Auditoria à segurança das prisões revela “deficiências” na gestão e organização

  • Lusa
  • 31 Dezembro 2024

O ministério, tutelado por Rita Júdice, indica que a auditoria à segurança nas prisões "confirma o estado de desinvestimento no sistema prisional ao longo dos anos".

A auditoria às condições de segurança das 49 prisões, pedida pela ministra da Justiça, já está concluída e o relatório revela “deficiências” nos equipamentos, organização e gestão de recursos. A Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça (IGSJ) entregou o relatório em 27 de dezembro e o Ministério da Justiça, em comunicado, adiantou hoje que uma das conclusões é a necessidade de avaliar a lotação das prisões.

Em algumas cadeias, revela também o ministério liderado por Rita Júdice, existem torres de vigilância que não funcionam, existe “falta de sistemas que impeçam o arremesso de objetos”, locais desadequados para visitas, carrinhas celulares e de serviço antigas (de 1998 e 2000) e ainda “ausência de uniformização de configuração das câmaras” de vigilância.

Já a nível de organização, no relatório da IGSJ concluiu-se que existem dificuldades na alocação de reclusos nas cadeias e na sua distribuição pelas alas e pelas celas. Além disso, foram também identificadas “dificuldades na transferência de reclusos entres estabelecimentos prisionais” e existe “pouca articulação” na troca de informação entre a direção-geral dos serviços prisionais e as cadeias.

O relatório elaborado ao longo dos últimos meses reconhece ainda que existe uma “grande concentração de saídas nos mesmos dias” para consultas ou diligências judiciais e que há presos preventivos que são encaminhados para prisões destinadas a reclusos já condenados.

Quanto à gestão dos recursos humanos, no relatório refere-se, adianta o Ministério da Justiça, uma “escassez de guardas prisionais ao serviços, também por ausências prolongadas, com grande incidência de alegação de acidentes em serviço, de doenças profissionais e de baixas médicas”. Esta “escassez” reflete-se também da “insuficiência de elementos encarregados da videovigilância”.

Outro problema relacionado com o corpo da guarda prisional é a “faixa etária avançada dos guardas prisionais” e ainda a “ausência de formação” destes profissionais “em temas específicos”. Em comunicado, Rita Júdice considerou que esta auditoria “confirma o estado de desinvestimento no sistema prisional ao longo dos anos”.

No entanto, sublinhou a resolução de algumas falhas identificadas na auditoria às 49 prisões: “Várias decisões já foram tomadas, como a compra de viaturas, de equipamento de vigilância eletrónica e a contratação de 225 guardas prisionais, em curso”.

“Estamos a dar início a obras e intervenções urgentes nos EP de Lisboa e de Ponta Delgada. Os trabalhos de requalificação das prisões e do sistema prisional são longos e demorados. Por isso, estamos a começar já”, acrescentou.

O Ministério da Justiça quer agora que a Direção-Geral de Reinserção dos Serviços Prisionais (DGRSP) classifique as falhas detetadas por grau de prioridade, que calendarize as medidas para resolver as falhas identificadas e que apresente um relatório de execução até março de 2025 e outro até junho de 2025.

Também para o próximo ano, a IGSJ fará uma nova inspeção. Esta auditoria deverá acontecer durante o último trimestre do ano e o respetivo relatório será entregue até 31 de dezembro, tal como aconteceu com a primeira auditoria que foi agora apresentada.

O relatório entregue em 27 de dezembro não será divulgado por questões de segurança e foi elaborado na sequência da fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, em setembro deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo PDM de Braga aumenta área construtiva

Novo PDM de Braga estará em discussão pública de 6 de janeiro a 14 de fevereiro de 2025. Cidadãos chamados a participar na formulação do futuro desenvolvimento territorial da cidade.

Câmara Municipal de BragaSérgio Freitas/Câmara Municipal de Braga 31 dezembro, 2024

A revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Braga vai estar em discussão pública entre os dias 6 de janeiro e 14 de fevereiro de 2025, anunciou a autarquia liderada pelo social-democrata Ricardo Rio. A revisão do PDM vai possibilitar o aumento entre 20 e 30% da área com capacidade construtiva e a implementação de um parque verde com 50 hectares.

“A abertura da discussão pública permitirá aos cidadãos participar ativamente na formulação do futuro desenvolvimento territorial de Braga“, sustenta o município num comunicado.

Os munícipes podem consultar os documentos disponíveis e apresentar contribuições durante este período, mediante agendamento para atendimento técnico presencial na Câmara Municipal.

A participação de todos é fundamental para assegurar que a revisão do PDM reflete as necessidades e aspirações da população, promovendo um desenvolvimento sustentável e equilibrado do território.

