ISEG Executive Education “capacita” gestores em Inteligência Artificial

Com coordenação de Carolina Afonso (CEO do Gato Preto e professora no ISEG) e de Winnie Picoto (vice-presidente e professora do ISEG), programa executivo tem duração de 30 horas e custa 2.250 euros.

O ISEG Executive Education arrancou com o programa executivo Artificial Intelligence for Value Creation. Com a coordenação de Carolina Afonso (CEO do Gato Preto e professora no ISEG) e Winnie Picoto (vice-presidente e professora do ISEG), o programa está projetado para capacitar executivos, gestores e outros profissionais, tem a duração de 30 horas e custa 2.250 euros.

“Com a rápida evolução das tecnologias e a transformação digital dos negócios, o ISEG reconhece a necessidade urgente de preparar as organizações para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades apresentadas por este cenário em constante mudança”, afirma a escola, em comunicado.

O ISEG vai ainda lançar o programa executivo Machine Learning for Decision-Making, que irá decorrer de 14 de outubro a 9 de dezembro deste ano, com duração de 61 horas e em formato blended learning com três dias presenciais e os restantes online. Destinado a profissionais que procuram dotar-se da capacidade de desenvolver modelos de aprendizagem automática, retirando “máximo proveito” do Machine Learning na tomada de decisões empresariais, esta outra formação custa 3.200 euros.

Sob a coordenação de Jorge Caiado, este programa “oferece uma oportunidade única para participantes com e sem background de programação desenvolverem as skills necessárias para desenvolverem algoritmos, através de sessões maioritariamente práticas”, detalha na mesma nota.

De acordo com o ISEG Executive Education, “ambos os programas não só visam capacitar os indivíduos, mas também oferecem benefícios tangíveis para as empresas, incluindo a incorporação de Inteligência Artificial e Machine Learning nas operações, a melhoria dos processos de tomada de decisão e a criação de uma cultura de inteligência empresarial.

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É determinante um choque fiscal e um choque de produtividade, diz ministro da Economia

O ministro da Economia realça que não basta um choque fiscal para impulsionar a atividade económica e reitera que a chave do crescimento é a internacionalização.

O ministro da Economia, Pedro Reis, defende que é “determinante um choque fiscal” para a economia, mas não se deve reduzir tudo às questões fiscais, destacando que é preciso promover um segundo choque de produtividade.

“Enquanto não for promovido um choque fiscal, isto suga energia e e recursos às pessoas e à economia. Mas não podemos cair na visão redutora de que tudo o que existe é choque fiscal”, argumentou esta sexta-feira Pedro Reis, falando na apresentação do 27.º CEO Survey, num evento organizado pela PwC e pelo ECO. O governante reforçou que “a chave do crescimento é a internacionalização” e é fundamental um segundo choque da produtividade.

O ministro considera que é preciso “maior intensidade de capital, inovação tecnológica, aposta na qualidade talento e liderança e competitividade em termos de custos de contexto”, para responder aos problemas de produtividade nas empresas portuguesas.

Para Pedro Reis, Portugal tem espaço para se afirmar “como uma potência exportadora, internacionalizada, com base na inovação”, defendendo que é necessário passar essa ambição para as empresas. Mas isso apenas é possível com confiança.

PwC CEO Survey - 10MAI24
Pedro Reis, ministro da EconomiaHenrique Casinhas/ECO

“Confiança vem de ter claro e executar desafios”, adiantou, acrescentando que o programa de Governo está focado em “entregar execução, plano de ação”, criando as condições para as empresas exercerem a sua atividade e crescerem.

Pedro Reis realçou ainda que o financiamento é outro dos temas fundamentais para as empresas, destacando que o Estado deve assumir-se “como uma pessoa de bem”, garantindo os pagamentos a 30 dias.

O ministro destacou ainda que o país está bem posicionado para beneficiar com a transformação que está a acontecer em várias áreas, como sustentabilidade e inovação. “Portugal tem oportunidade de se posicionar”, “tudo o que for transição climática, fileira da energia, agenda verde, mobilidade vai ter oportunidades para a economia portuguesa“.

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Supremo aumenta pena de prisão do ex-ministro Armando Vara para cinco anos e meio

  • Lusa
  • 10 Maio 2024

Armando Vara tinha sido condenado a uma pena de prisão de cinco anos no âmbito do processo Face Oculta, por três crimes de tráfico de influências,

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) aumentou para cinco anos e seis meses a pena de prisão do ex-ministro Armando Vara, em cúmulo jurídico das penas aplicadas nos processos Face Oculta e Operação Marquês.

