China lança investigação anti subsídios aos laticínios importados da União Europeia

Produtos como queijo, leite e natas produzidos na UE e exportados para a China serão alvo de uma investigação anti subsídios lançada por Pequim. Tensões comerciais entre os dois blocos sobem de tom.

A China vai avançar com uma investigação anti subsídios às importações de laticínios a partir da União Europeia (UE), numa altura em que as tensões comerciais entre os dois blocos sobem de tom.

Num comunicado divulgado pelo Ministério do Comércio da China esta quarta-feira, a investigação irá analisar um conjunto de subvenções criadas para suportar a produção de laticínios no bloco europeu, nomeadamente os apoios no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia e outros subsídios ligados aos programas de transição ecológica nos 27 Estados-membros.

Ademais, detalha o comunicado, serão investigados os subsídios concedidos por determinados países, nomeadamente, a Irlanda, Áustria, Itália, Finlândia, Bélgica, Croácia, Roménia e República Checa. A investigação será levada a cabo pela Associação da Indústria de Leite da China e pela Associação da Indústria de Produtos Lácteos da China e deverá ficar concluída a 21 de agosto de 2025, com direito a uma prorrogação de seis meses caso se justifique.

A nota informa que serão analisados um conjunto de produtos importados no último ano, entre eles uma variedade de queijos — como o fresco, coalho, ralado, azul e outros queijos texturizados — leite e natas magras. As duas associações consideram que “os produtos objeto de inquérito beneficiaram de subvenções concedidas pela UE e pelos governos dos seus Estados-membros”, e que o grupo de empresas em causa “estará a beneficiar de um total de 20 rubricas de subvenções”.

Segundo o comunicado, às partes interessadas e aos Estados-membros visados que estejam interessados em cooperar será dado um prazo de 20 dias para fornecer informações relevantes para a investigação, a partir desta quarta-feira.

A investigação lançada pela China chega um dia depois de a União Europeia ter anunciado que vai mesmo avançar com taxas aduaneiras extra sobre a importação de veículos elétricos produzidos naquele país. Embora tenha aliviado o valor dos impostos que serão aplicados face ao que tinha sido inicialmente proposto (38%), a Comissão Europeia propôs aplicar taxas que vão desde os 9%, no caso dos veículos elétricos produzidos pela Tesla, até aos 36% no caso dos modelos produzidos pela SAIC Motor Corp.

Além destes, serão aplicados impostos adicionais de 17% e 19% aos carros importados da China e produzidos pela BYD e Geely, respetivamente.

Além das taxas agora anunciadas, a Comissão Europeia já tinha em vigor uma taxa de 10% aplicada aos carros elétricos vindos da China. Estes novos impostos aduaneiros não terão efeitos retroativos, uma vez que o executivo comunitário considera que não foram “reunidas condições” para tal.

Os valores propostos por Bruxelas podem, no entanto, sofrer alterações face às eventuais observações que a Comissão Europeia receba tanto das partes visadas como dos Estados-membros. Depois de analisar o feedback das partes interessadas e de os Estados-Membros terem dado o seu parecer, nos próximos 10 dias, a decisão final será publicada no Jornal Oficial da União Europeia.

Bruxelas promete defender produtos lácteos da UE

A Comissão Europeia prometeu defender os interesses dos fabricantes de produtos lácteos da União Europeia (UE) e a Política Agrícola Comum (PAC) perante uma nova investigação chinesa referente a alegadas subvenções europeias ao setor, admitindo intervir.

“A Comissão defenderá firmemente os interesses do setor dos produtos lácteos da UE e da política agrícola comum e intervirá, se for caso disso, para garantir que o inquérito cumpra plenamente as regras pertinentes da OMC [Organização Mundial do Comércio]”, reagiu através da rede social X (antigo Twitter) o porta-voz da instituição para a área do Comércio, Olof Gill.

Reagindo após o anúncio da investigação, Olof Gill escreveu que “a Comissão Europeia toma nota da decisão do Governo da China de dar início a um inquérito anti-subvenções sobre as importações de determinados produtos lácteos provenientes da UE”.

“Iremos agora analisar o pedido e acompanhar o processo de muito perto, em coordenação com a indústria da UE e os Estados-membros”, concluiu o porta-voz da tutela.

Notícia atualizada às 13h42 com a reação da Comissão Europeia

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Governo atira nova Lei das Finanças Locais para Orçamento do Estado de 2026

  • ECO
  • 21 Agosto 2024

Embora Luís Montenegro tenha mostrado intenções de trabalhar no dossiê, o Governo só deverá encetar as negociações com as autarquias no próximo ano para que a nova lei figure no OE para 2026.

O Governo só vai encetar negociações para a revisão da Lei das Finanças Locais no ano que vem, em que se realizarão eleições autárquicas, para que figure no Orçamento do Estado para 2026, revelou fonte oficial do Governo ao Público. Embora não fosse essa a expectativa de muitas autarquias, considerando os sinais que foram dados pelo primeiro-ministro Luís Montenegro ao longo deste ano, a presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Luísa Salgueiro, considera que o prazo é “razoável”.