Câmara Municipal de Braga

A autarquia bracarense considera que “a participação de todos é fundamental para assegurar que a revisão do PDM reflete as necessidades e aspirações da população, promovendo um desenvolvimento sustentável e equilibrado do território”.

O PDM é o principal instrumento de gestão territorial municipal, orientando as políticas de uso do solo, ordenamento do território e urbanismo. Contempla igualmente orientações nacionais, regionais e intermunicipais.

“Esta revisão adapta o PDM às mais recentes exigências legais, incluindo a Lei de Bases da Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e Urbanismo (Lei n.º 31/2014) e o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (Decreto-Lei n.º 80/2015)”, explana o município.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jovens já podem aceder à garantia pública para comprar casa

No Banco CTT já estão agendadas escrituras para a compra de casa ao abrigo da garantia pública para os primeiros dias de 2025. Estado garante até 15% do valor da transação do imóvel até 450 mil euros.

Os jovens já podem aceder à garantia pública para comprar casa. O Banco CTT, que acabou de concluir o processo de adesão a este mecanismo, já está a fechar contratos de empréstimo à habitação ao abrigo da garantia do Estado, “estando já agendadas as primeiras escrituras para a primeira semana de 2025”, adianta fonte oficial da instituição.

No caso do Banco CTT, o montante disponível da linha do Estado ascende a cerca de 10 milhões de euros, sendo que Santander Totta e Caixa Geral de Depósitos (CGD) asseguraram praticamente metade dos 1,2 mil milhões do envelope anunciado pelo Governo para ajudar os jovens a adquirirem casa.

É expectável que os outros bancos – e são 18 instituições – venham a anunciar brevemente que também já concluíram o processo de adesão à linha de garantia do Estado e que já disponibilizam essa oferta de crédito da casa aos jovens.

Como funciona?

A garantia pública destina-se a jovens entre os 18 e os 35 anos que pretendam adquirir a sua primeira habitação própria permanente. Os candidatos têm de cumprir cumulativamente vários requisitos, incluindo auferir rendimentos que não ultrapassem o 8.º escalão do IRS e não ser já proprietário de uma outra casa.

A garantia pública tem o intuito de ajudar a viabilizar o financiamento de um prédio urbano ou de fração autónoma de prédio urbano em transações até 450 mil euros. Este limite aplica-se ao valor mínimo entre o preço de aquisição e o valor da avaliação do imóvel.

O Estado garante até 15% do valor da transação do imóvel. Por exemplo, numa casa de 200 mil euros, a garantia do Estado pode ir até 30 mil euros. No entanto, esta percentagem é ajustada proporcionalmente se o banco financiar menos de 100% do valor da transação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

SayU Consulting chega a Angola em parceria com Once Upon a Brand

  • + M
  • 31 Dezembro 2024

A entrada no mercado angolano por parte da SayU Consulting surge com o objetivo de "elevar os padrões do negócio de gestão de marca e explorar o potencial das public relations".

É através de uma parceria com a Once Upon a Brand que a SayU Consulting apostou na expansão internacional dos seus negócios e entra em Angola.

A entrada no mercado angolano surge com o objetivo de “elevar os padrões do negócio de gestão de marca e explorar o potencial das public relations com disciplinas como assessements de notoriedade e reputação, estratégia de marca e de comunicação, o mapeamento de stakeholders, public affairs, social media, a gestão de risco e crise e a sustentabilidade no seu sentido mais lato”, explica-se em nota de imprensa.

Em Angola, a nossa atenção vai recair sobre conceitos inovadores e táticas de comunicação que promovam verdadeiras transformações. Com foco nos públicos, abrangemos desde a perceção cultural até a escuta ativa das suas necessidades. Criamos conteúdos cativantes que se disseminam pela totalidade de canais e plataformas, assegurando uma sólida sinergia entre as estratégias propostas e os objetivos comerciais e reputacionais de marcas e organizações”, explica Marta Gonçalves, CEO da SayU Consulting, citada em comunicado.

Já por parte da Once Upon a Brand, o managing partner Jorge Amieira refere que “a formação e desenvolvimento do potencial das equipas locais permitem a criação de estratégias alinhadas com as realidades do país, entregando valor e impacto real, com projetos transformadores que garantem soluções que se conectam com o mercado e com as pessoas”.

Especializada em comunicação corporativa e B2B, a SayU Consulting está presente no mercado há cerca de 15 anos, trabalhando clientes como Mazars, Deloitte, GS1 Portugal, Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, Boyden, Moongy Group, Biocol, aicep Portugal Global, Nielsen, Euromaster ou Hotel Estoril Eden.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Turismo continua a crescer. Dormidas sobem 4,1% até novembro

Residentes contribuíram mais para a atividade turística até ao penúltimo mês do ano. Quanto aos mercados externos, o britânico manteve-se como principal emissor, segundo a estimativa rápida do INE.