Segundo o acórdão do STJ, a que a Lusa teve acesso, os juízes conselheiros deram razão à pretensão do recurso do Ministério Público (MP) que pretendia que o antigo governante fosse condenado a pelo menos cinco anos e meio de prisão, acima da decisão de cúmulo jurídico do tribunal, em março de 2023, que tinha aplicado uma pena de cinco anos e um mês de prisão.

Armando Vara tinha sido condenado a uma pena de prisão de cinco anos no âmbito do processo Face Oculta, por três crimes de tráfico de influências, tendo sido libertado do Estabelecimento Prisional de Évora em outubro de 2021, após cumprir cerca de três anos, devido à aplicação das medidas excecionais relacionadas com a pandemia de covid-19.

Entretanto, em julho de 2021, viu o tribunal aplicar-lhe uma pena de dois anos de prisão por branqueamento de capitais no processo Operação Marquês.

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EDP espera eliminação da CESE, mas não este ano. Desconsidera-a a partir de 2026

A EDP está a aguardar a resposta do tribunal relativamente às queixas que apresentou relativamente à CESE. Contribuição já não entra nas estimativas da empresa a partir de 2026.

O CEO da EDP, Miguel Stilwell, diz esperar que a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE) seja eliminada, mas a empresa não está contar com isso já este ano. No entanto, as estimativas da empresa em relação ao negócio a partir de 2026 já não têm em consideração a CESE, assumindo que a companhia não terá de suportar o encargo, pelo menos a partir dessa data.

“Consideramos que [a CESE] devia desaparecer. Não estamos a assumir isso para este ano, com certeza, mas vamos esperar para ver as decisões e fazer o caminho a partir daí“, indicou Stilwell numa chamada com analistas a propósito da apresentação de resultados do primeiro trimestre. “Não consideramos [a CESE] nos números [referentes às contas e perspetivas da empresa] a partir de 2026”, indicou, mais tarde na mesma chamada.

Na visão do líder da EDP, “parece haver uma consolidação de que, depois de 2018, a taxa extraordinária [CESE] não é constitucional“. Isto depois de, esta semana, ter sido avançado pelo Jornal de Negócios que o Tribunal Constitucional (TC) considera inconstitucional a CESE aplicada às empresas produtoras de energias renováveis, citando uma decisão de 23 de abril.

Stilwell defende que “já não estamos em tempos extraordinários” e que, uma vez que a CESE se torna mais pesada perante maiores investimentos, é contraproducente, numa altura em que é importante incentivar o investimento para se realizar a transição energética.

A EDP está a aguardar os resultados da litigância que ela própria tem a decorrer em tribunal em relação a este tema. A energética já entregou 558 milhões de euros no âmbito da CESE, mas, em 2023, optou por não efetuar o respetivo pagamento.

A CESE foi criada em 2014, numa altura em que Portugal se debatia com uma crise económica e financeira. Destinava-se, na altura, a promover a saúde do sistema energético através da redução da dívida tarifária, assim como financiar políticas do setor. Tem vindo a ser renovada desde então, em sede do Orçamento do Estado.

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Exportações registam maior queda dos últimos 12 meses em março

Em março, as exportações registaram a maior queda dos últimos 12 meses, enquanto as importações a segunda maior. O défice da balança comercial recuou em 471 milhões de euros, adiantou ainda o INE.

As exportações de bens caíram 13,6% em termos nominais em março, em comparação com o mesmo mês de 2023, isto é, a maior “dos últimos 12 meses”, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Já as importações recuaram 15,5%, face ao período homólogo, a “segunda maior” queda num espaço de um ano, acrescenta o gabinete de estatística. O défice da balança comercial diminuiu em 471 milhões de euros, em termos homólogos, atingindo 1.621 milhões.

No que toca às exportações, todas as categorias “apresentaram decréscimos” em março, face a igual período do ano passado, com o INE a destacar um decréscimo de 16,9% nos fornecimentos industriais e de 16% no material de transporte.

Por sua vez, nas importações, os fornecimentos industriais são também uma das categorias a influenciar o desempenho de março, com o gabinete de estatística a realçar um decréscimo de 26,9% nesta categoria, em consequência da “quantidade significativa de produtos químicos importados da Irlanda no período homólogo”. Além disso, o INE destaca ainda o recuo de 33% dos combustíveis e lubrificantes.

No terceiro mês deste ano, excluindo a categoria de combustíveis e lubrificantes, houve um decréscimo de 13,6% nas exportações e uma diminuição de 13,1% nas importações. Em ambos os casos, é a maior queda “dos últimos 12 meses”.