Em maio, no âmbito dos 40 anos da criação da ANMP, o primeiro-ministro garantiu que o Governo “vai revisitar” a Lei das Finanças Locais para, através de “diálogo político”, atingir o objetivo de “maior previsibilidade e maior confiança” na gestão financeira das autarquias. Depois, em junho, Montenegro reiterou esse objetivo, sublinhando que o Governo irá apresentar uma nova Lei de Finanças Locais para “atualizar”, de forma “transparente, previsível e justa”, o quadro de recursos financeiros para os municípios exercerem as novas competências em matéria de descentralização.

Só que o Executivo considera que é preciso mais tempo. Não só porque apenas iniciou funções no passado mês de abril, mas também para amadurecer e melhor avaliar a já concluída primeira fase do processo de descentralização, explica o jornal.

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Sindicato critica falta de resposta da AIMA à greve às horas extraordinárias

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais lamentou que a AIMA não tenha mostrado abertura para discutir a greve às horas extraordinárias.

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) lamentou esta quarta-feira que a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) não tenha mostrado abertura para discutir a greve às horas extraordinárias.

“A greve só começa dia 22”, pelo que “ainda há tempo do Governo, se quiser chamar, pode chamar” para discutir serviços mínimos ou as reivindicações que constam no pré-aviso às horas extraordinárias, afirmou à Lusa Artur Cerqueira, dirigente da FNSTFPS.

No entanto, “não nos parece que isso vá acontecer”, admitiu o sindicalista.

“Este pré-aviso de greve vem permitir que os trabalhadores, em bloco, não trabalhem além das 150 horas obrigatórias” para a função pública, num prazo até final do ano, explicou, salientando que esta convocatória constitui uma forma de responder ao excesso de trabalho imposto aos funcionários da AIMA.

Contudo, “se algum trabalhador decidir que quer ir trabalhar, vai trabalhar”, disse, salientando que a greve agendada permite a cada funcionário “avaliar se está ou não muito cansado” para realizar horas extraordinárias.

Por isso, “não estamos à espera que [esta paralisação] tenha a resposta que tem uma greve ao trabalho normal”, explicou.

Por outro lado, “esta greve vai durar até ao final do ano“, sempre “com a expectativa de poder ser desmarcada, se a AIMA tomar as medidas necessárias de criar o tal mapa de pessoal com um novo número de trabalhadores suficientes” para dar resposta aos pedidos pendentes e aos contactos com os imigrantes.

“Isto é mais um pré-aviso de greve para pressionar AIMA encontrar soluções permanentes”, afirmou, salientando ainda que esta paralisação só “abrange trabalhadores da função pública” e a organização possui muitos funcionários que pertencem a organizações privadas parceiras.

“Por exemplo, os mediadores são trabalhadores subcontratados a ONG”, Organizações Não Governamentais, acrescentou.

Este pré-aviso de greve tem sido criticado por outros sindicatos da AIMA.

A dirigente do Sindicato dos Técnicos de Migração (STM), Manuela Niza, afirmou que “nunca ninguém foi obrigado a fazer horas extraordinárias”, considerando que há um “aproveitamento” por parte da FNSTFPS.

“Nos tempos que correm, um sindicato deve ser um parceiro na resolução dos problemas sempre tendo em conta o respeito pelos direitos dos trabalhadores” e a FNSTFPS, “ao invés de reivindicar melhores condições de trabalho em termos de longo prazo, atua como uma forca de contrapoder sem ter em conta o interesse publico”.

Em resposta a estas críticas, Artur Cerqueira lamentou as críticas e disse que os funcionários têm sido pressionados a fazer horas extraordinárias, como a própria lei indica.

“Os trabalhadores da administração pública são obrigados a fazer horas extraordinárias. As 150 horas [anuais] é o máximo que podem fazer sem ter que obter uma autorização financeira” por parte da entidade empregadora, explicou.

Mas se “houver uma justificação da administração para ultrapassar as 150 horas” anuais de trabalho extraordinário, o trabalhador só pode recusar se apresentar uma “razão justificável”.

A Lusa tentou obter um comentário da AIMA sobre esta greve mas, até ao momento, sem sucesso.

No caderno reivindicativo da FNSTFPS que sustenta o pré-aviso, são referidos vários problemas na AIMA, entre os quais a ausência de um regulamento interno, a falta de comunicação interna, equipas “subdimensionadas, que se traduz numa sobrecarga de trabalho e níveis elevados de stresse e ansiedade”.

De acordo com o documento, a que a Lusa teve acesso, muitos dos funcionários “já ultrapassaram as 150 horas de trabalho extraordinário” em 2024 (o limite legal para a função pública), mas “continuam a fazer horas extraordinárias sem que lhes sejam pagas”.

“A Federação considera que a situação a que chegámos resulta do conjunto de políticas erradas de vários governos”, mas “o importante e urgente é que o governo assuma as suas responsabilidades e que devem ser tomadas todas as medidas, com caráter de urgência”, pondo “fim ao atropelo aos direitos dos trabalhadores e dos cidadãos”, refere ainda a estrutura sindical.

No final de julho, o Governo nomeou Pedro Portugal Gaspar para a direção da AIMA e transferiu o então presidente da organização, Goes Pinheiro, para a nova estrutura de missão para as migrações.

A nova Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes de imigrantes, prevista no Plano de Ação para as Migrações terá como missão “resolver o histórico dos mais de 400 mil processos de regularização pendentes de análise, acumulados ao longo dos últimos anos”, referiu então o executivo.

A estrutura terá até 100 especialistas, 150 assistentes técnicos e 50 assistentes operacionais.