A atividade turística em Portugal mantém-se a crescer e, desta vez, à boleia de quem cá mora. As dormidas aumentaram 4,1% até novembro, sendo que a subida foi de 2,5% nos residentes e de 4,8% nos não residentes, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Só em novembro, o setor do alojamento turístico registou 2,2 milhões de hóspedes e 5 milhões de dormidas, o que significa crescimentos de 14% e 9,8%, respetivamente. Esse acréscimo verificou-se em todas as zonas do país, embora tenha sido mais expressivo no Centro (+24,6%), na Península de Setúbal (+19,3%), no Norte (+18,3%) e na Região Autónoma dos Açores (+16,4%).

“As dormidas de residentes registaram um aumento expressivo (+22,2%, após +0,9% em outubro), correspondendo a 1,7 milhões, enquanto as dos não residentes registaram um crescimento mais modesto (+4,6%, após +3,1% em outubro), totalizando 3,4 milhões”, detalha o INE.

Analisando a performance dos mercados externos, o britânico manteve-se como principal emissor (com uma quota de 14,7%), tendo crescido 0,3% só no mês de novembro. Ter-se-á seguido a Alemanha (12,5%), após uma subida de 2,1%. No penúltimo mês do ano, a Polónia destacou-se entre o Top 10 de países com o maior aumento (+15,9%), antes do Canadá (12,4%) e dos Países Baixos (+11,9%), segundo o organismo de estatística nacional.

A ocupação-quarto dos alojamento turísticos atingiu quase os 50% (49%), numa época considerada baixa. Já a taxa líquida de ocupação-cama fixou-se nos 37,7%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor sobem a três, seis e 12 meses

  • Lusa e ECO
  • 31 Dezembro 2024

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa subiram nos principais prazos no último dia do ano.

As Euribor subiram a três, a seis e a 12 meses, após terem atingido na segunda-feira mínimos desde março de 2023 no prazo mais baixo e desde dezembro de 2022 no prazo intermédio, segundo dados da Bloomberg.

Apesar da subida no último dia do ano, a média mensal destas taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa recuou em dezembro. Para quem está a pagar o empréstimo da casa ao banco isso irá traduzir-se numa redução da prestação, tal como o ECO avança esta terça-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, subiu para 2,568%, depois de na segunda-feira se ter fixado em 2,562%, um mínimo desde dezembro de 2022.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, aumentou para 2,460%, após ter atingido um mínimo de 2.348 no dia 04 de dezembro.
  • Já a Euribor a três meses subiu para 2,714%, face a 2,678% na segunda-feira, dia em que tinha registado um novo mínimo desde 16 de março de 2023.

Em 12 de dezembro, o Banco Central Europeu (BCE) cortou pela quarta vez este ano e pela terceira reunião consecutiva as taxas diretoras em 25 pontos base, o que tem impacto direto nas taxas Euribor.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do stock de crédito à habitação com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CP transportou mais 12,8 milhões de passageiros em 2024

A empresa prevê fechar o ano com mais de 185 milhões de passageiros transportados, num período marcado pelo início de comercialização do passe ferroviário.

A CP – Comboios de Portugal prepara-se para fechar o ano com mais de 185 milhões de passageiros transportados, o que representa um aumento acima de 12,8 milhões face a 2023, segundo os números revelados pela empresa e que são ainda provisórios para os dois últimos meses. Este crescimento ocorre num ano marcado pelo início de comercialização do novo passe ferroviário, que começou a ser vendido a 21 de outubro.

A empresa de comboios refere que, ao contrário dos anos anteriores, em que o aumento era sobretudo evidente nos serviços urbanos, em 2024 o crescimento de passageiros foi transversal a todos os serviços comerciais da empresa. Os serviços urbanos, regionais, inter-regionais e de longo curso registaram uma procura acrescida.

“Este aumento de passageiros em todos os serviços da CP demonstra que o comboio é cada vez mais a escolha natural dos portugueses, não apenas nas grandes áreas urbanas, mas também nas ligações regionais e de longo curso. É um reconhecimento da eficiência da ferrovia como meio de transporte sustentável”, comenta Pedro Moreira, Presidente do Conselho de Administração da CP.

Pedro Moreira nota ainda que “estes dados provam que os portugueses cada vez mais valorizam e privilegiam a mobilidade sustentável” e “o comboio é a solução ideal para responder a este desafio, contribuindo para a redução da pegada ecológica e para uma mobilidade mais inclusiva e eficiente em todo o território nacional.”

O aumento de passageiros registado pela CP em 2024 conta com o contributo do novo passe ferroviário de 20 euros, que começou a ser vendido a 21 de outubro e que apenas no primeiro mês vendeu 30 mil assinaturas, um número que compara com a venda de 2.860 passes em outubro de 2023, segundo os dados divulgados pela empresa ao ECO.