Apesar do tombo em comparação com o mesmo mês do ano passado, na comparação em cadeia, isto é, face a fevereiro de 2024, as exportações aumentaram 3,5%, enquanto as importações caíram 5,6%. As vendas para o exterior subiram 2,6% enquanto as compras lá fora aumentaram 1,7%, segundo os dados do INE.

Balança comercial encolhe em 471 milhões de euros

Em março deste ano, o défice da balança comercial portuguesa (exportações menos importações) encolheu em 471 milhões de euros, para 1.621 milhões de euros, face a igual período do ano passado. Já, quando comparado com o mês anterior, verificou-se uma diminuição de 731 milhões de euros.

“Os combustíveis e lubrificantes representaram 27,6% do défice da balança comercial em março de 2024 (20,6% em fevereiro de 2024; 37,7% em março de 2023), pelo que o défice da balança comercial expurgado do efeito destes produtos totalizou 1.174 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 129 milhões de euros face a março de 2023 e de 693 milhões de euros em relação ao mês anterior”, remata o INE.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h53)

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O que quer Pedro Reis para o Banco Português de Fomento?

O ministro da Economia insiste que é preciso operacionalizar o Banco Português do Fomento e tem que se fazer chegar os instrumentos disponíveis às empresas.

O ministro da Economia, Pedro Reis, defende que o Banco Português de Fomento deve ter um papel mais ativo na capitalização das empresas, colmatando falhas que existam no mercado e chegando às empresas com os seus instrumentos. Para o governante é fundamental operacionalizar o BPF.

Pedro Reis defende que, tal como no caso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “não vale a pena o país dispersar-se em discussões que já lá vão, como desenho do PRR. É momento de executar“, explicou esta manhã o ministro num discurso realizado na apresentação do 27.º CEO Survey, apresentado esta sexta-feira em Lisboa, num evento organizado pela PwC e pelo ECO.

O BPF deve ter um papel fundamental na capitalização das empresas portuguesas. “Capitalização implica pôr o Banco Português do Fomento a chegar às empresas com os seus instrumentos“, explicou, detalhando alguns exemplos de como espera colocar este organismo a trabalhar com as empresas.

Mas como pode o BPF ajudar as empresas na sua capitalização? Em primeiro lugar, Pedro Reis defende uma maior articulação entre o Banco do Fomento e a banca comercial. O BPF “tem que cumprir a sua missão que é colmatar falhas de mercado”.

Cabe ao Banco do Fomento apoiar as empresas em operações mais difíceis e para as quais não encontram resposta, como “ir a maturidades mais longas, a apetite de risco mais forte, assegurar linhas de crédito, fazer chegar capital de longo prazo, trabalhar em project finance“, exemplificou o governante.

O Banco de Fomento pode ainda ter uma palavra na promoção de operações de fusões e aquisições, ajudando a promover “operações na calha”. “É importante que aconteçam operações de fusões e aquisições”, reforçou Pedro Reis, realçando que há um problema de dimensão nas empresas portuguesas. “O Banco Português de Fomento, em articulação com a banca comercial que operacionalize esse programa“, rematou.

Em jeito de conclusão, o ministro da Economia reiterou que irá trabalhar junto das empresas. “Vamos trabalhar muito em termos de ecossistema”, apostando na “proximidade e execução e apresentação de uma proposta de integrada de um BPF a apresentar produto”, conclui.

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Montenegro pede ao novo diretor da PSP que aumente “sentimento de segurança” no país

O primeiro-ministro teorizou que as pessoas podem estar seguras mas sentirem-se inseguras, pelo que encarregou o novo diretor da PSP a trabalhar para aumentar o "sentimento de segurança" no país.

Luís Montenegro encarregou o novo diretor nacional da PSP de trabalhar para o “acréscimo do sentimento de segurança” no país, considerando que a população pode sentir-se insegura mesmo quando “objetivamente” não está.

O primeiro-ministro discursava na tomada de posse de Luís Carrilho, depois de o novo Governo ter decidido há dias exonerar José Barros Correia dessa função, causando surpresa no seio desta força de segurança.

Tendo ouvido o discurso de Carrilho na cerimónia, o primeiro-ministro deixou um breve caderno de encargos ao novo diretor-geral, com o aumento do sentimento de segurança à cabeça, que diz ser “uma tarefa importantíssima nos dias de hoje”.