Quanto à AIMA, o governo prometeu uma “mudança de orientação”, procurando implementar as medidas preconizadas no Plano de Ação para as Migrações apresentado no início de junho.

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Setor automóvel chinês acusa Comissão Europeia de “distorcer realidade”

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

A Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis acusou Bruxelas de "distorcer a realidade", após o executivo ter ajustado a proposta de aumento das taxas sobre veículos elétricos.

A Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis acusou esta quarta-feira a Comissão Europeia de “distorcer a realidade” do setor automóvel chinês, após a instituição europeia ajustar a proposta de aumento das taxas sobre veículos elétricos oriundos do país.

A agência, citada pela televisão estatal CCTV, disse que as taxas alfandegárias punitivas impostas pela Comissão Europeia representam “um risco considerável para as operações e investimentos das empresas chinesas” no mercado europeu. A mesma entidade expressou “forte insatisfação“, alertando que a decisão pode “minar a confiança” das empresas chinesas nas suas operações na Europa, bem como “futuros investimentos” na região.

A Comissão Europeia reduziu as taxas punitivas sobre as importações de veículos elétricos chineses dos 37,6% máximos propostos em julho para 36,3%.

No entanto, aumentou ligeiramente as taxas sobre empresas não incluídas numa investigação de Bruxelas, mas que colaboraram na mesma.

Segundo a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, a imposição destas taxas pode “afetar negativamente” o desenvolvimento do setor automóvel na Europa, bem como as “oportunidades de emprego” na região. A agência considerou também que a medida põe em causa os esforços para alcançar um “desenvolvimento verde e sustentável”.

Os fabricantes chineses instaram o bloco europeu a concentrar-se em “manter um ambiente comercial justo” e “garantir a segurança da cadeia de abastecimento global” da indústria automóvel.

Em julho passado, Bruxelas propôs a imposição destas taxas sobre veículos elétricos oriundos da China, considerando, após uma investigação que durou vários meses, que a sua penetração no mercado europeu prejudica os produtores da União Europeia.

Nas palavras da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que anunciou a investigação há onze meses, os mercados mundiais estão a ser inundados “por veículos elétricos chineses mantidos artificialmente a preços baixos graças a enormes subsídios estatais”.

A taxa máxima adicional de 36,3% para combater estas práticas comerciais consideradas “desleais” por Bruxelas, que será acrescentada à taxa habitual de 10% sobre os veículos elétricos chineses, aplicar-se-á à empresa chinesa SAIC e a todas as empresas que não colaboraram com a investigação.

As outras empresas incluídas no inquérito, a BYD e a Geely, ficariam sujeitas a taxas punitivas de 17% e 19,3%, respetivamente. Estes valores são ligeiramente inferiores aos propostos em julho (17,4% e 19,9%), na sequência de uma correção dos cálculos durante a fase de consulta com as empresas.

Os fabricantes chineses que colaboraram no inquérito, mas que não foram incluídos no mesmo, serão sujeitos a uma taxa de 21,3%, ligeiramente superior aos 20,8% sugeridos na primeira proposta.

A China apresentou este mês uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as medidas europeias e respondeu nas últimas semanas com investigações antidumping contra a carne de porco europeia.

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Hoje nas notícias: Finanças locais, aeroporto de Beja e PME

  • ECO
  • 21 Agosto 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo já só vai mexer na Lei das Finanças Locais em 2025, ano de eleições autárquicas, para entrar em vigor com o Orçamento do Estado para 2026. No Alentejo, giza-se um plano para dinamizar o aeroporto de Beja. Enquanto isso, a As­so­ci­a­ção Indus­trial Por­tu­guesa vai lançar um programa para tentar melhorar a literacia financeira de 1.000 pequenas e médias empresas (PME). Estas são algumas das notícias em destaque nos jornais desta quarta-feira.

Nova Lei das Finanças Locais só no Orçamento do Estado para 2026

A nova Lei das Finanças Locais só deverá ser revista no próximo ano, para que figure no Orçamento do Estado para 2026, revelou ao Público fonte do Governo. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem vindo a garantir que o Governo vai revisitar a Lei das Finanças Locais para, através de “diálogo político”, atingir o objetivo de dar “maior previsibilidade e maior confiança” às autarquias na sua gestão financeira. Os autarcas esperavam que isso acontecesse ainda em 2024, mas o Executivo entende agora que precisa de mais tempo, não só porque apenas iniciou funções em abril, mas também para amadurecer e melhor avaliar a já concluída primeira fase do processo de descentralização, segundo o jornal.

Leia a notícia completa em Público (acesso pago).

Alentejo quer que Beja seja mais do que uma pista VIP

A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo acredita que o aeroporto de Beja tem potencial para ser mais do que uma plataforma que recebe voos VIP. Por isso, vai sentar-se à mesa com várias entidades, entre as quais a gestora dos aeroportos nacionais, a ANA, para avaliar as oportunidades de atração de rotas e operadores para Beja. Ao Jornal de Negócios, o presidente do turismo do Alentejo, José Santos, conta ter o plano para dinamizar o aeroporto de Beja pronto para entregar ao Governo no final do ano ou início de 2025, tendo já contratado uma equipa de consultores. Foi neste aeroporto que, em maio, aterrou o avião que transportava a partir de Ibiza a cantora norte-americana Taylor Swift, para os dois concertos que tiveram lugar nesse mês no estádio da Luz, em Lisboa.

Leia a notícia completa em Jornal de Negócios (acesso pago).

