Greenvolt liga à rede primeiro projeto solar de “grandes dimensões” em Portugal

A central de Tábua ocupa 90 hectares e a capacidade ascende aos 48 megawatts-pico (MWp), o que permite gerar anualmente até 60 gigawatts-hora (GWh) de energia.

A Greenvolt deu por terminada a ligação da Central Solar de Tábua à rede elétrica nacional, considerado o primeiro projeto solar de “grandes dimensões” em Portugal.

De acordo com uma nota divulgada esta terça-feira, este projeto solar, localizado na freguesia de São João da Boa Vista, é composto por cerca de 90 mil painéis solares e representa um investimento de cerca de 40 milhões de euros.

A capacidade instalada da infraestrutura, que ocupa cerca de 90 hectares, ascende os 48 megawatts-pico (MWp), o que permite gerar anualmente até 60 gigawatts-hora (GWh) de energia renovável, o suficiente para suprir as necessidades energéticas de cerca de 60 mil famílias anualmente.

A energia gerada será injetada na rede elétrica nacional através de uma linha de distribuição a uma tensão de 60 quilovolts (kv) que está, por sua vez, ligada à subestação de Tábua.

O comunicado dá ainda conta de que a construção do parque resultou na criação de mais de 100 postos de trabalho diretos e indiretos na região, “tendo todo o projeto sido realizado respeitando as medidas definidas pela autoridade ambiental e em estreita colaboração com a comunidade local”.

“Com a entrada em funcionamento da Central Solar de Tábua, estamos a levar às famílias e empresas todos os benefícios das energias renováveis, mas também damos o nosso contributo para o esforço de descarbonização do país”, cita o comunicado as declarações de João Manso Neto, referindo que o parque evitará a emissão de 13.200 toneladas de CO2 por ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Linha Rubi do Metro do Porto duplica estacionamento e muda arranjos na base da ponte

  • Lusa
  • 22 Agosto 2023

Linha Rubi do Metro do Porto duplica capacidade de estacionamento inicialmente prevista, bem como os arranjos adjacentes aos pilares da nova ponte sobre o Douro.

A capacidade projetada para parques de estacionamento de automóveis quase duplicará face ao inicialmente previsto, com a instalação de 446 lugares na estação do Campo Alegre, no Porto, a pedido da Câmara Municipal, e de cerca de 30 lugares nas Devesas, em Vila Nova de Gaia, de acordo com o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) da Linha Rubi (Casa da Música – Santo Ovídio).

Inicialmente estava apenas prevista a construção de um parque de estacionamento na estação Rotunda, na Rotunda Edgar Cardoso, em Vila Nova de Gaia, com capacidade para cerca de 500 viaturas.

O estacionamento na futura estação do Campo Alegre, subterrâneo, juntar-se-á assim ao jardim que ficará no lugar do atual parque de estacionamento à superfície, bem como a uma sala universitária de e-learning e à ligação subterrânea entre as faculdades daquele polo, sem necessidade de atravessamento da Via Panorâmica e da Rua de Entrecampos.

Quanto aos pilares da nova ponte sobre o rio Douro, que se chamará Dona Antónia Ferreira, a Ferreirinha, do lado do Porto, e após pedido da Câmara Municipal, projetou-se um “novo acesso da cota baixa (Rua do Ouro) à Calçada da Boa Viagem“, através de uma “passerelle de ligação entre o elevador público e a calçada da Boa Viagem”.

“A criação de um espaço público e da passerelle que, através de um ascensor público na Rua do Ouro, vai permitir vencer um desnível de 26 metros de altura, vai prestar um serviço fundamental às populações do Bicalho, da Boa Viagem, Salgueiro Maia e Gólgota”, pode ler-se no RECAPE.

Na prática, serão criadas três plataformas para serem servidas pelo elevador: a nova praça na Rua do Ouro, o novo terraço na Rua do Bicalho e a calçada na Rua da Boa Viagem.

Com exceção da passerelle, o projeto de execução segue o anteprojeto, noticiado pela Lusa em janeiro, que dava conta que a praça na Rua do Ouro contaria com acesso à linha do elétrico, uma esplanada, um jardim, a espelhos de água e a um parque de bicicletas e trotinetes, estando também prevista a instalação de um edifício técnico de apoio à ponte.

no lado de Gaia, o previsto no anteprojeto foi alterado significativamente, com a sugestão de criar “um plinto de observação, dividido em dois níveis”, ou “um espaço coberto e fechado em vidro que pode acolher serviços permanentes de manutenção à ponte, ou ser utilizado como centro interpretativo, ou porventura como pequena estrutura de restauração e bebidas”, a cair.

De acordo com o projeto de execução atualizado, a proposta inicial deu lugar ao projeto de um parque urbano “onde se desenvolvem um conjunto de plataformas e caminhos que permite a ligação entre a zona ribeirinha e à zona da estação do Arrábida Shopping”, através de “escadas e rampas” que vencerão pendentes de 50% a 60%.

No lado este da estação Arrábida, “a área da plataforma foi alargada para criar um grande espaço com função de miradouro”, através de uma passagem superior pedonal que ligará “à ciclovia (em rampa) a implementar ao longo da VL8 e também a um futuro acesso em escadas à zona norte”.

Este arranjo urbanístico “permite estabelecer conexões com Vila Nova de Gaia e com a zona ribeirinha, sendo propostos circuitos pedonais e ciclovias, dando também continuidade às ciclovias e passeios previstos para a nova ponte sobre o rio Douro”.

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida e, no Porto, Campo Alegre e Casa da Música.