A CP não divulgou, porém, o impacto nas receitas e desconhecem-se ainda os números de venda registados em novembro e dezembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pensões sobem até 3,85% em janeiro. Quem se reformou em 2024 também tem aumento

Portaria que dita atualizações das pensões de 2025 já está publicada. Reformas até cerca de mil euros vão subir 3,85% em janeiro, em resultado da inflação, da economia e do extra proposta pelo PS.

É oficial. As pensões vão subir até 3,85% em janeiro de 2025, à boleia da inflação, do crescimento económico e do aumento extraordinário proposto pelo PS e aprovado por uma maioria negativa no Parlamento. Estes reforços vão chegar, pela primeira vez, também a quem se reformou no ano imediatamente anterior, ou seja, quem passou à pensão em 2024 também vai ter direito a acréscimos.

De acordo com a portaria publicada esta terça-feira em Diário da República (que vem confirmar os cálculos que o ECO já tinha feito com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística), as pensões até 1.045 euros mensais brutos vão ter um aumento de 3,85%. Já as reformas acima de 1.045 euros, mas até 1.567,5 euros vão subir 3,35%.

Por outro lado, às pensões acima de 1.565,5 euros, mas até 3.135 euros, vai ser aplicado um reforço de 2,1%. E às pensões acima de 3.135 euros, será dado um aumento de 1,85%, sendo que as reformas acima de 6.270 euros continuarão congeladas.

Estes acréscimos têm duas origens. Por um lado, a fórmula que está prevista na lei e que tem por base dois indicadores: a média do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos dois anos e a variação média dos últimos 12 meses do Índice de Preços no Consumidor (IPC) sem habitação.

E, por outro lado, o aumento extraordinário (de 1,25 pontos percentuais para as pensões até cerca de 1.500 euros) que os socialistas propuseram no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 e os deputados aprovaram, à revelia da Aliança Democrática e do Governo de Luís Montenegro.

Importa notar que o PSD e o CDS-PP viram também aprovada uma proposta, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, que abre a porta a que os pensionistas tenham mesmo direito também a um suplemento extraordinário (além dos aumentos regulares e da subida extraordinária do PS), caso as contas públicas o permitam.

Estes reforços são aplicados no primeiro ano em que se aplicará uma regra que o Governo aprovou em 2024 em Conselho de Ministros: as pensões iniciadas no ano imediatamente anterior também têm direito a atualizações. Com esta mudança, resolveu-se um “problema antigo”, que terá um impacto de 42 milhões de euros, de acordo com a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado vai pagar 80% das receitas estimadas à Concessão da Beira Interior pelo fim das portagens

Fim da cobrança de portagens leva Governo a criar regime temporário que prevê o pagamento antecipado da receita perdida à concessionária da A23.

O regime temporário para indemnizar a Scutvias pelo fim das portagens na Concessão da Beira Interior prevê o pagamento antecipado de 80% das receitas brutas em tranches bimestrais. Regime vai vigorar até ao fim das negociações para a alteração do contrato ou, em caso de litígio, até a decisão transitar em julgado.

O fim das portagens em autoestradas do interior ou vias onde não existe alternativa, aprovada no Parlamento contra a vontade dos partidos do Governo, implica a perda integral da receita de cobrança de portagens.

O Decreto-Lei n.º 119/2024, de 31 de dezembro, publicado esta terça-feira em Diário da República, estabelece um “regime extraordinário e temporário” onde se prevê que o Estado pague antecipadamente à Concessionária “o montante correspondente a 80% das receitas brutas estimadas no Caso Base, para o ano respetivo, a liquidar em seis tranches iguais bimestrais”.

Com o fim das portagens, o Governo irá também proceder à renegociação do contrato de concessão, com vista à reposição do equilíbrio financeiro do contrato. O regime temporário irá vigorar até ao termo das negociações entre a Scutvias e o Estado ou, na ausência de acordo, até que se encontre transitada em julgado a decisão que ponha termo ao litígio.

Numa resposta ao grupo parlamentar do PSD, a tutela já tinha informado que a perda acumulada de receita até 2032, quando termina o contrato, deverá atingir os 142,2 milhões de euros sem IVA. Com imposto, o valor sobe para 174,9 milhões de euros. Mas o Executivo não se compromete com os valores a injetar no parceiro privado, responsável pela exploração da via que liga Guarda a Torres Novas e acena com a extensão da concessão.

A concessionária Scutvias pertence ao grupo espanhol Globalvia que é detido a 100% por três fundos de pensões: OPTrust, do Canadá; PGGM, dos Países Baixos; e USS do Reino Unido.

