridade Tributária (AT) alterações ao agregado familiar assim como as despesas de educação de dependente deslocado a estudar no interior ou ilhas. Estes dados são importantes para aumentar a possibilidade de deduções à coleta na altura do preenchimento da declaração de IRS, cuja campanha arranca a 1 de abril.

Os contribuintes cuja composição do agregado familiar se tenha alterado (por exemplo, com o nascimento de um filho), que tenham mudado de morada ou que tenham a seu cargo uma guarda conjunta de dependente devem atualizar esses dados, todos os anos, entre 1 de janeiro e 17 de fevereiro, ou seja, o prazo termina esta segunda-feira. E a comunicação dos dados pode ser feita online, no portal das Finanças.

No caso de ter a seu cargo uma guarda conjunta, o contribuinte tem de indicar à AT o elemento do agregado que exerce as responsabilidades parentais, o NIF do outro sujeito passivo que exerce em conjunto essas responsabilidades, a percentagem na partilha das despesas (caso não sejam divididas a metade) e a existência ou não de residência alternada. É também necessário informar se o dependente integra ou não a família do contribuinte.

A confirmação do agregado familiar, tendo por referência a sua composição a 31 de dezembro de 2024, é relevante para aquelas situações em que ocorreram mudanças, seja nascimento ou adoção de filhos, divórcio, casamento, óbito ou até alteração do acordo parental ou ainda para aferir a idade dos dependentes.

Caso os contribuintes não atualizem estes dados, a Autoridade Tributária assume, para efeitos de IRS automático e pré-preenchimento das declarações, a informação que foi declarada no ano anterior. Neste caso, em 2024 por referência a 2023.

Também termina hoje o prazo para comunicar as despesas de educação de dependentes a estudar no interior ou nas regiões autónomas. Esta informação vai ter depois impacto no cálculo final do imposto, uma vez que os gastos são majorados em 10% até ao limite global de 1.000 euros.

O mesmo se passa relativamente aos encargos com a renda da casa de quem tenha mudado a residência permanente para o interior. Também nesta situação é possível deduzir um valor mais elevado, até ao limite de 1.000 euros.

Os estudantes que ainda sejam considerados dependentes para efeitos fiscais e tenham tido algum rendimento de trabalho dependente ou a recibo verde, têm de entregar até esta segunda-feira o comprovativo de frequência de estabelecimento de ensino.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Autarca de Faro julgado por alegada violação de regras urbanísticas

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, e a vereadora Sophie Matias vão ser julgados pelo crime de violação de regras urbanísticas, indica o despacho de pronúncia relativo ao processo.

O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, e a vereadora Sophie Matias vão ser julgados pelo crime de violação de regras urbanísticas, indica o despacho de pronúncia relativo ao processo, a que a Lusa teve acesso.

Em causa está o licenciamento de uma obra para a construção de um parque de autocaravanas na freguesia de Montenegro, junto ao Aeroporto de Faro, num terreno agrícola abrangido pelo Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura-Vila Real de Santo António.

No despacho de acusação, datado de outubro de 2023, o Ministério Público (MP) pede que seja aplicada aos dois autarcas a pena acessória de proibição do exercício de função pública, alegando que as suas condutas “revelam manifesto e grave desrespeito dos deveres inerentes às funções exercidas”.

Além dos autarcas, foram constituídos arguidos o chefe de Divisão de Gestão Urbanística e o diretor de Departamento de Infraestruturas e Urbanismo da Câmara de Faro, na altura dos factos, uma sociedade comercial e o seu gerente e o coordenador do projeto de arquitetura e especialidades da obra.

Após a dedução de acusação, todos os arguidos requereram a abertura de instrução, tendo o presidente da autarquia alegado, nessa fase processual, que “não praticou qualquer crime” e que apenas deferiu a emissão do alvará de obra “com base em pareceres técnicos favoráveis”.

Já a vereadora com o pelouro do Urbanismo alegou ter deferido o projeto de arquitetura “em função de informações técnicas dos vários intervenientes do processo”, invocando, ainda, que a compatibilização entre o POOC e o Plano Diretor Municipal (PDM) de Faro “apresenta erros e imprecisões”.