O investimento total na obra é de 435 milhões de euros e as obras devem arrancar ainda este ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Japão anuncia descargas da central nuclear de Fukushima a partir de quinta-feira

  • Lusa
  • 22 Agosto 2023

O primeiro-ministro deu o aval final numa reunião dos ministros envolvidos no plano e deu instruções ao operador da central para estar pronto para iniciar as descargas na quinta-feira.

O Governo japonês anunciou esta terça-feira que as águas residuais radioativas tratadas e diluídas da central nuclear de Fukushima Daiichi serão lançadas no oceano a partir de quinta-feira.

O primeiro-ministro, Fumio Kishida, deu o aval final numa reunião dos ministros envolvidos no plano e deu instruções ao operador da central, a Tokyo Electric Power Company Holdings (TEPCO), para estar pronto para iniciar as descargas na quinta-feira, se o tempo o permitir.

A libertação de água começa quase 12 anos e meio após a fusão nuclear de março de 2011, causada por um forte terramoto e tsunami.

A central de Fukushima Daiichi deverá, no início de 2024, ficar sem espaço para armazenar cerca de 1,33 milhões de toneladas de água, proveniente de chuva, água subterrânea ou injeções necessárias para arrefecer os núcleos dos reatores nucleares.

Tanto o governo japonês como a TEPCO alertaram que a água deve ser removida, para evitar fugas acidentais dos tanques.

Apesar de ter sido aprovado pela Agência Internacional de Energia Atómica, o plano levantou preocupações nos países vizinhos, provocando protestos de rua na Coreia do Sul e levando a China a proibir a importação de alguns alimentos de dez províncias do Japão.

No final de junho, o comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau criticou o plano japonês, classificando-o de irresponsável e de violar o direito internacional.

O Governo da Coreia do Sul tem realizado vários testes para demonstrar às pessoas que não há risco de contaminação ambiental ou de alimentos devido às descargas de Fukushima.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Negociações “construtivas” na Austrália aliviam preço do gás

Nova ronda de negociações entre trabalhadores e a australiana Woodside foram "construtivas", considerou a CEO da petrolífera.

A petrolífera autraliana Woodside Energy Group e um sindicato tiveram esta terça-feira mais uma ronda nas negociações que, segundo a CEO Meg O’Neill, foram “construtivas”. “Chegámos a acordos substanciais sobre uma série de questões”, noticia a Bloomberg citando declarações da gestora numa conferência de resultados.

O balanço positivo da última sessão entre sindicatos e patrões na Austrália aliviaram parcialmente os receios sobre o mercado de gás natural, depois de, esta segunda-feira, o contrato TTF (Title Transfer Facility), que serve de referência para a Europa, ter disparado 9%, para 41 euros, por megawatt-hora. Esta terça-feira, os futuros para entrega em setembro arrancaram a manhã a desvalorizar 1% para 39,96 euros por megawatt-hora, tendo porém voltado a subir pelas 10h30, para os 41 euros.

Em causa estão as negociações entre os sindicatos e os patrões das plataformas de gás da NorthWestShelf (detida pela Woodside) e de Gorgon e Wheatstone (detidas pela Chevron). Os trabalhadores colocaram em cima da mesa reivindicações sobre melhores salários e mais segurança no espaço de trabalho, alertando que, se não forem respondidas, resultarão em greves que terão impactos no mercado mundial de GNL (gás natural liquefeito).

No domingo, a Offshore Alliance, um sindicato que representa os trabalhadores da Woodside, confirmou estar agendada uma última reunião com os patrões na próxima quarta-feira, 23 de agosto. Quanto aos trabalhadores da Gorgon e Wheatstone, a decisão deverá ficar conhecida na quinta-feira, 24 de agosto.

Apesar de estarem longe da Europa, estas três infraestruturas de GNL australianas produzem, coletivamente, cerca de 10% do abastecimento mundial de GNL, cerca de 40 milhões de toneladas deste combustível. Só este ano, estas três centrais cobriram pelo menos 25% do GNL de quatro dos maiores compradores da Ásia: Japão, Taiwan, Tailândia e Singapura.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Construtora de Amarante vai abrir delegação no Algarve e quer apostar nas residências de estudantes

Além da aposta no Algarve, onde tem quatro obras no valor de 40 milhões, a TPS está a apostar nas residências para estudantes. A primeira será em Vila Real e representa um investimento de 14 milhões.

A Teixeira, Pinto & Soares, (TPS), empresa de engenharia e construção, vai investir dois milhões de euros para abrir uma delegação no Algarve, no próximo ano. A construtora de Amarante, que quer chegar aos 70 milhões de faturação este ano, tem como objetivo ter presença física em três polos: Norte, Lisboa e Algarve. A empresa conta com uma carteira de encomendas superior a 153 milhões, emprega 185 colaboradores e faturou 48 milhões o ano passado.

“Começámos a trabalhar no Algarve no último trimestre de 2022 e ainda não temos delegação. Já andávamos a pensar entrar nesse mercado e finalmente conseguimos entrar. Neste momento, temos quatro obras na região de dimensão que representam cerca de 40 milhões de euros. Agora andamos a estudar oportunidade de adquirir um terreno e construir a nossa delegação. A nossa previsão é ter no final do próximo ano todas as condições reunidas”, revela ao ECO, o presidente da TPS, Bruno Soares.

A construtora nortenha está a construir no Algarve uma residência sénior em Vilamoura, 22 moradias em banda também em Vilamoura, uma moradia na Quinta do Lago e o aeródromo no Cachopo, que é a única obra pública. “O Algarve é um mercado interessante em termos de obras particulares. Tem grandes volumes de investimento e é constante. Existe consistência no investimento e está mais vocacionado para os estrangeiros”, explica o líder da empresa. Por outro lado, Bruno Soares adianta que o “Algarve é um mercado onde as obras públicas não têm muita expressão”.