“[A sua] tarefa passa por múltiplos aspetos, desde logo por dar à população portuguesa um acréscimo de sentimento de segurança”, começou por indicar, para, de seguida, acrescentar: “Quem estuda estas matérias sabe que nos sentimos seguros não apenas quando estamos seguros. Sentimo-nos seguros se estamos seguros e se nos sentimos exatamente assim.”

Dito isso, o líder do Governo rematou: “Podemos estar objetivamente seguros e sentirmo-nos inseguros e isso transporta insegurança. Acrescentar sentimento de segurança é uma tarefa importantíssima nos dias de hoje e isso contribui para a tranquilidade das pessoas e do país”.

Importa recordar que, durante a campanha eleitoral das legislativas, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho gerou controvérsia ao associar o aumento da imigração a um sentimento de insegurança que disse existir na população. Luís Montenegro não se referiu aos imigrantes, mas as suas palavras surgem poucos dias depois da ocorrência de agressões a imigrantes no Porto, estando em causa potenciais crimes de ódio e um dia depois de o cabeça de lista da AD às europeias ter defendido o reforço dos mecanismos de imigração legal.

O segundo ponto no caderno de encargos para Luís Carrilho, deixado pelo primeiro-ministro, foi o “policiamento de proximidade”. “Precisamos de mostrar às nossas populações uma presença mais ativa, também mais preventiva, das nossas forças de segurança e da PSP em particular”, afirmou.

Em relação à PSP propriamente dita, Luís Montenegro reconheceu que “não é possível alcançar estes objetivos sem ter homens e mulheres que estejam empenhados para o trabalho”. Assim, “é imprescindível valorizar o trabalho, as carreiras, de todos os profissionais que prestam serviço na PSP, não só nas condições remuneratórias” como na “formação” e melhoria das condições de trabalho em geral, concluiu.

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Oito em 10 internautas portugueses consomem áudio digital

  • + M
  • 10 Maio 2024

Com cerca de 78,2% dos inquiridos a revelar que ouve áudio digital diariamente, a média de horas de consumo deste tipo de conteúdos é de 14 horas por semana.

Oito em cada 10 (83,5%) utilizadores de internet em Portugal consomem áudio em formato digital, seja através de rádio, música ou podcasts. Já 57,3% referem que este consumo é feito através da escuta de rádio em tempo real através dos sites ou aplicações móveis das rádios.

As conclusões são do “Estudo sobre Consumo de Áudio Digital em Portugal”, realizado pela Marktest para a Bauer Media Áudio Portugal, junto de internautas portugueses com mais de 15 anos, tendo sido realizadas 808 entrevistas, entre os dias 16 e 29 de fevereiro de 2024. “Consumo de áudio digital”, refere-se ao consumo de rádio, música ou podcasts através da internet.

O consumo de áudio digital parece ser uma tendência crescente, sendo que 38,7% dos portugueses ouviram mais conteúdos digitais no ano passado, em particular de podcasts. Já 31,9% esperam aumentar o consumo de áudio online nos próximos 12 meses.

“A morte da rádio tem vindo a ser sucessivamente anunciada, primeiro com a televisão, depois com a internet, e agora com o streaming. Contudo, o que estes dados nos mostram é que uma grande parte da população – e é transversal a todas as gerações – continuam a ouvir rádio, embora agora a consumam de uma forma digital“, refere Salvador Ribeiro, CEO da Bauer Media Áudio Portugal, citado em comunicado.

“Este estudo abre muitos caminhos para o futuro do áudio digital e para podermos continuar na frente desta transformação, percebendo os ouvintes e dando-lhes aquilo que eles querem ouvir”, acrescenta.

A principal diferença nos hábitos de consumo verifica-se entre as diferentes faixas etárias, sendo que a quase totalidade (98,4%) da geração Z –que nasceu entre 1996 e 2010 — indica consumir áudio digital. Desses, 38,1% diz fazê-lo através de rádio em tempo real através do site ou apps das rádios.

Esta percentagem vai baixando progressivamente à medida que aumenta a idade dos ouvintes, sendo que entre os baby boomers — que nasceram entre 1946 e 1964 –apenas 68,4% refere consumir conteúdo áudio de forma digital, com 67,8% destes a ouvir rádio em tempo real através do site ou das apps das estações de rádio.

Por outro lado, os dados mostram também não existir uma diferença substancial no consumo de áudio digital em termos de género, sendo que 83,2% da população masculina diz consumir áudio em formato digital, muito em linha com o público feminino, que fica ligeiramente acima, com 83,7.

Com cerca de 78,2% dos inquiridos a revelar que ouve áudio digital diariamente, a média de horas de consumo deste tipo de conteúdos é de 14 horas por semana.