AIP tenta aumentar literacia financeira de 1.000 PME

A As­so­ci­a­ção Indus­trial Por­tu­guesa (AIP) lança esta quarta-feira um programa, no âmbito do Por­tu­gal 2030, com o obje­tivo de sen­si­bi­li­zar 1.000 pequenas e médias empresas (PME) para a impor­tân­cia da diver­si­fi­ca­ção das fon­tes de finan­ci­a­mento. Ao Jornal de Negócios, o dire­tor de Eco­no­mia, Finan­ci­a­mento e Ino­va­ção da AIP-CCI, Paulo Cal­das, considera que as PME por­tu­gue­sas “são alta­mente des­ca­pi­ta­li­za­das e, com isso, aca­bam por con­di­ci­o­nar o seu cres­ci­mento e com­pe­ti­ti­vi­dade”, sub­li­nhando que “quase 30% das PME têm capi­tais pró­prios nega­ti­vos e não con­se­guem ter capa­ci­dade” para inves­ti­men­tos.

Leia a notícia completa em Jornal de Negócios (acesso pago).

Estado encerra milhares de sites ilegais de apostas

Desde que o jogo online foi legalizado em 2015, este tipo de apostas rendeu mais de mil milhões de euros aos cofres públicos. Já as entidades exploradoras faturaram mais 30% nos primeiros seis meses do ano em relação ao período homólogo do ano passado. No combate ao jogo ilegal, é possível observar que, desde a entrada em vigor do Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online, a 29 de junho de 2015, já foram notificados 1.283 operadores ilegais de jogo online para encerramento da atividade. Em paralelo, foram bloqueados 2.017 sites também de operadores ilegais. O regulador dos jogos e apostas online enviou ainda 33 processos para o Ministério Público para a instauração de processos-crime.

Leia a notícia completa em Jornal de Notícias (acesso livre).

Antigos clientes do Eurobic poupam em comissões no Abanca

Os clientes do Eurobic que transitaram para o Abanca, após a conclusão do processo de compra pelo banco espanhol, passaram a ter acesso a produtos novos, alguns com custo mais reduzido. No caso das contas pacote, os clientes vão poder optar por um novo produto designado por “Conta Plus”, que conta com uma comissão de manutenção de três e cinco euros por mês (60 e 36 euros, mais imposto do selo, respetivamente, por ano). No preçário do Eurobic que estava em vigor desde abril, a comissão de manutenção mais baixa entre as contas pacote era de 3,25 euros na “Conta EuroBic 365 com domiciliação de vencimento”, ou seja, 39 euros por ano. Feitas as contas, com a “Conta Plus”, os antigos clientes do Eurobic conseguem poupar 25 cêntimos por mês, ou seja, três euros ao fim de um ano.

Leia a notícia completa em Jornal Económico (acesso pago).

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Reclamações no seguro automóvel: CA Seguros a melhor, Mudum a pior

  • ECO Seguros
  • 21 Agosto 2024

O ramo automóvel foi o que mais queixas de segurados fez chegar ao supervisor de seguros ASF, que deu razão a 40% das reclamações. Veja o ranking das 15 companhias analisadas.

A CA Seguros foi a seguradora do ramo automóvel que menos gerou queixas dos seus clientes à ASF, entidade supervisora do setor, durante o ano passado. O recém-publicado Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado 2023 estabelece um ranking das seguradoras segundo a proporção de queixas recebidas pelo número de apólices do ramo automóvel ativas, em média, durante o ano de 2023.

No que diz respeito ao seguro automóvel, a ASF recebeu 1,01 reclamações por cada 1.000 veículos seguros, relacionando as 9.682 reclamações geradas pelos 9,6 milhões de veículos seguros em média anual durante 2023. Em 2022 aquele indicador foi praticamente idêntico: 1,02 reclamações por 1.000 veículos seguros.

O ramo automóvel foi o que mais gerou reclamações entre as mais de 25 mil recebidas pela ASF no ano passado em todos os ramos, tendo os reclamantes deste ramo obtido 40% de decisões favoráveis nas suas pretensões. Questões de Sinistros foram o motivo que maior conflitualidade criou entre clientes e seguradoras.

Grandes companhias bem colocadas

Além da CA Seguros, que liderou o ranking das seguradoras automóvel menos reclamadas, com 26 queixas para 213 mil apólices em média anual — 0,12, no rácio ASF -, também as grandes companhias estão no top das menos problemáticas. A Fidelidade obteve 0,33, a Generali Tranquilidade 0,35 e a Liberty 0,44. Nota que a integração da Liberty na Generali Tranqulidade reforça a liderança desta última em número de apólices para 3,23 milhões, ou seja, nesta altura cerca de um em cada três veículos em Portugal têm seguro Generali Tranquilidade.

O ranking elaborado pela ASF é o seguinte:

Seguindo no ranking, seguem-se Lusitania (0,77 de valor de rácio), Caravela (0,86), Mapfre Seguros Gerais (0,97) e Victoria (0,98).

Com a média em 1,01 reclamações por cada mil veículos seguros, o ranking prossegue com a Ok Seguros! (1,10), Allianz (1,21), Mapfre Santander (1,23) e UNA Seguros (1,84).