Começámos a trabalhar no Algarve no último trimestre de 2022 e ainda não temos delegação. Já andávamos a pensar entrar nesse mercado e, finalmente, conseguimos entrar. Neste momento, temos quatro obras na região de dimensão que representam cerca de 40 milhões de euros.

Bruno Soares

Presidente da TPS

A construtora tem sede em Amamente e uma delação em Lisboa há 14 anos. As obras em Lisboa representam 65% do volume de negócios da TPS. Da carteira de encomendas, superior a 153 milhões, 75 milhões de euros são obras em Lisboa.

A nível nacional, a TPS tem 18 obras em curso. Azul Boutique Hotel em Gaia, a reabilitação do conservatório nacional de dança em Lisboa, a construção do edifício MIA (UC BIOMED), da Universidade de Coimbra são algumas das obras em curso da construtora nortenha. As obras públicas representam 55% do volume de negócios da empresa familiar.

Na esfera da reabilitação, a empresa tem vindo a angariar vários prémios. Entre as obras premiadas com o prémio de reabilitação urbana estão as obras do teatro Luís de Camões em Lisboa (2019), Termas Romanas de São Pedro do Sul (2021), Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (2022), o Convento do Desagravo em Lisboa e o Cinema Batalha na cidade do Porto (2023).

TPS aposta na construção de residências para estudantes

Além da residência sénior, a construtora está a apostar nas residências para estudantes. A primeira unidade será em Vila Real, vai contar com 280 quartos e representa um investimento de 14 milhões de euros.

“Já estamos a trabalhar na primeira residência de estudantes, temos um plano que esperamos cumprir. A primeira é em Vila Real e, neste momento, estamos a aprovar o projeto. Esperamos começar a empreitada no início de 2024 e o objetivo é, em setembro de 2025, já ter as condições reunidas para receber alunos”, detalha o presidente da TPS, formado em gestão de empresas.

Depois da residência em Vila Real estar concluída, o objetivo é apostar noutras localizações. “Temos um plano para aumentar as residências de estudantes. Queremos pôr esta primeira em funcionamento, perceber o negócio e depois expandir para outros locais“, explica Bruno Soares. Mas, o líder descarta Porto e Lisboa.

Fundada em 1997 por três sócios, a empresa herdou o apelido de cada um deles, Teixeira, Pinto & Soares. Dois anos depois, passou a ser liderada por um dos fundadores — Fernando da Cunha Soares, que é pai dos atuais administradores, Bruno e Pedro Soares, administrador da área de produção e logística.

Desde 2017, a TPS integra a esfera da Latitude Capital SGPS, SA, constituída para agregar um portfólio de empresas no domínio da engenharia e da construção civil ou em áreas confinantes. Para além da TPS, esta holding gere diversas participações sociais em várias empresas: a Década Paralela, fundada em 2015 e a Globaltérmica – Instalações Mecânicas, SA, formada em 2018.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Politécnico de Castelo Branco apresenta orçamento de 31 milhões de euros para 2024

  • Lusa
  • 22 Agosto 2023

Presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco fala em discriminação negativa dos politécnicos em relação às universidades.

O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) apresentou um orçamento para 2024 no valor de 30,8 milhões de euros, mais cinco milhões de euros face ao orçamento em vigor.

“O aumento de cinco milhões de euros [de orçamento] face ao ano anterior [2023] é demonstrativo da capacidade desta [instituição] em captar financiamento próprio e atingir elevados níveis de execução financeira dos projetos”, referiu o presidente do IPCB , António Fernandes.

Para 2024, a dotação do Orçamento do Estado (OE) atribuída ao IPCB é de 20.084.290 euros — mais 1.316.678 euros do que em 2023 –, tendo o Politécnico de Castelo Branco decidido transferir, desde já, 350 mil euros para os Serviços de Ação Social.

“Na linha do que tem vindo a acontecer, este mecanismo de gestão prevê um reforço do número de alunos face ao ano anterior, prevendo ainda a inscrição de verba no âmbito de projetos de eficiência energética, bem como de outros programas”, lê-se na nota.

O modelo de financiamento deveria contemplar um fator de majoração do peso dos estudantes das instituições que cumpram o critério de localização em territórios de baixa pressão demográfica.

António Fernandes

Presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB)

Segundo a instituição, a verba da dotação orçamental destina-se fundamentalmente a fazer face aos encargos previstos com pessoal, sendo que cobre 88,5% dessas despesas. O restante é financiado através de receitas próprias e imputação de recursos humanos em projetos.

Quanto aos Serviços de Ação Social do IPCB, o projeto de orçamento de 2024 é de 849.199 euros, mais 73.393 euros do que no ano anterior.

A receita divide-se entre os 350 mil euros provenientes do OE — verba a aplicar na íntegra em despesas com pessoal — e 499.199 euros — 425 mil em 2023 — resultantes da venda de bens e serviços, onde se incluem as receitas relativas ao alojamento em residências e as concessões de bares e máquinas de venda automática, assim como o aluguer de espaços.

“O projeto de orçamento encontra-se alinhado com a política estratégica definida para a instituição, os resultados conhecidos ao nível do crescimento do número de alunos, da estabilização e promoção da carreira dos trabalhadores docentes e não docentes, e com o investimento ao nível da aquisição de equipamentos e requalificação das instalações“, referiu António Fernandes.

O presidente do IPCB criticou o modelo de financiamento usado pela primeira vez este ano, sobretudo “o facto de este considerar exclusivamente o número de estudantes, e de utilizar ponderações destinadas a medir o custo com cada estudante em função da respetiva área de formação, diferentes entre o subsistema politécnico e o subsistema universitário”.