A música é, de forma expressiva, o conteúdo mais consumido pelos internautas portugueses (80%), à qual se segue o humor (42,6%) e o entretenimento (38,3%). No entanto, na geração dos baby boomers, os conteúdos humorísticos perdem destaque em prol dos conteúdos relacionados com notícias e temas políticos.

o smartphone é a tecnologia mais utilizada (67,1%) para consumo de áudio digital, principalmente pela geração Z, junto da qual este número sobe para 82,2%. Os rádios dos carros (50,7%) – seja em modo connected car ou com outro dispositivo em bluetooth – e o computador (48,9%) completam o top três.

Em termos de plataformas, YouTube (77,7%) e Spotify (58,4%) lideram o ranking, seguindo-se as apps de estações de rádio (42,3%).

De um modo geral, os internautas portugueses consomem áudio digital maioritariamente quando estão a conduzir (54,9%). Mas junto da geração Z este consumo também é comum em conjunto com a atividade desportiva (46,1%) ou com as deslocações em transportes públicos (49%). Já quanto aos baby boomers em específico, estes ouvem conteúdos de áudio principalmente em contexto de condução (57,8%), mas também para relaxar (56,6%) ou no desempenho de tarefas domésticas (54,8%).

Dentro do consumo de podcasts, quatro em 10 inquiridos (40,8%) garante ouvir este tipo de conteúdos, sendo o período noturno, entre as 19h e as 0h, o preferido. A opção pela audição de podcasts faz-se maioritariamente por uma questão de escolha pessoal (65,3%), mas também pelo facto de o utilizador querer manter-se atualizado (51,1%), aprender algo novo (50,7%) ou acompanhar um tema ou apresentador (42,5%).

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Europeias: ADN interpõe providência cautelar contra televisões por não participar nos debates

  • Lusa
  • 10 Maio 2024

A antiga deputada Joana Amaral Dias é a cabeça de lista do ADN às eleições europeias, com o objetivo de conseguir pelo menos um mandato no Parlamento Europeu.

O Alternativa Democrática Nacional (ADN) interpôs uma providência cautelar contra a RTP, SIC e TVI por estas televisões não integrarem o partido nos debates televisivos para as eleições europeias de 9 de junho, anunciou o ADN.

Em comunicado, o ADN justifica a providência cautelar, considerando que “não estão a ser respeitados os princípios da imparcialidade, igualdade e pluralismo político, princípios basilares, na organização dos debates eleitorais“.

Pese embora o ADN não ter assento parlamentar europeu, os partidos Chega, Iniciativa Liberal e Livre também não o têm, pelo que não se compreende comportamento diferenciado das candidaturas“, sublinha o partido.

O ADN salienta que os “critérios de decisões jornalísticas relacionadas com a participação dos partidos nos debates eleitorais televisivos, não podem contrariar os comandos legais que concretizam os princípios constitucionais designadamente, o Princípio de Igualdade de oportunidades e tratamento de diversas candidaturas”.

No entendimento do ADN, a liberdade editorial por parte dos meios de comunicação social, não pode sobrepor-se às normas constitucionais.

O partido lembra que nas eleições Legislativas de 10 de março, o ADN contou com mais de cem mil votos, “ou seja, teve praticamente quatro vezes mais votos que o partido imediatamente a seguir colocado, fazendo com que seja o único partido com direito a subvenção pública, mas que ainda não tem representação no Parlamento português“.

Na opinião do partido, “é uma extrema violação do princípio da igualdade de oportunidades não incluir no programa de debates televisivos dos partidos com direito a subvenção pública o partido ADN“.

Recorda igualmente que nas eleições europeias que ocorreram no dia 26 de maio de 2019 apenas o PS, PPD-PSD, BE, PCP-PEV, CDS-PP e PAN elegeram deputados para o Parlamento Europeu.

“Partidos como o Chega, Iniciativa Liberal e Livre não elegeram deputados na eleição anteriormente mencionada, como é de conhecimento comum e estão neste plano em igualdade de circunstâncias com o partido ADN”, refere o partido.

A antiga deputada Joana Amaral Dias é a cabeça de lista do ADN às eleições europeias, com o objetivo de conseguir pelo menos um mandato no Parlamento Europeu.

As eleições para o Parlamento Europeu, em que os eleitores dos 27 Estados-membros escolhem os 720 deputados, decorrem entre 06 e 09 de junho. Em Portugal, a votação está marcada para dia 09, escolhendo-se os 21 representantes nacionais no hemiciclo europeu.