Segundo o despacho de pronúncia, datado de dezembro de 2024 e a que a Lusa teve acesso, por “considerar que foram recolhidos indícios suficientes”, o Tribunal de Faro decidiu pronunciar todos os arguidos para serem submetidos a julgamento.

O início do caso remonta a 2017, altura em que a sociedade Yourset2go — Atividades Turísticas Unipessoal, Lda., gerida por Justino Ramos, pediu à Câmara de Faro a emissão de licença para a obra, tendo o alvará de construção sido emitido em julho de 2019.

Em setembro desse ano, já com a obra avançada e na sequência de reclamações de moradores, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) questionou a Câmara sobre a existência do projeto, sobre o qual “tinha total desconhecimento”, acabando por emitir em novembro parecer desfavorável ao mesmo.

Segundo o despacho de pronúncia, mesmo depois do parecer desfavorável da APA, tanto Rogério Bacalhau como Sophie Matias “não diligenciaram no sentido de interromper a construção até esclarecerem definitivamente a questão, o que revela que […] sabiam, porque tinham de saber, que a ASA [Área de Serviço para Autocaravanas] encontrava-se em área cuja edificação se encontrava interdita”.

Nas declarações que prestaram, os autarcas fizeram crer que aprovavam licenciamentos e projetos de arquitetura sem analisar a respetiva legalidade, “limitando-se à mera declaração de ‘concordância’ com os fundamentos de anterior parecer, informação ou proposta”, lê-se no documento.

“Como sabemos, vereadores e presidentes de Câmara dispõem do poder de elaborar e aprovar os planos de ordenamento do território e de regulamentar a sua aplicação, ou seja, o poder de decidir em matéria de urbanização, alteração do uso do solo e licenciamento de obras, pelo que não é crível que o tenham feito, no presente caso, com a leveza que quiseram transparecer em sede de instrução”, acrescenta.

Por outro lado, sublinha o MP, o licenciamento da obra teve desde o seu início “uma tramitação atípica”, uma vez que a emissão da licença de construção obrigaria ao pedido de parecer prévio à APA, já que o terreno está classificado como agrícola e se encontra dentro dos limites do POOC, “o que não foi feito”.

Assim, para o Ministério Público, “é por demais evidente que “todos os arguidos sabiam que o imóvel […] encontra-se em área cuja edificação se encontra interdita e ainda assim, quiseram que fosse construída a Área de Serviços de Autocaravanas, cientes da desconformidade com as normas aplicáveis”.

O MP investigou ainda se o dono da obra, o antigo presidente da concelhia social-democrata de Faro Justino Ramos, teria sido beneficiado pela autarquia de maioria PSD, mas não foram encontrados indícios de corrupção ou prevaricação por titular de cargo político.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo classifica Alqueva como obra de interesse nacional

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

Governo diz que classificação era devida e que "vai, igualmente, ao encontro dos objetivos definidos para a estratégia 'Água que Une', que está a ser desenvolvida.

O Aproveitamento Hidroagrícola de Alqueva, no Alentejo, com uma área de regadio de cerca de 120 mil hectares, abrangendo 12 concelhos da região, foi classificado pelo Governo como obra de interesse nacional, foi anunciado esta segunda-feira.

A classificação como obra de interesse nacional do grupo I, para projetos que visam uma profunda transformação das condições de exploração agrária de uma vasta região, consta de uma resolução do Conselho de Ministros, publicada esta segunda-feira em Diário da República.

“As suas características únicas e a beneficiação de uma área tão expressiva tornam o Aproveitamento Hidroagrícola de Alqueva uma obra de interesse nacional, que promove uma profunda transformação das condições agrárias de uma vasta região“, salienta, no documento, o Governo.

Segundo a resolução, datada de 06 de fevereiro, a classificação “permite evidenciar a sua importância para o regadio em termos nacionais” e “colmatar a lacuna referente à sua classificação expressa, devida desde a aprovação” do Regime Jurídico das Obras de Aproveitamento Hidroagrícola (RJOAH).