A criação do regime compensatório surge na sequência da aprovação de uma proposta do PS para acabar com as portagens em sete antigas vias sem custo para o utilizador (Scut) do Interior e Algarve: A4 – Transmontana e Túnel do Marão; A13 e A13-1 – Pinhal Interior; A22 – Algarve; A23 – Beira Interior; A24 – Interior Norte; A25 – Beiras Litoral e Alta; e A28 – Litoral Norte, nos troços entre Esposende e Antas, e entre Neiva e Darque.

A medida foi viabilizada em junho com ajuda dos votos favoráveis do Chega e deverá ter um impacto, no próximo ano, de 180 milhões de euros em perda de receita para o Estado, segundo as estimativas do Executivo de Luís Montenegro.

Entre as sete autoestradas em causa, apenas as portagens da A23 são receita da concessionária privada Scutvias, as taxas cobradas nas restantes seis vias vão para os cofres das Infraestruturas de Portugal (IP), que é detida pelo Estado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

China Three Gorges compra megacentral solar em Espanha

A CTG adquiriu a Mula, na região de Múrcia, por cerca de 500 milhões de euros. Segundo o jornal 'Expansión', pagou cerca de 500 milhões de euros.

O fundo canadiano Northleaf Capital Partners vendeu o megaprojeto solar de Mula, na região espanhola de Múrcia, à China Three Gorges (CTG), acionista da EDP. A mudança de donos desta central fotovoltaica, com 494 Megawatts (MW) de capacidade, significa o concretizar de um dos maiores negócios de energias renováveis dos investidores chineses em Espanha.

A CTG adquiriu a central Mula por cerca de 500 milhões de euros, segundo o jornal Expansión. A operação foi realizada em conjunto com o parceiro de investimento minoritário – Qualitas Energy – numa venda conjunta à CTG de Espanha, uma subsidiária indireta da China Three Gorges Corporation, o maior grupo de energia limpa da China.

Fundos geridos pela Northleaf compraram a Mula em 2018 e, ao longo dos últimos anos, supervisionaram a construção e a otimização da fábrica antes de lançarem o processo de venda no final de 2023.

Para o diretor geral da Northleaf, a assinatura desta venda reforça que a sociedade se tem concentrado “em ativos de infraestruturas de média dimensão com um fluxo de caixa estável, forte rendimento e ligação à inflação”.

“A nossa abordagem de aquisição bilateral, crescimento prudente, redução de riscos e saída oportunista de ativos de infraestruturas essenciais é a forma como alcançamos retornos atrativos para os nossos investidores”, explicou Roderick Gadsby, que também é chefe europeu de Infraestrutura da Northleaf.

A conclusão da transação está prevista já para o início de 2025. A assessoria esteve a cargo do Société Générale, BBVA e Greenhill (financeira), Watson Farley & Williams e A&O Shearman (jurídica), consultora EY (contabilidade e impostos) e DNV (técnica).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Gratuitidade chega a 800 km de autoestradas e pórticos desligam-se à meia-noite. Autarcas aplaudem

O Parlamento aprovou em junho o fim de portagens que vai ter um impacto em dezenas de municípios do país. Às 00h00 desta quarta-feira, 800 km de auto-estradas tornam-se gratuitos. Autarcas aplaudem.

Quando as 12 badaladas soarem, findo o ano 2024, os pórticos de sete autoestradas serão desligados de norte a sul do país, respeitando uma decisão tomada no Parlamento em junho, após proposta do PS e o apoio do Chega e dos partidos de esquerda – com abstenção da IL –, deixando PSD e CDS sozinhos na oposição à medida que trará custos ao erário público a rondar os 200 milhões de euros anuais.

Ao ECO/Local Online, a Ascendi, concessionária e gestora de cobrança em várias das autoestradas contempladas por esta “borla”, explica o procedimento às 00h00 desta terça-feira: a tarifa passará a 0 e os painéis informativos das tarifas serão removidos; todos os equipamentos associados à cobrança de portagem serão desligados, ainda que os pórticos continuem, de momento, a efetuar a contagem de veículos.

O condutor que tenha Via Verde deixará de ouvir o sinal acústico à passagem pelo pórtico, enquanto os que não dispõem de Via Verde deixam de ter de ir aos CTT pagar. Sobre a compensação a pagar pelo Estado, a Ascendi explica que “o tema não está ainda tratado sendo que a portagem cobrada era receita do Estado Português (IP) e não da concessionária”.

Aquando da aprovação da medida em plenário da Assembleia da República, os socialistas apontaram para um custo de 157 milhões de euros e o Governo de Luís Montenegro subiu a parada para 185 milhões, ordem de grandeza confirmada pelo Orçamento do Estado para 2025. A equipa das Finanças fez de imediato contas até ao fim das concessões, em 2040 (se não depois, mediante o resultado das renegociações a que o Estado se obrigou ao aprovar esta gratuitidade), para chegar a 1.500 milhões de euros.