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Mais de metade dos CEO nacionais acredita que a IA vai aumentar a eficiência das suas empresas

Cerca de metade das empresas em Portugal ainda não incluiu soluções de Inteligência Artificial Generativa (GenAI) nos seus negócios. No entanto, essa realidade deverá mudar em breve.

Cerca de metade dos líderes em Portugal revela que ainda não integrou modelos de inteligência Artificial Generativa (GenAI) nos seus modelos de negócio. Ainda assim, os CEO portugueses acreditam que esta tecnologia vai permitir mudar, nos próximos 12 meses, como o seu negócio cria valor.

Além disso, 65% dos líderes empresariais prevê que a GenAI melhore a eficiência das suas empresas, revela o “CEO Survey” deste ano, um inquérito realizado pela PwC que contou com a participação de 80 CEO em Portugal e que será apresentado esta sexta-feira em Lisboa por António Brochado Correia, presidente da PwC, numa iniciativa conjunta da PwC e do ECO.

“Em Portugal, a adoção desta tecnologia [GenAI] é ainda residual — 49% dos respondentes indica não a ter ainda integrado no seu negócio, e apenas 28% alteraram a sua estratégia tecnológica”, refere o “CEO Survey” deste ano. Ainda assim, quase 70% dos líderes nacionais acredita que a GenAI irá permitir mudar como a tecnologia cria valor nas suas operações, revela a 27.ª edição do “CEO Survey”.

No evento, que terá lugar no no Palácio Sottomayor, em Lisboa, estarão figuras Pedro Reis, ministro da Economia, Isabel Vaz, CEO do Grupo Luz Saúde, José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, e Pedro Leitão, CEO do Banco Montepio.

Em Portugal, a adoção desta tecnologia [GenAI] é ainda residual — 49% dos líderes empresariais inquiridos para o “CEO Survey” indica não a ter ainda integrado no seu negócio, e apenas 28% alteraram a sua estratégia tecnológica.

CEO Survey 2024

A PwC realça que a GenAI “está agora a aproximar-se de um ponto crítico, em que exerce uma significativa influência na transformação de modelos de negócios, na redefinição de processos de trabalho e na reformulação do modo de operação das indústrias”, tendo dedicado uma parte do relatório deste ano a este tema.

“Os CEO que responderam ao nosso inquérito parecem acreditar tanto na rápida adoção da GenAI como no seu potencial disruptivo”, lê-se no documento. No caso dos CEO portugueses, a perspetiva de 80% dos empresários que responderam ao questionário é de que a GenAI irá implicar o desenvolvimento de novas competências junto da sua força de trabalho nos próximos três anos.

“Olhando para as consequências operacionais resultantes da adoção da GenAI, 65% dos líderes inquiridos em Portugal está confiante que esta tecnologia irá proporcionar o aumento da sua eficiência, bem como a dos seus colaboradores”, aponta o “CEO Survey” de 2024.

Quando questionados sobre o impacto na rentabilidade do seu negócio, menos de metade acredita que esta tecnologia irá proporcionar um aumento das receitas e dos níveis de rentabilidade das suas operações.

Desafios no mercado de trabalho e na segurança

O relatório refere ainda que, em termos sociais, há uma grande incerteza quanto ao impacto da GenAI nas empresas, mas perto de metade dos CEO portugueses diz que vai continuar a contratar nos próximos 12 meses. “Ainda que a maioria dos CEO portugueses considere manter a sua força de trabalho inalterada (64%), e 15% pondere aumentá-la, quase a mesma percentagem diz acreditar que se verificará uma redução do número de colaboradores igual ou superior a 5%”, aponta o estudo.

Sem considerar a aposta na GenAI, “49% dos CEO nacionais diz planear aumentar a sua força de trabalho, sem qualquer tipo de influência no decorrer dos próximos 12 meses, uma percentagem relativamente superior ao global”.

O “CEO Survey” deste ano realça a importância dos líderes empresariais envolverem as suas equipas quando se trata da gestão da GenAI. “Ser transparente, orientado por propósitos e confiável em relação aos planos e decisões relacionados à GenAI pode ajudar os funcionários que estão mais receosos a sentirem-se mais confortáveis em experimentar — e inovar — com esta tecnologia”.

“Em última análise, os CEO devem aceitar esta questão como uma nova característica do seu papel: compreender, explicar e gerir as tensões inevitáveis entre as perdas de empregos a curto prazo e o potencial de criação de empregos a longo prazo devido à GenAI”, aponta o relatório.