Duas seguradoras com uma carteira volumosa no ramo automóvel estão na parte inferior da tabela. A Ageas Seguros teve, em média, mais um milhão de apólices neste ramo e, com 2.746 reclamações, obteve um rácio de 2,60. Também a Zurich que segurou em 2023 859 mil veículos, registou um rácio de 2,98.

A Mudum foi a mais penalizada neste rácio com 259 queixas em 77 mil seguros ativos, destacando-se ainda a Euro Insurance DAC, uma companhia estrangeira ligada à financeira LeasePlan que agora, após a fusão com a ALD Automotive, se tornou a Ayvens. Na sequência desta operação, a companhia passou – já em 2024 – a ser designada Ayvens Insurance.

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Comunidade surda sente concerto do NOS Alive com o ‘Colete das Emoções’

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  • 21 Agosto 2024

O primeiro concerto 5G para pessoas surdas em Portugal decorreu no NOS Alive 2024. A solução tecnológica desenvolvida pela NOS é mais um passo para a inclusão.

Oito pessoas Surdas assistiram ao concerto de Dua Lipa, no NOS Alive, e participaram numa experiência multissensorial, pautada pela inovação, que proporcionou um momento de inclusão, visibilidade e representatividade da comunidade surda no festival de música.

Tudo começou com o ‘Colete das Emoções’, um equipamento que os participantes usaram durante a atuação e que, graças a uma tecnologia háptica, vibra ao som da música. “Música é, acima de tudo, ritmo e o ritmo é o que estes coletes transmitem às pessoas”, explicou Margarida Nápoles, diretora de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social da NOS, que assinalou o papel essencial do 5G neste processo. A baixa latência garante a captação do som em tempo real, bem como a instantaneidade na transmissão das vibrações, mas a grande vantagem face a outras experiências semelhantes é a liberdade de movimentos.

Comunidade surda sente concerto do NOS Alive com o ‘Colete das Emoções’
Graças a uma tecnologia háptica, o ‘Colete das Emoções’ vibra ao som da música.

“Em eventos onde a língua gestual portuguesa existe, tipicamente os intérpretes estão circunscritos a uma área e as pessoas têm de estar nessa área a olhar para o intérprete. Este projeto vai dar total liberdade e a pessoa surda pode estar em qualquer ponto do recinto”, detalhou a responsável.

Além do colete que transmite o ritmo musical, a NOS Inovação desenvolveu uma aplicação móvel que permitiu às pessoas surdas ou com limitações auditivas acederem à interpretação em língua gestual portuguesa feita em tempo real durante o concerto de Dua Lipa.

“É interessante que o festival possa oferecer várias hipóteses de podermos participar, da forma que nos é possível e que é mais confortável. É muito importante podermos estar à vontade [no recinto], porque muitas vezes estamos fechados num sítio e isso não é inclusão. O que é mais interessante é podermos estar no festival a participar com as outras pessoas”, considerou Sebastião Palha, um dos participantes do grupo de pessoas surdas que integraram o projeto desenvolvido pela NOS com a Access Lab, assumidamente entusiasmado por ter participado no projeto-piloto.

Um dos grandes objetivos também é “ter feedback de diversos tipos de pessoas para perceber como é que as diferentes partes da comunidade reagem a estas ferramentas diversas”, afirmou Pedro Berga, gestor de projeto da Access Lab. Mais tarde, iniciativas deste tipo podem ser replicadas noutros eventos nacionais.

Tecnologia mediu reação do público

Se a música e os grandes espetáculos caracterizam o festival, no Passeio Marítimo de Algés a tecnologia foi um dos cabeças de cartaz – de forma discreta, mas muito presente. Para lá da experiência levada a cabo com a comunidade surda, a NOS desenvolveu o “entusiasmómetro”, uma solução 5G de analítica de som, baseada em inteligência artificial, que permitiu medir as reações do público a cada atuação. A ideia passou por avaliar, em tempo real e de forma automatizada, a resposta sonora da audiência para identificar os momentos de maior êxtase no palco principal com base na intensidade das palmas, assobios ou gritos.

O concerto dos Pearl Jam foi aquele que reuniu, globalmente, o maior número de aplausos e muitos assobios ao longo da atuação. Logo de seguida, Benjamin Clementine e The Smashing Pumpkins fecharam o pódio do “entusiasmómetro”.

Arlo Parks foi a artista que mais fãs conseguiu colocar a cantar as suas músicas em sintonia, feito replicado por Dua Lipa e os The Breeders. Ao nível dos assobios, Dua Lipa e Nothing but Thieves destacaram-se, bem como os Arcade Fire que conseguiram a liderança na intensidade dos gritos de alegria do público.

Infraestrutura de uma cidade média

São apenas 11 hectares que albergam o NOS Alive 2024, no Passeio Marítimo de Algés, em Lisboa, mas a infraestrutura de telecomunicações que ali foi instalada é “semelhante à de uma cidade média como Leiria”, exemplificou Judite Reis. A diretora de Engenharia de Redes Móveis da NOS detalhou que mais de 1200 quilómetros de fibra ótica foram instalados no recinto, para suportar todas as operações do festival.

E, claro, também a rede móvel foi muito reforçada. “Não há festival sem telemóvel, sem vídeos, sem necessidade de upload. Instalámos mais de 100 células para dar cobertura 4G e 5G”, explicou. A par das células móveis, a operadora de telecomunicações instalou no local uma Antena Lente, com cerca de 300 quilos e 22 metros de altura. É “única no país” e o mesmo tipo de tecnologia utilizada em grandes eventos internacionais, como o Super Bowl.