A partir da meia-noite desta terça-feira, e numa extensão de 800 km, o Estado terá de se substituir aos condutores nacionais e estrangeiros que viajem estrada fora. Os utilizadores da A4 – Transmontana e Túnel do Marão; a A13 e A13-1 – Pinhal Interior; a A22 – Algarve; a A23 – Beira Interior; a A24 – Interior Norte; a A25 – Beiras Litoral e Alta; e a A28 – Litoral Norte (nos troços entre Esposende e Antas, e entre Neiva e Darque) deixam de pagar portagens no momento da passagem.

Maior capacidade de atrair e fixar empresas, mobilidade das populações, verdadeira alternativa a estradas sem capacidade de serviço e até potencial para a comercialização de segundas habitações a cidadãos espanhóis são algumas das vantagens encontradas pelos autarcas ouvidos pelo ECO/Local Online, embora também se encontre quem questione a fonte do financiamento para compensar o que deixa de ser pago no momento da passagem, ou no pagamento a posteriori, altura em que acrescem taxas que chegam a superar o próprio valor da portagem.

O ponto mais comum a vários dos autarcas contactados pelo ECO/Local Online é, contudo, o turismo.

Um dos grandes defensores dos benefícios para o turismo é o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). “Na nossa opinião, enquanto associação empresarial do turismo, é extremamente importante”. Por um lado, diz Hélder Martins, a gratuitidade da A22 “permite descongestionar a EN125”.

Por outro, “é uma porta aberta aos espanhóis, que passavam as passas do Algarve em períodos como a Páscoa e o Verão, ficando horas numa fila para validar um cartão” de pagamento das portagens virtuais desta autoestrada.

Em Alcoutim, Algarve interior, a cerca de 30 km do início da A22 junto ao Guadiana, Paulo Paulino, presidente da câmara, considera que “os impactos da abolição das portagens são enormes para os destinos mais periféricos da região, sendo benéfico sobretudo para o turismo, mas também para a redução de custos das empresas sediadas no território e para a maior mobilidade da população”.

Dando o exemplo da viagem até à capital da região, Faro, a opção do automobilista varia entre “uma eternidade” pela EN125 e um custo “muito dispendioso” pela A22.

Na outra extremidade da autoestrada também designada de Via do Infante, em Portimão, o presidente da autarquia também nota a falta de alternativa dada pela EN125. “Vejo com grande entusiasmo e otimismo o impacto que a gratuitidade da A22, a partir de 1 de janeiro, trará para o Algarve. Esta medida, que há muito era esperada, vem corrigir uma injustiça histórica e promete transformar profundamente a mobilidade na região”, defende Álvaro Bila.

Estou certo de que permitirá deslocações mais rápidas e seguras entre os municípios, aliviando a pressão sobre a EN125, que nunca foi uma alternativa viável”.

Vejo com grande entusiasmo e otimismo o impacto que a gratuitidade da A22, a partir de 1 de janeiro, trará para o Algarve. Esta medida, que há muito era esperada, vem corrigir uma injustiça histórica e promete transformar profundamente a mobilidade na região. Estou certo de que permitirá deslocações mais rápidas e seguras entre os municípios, aliviando a pressão sobre a EN125, que nunca foi uma alternativa viável.

Álvaro Bila

Presidente da Câmara Municipal de Portimão

O autarca portimonense diz ainda que “a eliminação das portagens cria condições favoráveis para fixar populações, atrair empresas e fomentar o desenvolvimento económico”. A gratuitidade constitui, também, “uma oportunidade única de reforçar a ligação com a Andaluzia.

Antes das portagens, muitos espanhóis escolhiam o Algarve não só como destino turístico, mas também para adquirir segundas habitações”. Abordando a possibilidade de voltar a ter condições de atrair este mercado, Álvaro Bila não deixa, contudo, de considerar “essencial garantir que a A22 receba a manutenção e os investimentos necessários para suportar o aumento do tráfego.

Esta é uma vitória para os algarvios e um sinal de que estamos no caminho certo para tornar o Algarve uma região mais dinâmica, acessível e competitiva”.

O potencial para atração de investimento é referido de norte a sul. No centro, o autarca de Vila Nova da Barquinha destaca as ações reivindicativas promovidas ao longo dos últimos anos em vários patamares da administração pública local, desde juntas de freguesia até à Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo.

Esta entidade, que reúne os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha, aprovou por unanimidade, em maio de 2016, uma moção em que recordava o documento “Portugal menos favorecido”. Saído de um Conselho de Ministros de 2004, nele se mencionava como territórios mais frágeis o Médio Tejo, Lezíria do Tejo e Pinhal Interior Sul, todos atravessados pela A23.