“53% dos CEO nacionais acreditam, também, que a GenAI poderá acentuar o preconceito em relação a grupos específicos de colaboradores ou clientes”, revela o “CEO Survey” deste ano.

Ainda assim, a PwC nota que “as empresas líderes estão, assim, a integrar a IA Generativa com as suas estratégias tecnológicas e digitais, capacitando a sua força de trabalho e incentivando à sua utilização experimental em toda a empresa de forma a identificar casos de uso viáveis”.

“Ao recorrer a produtos digitais com base em Inteligência Artificial (incluindo modelos de serviço), as empresas terão que explorar várias oportunidades para otimizar a forma como criam valor, tanto para os seus clientes como para os restantes stakeholders“, lê-se no relatório.

Apesar de todas estas valências perspetivadas para o uso da inteligência artificial, há uma preocupação que sobressai entre os líderes das empresas: a cibersegurança. A principal preocupação referida pelos líderes portugueses é a cibersegurança — e mais de metade concorda que esta poderá aumentar a propagação de desinformação e trazer riscos legais e reputacionais para as suas empresas”, conclui o “CEO Survey” deste ano.

O estudo mostra ainda que “53% dos CEO nacionais acreditam, também, que a GenAI poderá acentuar o preconceito em relação a grupos específicos de colaboradores ou clientes“.

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Nos aposta no recrutamento inclusivo. Está à procura de trabalhadores autistas

Nos junta-se ao programa de neurodiversidade e está a recrutar pessoas com perturbações do espetro do autismo. Já está a preparar adaptação dos "processos e formas de trabalho" a novos trabalhadores.

Pela primeira vez, a Nos está a recrutar especificamente trabalhadores neurodiversos, isto é, profissionais com perturbações do espetro de autismo. Em declarações exclusivas ao ECO, a diretora de pessoas da empresa de telecomunicações, Isabel Borgas, reconhece que ainda existem barreiras no recrutamento tradicional, acreditando que este programa direcionado vai ajudar a superar essas dificuldades.

“Já recrutámos pessoas neurodiversas, mas esta será a primeira vez que as ‘targetizamos’, através de um processo de recrutamento e acompanhamento posterior específico. Com este programa pretendemos superar as barreiras que frequentemente existem num recrutamento tradicional, mesmo que muitas das vezes de forma inconsciente”, sublinha a responsável.

Este recrutamento de trabalhadores autistas está a ser dinamizado no âmbito do programa de neurodiversidade, que já vinha sendo promovido (esta será a quarta edição) pela tecnológica Critical Software, pela Critical Techworks e pela Specialisterne, nas quais também há vagas à disposição, neste momento.

As candidaturas, que devem ser feitas online, estão abertas até 19 de julho, sendo que há vagas nas áreas de teste e desenvolvimento de software, não só em Lisboa e no Porto, mas também em Coimbra, Vila Real, Tomar e Viseu.

Questionada pelo ECO, Isabel Borgas não revela para já quantos lugares estão disponíveis — “uma vez que é a primeira edição, ainda não temos fechado o número final de pessoas que vamos recrutar”, sinaliza –, mas adianta que está confiante que este será “um passo crucial para normalizar o recrutamento inclusivo, abrindo as portas não apenas aos indivíduos neurodivergentes, mas também a outros talentos, que possam enriquecer as nossas equipas, independentemente da sua condição”.

Considerados altamente produtivos e hiperfocados, segundo o neurocientista Miguel Castelo-Branco, os profissionais neurodiversos exigem, contudo, que sejam feitas certas adaptações às dinâmicas de trabalho.

Ao ECO, a diretora de pessoas da Nos adianta que já estão a ser organizadas “ações de consciencialização, sensibilização e formação às equipas, que visam dar resposta aos desafios e receios associados ao recrutamento e integração de pessoas com estas características, bem como de adaptação de processos e formas de trabalho, que permitam uma boa integração dos candidatos nas nossas equipas”.

“Esta preparação é essencial para o sucesso, não só desta iniciativa, mas também do nosso caminho para o futuro. Temos de pensar que não se trata apenas de preparar o acolhimento destas pessoas, mas de garantir as condições necessárias para desenvolverem, na Nos, uma carreira o mais bem-sucedida possível“, observa Isabel Borgas.

E ainda que este seja o primeiro ano em que a Nos dinamiza este tipo de recrutamento, a responsável indica que o objetivo é tomar esta experiência como uma referência para os próximos anos. Não se compromete, assim, com uma próxima edição do programa de neurodiversidade, mas garante que a empresa está apostada na inclusão.