Além destes equipamentos, os cerca de 100 especialistas da empresa de telecomunicações monitorizaram, em tempo real, a utilização da rede para assegurar que nada falhava durante os três dias de festival. “Há pessoas da nossa equipa que a trabalhar desde maio para garantir que tudo corria bem”, apontou Judite Reis.

Recorde-se que a edição deste ano do NOS Alive esgotou a lotação diária e contou com cerca de 115 mil pessoas na audiência ao longo dos três dias. O festival tem regresso confirmado para os dias 10, 11 e 12 de julho de 2025. “Esperamos conseguir fazer jus a ‘o melhor cartaz sempre’“, afirmou o promotor Álvaro Covões, da Everything is New.

 

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O dia em direto nos mercados e na economia – 21 de agosto

  • ECO
  • 21 Agosto 2024

Ao longo desta quarta-feira, 21 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Reditus publica contas de 2022 após sucessivos adiamentos. Lucros mais do que triplicaram

  • Lusa e ECO
  • 21 Agosto 2024

A Reditus registou um lucro de 8,7 milhões de euros em 2022, mais do tripo do obtido um ano antes. A empresa vinha a adiar sucessivamente a publicação dos seus resultados.

A Reditus registou um lucro de 8,7 milhões de euros em 2022, que é mais do triplo do resultado positivo de 2,7 milhões de euros um ano antes, e depois de ter sofrido prejuízos superiores a um milhão de euros em 2020, revelou a tecnológica na terça-feira.

A empresa, controlada por Miguel Pais do Amaral, vinha a adiar sucessivamente a publicação das contas, o que levou inclusivamente as suas ações a serem transferidas para o compartimento de penalização da Euronext Lisbon. Ainda assim, continuam por publicar os resultados do ano de 2023.

Segundo a empresa, no exercício de 2022, proveitos operacionais apresentam um aumento de 14,9% ascendendo a 28,2 milhões de euros, face aos 24,5 milhões de euros do período homólogo. “O aumento dos proveitos é reflexo de um crescimento significativo do segmento de IT Outsourcing, acompanhado pelo bom desempenho da atividade internacional”, pode ler-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM).

“Em 2022 os negócios da Reditus oriundos da sua atividade internacional representaram 43% do total de proveitos, registando um incremento de 18 pontos percentuais (pp) relativamente ao período homólogo. O volume de negócios situou-se nos 12,1 milhões de euros, representando um aumento de cerca de 6 milhões de euros relativamente ao ano anterior e uma variação positiva de 98,3%”, destacou ainda.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 13,6 milhões de euros em 2022, valor que compara com os 5,7 milhões de euros um ano antes. “Este valor reflete uma margem EBITDA de 48,1% e representa um incremento de 24,8 pp relativamente ao valor registado em 2021”, referiu a tecnológica.

“O sucesso da estratégia implementada pela Reditus, juntamente com o surgir de novas oportunidades de negócio, o kick-off e o relançamento de alguns projetos estratégicos e de grande dimensão no plano internacional, permitiram um crescimento acentuado dos negócios em 2022 e consequentemente dos seus indicadores financeiros”, frisou ainda a empresa, na comunicação ao mercado.

Em 14 de maio, a empresa tinha comunicado um novo adiamento da publicação dos resultados de 2022. O mais recente Relatório e Contas enviado pela Reditus ao mercado datava de 30 de maio de 2023 e dizia respeito ao exercício de 2021.

Num esclarecimento publicado em 22 de dezembro, a Reditus justificou os atrasos com “a necessidade de ter divulgado ao mercado informação financeira complementar, de forma retrospetiva e com reexpressão dos comparativos de 2020 e 2019, por referência aos documentos de prestação de contas relativos a 30 de junho de 2021″.

Desde então, afirma a sociedade, tal terá provocado um ‘efeito dominó’ nas contas. “Aquele esforço adicional provocou também um atraso no processo, ainda que longo e muito consumidor de recursos, que agora tem corrido com normalidade”, defendeu, então, a Reditus.

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#13 As férias de Carlos Mota Santos. “Mantenho o contacto permanente”

  • ECO
  • 21 Agosto 2024

O líder do grupo Mota-Engil leva três livros para férias, dispensa as séries e podcasts, prefere a música, e já sabe o que vão ser as prioridades da rentrée.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “As férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Carlos Mota Santos é chairman e CEO da Mota-Engil, um grupo de infraestruturas e construção que já passou os cinco mil milhões de euros de faturação. De férias, prefere a música às series ou podcasts, mas não dispensa os livros, e são três para este mês de agosto. As questões e decisões estratégicas deixa-as para o regresso, e a preparação dos resultados da Mota-Engil vai ser já a primeira prioridade da reentre.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

  • Livros:

Os livros destas férias são “Moscovo X” de David McCloskey, “White Noise” de Don de Lillo e “Iluminismo Agora” de Steven Pinker. São três livros diferentes, um romance de espionagem e bom de ler na praia, um romance mais complexo de um autor difícil e um livro sobre a razão, ou perda dela.

  • Séries e Podcasts

Não vejo séries em férias (já basta as que se vê nos aviões) nem ouço podcasts. Prefiro música.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Mantenho o contacto permanente.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

As férias não são para pensar muito em questões estratégicas, senão chegamos mais cansados do que fomos.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

Os temas fortes para a rentrée serão a apresentação dos resultados do primeiro semestre no dia 28 agosto, a continuidade do plano de investimentos em infraestruturas em Portugal e uma série de visitas a mercados Latam e África.