Esta distinção do empreendimento “vai, igualmente, ao encontro dos objetivos definidos para a Estratégia ‘Água que Une’, que se encontra a ser desenvolvida pelo Governo”, realça o Executivo de Luís Montenegro.

O documento destaca que o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) é uma obra de aproveitamento dos recursos hídricos associados às bacias hidrográficas dos rios Guadiana e Sado, fazendo uso do potencial hídrico armazenado na albufeira de Alqueva, com uma capacidade total de 4.150 hectómetros cúbicos.

“O Aproveitamento Hidroagrícola de Alqueva é constituído pelas infraestruturas de captação, adução e distribuição, posicionadas a jusante da rede primária do EFMA, as quais constituem a rede secundária de rega”, assinala, lembrando que a gestão é da Empresa de Desenvolvimento de Infraestruturas do Alqueva (EDIA).

Beneficiando “uma área de aproximadamente 120 mil hectares distribuída por 12 concelhos nos distritos de Beja, Évora e Setúbal”, como é referido na resolução, o projeto conta com um total de 25 blocos de rega, distribuídos por três subsistemas.

“O de Alqueva, com origem de água na albufeira de Alqueva, beneficia 14 blocos de rega, o de Pedrógão, com origem de água na albufeira de Pedrógão, beneficia quatro blocos de rega, e o do Ardila, com origem de água igualmente em Pedrógão, beneficia sete blocos de rega”, detalha.

No documento, o Governo frisa que “a importância do EFMA justificou um montante de investimento sem precedentes na infraestruturação de um regadio público, convertendo a vasta área de sequeiro do Alentejo numa zona com disponibilidades hídricas que têm vindo a possibilitar o desenvolvimento económico da região por via do regadio”.

“A constituição de uma reserva estratégica de água na região do Alentejo possibilita, para além da produção de energia hidroelétrica, do estabelecimento de condições favoráveis a uma alteração do modelo cultural na agricultura de sequeiro para regadio e do crescimento agroindustrial, o desenvolvimento estruturante de toda a área de influência do EFMA assente numa base económica, social e ambiental”, acrescenta.

Esta resolução, assinada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, entra em vigor na terça-feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“É tempo de refundar o Banco de Fomento”, diz Pedro Reis. “Não há espaço para errar”

Na apresentação do Plano de Ação do Banco de Fomento, o CEO Gonçalo Regalado garantiu que o BPF é um banco das empresas e prometeu agilidade nas decisões.

“É tempo de refundar o Banco de Fomento”, disse esta segunda-feira o ministro da Economia na apresentação do Plano de Ação do Banco Português de Fomento. Numa intervenção de “suporte institucional total”, Pedro Reis frisou que a “expectativa é elevada”. “Não há espaço para errar”, alertou o responsável, que deixou seis desafios à nova administração.

Questionado sobre quanto tempo tem para provar o que vale, o novo CEO explicou que a sua equipa tem “mil dias para entregar ao país um banco sólido”. Gonçalo Regalado reiterou ao longo da sua apresentação que pretende que o Banco de Fomento seja um banco das empresas e que quer tornar o banco mais ágil.

Pedro Reis na sua intervenção inicial deixou um caderno de encargos a Gonçalo Regalo e à sua equipa:

  • Ter capacidade de se constituir como agência de crédito à exportação;
  • Conseguir operacionalizar o instrumento de obrigações grupadas, podem ir mais longe do que apenas o Turismo com suporte de garantias públicas;
  • Ativar garantias que tenham aprovação simultânea do PRR e do PT2030;
  • Ter capacidade de reforçar o portfolio de garantias para mobilizar o financiamento. Ir tão longe quanto possível nas parcerias de member state compartment com o BEI e FEI
  • Alargar e redesenhar a rede de parcerias internacionais. Pedro Reis sublinhou a vista, na semana anterior aos Emiratos Árabes Unidos, que demonstraram um alto interesse em estabelecer uma parceria estratégica com o BPF. “Queremos fazê-lo com mais países”, disse Pedro Reis.
  • Reforçar os instrumentos de capital e de investimento. Pedro Reis sublinhou que a Portugal Ventures tem um importante papel para ajudar a lançar empresas ao do arranque (seed e pré-seed), apresentando um bom track record nesse modelo.