“Tal diferença promove uma discriminação negativa dos politécnicos em relação às universidades, não considerando o modelo de financiamento qualquer mecanismo de compensação destinado às Instituições de Ensino Superior (IES) de menor dimensão e localizadas em territórios com inferior pressão demográfica“, sustentou.

A bem da coesão territorial, este responsável diz que o modelo de financiamento “deveria contemplar um fator de majoração do peso dos estudantes das instituições que cumpram o critério de localização em territórios de baixa pressão demográfica”, condição a que estão associados custos de contexto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mesmo com Pensão na Hora, ainda há quem tenha de esperar mais de dois anos pela atribuição da reforma

  • ECO
  • 22 Agosto 2023

Morosidade de alguns serviços da Segurança Social é “um dos maiores obstáculos à efetivação dos direitos de proteção social, alerta provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral.

Só no primeiro semestre deste ano o gabinete da provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, registou 96 queixas por atraso nas pensões, sendo que em 17% dos casos a demora é superior a dois anos, isto apesar do contributo da Pensão na Hora para acelerar o processo de atribuição das reformas, noticia esta terça-feira o Público.

A provedora de Justiça continua, por isso, a chamar a atenção para a morosidade de alguns serviços da Segurança Social como sendo “um dos maiores obstáculos à efetivação dos direitos de proteção social, comprometendo o princípio da eficácia das prestações sociais e colocando em risco os grupos mais vulneráveis”.

Num relatório que enviou recentemente à Assembleia da República, a provedora dá conta de que o atraso é inferior a dois anos na maioria dos processos analisados (93%), mas 17% das queixas referem-se a pedidos pendentes há mais de dois anos, atingindo os quatro anos num dos casos. A falta de articulação entre serviços é outro dos problemas constatados pela provedora, que fala em “deficiente e insuficiente” articulação entre o Centro Nacional de Pensões (CNP) e a Caixa Geral de Aposentações nos processos de atribuição das pensões unificadas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alargamento e desafio ao dólar, a cimeira dos BRICS em cinco perguntas e respostas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 22 Agosto 2023

Expansão do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul está no centro do debate do encontro. Mais de 40 candidatos partilham o desejo de "nivelar" um campo que favorece o Ocidente.

Arranca esta terça-feira, dia 22 de agosto, a 15.ª cimeira anual do grupo BRICS. Os chefes de Estado e de Governo do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul debatem em Joanesburgo, até 24 de agosto, o distanciamento do dólar e o alargamento a outros países.

Quando nasceu o BRICS? Que países fazem parte do grupo?

Em 2009, a Rússia deu o “pontapé de saída” para formar um bloco de países com o objetivo de fazer frente à ordem mundial liderada pelos EUA e as potências económicas do chamado Ocidente. Unindo-se ao Brasil, à Índia e à China, nasceu o grupo BRIC, inspirado no acrónimo cunhado anos antes por Jim O’Neill – que era, na altura, o economista-chefe do Goldman Sachs – num trabalho de investigação que sublinhava o potencial de crescimento destas quatro economias.

Dois anos depois da sua oficialização na cimeira de Ecaterimburgo, na Rússia, juntou-se ao grupo a África do Sul, assumindo assim a designação atual de BRICS. Os cinco países representam, em conjunto, mais de 40% da população mundial e um quarto da economia global.

Os BRICS têm um braço económico?

Em 2014 foi anunciada a criação do Novo Banco de Desenvolvimento, uma instituição financeira que, desde a sua formalização, emprestou mais de 30 mil milhões de dólares para projetos de infraestruturas, energia renovável e transportes nos países membros. No mesmo ano, foi formado o Fundo de Reservas do BRICS, com 100 mil milhões de dólares, para preservar a estabilidade financeira das cinco nações em tempos de crise.

Importa notar que o BRICS não é uma organização formal como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), ou sequer um bloco económico, como é o caso da União Europeia. Ainda assim, funciona por consenso e cada país assume a presidência rotativa do grupo durante um ano, sendo que os seus cinco membros fazem parte do G20, o grupo que reúne as 20 principais economias.

O que está em discussão nesta cimeira?

O grande tema em cima da mesa na cimeira de três dias, que decorre no distrito de Sandton, na capital financeira sul-africana, é a expansão do grupo a mais países. O alargamento sempre esteve na agenda do BRICS – de tal modo que a África do Sul entrou no bloco um ano e meio depois da primeira cimeira –, sendo impulsionado sobretudo pela China, mas tem enfrentado a resistência dos restantes membros.

No entanto, o contexto atual é diferente daquele em que o mundo se encontrava em 2010, sobretudo se se tiver em conta a pandemia de Covid-19, que fez aumentar a insatisfação dos países em desenvolvimento face aos Estados mais ricos. Embora esteja a enfrentar uma fase de abrandamento económico, Pequim consolidou-se como potência e viu crescer a sua capacidade de influência a nível internacional; Moscovo precisa de apoio de outros países numa altura em que está em guerra contra a Ucrânia e enfrenta pesadas sanções dos EUA e respetivos aliados; a África do Sul vê o seu papel de liderança no continente africano questionado perante economias em crescimento na região.

Aparte do alargamento a outros países, é provável que sejam debatidas formas de acelerar o distanciamento do dólar norte-americano, através de uma maior utilização de moedas locais no comércio entre os países membros. Porém, em declarações à agência noticiosa Bloomberg, Jim O’Neill considerou que a ideia de que uma moeda comum do BRICS poderia superar o dólar é uma “loucura”.