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Mesmo com desemprego em mínimos, jovens estão mais ansiosos quanto ao futuro

Mais de 60% dos jovens de todo o mundo estão preocupados com a possível perda de emprego, aponta a OIT. Apesar do desemprego jovem ter caído, ansiedade quanto ao futuro está a aumentar.

O mercado de trabalho tem dados provas de resiliência, e os sinais, quanto ao futuro, até são positivos. Mas entre os jovens a ansiedade no que toca ao emprego tem crescido. O cenário é traçado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que, num novo relatório, revela que a possibilidade de perder o posto de trabalho preocupa mais de 60% dos jovens de todo o mundo. A falta de estabilidade e de mobilidade social também gera receio entre os trabalhadores com idades menos avançadas.

“Apesar dos sinais positivos da economia global e do mercado de trabalho, os jovens mostram hoje sinais de níveis de ansiedade crescentes em relação ao seu futuro. Muitos jovens sentem stress em relação à perda do posto de trabalho, à estabilidade laboral, ao estado da economia, à falta de mobilidade social entre gerações e às perspetivas de eventual independência financeira”, explica a OIT, no relatório “Global Employment Trends for Youth 2024”.

No que diz respeito especificamente à perda de emprego, a organização realça que 64% dos jovens de todo o mundo confessam estar preocupados, sendo que há regiões do globo onde esse receio é mais acentuado.

Na África Subsariana, 83,3% dos jovens dizem-se preocupados. Em contraste, no Norte, Sul e Oeste da Europa (onde se inclui Portugal), essa aflição é admitida por 42,1% dos trabalhadores com até 29 anos, como mostra o gráfico abaixo.

Outra das preocupações dos jovens é a estabilidade laboral: 35% dos trabalhadores africanos com até 29 anos dizem-se “extremamente” ou “muito receosos”, enquanto, em contraste, “só” 25% dos jovens das Américas confessam níveis semelhantes de receio. Na Europa e Ásia Central, 18% dos jovens admitiram estar “extremamente” ou “muito receosos”, quando à estabilidade do seu trabalho.

Mas mesmo nas regiões do Ocidente nem tudo vai bem. Por exemplo, a fatia de jovens norte-americanos com até 25 anos que vivia fora de casa era de 84% em 1980. E em 2021? Nem chegava a 70%.

Aliás, entre os membros da geração millennials, só 37% eram donos de uma casa em 2015, cerca de oito pontos percentuais abaixo das duas gerações anteriores. Por isso mesmo, a independência financeira é uma das preocupações mais fortes dos mais jovens, aponta a OIT no seu novo relatório.

“Ajudar os jovens a navegar a natureza complexa da transição da escola para o trabalho deveria ser uma missão partilhada por todos os membros da sociedade“, defende, assim, a Organização Internacional do Trabalho, que atira: “claramente, estes são tempos desafiantes para os mais jovens“.

Mulheres jovens “duplamente prejudicadas”

Depois do impacto negativo da pandemia no mercado de trabalho, em 2023 o desemprego jovem a nível global conseguiu recuar para 13% e atingir, assim, o valor mais baixo dos últimos 15 anos. “O número total de jovens desempregados a nível mundial foi o mais baixo desde o arranque do milénio”, acrescenta a OIT. Mas há diferenças significativas entre as jovens e os jovens.

É que eles só não viram as taxas de desemprego aumentar menos durante a crise sanitária, como têm “beneficiado mais da recuperação do mercado de trabalho” do que elas, isto é, o desemprego entre os jovens tem diminuído mais do que entre as jovens.

Elas saíram, assim, “duplamente prejudicadas”, nota a OIT, que destaca ainda, no que diz respeito à diferença de género, que as mulheres continuam a estar em maior número entre os jovens que nem trabalham nem estudam.

“Não só duas em cada três jovens que nem trabalham nem estudam são mulheres, como a taxa de mulheres nessa situação é mais do dobro do que entre os jovens homens (28,1% contra 13,1%, respetivamente, em 2023)”, assinala a organização.

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ASAE, IMT e DGTF ajudaram Casa da Moeda a pagar dividendo extra ao Estado

ASAE, Instituto de Mobilidade e dos Transportes e Direção-Geral do Tesouro e Finanças pagaram dívidas vencidas no valor próximo do dividendo extra entregue pela empresa ao Estado.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), o Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT) e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) pagaram à Casa da Moeda dívidas vencidas no valor global de cerca de nove milhões de euros antes do previsto, valor próximo do dividendo extra entregue pela empresa ao Estado. A lista consta da informação remetida aos deputados, a que o ECO teve acesso, após um requerimento do grupo parlamentar do PSD.

Em causa está o pagamento extraordinário feito ao Estado no final de 2023, que terá ajudado à redução da dívida pública, e que tem sido contestado pela oposição. A informação agora conhecida resultou de um pedido do grupo parlamentar social-democrata sobre quais os clientes da Imprensa Nacional – Casa da Moeda (INCM), que pagaram dívidas vencidas num montante próximo do dividendo extraordinário entregue pela empresa ao Estado no final de dezembro de 2023. O pagamento deu-se antes do previsto pela INC quando elaborou os três cenários de distribuição extraordinária de dividendos dirigidos à Parpública e à tutela.