O ministro da Economia sublinhou a que a nova equipa do BPF “tem experiência bancária e complementar nas suas valências e com track recorde internacional”.

“Esperamos que seja uma equipa com integridade, atuação prudente e com alto nível de profissionalismo, com proximidade às empresas e articulação, que deve fazer com complementaridade virtuosa com a banca comercial”, disse Pedro Reis.

No início de fevereiro o ministro Adjunto e da Coesão, Castro Almeida, já tinha dado voz ao descontentamento do Executivo face ao Banco de Fomento dizendo que este “não teve o impacto esperado na economia nacional”, mas que o Governo não o pretendia deixar cair e estava “apostado em relançá-lo”.

Um relançamento que parece ter tido uma expressão pública esta segunda-feira com a apresentação do Plano de Ação, pelo qual esta administração vai ter de responder. Agradecendo e reconhecendo o trabalho da equipa anterior Pedro Reis disse que “o papel do BPF é de se reencontra e relançar” de modo a ter “competitividade nos seus produtos”, com linhas que colmatem as falhas de mercado, calibrando “as soluções com o devido apetite de risco como se espera de um banco promocional”.

O ministro disse que cabe a esta nova equipa ajudar a economia portuguesa a crescer e a internacionalizar-se, a reindustrializar-se, a executar os fundos europeus e a agenda climática e digital, e a procurar novos mercados.

“A expectativa é elevada. Não há espaço para esperar ou errar. O momento de refundar o Banco Português de Fomento é agora. Há um conceito por provar e uma realidade por justificar”, concluiu.

(Notícia atualizada com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

António Costa diz que UE deve negociar nova arquitetura de segurança com a Rússia

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

"As negociações sobre a nova arquitetura de segurança devem ter em conta que a Rússia é uma ameaça global, não apenas uma ameaça para a Ucrânia", afirma Costa.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta segunda-feira que a União Europeia (UE) deve participar nas negociações com a Rússia para colocar um fim à guerra na Ucrânia, de forma a conceber a futura arquitetura de segurança da Europa.

A posição de Costa foi manifestada numa entrevista ao jornal Financial Times publicada antes da da reunião extraordinária em Paris que acontece esta segunda-feira entre os líderes europeus para abordar a segurança e a defesa do continente, após os representantes dos Estados Unidos e da Rússia terem demonstrado abertura para iniciar negociações sobre o conflito na Ucrânia, na Arábia Saudita.

“Se [o Presidente dos EUA, Donald] Trump quer realmente que os europeus assumam uma maior responsabilidade pela sua própria segurança, então é claro que os europeus devem ser fundamentais na conceção da nova arquitetura de segurança“, disse Costa ao jornal britânico.

“Não se trata apenas da Ucrânia”, disse Costa, que representa os 27 líderes do bloco, numa entrevista durante a Conferência de Segurança de Munique, que aconteceu no fim de semana.

“As negociações sobre a nova arquitetura de segurança devem ter em conta que a Rússia é uma ameaça global, não apenas uma ameaça para a Ucrânia”, disse.

No sábado, o enviado de Trump à Ucrânia, Keith Kellogg, disse que os países europeus não teriam lugar à mesa das negociações, mas as suas opiniões poderiam ser tidas em conta.

É claro que são necessárias negociações entre a Ucrânia e a Rússia. Mas esta guerra na Ucrânia não é apenas sobre a Ucrânia. É sobre a segurança europeia.

António Costa

Presidente do Conselho Europeu

“É claro que são necessárias negociações entre a Ucrânia e a Rússia. Mas esta guerra na Ucrânia não é apenas sobre a Ucrânia. É sobre a segurança europeia”, insistiu Costa.