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NAV implementa novo sistema em Lisboa que pode reduzir atrasos nos voos

  • Lusa
  • 10 Maio 2024

Sistema Point Merge custou perto de dois milhões de euros e vai permitir uma gestão mais eficiente do tráfego, poupanças de combustível e a redução de emissões poluentes e do ruído.

O novo sistema da NAV de reorganização do tráfego aéreo em Lisboa, Point Merge, que pode reduzir atrasos, entra em vigor em 16 de maio, após negociações com a Força Aérea e um investimento de dois milhões de euros.

À meia-noite (Tempo Universal Coordenado) de dia 16 de maio, o controlo do espaço aéreo de Lisboa, que inclui Cascais e as bases militares do Montijo, Sintra e Alverca, passa a ser feito com uma nova ferramenta — o Sistema Point Merge –, um investimento que ascende a perto de dois milhões de euros e que vai permitir uma gestão mais eficiente do tráfego, poupanças de combustível, redução de emissões poluentes e do ruído, segundo explicaram o presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal, Pedro Ângelo, e o diretor de Procedimentos Aeronáuticos, Rui Marçal, num encontro com jornalistas.

Devido ao aumento de tráfego e face às crescentes exigências ambientais, a NAV iniciou em 2016 a maior reestruturação do espaço aéreo que alguma vez tinha feito e, mais tarde, numa Resolução do Conselho de Ministros (RCM) de junho de 2019, foi mandatada pelo governo liderado por António Costa a celebrar uma Carta de Operação com a Força Aérea, para a cedência de espaço aéreo de Sintra, por forma a viabilizar a operacionalização do Point Merge a partir de 23 de abril de 2020.

Contudo, explicaram os responsáveis, a pandemia de Covid-19 alterou os prazos previstos e só agora estão reunidas as condições para a implementação do novo sistema (PMS, na sigla inglesa), após quase cinco anos de negociações com a Força Aérea para cedência de espaço aéreo militar para a aviação civil, sobretudo em Sintra mas também em Monte Real, no concelho de Leiria.

O PMS é um sistema de sequenciação para aproximação a aeroportos, em que, em caso de acumulação de tráfego, os aviões em espera pela sua vez de aterrar são alinhados em dois arcos e encaminhados para uma sequência de aterragem a partir desses arcos, a uma velocidade constante.

Já no modelo utilizado até agora, os aviões têm de fazer esperas circulares em torno do mesmo ponto e, quando têm autorização para aterrar, passa-se a um procedimento de descida por patamares, exigente do ponto de vista de comunicação entre o controlo de tráfego aéreo e os pilotos.

Substituindo as esperas circulares por esperas lineares a maior altitude, permite-se uma gestão mais eficiente, organizada e segura do tráfego aéreo, contribuindo para maiores poupanças de combustível, uma redução de emissões poluentes e do impacto do ruído nas populações.

Adicionalmente, com a cedência de espaço aéreo militar de Sintra, que inclusivamente incluiu a transferência da escola de pilotagem para Beja, passa a ser possível descolar para Oeste (Açores, ou EUA), até agora impossível, permitindo às companhias aéreas poupar tempo de viagem e combustível.

Segundo a RCM de 2019, a Força Aérea foi autorizada a realizar despesa com a aquisição dos bens e serviços associados às transferências necessárias até ao montante máximo de 18,8 milhões de euros, mais IVA.

Embora esperem que o novo sistema contribua para a redução dos atrasos no aeroporto de Lisboa, os responsáveis da NAV realçaram que isso não depende apenas do espaço aéreo, mas sobretudo da infraestrutura, salientando que, em 2023, o contributo do controlo de tráfego aéreo para os atrasos nos voos foi de 10%.

O PMS foi apenas testado para Lisboa e esteve a ser trabalhado numa altura em que se perspetivava uma solução aeroportuária dual com Portela + Montijo, para se aumentar gradualmente a capacidade do sistema aeroportuário de Lisboa de 44 para 72 movimentos por hora (46 em Lisboa, dois em Cascais e 24 no Montijo).

A localização Montijo foi, entretanto, considerada inviável pela Comissão Técnica Independente (CTI) responsável pela avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, que recomendou uma solução única em Alcochete ou Vendas Novas, mas apontou que Humberto Delgado + Santarém “pode ser uma solução” provisória.

Ainda antes de ser primeiro-ministro, o líder social-democrata, Luís Montenegro, tinha garantido que a decisão sobre o novo aeroporto seria tomada “nos primeiros dias” do seu Governo.

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