Na mesma moção, aponta-se a perda de 14 mil residentes nestes concelhos entre 2001 e 2014 e alude-se a “repercussões sentidas de desistência de instalação das micro, pequenas e médias empresas, face aos encargos associados à mobilidade versus outras regiões”.

Entre os subscritores desta moção esteve o município onde a A22 se interliga com a auto-estrada do Norte, A1. “É com grande expectativa que encaramos a gratuitidade das autoestradas do interior, na qual se inclui a A23, já a partir de dia 1 de janeiro, desde logo do ponto de vista económico e empresarial”, diz o autarca Pedro Ferreira.

“Torres Novas assume-se hoje como um verdadeiro centro logístico de abastecimento de todo o país. Nesse sentido, a redução destes custos, que são muito significativos para todas as empresas já instaladas, permitirá o seu fortalecimento e aumentará a sua capacidade de resposta, a partir do nosso território”.

O fim do pagamento pelo utilizador traduz-se ainda num “forte fator de atratividade para a criação” e “instalação de novas empresas, deste e de outros setores”, diz o edil de Torres Novas. “Não é por acaso que as três principais zonas industriais do nosso concelho se localizam estrategicamente junto à A23”.

Torres Novas assume-se hoje como um verdadeiro centro logístico de abastecimento de todo o país. Nesse sentido, a redução destes custos, que são muito significativos para todas as empresas já instaladas, permitirá o seu fortalecimento e aumentará a sua capacidade de resposta, a partir do nosso território.

Pedro Ferreira

Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas

O vizinho de Constância destaca os benefícios para famílias e empresas e considera que a gratuitidade na utilização destas autoestradas, imposta no Parlamento ao Governo pelos partidos da oposição, “pode fazer com que outras unidades se instalem na região, criando riqueza e postos de trabalho”.

Nas conversas com empresários, estes lamentavam-se que ao final do mês o valor da portagem pesava na faturação e nos custos da empresa”, diz Sérgio Oliveira. Questionado sobre a utilização desta nova situação para promoção do seu território, o autarca assume que o fim das portagens se tornará um argumento: “É algo que nos torna mais competitivos”.

Adicionalmente, destaca Sérgio Oliveira, o trânsito de veículos pesados vai reduzir-se nas vilas e aldeias, melhorando a segurança e qualidade de vida, embora com potenciais reflexos negativos em restaurantes e cafés, situação que obrigará a uma atenção da parte dos municípios.

Também no Médio Tejo, Fernando Freire, edil de Vila Nova da Barquinha, refere, baseando-se em dados da Infraestruturas de Portugal (IP), a circulação acrescida de 10 mil veículos por dia dentro da localidade de Atalaia, vila do seu concelho, após ser colocado um pórtico de cinco cêntimos na A13, outra das vias tornada gratuita com as doze badalas da transição de ano.

Além do trânsito, também aumentaram o tempo de deslocação, consumo de combustível e “desgaste emocional”, salienta o autarca, salientando ainda a “injustiça dos preços praticados, muito acima da média nacional” e que “justificaram ações em tribunal, tomadas de posição políticas sempre permanentes e intensivas por impedir o investimento agrícola, comercial e industrial bem como a desertificação do interior do país”.

Fernando Freire destaca o Centro de Negócios em Vila Nova da Barquinha, junto à A13 e A23, considerando que “as empresas aqui sediadas muito vão beneficiar desta medida”.

Ainda a nível da comunidade intermunicipal do Médio Tejo, a moção defendida em 2016 destacava a decisão tomada pela Comissão Interministerial de Coordenação (CIC) dos fundos Portugal 2020, que estabeleceu medidas de discriminação positiva para 164 municípios considerados mais vulneráveis.

Nesse grupo constam dezenas de concelhos presentes no mapa das autoestradas agora tornadas gratuitas para o utilizador, exceção feita à A28.

Mapa com 164 municípios identificados como vulneráveis pela CIC dos fundos Portugal 2020. Apenas a A28 não atravessa este grupo de concelhos.

 

Sobre a A28, que liga o Porto a Viana do Castelo, e que vê dois pequenos troços ficarem isentos de portagem, o presidente da câmara vianense aponta que “as portagens eram um constrangimento de desenvolvimento económico, não só da indústria e turismo, mas também um impacto na mobilidade, no movimento pendular que existe entre a Galiza e Viana do Castelo, e entre Viana do Castelo e o Porto, o aeroporto e o porto de mar de Leixões”.

Justiça e equidade são dois termos usados pelo autarca de Viana do Castelo, que destaca a ausência de alternativa rodoviária e de transporte pesado de passageiros (comboio ou metropolitano) com a frequência necessária para responder às necessidades da população e das empresas.