Antes da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, o Presidente russo, Vladimir Putin, exigiu que a NATO reduzisse as suas deslocações de defesa nos Estados da Europa de Leste.

Costa disse ainda que a Rússia “é claramente uma ameaça à soberania do Báltico”, na fronteira leste do continente europeu.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse no domingo estar preparado para enviar tropas britânicas para a Ucrânia com o objetivo de ajudar a garantir a segurança daquele país.

“O Reino Unido está pronto para desempenhar um papel de liderança na aceleração do trabalho em garantias de segurança para a Ucrânia. Isto inclui um maior apoio ao exército ucraniano (…), mas também significa estar pronto para contribuir com as garantias enviando as nossas próprias tropas para o solo, se necessário”, disse Starmer num artigo do jornal The Telegraph.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estudos para linha ferroviária Porto – Madrid avançam “nas próximas semanas”

Ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, prometeu também para breve a apresentação de um plano estratégico para os portos e um pacote de investimentos rodoviários.

As próximas semanas prometem várias novidades na pasta das Infraestruturas. Vão avançar os estudos para a linha ferroviária que ligará o Porto a Madrid, passando por Vila Real, Bragança e Zamora, será apresentado o plano estratégico para os portos e ainda um pacote de investimentos rodoviários.

“Nas próximas semanas vamos dar os passos subsequentes, depois do anúncio na cimeira Luso-ibérica, com o lançamento dos estudos para a linha Porto – Vila Real – Bragança – Zamora – Madrid“, anunciou o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, na conferência “Portugal 2030 Futuro Estratégico para o setor da Construção”, organizada pela AICCOPN, a associação do setor, que decorre esta segunda-feira no LNEC.

A intenção é fazer o mesmo para as ligações entre Faro, Huelva e Sevilha e entre Aveiro e Salamanca, conforme foi anunciado na última cimeira entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez.

O ministro das Infraestruturas e Habitação prometeu também para “as próximas semanas” a apresentação de um plano estratégico para os portos, “que sempre foram o parente pobre” nas políticas públicas, considerou.

A ambição é fazer de Sines um porto maior do que Valência, disse Miguel Pinto Luz. E durante a cimeira Luso-brasileira será celebrado “um protocolo para reforçar a ligação entre Sines e o porto de Santos, que é o maior da América Latina”.

Como já tinha afirmado a semana passada no Parlamento, Miguel Pinto Luz prometeu apresentar em breve “um grande pacote rodoviário”, defendendo a existência de ligação por autoestrada a Portalegre, Beja e Sines.

Falando na abertura da conferência da AICCOPN, o ministro das Infraestruturas deu também conta da preocupação do Governo com os concursos públicos para o PRR que ficam vazios. “Pode ter a ver com valores ou com a contratação pública, mas temos de dar as mãos e trabalhar em conjunto”, apelou. “Temos um setor mais adormecido e anestesiado nos últimos anos e, de repente, foi pedido um esforço monumental na habitação e nas infraestruturas”, acrescentou.

O governante avançou que está em circuito legislativo uma revisão das regras para o trabalho em estaleiro e que o Executivo está já a trabalhar na revisão do Código da Construção.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Antigo hotel de Mário Ferreira em Gaia passa a ser operado pelo grupo Marriott

Vendido pela Pluris Investments à gestora de fundos espanhola Azora Capital, o antigo The Lodge Hotel muda de nome para Forte de Gaia - Autograph Collection, by Marriott International.

Dois anos e meio depois de ter sido vendido pela Pluris Investments à gestora de fundos espanhola Azora Capital, o The Lodge Hotel, no qual Mário Ferreira investiu mais de 30 milhões de euros e que está em funcionamento desde maio de 2021, foi agora integrado no grupo Marriott.

A unidade hoteleira de luxo com 119 quartos e suítes, construída sobre os antigos armazéns da Real Companhia Velha, na zona ribeirinha de Vila Nova de Gaia, anunciou a transição para Forte de Gaia – Autograph Collection, by Marriott International, numa mudança que “consolida o seu posicionamento no segmento de luxo e integra-o num dos grupos hoteleiros mais prestigiados do mundo”.