O encontro conta com a presença do Presidente do Brasil, Lula da Silva, do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, do Presidente chinês, Xi Jinping, e ainda do Chefe de Estado da África do Sul, Cyril Ramaphosa. O Presidente russo, Vladimir Putin, é o único líder do BRICS que não estará fisicamente presente na cimeira (apenas por videoconferência), devido ao mandado de detenção de que é alvo pelo Tribunal Penal Internacional por alegados crimes de guerra na Ucrânia. Em Joanesburgo, estará representado pelo chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.

O presidente francês, Emanuel Macron, chegou a sugerir a sua participação neste fórum, mas o convite formal nunca chegou ao Eliseu.

Quais os países que querem aderir ao BRICS?

Entre o Irão, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, a Argentina, a Argélia, a Bolívia, a Indonésia, o Egito, a Etiópia, Cuba, a República Democrática do Congo, as Comores, o Gabão e o Cazaquistão contam-se mais de quatro dezenas de países que já manifestaram interesse em aderir ao grupo, de acordo com as autoridades sul-africanas, que presidem à cimeira deste ano.

Para estes países, o BRICS é um sinal de esperança, já que esperam que a adesão ao bloco lhes traga benefícios como o financiamento do seu próprio desenvolvimento económico e um aumento do comércio e do investimento.

O Irão, que detém cerca de um quarto das reservas de petróleo do Médio Oriente, espera que o mecanismo de adesão seja decidido “o mais rapidamente possível”, ao passo que a Arábia Saudita esteve entre os países que participaram nas conversações dos “Amigos dos BRICS” na Cidade do Cabo, no passado mês de junho, tendo recebido o apoio da Rússia e do Brasil para se juntar ao grupo.

Precisamente sobre a adesão da Arábia Saudita ao BRICS, Jim O’Neill antecipa que seria “um grande negócio”, observando que os laços tradicionalmente estreitos do país com os EUA e o seu papel como o maior produtor de petróleo do mundo acrescentariam peso ao bloco. O economista admite mesmo que a adesão de mais países ao BRICS será economicamente importante se a Arábia Saudita for um deles; caso contrário, é difícil ver o interesse.

Na América do Sul, a Argentina afirmou, ainda em julho do ano passado, ter recebido o apoio formal da China na sua candidatura ao grupo. O Presidente da Bolívia, Luis Arce, manifestou interesse em aderir ao BRICS e espera-se que participe na cimeira, mostrando-se determinado a reduzir a dependência do dólar no comércio externo.

A Etiópia, uma das economias de crescimento mais rápido de África, avançou em junho que tinha pedido para aderir ao bloco, com um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros a dizer que o país vai continuar a trabalhar com instituições internacionais que possam proteger os seus interesses.

Em julho, a Argélia anunciou que se candidatou a membro do grupo, bem como a acionista do Novo Banco de Desenvolvimento. A nação norte-africana é rica em recursos de petróleo e gás e está a tentar diversificar a sua economia e a reforçar a parceria com a China e outros países.

O que dizem os analistas sobre o futuro do grupo?

É possível que as expectativas dos candidatos ao BRICS sejam demasiado exageradas em relação ao que a sua adesão irá realmente proporcionar na prática“, afirmou Steven Gruzd, do Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais, citado pela Reuters.

À medida que procura tornar-se um contrapeso ao Ocidente, face às tensões entre a China e os Estados Unidos e às consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia, o aumento do número de membros poderia dar mais força ao BRICS e ao seu desejo de reforma global. Mas, segundo os analistas, as ambições do bloco de se tornar um ator político e económico global têm sido frustradas por divisões internas e pela falta de uma visão coerente.

Enquanto se espera que os líderes do BRICS discutam na cimeira um quadro para a admissão de novos membros, com a China e a Rússia desejosas de avançar com o alargamento, os benefícios tangíveis da adesão estão a diminuir.

Por exemplo, o Novo Banco de Desenvolvimento, ou “banco dos BRICS”, está a ser prejudicado pelas sanções contra a Rússia. Já a África do Sul, apesar de ter visto o seu comércio com os países do grupo aumentar de forma constante desde a sua adesão, segundo uma análise da Corporação de Desenvolvimento Industrial do país, deve esse crescimento em grande parte às importações da China, além de que o bloco representa somente um quinto do total do comércio bilateral sul-africano.

O Brasil e a Rússia, em conjunto, absorvem apenas 0,6% das exportações da África do Sul. Em 2022, o défice comercial do país com os seus parceiros do BRICS tinha quadruplicado para 14,9 mil milhões de dólares face a 2010. Estes resultados devem fazer com que os países candidatos pensem duas vezes antes de aderir ao grupo. “É difícil encontrar realizações concretas para os BRICS. Muita conversa, muito menos ação“, apontou Steven Gruzd.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Pensões, excedente externo e IP

  • ECO
  • 22 Agosto 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Só no primeiro semestre deste ano o gabinete da Provedora de Justiça registou 96 queixas por atraso nas pensões, sendo que em 17% dos casos a demora é superior a dois anos. Em destaque na imprensa está ainda a notícia de que Portugal voltou a ter as contas externas positivas entre abril e junho deste ano.