Não tínhamos alternativa. Com esta alteração legislativa, a alternativa passa a existir, para os vianenses e para todos os agentes económicos terem condições de mobilidade gratuita num princípio de oportunidade e igualdade com outros agentes do território nacional e até da vizinha Galiza”, diz o autarca, considerando que “estão criadas as condições” para i concelho passar a ser “mais atrativo para a fixação de investimento e para atração e fixação de novos residentes”.

Mas as vantagens não abrangem apenas os municípios atravessados por estas autoestradas. Miguel Marques, presidente da câmara de Oleiros, território de um distrito onde se desenvolvem parte dos 207 quilómetros da A23, o de Castelo Branco, defende que “a eliminação do custo de circulação repõe a coesão territorial que o interior ambiciona. O fim das portagens nas ex-SCUT vem favorecer a mobilidade, a economia e o turismo das regiões de baixa densidade”.

A sul, Hélder Martins, presidente da associação de hoteleiros no Algarve, alude ainda a um dos pontos que mereceu críticas ao longo da quase década e meia em que o sistema de cobrança virtual, com uso de pórticos, tem estado em utilização.

Recorde-se que estes pórticos, substitutos da habitual cabina de portagem, foram a solução encontrada para as autoestradas cujo projeto inicial não previa portagem fixa, por terem sido concebidas em modo gratuito (caso da A22, que há 30 anos, ainda antes da introdução das SCUT ocorrida em 1997, já tinha em funcionamento troço entre Guia e a fronteira) ou sob o modelo de SCUT, sem cobrança ao utilizador.

Hélder Martins reforça o constrangimento criado por esta forma de cobrança junto dos condutores de veículos com matrícula estrangeira. Na entrada em Portugal, pela A22, estes eram conduzidos a uma zona de aquisição de um cartão de portagens, ali ficando em longas filas. Para não pagar, a alternativa seria sair da A22 logo no nó Castro Marim, ou no seguinte, em Altura, sobrecarregando a EN125.

Além da existência de cobrança, “o problema era também a forma como se pagava”, destaca o presidente da AHETA, notando ainda que o pagamento na A22 tem deixado o Algarve numa situação única para quem viaje de Espanha, provenha da Andaluzia ou de Barcelona: até às 23h59 deste último dia de 2024, esse condutor que percorra 1.200 km de Barcelona a Faro, apenas pagará portagem em 50 km… no Algarve.

A informação da gratuitidade já está a chegar aos espanhóis, explica Hélder Martins, tanto por via da comunicação social do país vizinho, como pelos operadores turísticos associados dos hotéis portugueses. Apesar do entusiasmo, o líder dos hoteleiros deixa uma questão no ar: “A dúvida é como é que iremos pagar esse valor [da isenção de cobrança ao utilizador]. Não há almoços grátis. Hão-de ir tirar a algum lado”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inspeção automóvel fica mais cara em 2025. Ligeiros passam a pagar 36,64 euros

Condutores das viaturas ligeiras passam a pagar 36,64 euros, já com o IVA incluído, um aumento de 0,75 cêntimos. Para os veículos pesados, a tarifa aumenta 1,11 euros para 54,84 euros.

A partir de 1 de janeiro de 2025 as inspeções periódicas aos automóveis vão ficar mais caras. O preço sobe 0,75 cêntimos para os veículos ligeiros, passando de 35,89 euros para 36,64 euros, já com o IVA de 23% incluído, segundos os cálculos do ECO com base numa deliberação do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) publicada esta terça-feira em Diário da República.

Para os veículos pesados, a tarifa aumenta 1,11 euros, de 53,73 euros para 54,84 euros. No caso dos motociclos, triciclos e quadriciclos, o preço sofre um agravamento de 0,37 cêntimos, passando de 18,08 euros para 18,45 euros, com IVA incluído.

A atualização das tarifas em 2,09% tem por referência a inflação média anual sem habitação de novembro apurada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No caso das inspeções extraordinárias para veículos ligeiros, pesados, reboque e semirreboques, a tarifa vai ficar mais cara 2,62 euros, subindo de 125,31 euros para 127,97 euros, com IVA. No caso dos motociclos, triciclos e quadriciclos a tarifa é de 63,97 euros, mais 1,31 euros que o ano passado.

“Considerando que, de acordo com a última atualização do INE de 11 de dezembro de 2024, referente a novembro de 2024, do “Índice de Preços no Consumidor”, a taxa de variação medida anual (sem habitação) foi fixada em 2,09 % há que proceder ao cálculo do impacto deste índice nas tarifas em vigor, de modo a uniformizar os valores a pagarem todos os CITV’s”, de acordo com a deliberação assinado pelo presidente do IMT, João Jesus Caetano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.