Incorporada no portefólio da Marriott International, a Autograph Collection é composta por hotéis independentes, mas que não seguem o modelo padronizado do grupo, “permitindo que mantenham a sua individualidade, enquanto usufruem do alcance e reputação da marca Marriott”. Este é o terceiro em Portugal a integrar esta coleção, depois do The Ivens, em Lisboa, e do Domes Lake Algarve, em Vilamoura.

Quando foi comprado, em outubro de 2023, o The Lodge Hotel passou a ser o quinto ativo hoteleiro da espanhola Azora em Portugal. Nesse mesmo ano tinha comprado o Blue Alvor, unidade algarvia de cinco estrelas que continuou a ser operada o grupo Pestana e antes já tinha adquirido, igualmente na mesma região, o Tivoli Marina Vilamoura, o Tivoli Carvoeiro e o Vilalara Thalassa Resort.

No ano passado, a capital de risco espanhola voltou às compras em Portugal, com a aquisição à Oxy Capital da totalidade do capital da Hotel da Praia, sociedade que explora a unidade hoteleira de cinco estrelas Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort, em Óbidos.

“A integração na Marriott International e na Autograph Collection é um passo natural na afirmação do Forte de Gaia como referência de luxo na região. Mantemos a nossa identidade singular, agora aliada às vantagens de uma marca global reconhecida pelos seus elevados padrões de qualidade e hospitalidade”, refere, citado na mesma nota, o diretor do hotel gaiense, André Borges.

A mudança de identidade do The Lodge Hotel para Forte de Gaia – Autograph Collection foi conduzida pela agência NOHO, responsável pelo rebranding.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Exportações da UE para os EUA sobem 5,6% e importações caem 10,8% em dezembro

Excedente comercial da União Europeia com os Estados Unidos subiu em dezembro. Exportações extra-UE de bens em dezembro subiu 3,7% face a dezembro de 2023, para 209 mil milhões de euros.

As exportações de bens da União Europeia (UE) para os Estados Unidos cresceram 5,6% em dezembro face a igual período do ano anterior, para 41,6 mil milhões de euros, e as importações diminuíram 10,8%, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat.

Os dados do organismo de estatística europeu, não ajustados à sazonalidade, revelam um aumento do excedente da balança comercial dos países da UE face aos Estados Unidos, passando de 10,1 mil milhões de euros em dezembro de 2023 para 15,4 mil milhões de euros em dezembro do ano passado.

As terras de ‘Uncle Sam’ foram o principal destino das exportações de bens produzidos na União Europeia (UE) em dezembro.

Fonte: Eurostat

Na fotografia geral, a União Europeia registou um excedente comercial (não ajustado) de 16,3 mil milhões de euros no comércio de bens com o resto do mundo em dezembro de 2024, o que compara com os 16,1 mil milhões de euros em dezembro de 2023.

As exportações extra-UE de bens em dezembro de 2024 foram de 209 mil milhões de euros, um aumento de 3,7% em comparação com dezembro de 2023. Já as importações do resto do mundo ficaram em 192,7 mil milhões de euros, um aumento de 3,9% em comparação com dezembro de 2023.

As exportações de bens manufaturados cresceram 3,7% para 170 mil milhões de euros, enquanto a de bens primários caíram 0,1% para cerca de 33 mil milhões de euros.

Na globalidade do ano, as exportações para países fora da União Europeia cresceram 1,1%, para 2.584 mil milhões de euros, enquanto as importações caíram 3,5% para 2.434 mil milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Associação da construção defende pacto suprapartidário para grandes infraestruturas

O presidente da AICCOPN propõe um acordo entre vários partidos para projetos como o novo aeroporto ou a Alta Velocidade para permitir "o crescimento sustentável" do setor e, consequentemente, do país.

O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) defendeu esta segunda-feira o estabelecimento de um pacto suprapartidário de longo prazo para as grandes infraestruturas nacionais.