Pensão na Hora acelera reformas mas ainda há atrasos superiores a dois anos

Só no primeiro semestre deste ano o gabinete da Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, registou 96 queixas por atraso nas pensões, sendo que em 17% dos casos a demora é superior a dois anos, isto apesar do contributo da Pensão na Hora para acelerar o processo de atribuição das reformas. A Provedora continua, por isso, a chamar a atenção para a morosidade de alguns serviços da Segurança Social como sendo “um dos maiores obstáculos à efetivação dos direitos de proteção social, comprometendo o princípio da eficácia das prestações sociais e colocando em risco os grupos mais vulneráveis”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Excedente externo no segundo trimestre é o primeiro numa década

Portugal voltou a ter as contas externas positivas entre abril e junho deste ano, o que já não acontecia desde 2014, o que se explica com a melhoria da balança comercial de bens e o reforço do excedente da balança de serviços, por causa do turismo. De acordo com o Banco de Portugal, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital atingiu 1.532 milhões de euros no segundo trimestre. Só em período homólogo de 2022 registou-se um défice de 1.498 milhões.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

É nas freguesias que o emprego público mais sobe

O emprego público está a ser segurado pelos municípios, freguesias e administrações regionais, tendo estagnado na administração central. O crescimento é mais pronunciado nas freguesias, que registaram um aumento de 9,5% do emprego público no segundo trimestre, em termos homólogos, o que corresponde a mais 1.380 pessoas, para um total de 15,9 mil postos de trabalho. Em dez anos, o emprego público nas freguesias disparou 46%.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível)

Imóveis desafetados das Forças Armadas ainda não deram casa a ninguém

Há oito imóveis militares para serem integrados no programa de arrendamento acessível, disponibilizando 1.379 novas casas que foram cedidas pelo ex-ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, ao ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. Mas, até à data, a intenção não saiu do papel. Além disso, num protocolo, assinado 30 de junho de 2021, o Governo anunciou que as Forças Armadas iriam receber 110 milhões de euros, pela concessão por 75 anos dos direitos de superfície, para investimento nas suas infraestruturas. Também ficou aquém: só receberam 15,4 milhões da verba prometida.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

IP tem 17% dos projetos do PRR em execução

A Infraestruturas de Portugal (IP) já lançou 17 das obras que assegurou ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e tem sete em construção, num montante de 67 milhões de euros, o que corresponde a 17% do total que a empresa pública tem de contratar até ao final do ano e executar até 2026. Já as outras dez empreitadas, que representam um investimento total de 190 milhões de euros, estão em fase de contratação. Tal corresponde a 65% dos 395 milhões que assegurou da “bazuca”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 22 de agosto

  • ECO
  • 22 Agosto 2023

Ao longo desta terça-feira, 22 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inflação chega ao streaming. Assinaturas estão a pesar mais no bolso dos portugueses

Os conteúdos não escapam à inflação. As principais plataformas têm anunciado aumentos de preços que também abrangem o mercado português. Recorde o que ficou mais caro.

Disney+, HBO Max, Spotify e Netflix são alguns dos serviços de streaming que estão a pesar mais no bolso dos subscritores portugueses. A generalidade das plataformas tem aumentado os preços a nível global nos últimos tempos e Portugal não foi exceção, com as empresas a justificarem os incrementos com a inflação e com os investimentos necessários em inovação e na melhoria do serviço e da experiência do utilizador.

Se já se perdeu nestes aumentos, o +M compilou as últimas alterações de preços anunciadas pelas principais plataformas no mercado português.

Disney+

A Disney+ foi o mais recente serviço de streaming a divulgar um aumento de preços em todo o mundo, incluindo em Portugal. Os subscritores vão passar a pagar 10,99 euros mensalmente, em vez dos anteriores 8,99. Na assinatura anual, o preço também aumentou, de 89,90 euros para 109,99.

O valor das subscrições vai assim subir dois euros a partir de 1 de novembro para novos clientes ou a partir de 6 de dezembro para quem já é subscritor.

Recentemente, o serviço de streaming da Disney registou uma perda recorde de 11,7 milhões de subscritores a nível global no segundo trimestre do ano. Face a esse dado, o plano da empresa passa por um aumento de preços e pelo combate à partilha de passwords.

Depois dos EUA, a Disney vai também alargar a modalidade de subscrição com publicidade (com um valor da assinatura mais baixo) ao Canadá e a vários países da Europa. Para já, Portugal não está abrangido.

HBO Max

A assinatura do HBO Max também passou a custar mais dois euros por mês – aumentando de 5,99 para 7,99 euros – a partir do dia 13 de julho, naquele que foi um aumento de 33% na mensalidade, comunicado aos subscritores via email. Para os subscritores que beneficiam da promoção vitalícia da HBO, por terem assinado a plataforma desde a entrada em Portugal, o preço subiu de 3,99 para 5,32 euros.

“Estamos a aumentar o preço mensal face aos maiores custos de aquisições, criação de conteúdo e desenvolvimento de produtos, para que possamos continuar a investir no conteúdo e nos produtos de alta qualidade que procuramos fornecer aos nossos clientes”, justificou a empresa.

Este aumento ocorreu dois meses depois de a Warner Bros. Discovery ter anunciado a fusão dos conteúdos da HBO Max e da Discovery+ num novo serviço de streaming chamado Max. Em Portugal e no resto da Europa a mudança deve materializar-se em 2024.

Amazon Prime Vieo

Há cerca de um ano, foi a Amazon que divulgou um aumento de preços na ordem dos 25%. A assinatura do serviço dá acesso a ofertas exclusivas, a envios rápidos e mais acessíveis e à plataforma de streaming da empresa, o Prime Video.

“Como consequência do aumento da inflação e dos custos específicos do serviço Prime em Portugal, que continuam a aumentar, vamos atualizar o preço do Prime em um euro por mês, de 3,99 para 4,99 euros, e a subscrição anual de 36 para 49,90 euros”, disse ao ECO na altura fonte oficial da Amazon.

Este aumento do serviço ocorreu pouco mais de um ano depois de o serviço ter chegado ao país. O Amazon Prime chegou formalmente a Portugal em maio de 2021, apesar de alguns clientes no país já assinarem o serviço através da Amazon Espanha. O lançamento coincidiu com um período em que a tecnológica norte-americana pôs em marcha uma estratégia específica para o mercado português, com a tradução para português europeu da loja espanhola e a criação de uma área especial para marcas nacionais.