Em informação assinada pela presidente do Conselho de Administração da INCM, Dora Brites Moita, é indicado que a DGTF pagou mais de 6,4 milhões de euros à Imprensa Nacional em 2023. Deste montante, 3,6 milhões de euros foram pagos em 2 de fevereiro de 2023 e cerca de 2,8 milhões de euros em 29 de dezembro de 2023. “À data de elaboração das estimativas, não dispúnhamos de número de compromisso, razão pela qual as verbas não foram incluídas nas projeções de caixa”, explica a Casa da Moeda sobre o cliente DGT.

Paralelamente, a ASAE pagou cerca 92,3 mil euros à INCM em 27 de dezembro e 1,4 milhões de euros em 28 de dezembro, referente a diversas faturas. A Casa da Moeda nota que “a dívida inclui valores em mora desde 2021”. “Apesar dos esforços de ambas as entidades, a 26 de dezembro não dispúnhamos de nenhuma informação que indicasse que iriam ser regularizadas num horizonte temporal de curto prazo”, detalha.

Por seu lado, o IMT pagou à INCM cerca de 570 mil euros em 13 de março de 2024 e cerca de 532 mil de euros a 22 de dezembro de 2023. “Numa abordagem conservadora, não estimámos que estes pagamentos pudessem vir a ser faturados/pagos no primeiro trimestre“, justifica, sem mais informação.

A Casa da Moeda destaca “que a Deliberação Social Unânime por Escrito (DSUE), emitida a 27 de dezembro de 2023, delibera a distribuição de parte das reservas livres constituídas em sede de aplicação do resultado líquido de 2022 e não a distribuição extraordinária de dividendos”.

O requerimento surgiu depois de a presidente da Casa da Moeda, numa audição em 11 de julho no parlamento, ter afirmado que não sentiu dificuldades de tesouraria no primeiro trimestre, não tendo sido necessário recorrer a nenhum tipo de endividamento. O PSD considerou que esta posição é distinta da assumida no cenário para um dividendo extraordinário de 10 milhões de euros. No Parlamento, Dora Brites Moita explicou que a mudança se deveu ao pagamento de verbas significativas por parte de alguns clientes públicos com os quais não contava.

Na documentação agora enviada, a Casa da Moeda salienta que “a Deliberação Social Unânime por Escrito (DSUE), emitida a 27 de dezembro de 2023, delibera a distribuição de parte das reservas livres constituídas em sede de aplicação do resultado líquido de 2022 e não a distribuição extraordinária de dividendos”.

Destaca ainda que, em regra, a prestação de serviços e fornecimento de produtos da INCM é “ao abrigo de competências delegadas por lei, e/ou contratos de continuidade relativos à produção e personalização de produtos de segurança”, como carta de condução, cartão tacógrafo, selos de certificação de qualidade, moeda, entre outros, e que nos primeiros meses do ano os clientes “necessitam de concluir as tramitações legais de obtenção de cabimento, compromisso, etc., que só podem ser iniciadas após a publicação do Decreto-Lei de Execução Orçamental”, o que reduz, “significativamente, a receita média mensal no início de cada ano civil”.

Neste sentido, sublinha que a situação “é agudizada sempre” que se está perante “um ano de eleições legislativas, como é o caso em 2024, razão pela qual, as projeções realizadas a 26/12/2023 revestiram-se de prudência”.

A Casa da Moeda remeteu ainda o balancete de 31 de dezembro de 2023, que indicava saldos devedores e credores, em ambos os casos, de cerca de 426,6 milhões de euros, que aumentaram para perto de 494,4 milhões de euros em março deste ano.

Aquando da audição no parlamento, Dora Brites Moita explicou que “grandes clientes, em determinada altura, pagaram dividas vencidas numa verba que ascendeu a praticamente nove milhões de euros”, acrescentando que esta informação não era conhecida quando as estimativas foram elaboradas.

O PSD recordou, aquando do pedido de informação, que, em dezembro de 2023, a Casa da Moeda salientava o “grau de risco elevado” sobre as receitas do primeiro trimestre, uma vez que os principais clientes da empresa são entidades públicas, que dependem do Orçamento do Estado, pelo que o dividendo extraordinário pedido então pelo Ministério das Finanças poderia implicar “uma muito provável pressão sobre a tesouraria da empresa ao longo do ano” e “a necessidade provável de recurso a financiamento de curto e/ou médio/longo prazo”.

A audição de Dora Moita ocorreu a par com outra ao ex-presidente da Águas de Portugal e outra ao presidente da NAV, na sequência dos dividendos destas empresas públicas e o impacto na redução da dívida pública. O tema entrou em discussão após uma análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ter classificado de “artificial” a diminuição da dívida.

Inicialmente, a Casa da Moeda transferiu dividendos extraordinários no valor de cinco milhões de euros, mas acabaram por ser transferidos mais cinco milhões de euros, elevando o total para 10 milhões de euros. As transferências de dividendos extraordinários da Casa da Moeda, Águas de Portugal e NAV no final do ano passado têm estado “debaixo de fogo”, com o PSD e o CDS-PP a criticarem a gestão do anterior ministro das Finanças, Fernando Medina, para reduzir a dívida pública para menos de 100% do PIB.

(Notícia atualizada às 09h37 para corrigir que o valor pago pela ASAE foi em milhões e não mil milhões)

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