Manuel Reis Campos considera que este acordo permitiria o crescimento sustentável e alinhado com os desafios de modernização e descarbonização da Europa. “Juntos, com ação coordenada e visão estratégica, podemos transformar desafios em oportunidades e consolidar a construção como um motor essencial do crescimento e desenvolvimento sustentável da economia, bem das pessoas, empresas e do país”, afirmou, na abertura da conferência “Portugal 2030: Futuro estratégico para o setor da construção”.

A Linha de Alta Velocidade, o novo aeroporto de Lisboa e a expansão das redes de metropolitano foram os principais exemplos de projetos de grande dimensão em Portugal, considerados “determinantes” para a competitividade e conectividade do país. Contudo, a associação alerta que estes projetos exigem medidas que os acelerem, sobretudo ao nível da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A concretização destes projetos exige um planeamento estratégico robusto, simplificação de processos administrativos e um compromisso firme com a qualidade e a responsabilidade ambiental. No entanto, e apesar de reconhecermos os esforços desenvolvidos nos últimos tempos, a execução do PRR mantém-se em níveis inferiores ao desejado para concretizar atempadamente os objetivos estabelecidos”, afirmou o presidente da AICCOPN, no encontro que decorre no LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Manuel Reis Campos diz que “é urgente” acelerar os processos de contratação pública em todas as suas fases para garantir que os investimentos chegam ao terreno e são concluídos nos prazos definidos, sem comprometer a sua qualidade. Já as empresas, mais do que acesso a financiamento, têm de capacitadas em termos organizacionais e operacionais, e investir na tecnologia, para tirar proveito destes recursos.

Segundo o líder da AICCOPN, os maiores obstáculos do setor são a escassez de oferta de habitação, o cumprimento das normas da Diretiva Europeia do Desempenho Energético dos Edifícios até 2030 e a integração de tecnologias inovadoras, pelo que urge agilizar os processos administrativos, incentivar o investimento privado, garantir maior disponibilização da mão de obra e promover a industrialização e digitalização da construção para os superar.

A AICCOPN voltou a defender a aplicação da taxa reduzida de IVA a um conjunto mais alargado de obras de reabilitação e construção de habitação a custos moderados e a criação de vias rápidas para a emissão de vistos de trabalho, um trabalho que está a ser desenvolvido no âmbito de um protocolo com o Governo. A descida do imposto de 23% para 6% estava na proposta de Orçamento do Estado para 2025, mas foi chumbada no Parlamento.

Manuel Reis Campos deixou ainda um alerta sobre o problema térmico das casas em Portugal e a necessidade de continuar a investir na renovação dos imóveis. “Os Censos de 2021 confirmam a urgência de uma maior aposta na reabilitação urbana: um terço dos edifícios em Portugal carecem de obras de conservação, um expressivo aumento de 25,8% em relação a 2011. Deste universo, cerca de 498 mil edifícios requerem intervenções significativas para garantir condições mínimas de habitabilidade. E cerca de 163 mil necessitam de reparações profundas”, argumentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IA deverá impulsionar economia chinesa a partir de 2026, prevê Goldman Sachs

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

Apesar do impulso económico, o banco de investimento Goldman Sachs advertiu para o impacto da indústria no mercado de trabalho chinês.

O banco de investimento norte-americano Goldman Sachs acredita que a inteligência artificial (IA) vai dar um ligeiro impulso à economia da China nos próximos anos, mas adverte para o impacto da indústria no mercado de trabalho.

Numa nota enviada aos investidores, o banco de investimento, que tem sede em Nova Iorque, estimou que a IA vai começar a ter um impacto no crescimento da segunda maior economia do mundo a partir do próximo ano, e que, em 2030, terá estimulado a expansão entre 0,2% e 0,3% — maior do que as estimativas anteriores.

“O recente aparecimento da DeepSeek como concorrente global credível dos líderes de IA sediados nos Estados Unidos sugere um desenvolvimento e uma adoção mais rápidos da IA na China do que prevíamos anteriormente”, lê-se na mesma nota.