Apple TV+

Quando chegou a Portugal, há cerca de três anos, o serviço de streaming da Apple custava 4,99 euros por mês. No entanto, atualmente, depois de um agravamento de dois euros no seu preço no ano passado, o serviço já pesa em 6,99 euros mensais nos bolsos dos subscritores.

Após ter introduzido o Apple TV+ a “um preço muito baixo, porque este havia começado com apenas alguns programas e filmes”, a marca justificou o encarecimento tendo em conta que, “três anos depois, o Apple TV+ é a casa de uma extensa seleção de séries premiadas e amplamente aclamadas, longas-metragens, documentários e entretenimento infantil e familiar dos contadores de histórias mais criativos do mundo”.

Netflix

Antes disso, em 2021, a Netflix também anunciou um aumento dos seus preços, tendo o plano Standard e o plano Premium encarecido em um euro e dois euros, respetivamente.

O plano Standard, que custava 10,99 euros, passou assim a 11,99 euros. Já o preço do plano Premium que era 13,99 euros aumentou dois euros, para 15,99 euros. O preço do plano correspondente ao serviço base manteve-se nos 7,99 euros.

Na altura a Netflix também esclareceu que o aumento do preçário estava relacionado com a melhoria consistente da qualidade de serviços prestados.

Este serviço também ficou mais caro este ano em Portugal, depois de a Netflix ter dado a conhecer que ia combater a partilha de contas – uma prática usada por muitos utilizadores para dividir a despesa da mensalidade, mas que penalizava as receitas da empresa. Assim, os utilizadores que queiram partilhar conta da Netflix têm de subscrever um dos planos mais caros e somar 3,99 euros à mensalidade.

A Netflix registou uma quebra de mais de 13% no número de subscritores em Portugal no início deste ano, em comparação com o período entre janeiro e abril de 2022. A plataforma com mais adeptos em Portugal lançou também um novo método de subscrição com publicidade, estando o mesmo disponível em 12 países (nos quais Portugal não está incluído). Em maio este novo método de subscrição com publicidade atingiu os cinco milhões de utilizadores.

Spotify

Mas os aumentos não aconteceram só nos filmes e séries. Entre as mais recentes subidas de preços encontra-se também a do serviço de streaming de música Spotify, cujo aumento da assinatura premium em Portugal foi superior a 15%. Isto traduz-se num aumento de mais dois euros mensais na assinatura Premium Família, passando de 11,99 para os 13,99 euros.

Com este aumento, o serviço individual passou assim também a custar 7,99 euros/mês (mais um euro); a assinatura Duo, que dá para duas contas, fixou-se nos 10,49 euros/mês (mais 1,5 euros); e a Estudante nos 4,49 euros/mês (mais um euros).

À data, a subida de preços do Spotify (16,7%) foi de mais do dobro da inflação dos últimos 12 meses em junho (7,8%). Numa mensagem enviada aos clientes, o Spotify afirmou que o aumento da assinatura tinha como objetivo permitir o investimento na inovação e na melhoria da experiência do utilizador.

No início deste ano o Spotify anunciou um corte de 6% no número de funcionários da empresa, o que significa o despedimento de cerca de 600 trabalhadores.

Já em 2021, a mensalidade do plano familiar do Spotify em Portugal tinha também sofrido um aumento de um euro, de 10,99 para 11,99 euros mensais, devido a “fatores macroeconómicos locais”, explicou na altura fonte oficial da empresa ao ECO.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ameaças de greves na Austrália impulsionam preços do gás natural na Europa. Mas reação pode ter sido “exagerada”

Negociações entre sindicatos e patrões de três plataformas de gás natural liquefeito na Austrália fizeram disparar preços na Europa. Em causa está cerca de 10% do abastecimento mundial de GNL.

As cotações de gás na Europa estão novamente a causar preocupações, ainda que as reservas do 27 Estados-membros já tenham atingido o limite necessário para o inverno. Desta vez, os receios são provenientes do outro lado do globo, da Austrália, mais especificamente das negociações entre trabalhadores e patrões das três principais plataformas de gás natural liquefeito (GNL) do país. Pela Europa, as incertezas já se refletem nos preços, e enquanto os alguns analistas antecipam que sejam de “curta duração” outros vão mais longe e dizem que os mercados europeus reagiram de forma “exagerada“.

De Canberra chegaram, esta segunda-feira, notícias de que as negociações entre os sindicatos e os patrões das plataformas de gás da North West Shelf (detida pela Woodside) e de Gorgon e Wheatstone (detidas pela Chevron) estariam em risco de cair por terra. Em cima da mesa estão reivindicações sobre salários e segurança que se não forem respondidas, resultarão em greves que terão impactos no mercado mundial de GNL.

As negociações decorrem desde o início do mês e tal como sublinham os analistas da consultora de commodities ICIS, não têm passado despercebidas entre os investidores. Entre 8 e 9 de agosto, o contrato de gás natural TTF (Title Transfer Facility), que serve de referência para a Europa, subiu 8 euros por MWh para 38,80 euros por MWh, tendo desvalorizado até aos 34 euros por MWh no dia 14, mas retomado o teto de 39 euros por MWh no dia seguinte, ensombrados pelos receios de uma greve entre os sindicatos.