“Desenvolvimentos recentes demonstraram a capacidade das empresas chinesas de melhorar continuamente o desempenho enquanto reduzem os requisitos de potência de computação, abrindo caminho para uma adoção mais rápida da IA na China”, frisou.

A DeepSeek, sediada em Hangzhou, no leste da China, lançou dois modelos avançados de IA de código aberto por uma fração do custo e da capacidade de computação que as principais empresas de tecnologia normalmente exigem para projetos semelhantes.

Espera-se que a adoção da IA na China estimule o crescimento económico através da automatização de tarefas, que poupa custos com mão-de-obra e aumenta a produtividade, afirmou o banco de investimento.

Em causa está a utilização da IA na robótica humanoide, uma prioridade para Pequim. A utilização destes robôs, com cabeça, tronco, braços e pernas, em fábricas e armazéns, visa compensar o rápido envelhecimento da população da China.

O Goldman Sachs advertiu que, embora a IA e a robótica possam “dar uma resposta ao envelhecimento da sociedade”, a utilização da tecnologia poderá perturbar o mercado de trabalho da China, numa altura sensível.

O país enfrenta já uma “grave recessão no setor imobiliário” e uma taxa de desemprego jovem superior a 15%, combinada com relatos de perdas de postos de trabalho na construção, finanças e função pública.

“Por conseguinte, o ritmo de substituição da mão-de-obra pela tecnologia tem de ser gerido cuidadosamente”, afirmou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jack Ma reaparece cinco anos depois num evento público com o Presidente da China

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

Queda de Ma remonta ao final de 2020, quando proferiu um discurso polémico, no qual atacou a estratégia de Pequim para minimizar os riscos no sistema financeiro e os bancos tradicionais.

Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrónico Alibaba, reapareceu esta segunda-feira, num evento oficial promovido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após se ter mantido longe dos holofotes desde 2020, na sequência de atritos com as autoridades.

Um vídeo divulgado pelo canal de televisão estatal CCTV mostra Ma a aplaudir, antes da entrada de Xi e de outros líderes do Partido Comunista da China (PCC), no início de um simpósio invulgar com executivos do setor privado, incluindo empresas como a Tencent, BYD, Huawei e DeepSeek.

A queda de Ma remonta ao final de 2020, quando proferiu um discurso polémico, no qual atacou a estratégia de Pequim para minimizar os riscos no sistema financeiro e os bancos tradicionais, que, segundo ele, eram geridos como “casas de penhores”.

Dias depois, os reguladores chineses forçaram a suspensão da entrada em bolsa da subsidiária fintech (tecnológica financeira) da Alibaba, a Ant Group, operadora da popular plataforma de pagamentos Alipay.

O negócio, que descarrilou apenas 36 horas antes da data prevista para a sua realização, deveria ter sido a maior entrada em bolsa da história, permitindo à empresa arrecadar 34,5 mil milhões de dólares (quase 33 mil milhões de euros).

Até então, Ma era o homem mais rico da China — é agora o oitavo com uma fortuna de 27,2 mil milhões de dólares (quase 26 mil milhões de euros), menos 44% do que em 2021. O empresário não só era o grande rosto visível do desenvolvimento do setor privado no país asiático, como também era considerado praticamente intocável.

Depois das disputas com Pequim, Ma manteve-se discreto, a ponto de se especular que as autoridades o teriam proibido de sair do país ou que teria sido detido.

A mudança, segundo os especialistas, chegou no início de 2023, quando o Ant Group cumpriu uma das principais exigências de Pequim: dissolver o poder de voto de Ma, o que muitos analistas interpretaram como o fim de uma campanha reguladora que tinha resultado em multas antimonopólio contra a Alibaba e outras empresas proeminentes como a Tencent ou a Didi, a “Uber chinesa”.

Nas palavras da empresa de consultoria Trivium China: “A campanha começou com Jack Ma e termina com Jack Ma”.

Em março do mesmo ano, o empresário reapareceu na China após notícias de que se tinha mudado para o exterior, e os especialistas anteciparam que Pequim esperava que o seu regresso servisse para estimular os esforços do Governo para recuperar a confiança do setor privado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.