 

Evolução dos preços da cotação do TTF entre 15 de agosto de 2023 e 21 de agosto de 2023Barchart

 

Esta segunda-feira, 21 de agosto, a cotação disparou 9% para um máximo de 42 euros por megawatt-hora depois das notícias de que a Offshore Alliance, um sindicato que representa os trabalhadores da Woodside, ter confirmado estar agendada uma última reunião com os patrões na próxima quarta-feira, 23 de agosto. Quanto aos trabalhadores da Gorgon e Wheatstone, a decisão deverá ficar conhecida na quinta-feira, 24 de agosto. Em todos os casos, de acordo com a lei laboral australiana, deve ser presente um pré-aviso de greve sete dias antes da ação.

Apesar de estarem longe da Europa, estas três infraestruturas de GNL australianas produzem, coletivamente, cerca de 10% do abastecimento mundial de GNL. Até agora, em 2023, estas três centrais cobriram pelo menos 25% do GNL de quatro dos maiores compradores da Ásia: Japão, Taiwan, Tailândia e Singapura.

“O facto de o índice de GNL da Ásia Oriental, o EAX, ter aumentado 4,8 euros por MWh para 38,65 euros por MWh, ou apenas metade do aumento do TTF, sugere que os compradores asiáticos não estavam tão preocupados como os seus pares europeus com as greves”, escreve Paula Di Mattia Peraire, analista da ICIS. Acrescenta, porém, que no dia 16 de agosto, a cotação atingiu os 45,67 euros por MWh, “o que parece indicar uma preocupação crescente por parte dos compradores asiáticos”.

O resultado das negociações é particularmente relevante numa altura em que a Rússia já não é o principal fornecedor de gás da União Europeia (UE), embora se mantenha como o segundo principal nas entregas deste combustível por metaneiro. “A necessidade de substituir o abastecimento por gasoduto (Nord Stream) deixou a Europa altamente exposta ao mercado mundial do gás“, refere Peraire.

No primeiro trimestre de 2022, antes da guerra na Ucrânia, a Rússia era o maior fornecedor de gás natural por gasoduto dos 27, detendo uma quota de 38,8%, seguida da Noruega (38,1%). A situação ja se tinha invertido no arranque deste ano, com a quota de Moscovo a cair para 17,4%, e a da Noruega a subir para 46,1%. No que respeita ao gás natural liquefeito, a Rússia (13,2%) manteve-se no primeiro trimestre de 2023 como o segundo maior fornecedor da UE, atrás dos Estados Unidos (40,2 %). Nesse período, cerca de 40% do abastecimento total da Europa foi assegurado por GNL.

“Estas potenciais greves significam que os compradores asiáticos terão de competir de forma mais agressiva com os compradores europeus no que respeita ao GNL”, aponta a analista da ICIS.

No caso de as três greves avançarem, estima a ICIS, significa 40 milhões de de toneladas de GNL ficarão indisponíveis, o que inevitavelmente fará subir os preços, “especialmente se as greves durarem mais do que algumas semanas”. Mas esses níveis não deverão atingir os valores recorde registados no ano passado, altura em que o preço do gás superou os 300 euros por MWh perante as disrupções no gasoduto que ligava Moscovo a Berlim, e por sua vez ao resto da Europa, o Nord Stream 2.

"Os níveis recorde das reservas regionais de gás e a fraca procura pesaram sobre as importações de GNL nos últimos dois meses e esperamos que esta tendência se mantenha, impedindo que os preços subam demasiado. ”

Paula Di Mattia Peraire, ICIS

Mas os apelos de cautela apenas serão necessários num cenário em que as greves se concretizem, algo que, para já, ainda se mantém em aberto. “O mercado europeu pode ter reagido de forma exagerada às notícias“, comenta a analista do ICIS.

A noção é corroborada pelo banco neerlandês ING, que perante a realidade de as reservas de gás europeias estarem a 91% de capacidade, afirma “que qualquer influência nos preços deverá ser de curta duração“. “Precisaríamos de ver uma grande quantidade da capacidade em risco, por um período prolongado, para resultar numa mudança significativa nos mercados europeus, pelo menos durante o próximo mês ou dois“, tal como aconteceu com a guerra na Ucrânia, explicam, numa nota de análise.

Receios de uma crise energética permanecem

A rápida reação às notícias vindas da Oceânia demonstram que os receios de uma crise energética semelhante àquela assistida em 2022 ainda não foram afastadas e a decisão de a Europa se emancipar do gás russo, colocou o bloco numa posição vulnerável no mercado global do gás. Neste caso, refere Paula Di Mattia Peraire, no próximo inverno, os investidores terão que estar atentos às previsões meteorológicas — que determinarão a intensidade do recurso ao gás — e ao ritmo da procura por GNL na Ásia. “Uma vaga de frio na China e no Sudeste Asiático aumentaria a procura de GNL e aumentaria a pressão de alta sobre os preços europeu“, alerta a analista.

As preocupações face ao próximo inverno também se sentem no Japão. No mês passado, a Bloomberg dava conta de que o governo de Fumio Kishida iria propor à Agência Internacional de Energia (AIE) a criação de uma estrutura global de armazenamento de gás para os 31 Estados-membros, entre eles, Portugal. A proposta deverá ser apresentada na próxima reunião ministerial da AIE agendada para fevereiro de 2024.

Isto acontece numa altura em que a ICIS prevê que o mercado global de GNL continue a sofrer apertos, pelo menos, até 2025, ano em que se esperam que novos investimentos ligados ao setor entrem em operação. Nessa altura serão disponibilizadas mais 84 milhões de toneladas por ano GNL, prevê.

Para 2023, o ICIS antecipa que o mercado global de GNL tenha um défice de três milhões de toneladas, sendo que esse valor chegará às 12 milhões de toneladas em 2024. “Os acontecimentos no mercado mundial do gás continuarão a ter um impacto significativo nos preços europeus nos próximos 18 meses”, vinca Peraire.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.