Aguiar-Branco alerta que país corre o “risco de só ficar com políticos sem interesse algum”

  • Lusa
  • 25 Fevereiro 2025

Presidente da AR avisa que a política precisa de mobilizar os académicos mais capazes e os profissionais mais qualificados para defender os "diferentes interesses que existem na sociedade".

O presidente da Assembleia da República alertou esta terça-feira para o risco de Portugal ficar só com políticos sem interesse nenhum e sugeriu uma mudança de regras e mentalidades por ocasião dos 50 anos das primeiras eleições livres.

Estas posições foram defendidas por José Pedro Aguiar-Branco na abertura de uma conferência sobre “O estatuto dos titulares de cargos políticos — cinco anos depois”, na Sala do Senado, no Parlamento.

Na sua intervenção, o presidente da Assembleia da República considerou que a política portuguesa “precisa de mobilizar os académicos mais capazes, os profissionais mais qualificados” e “os representantes mais adequados para os diferentes interesses que existem na sociedade”.

“Escolho a palavra interesses propositadamente. Os deputados devem mesmo defender interesses: os das suas terras e regiões, os de uma classe profissional, comunidade ou setor, os interesses dos agricultores ou dos professores. É o conjunto dos interesses que constitui o interesse nacional”, sustentou.

Depois, deixou um aviso: “Quando estamos, por demagogia, inveja ou maledicência, demasiado preocupados com os interesses dos políticos, corremos o risco de só ficar com políticos sem interesse algum“.

José Pedro Aguiar-BrancoLusa

O antigo ministro social-democrata admitiu que esta posição seja polémica e impopular, mas, na sua perspetiva, “criou-se em Portugal um terreno armadilhado na discussão sobre o estatuto dos titulares de cargos políticos”.

“Não só pelas leis, mas sobretudo pelo ambiente mediático que se criou. Um ambiente de suspeição face aos políticos, sem cuidar do que é trigo e do que é joio, degradando, por falta de rigor, o sentido nobre da função. Um ambiente que, tantas vezes, parece querer cobrar dos políticos um grau de transparência que visa apenas o voyeurismo e não o escrutínio sério de que serve a causa pública”, criticou.

Há um ambiente que, tantas vezes, parece querer cobrar dos políticos um grau de transparência que visa apenas o voyeurismo e não o escrutínio sério de que serve a causa pública.

José Pedro Aguiar-Branco

Presidente da Assembleia da República

Neste contexto, o presidente da Assembleia da República fez uma proposta para combater um ambiente que “presume que todos são suspeitos e potenciais culpados” e que inverte o ónus da prova.

“Celebramos, neste ano, os 50 anos das primeiras eleições livres. É uma excelente ocasião para homenagear os nossos primeiros deputados, os fundadores do regime democrático. Mas também é tempo de pensarmos no futuro, de mudarmos regras e mentalidades, para que volte a ser possível recrutar os melhores para a política”, advogou.

Na sua intervenção, José Pedro Aguiar-Branco admitiu que, face à atual realidade, figuras como Natália Correia, Lucas Pires ou Sophia de Mello Breyner talvez não estivessem na vida política.

“Precisamos de mudar a forma como olhamos para a política, as exigências que, enquanto sociedade, fazemos aos servidores públicos. Todos sabemos como é difícil a quem tem uma vida privada participar na política”, disse.

O presidente do Parlamento considerou mesmo que “quem tem uma carreira profissional, quem tem currículo no setor privado, quem tem empresas próprias, quem fez negócios, vê-se muitas vezes inibido de participar na política, ainda que sem qualquer incompatibilidade ou conflito de interesses“.

“E corremos o risco com isso de atrair, para o serviço público, apenas os que não têm percurso feito no privado, os políticos de carreira, os que sempre fizeram política — e nada mais”, acrescentou.

Na abertura da sessão, a presidente da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, a social-democrata Ofélia Ramos, classificou Aguiar-Branco como uma “referência em defesa do pluralismo e da liberdade”, e salientou que a ética e a transparência “não são uma opção mas um dever” dos políticos.

Num momento em que se discute a possibilidade de se agravar sanções aos deputados com conduta imprópria, Ofélia Ramos advertiu porém que não se deve criar leis de forma reativa e precipitada.

Criar confusão com lei dos solos e imobiliárias

O presidente da Assembleia da República afirmou, por outro lado, que se está a pretender criar um clima de confusão junto dos cidadãos com polémicas sobre a lei dos solos e de políticos com participações em empresas imobiliárias.

José Pedro Aguiar-Branco falava aos jornalistas no parlamento, depois de questionado sobre os mais recentes casos que atingiram vários membros do Governo, incluindo o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre participações em empresas, designadamente negócios no ramo imobiliário, ou sobre potenciais interesses na revisão da chamada lei dos solos.

“Estas situações mais recentes confundem tudo. E a confusão é o primeiro passo para que se crie uma atmosfera de suspeição em relação a todos, o que é errado, porque degrada o ambiente para o exercício da intervenção cívica”, declarou.

Sobre as mais recentes controvérsias que atingiram membros do executivo PSD/CDS e também deputados, o presidente do parlamento considera ser “óbvio que se pretende criar confusão”. “E ao misturarem-se as várias situações que foram objeto de discussão, quer na Assembleia da República, quer no espaço público, quer em artigos [de opinião], confunde-se tudo”, respondeu.

Para o presidente da Assembleia da República, “confundem-se todas as situações, em concreto, no caso da lei dos solos, que está em debate – e confunde-se propositadamente, porque nem todos os que fazem a discussão desejam efetivamente ver quais são os méritos ou os deméritos da lei”.

Confrontado com o facto de o líder do Chega, André Ventura, o ter também apontado como um dos políticos que detém uma participação numa empresa imobiliária, José Pedro Aguiar-Branco reagiu: “Nem sequer valorizo isso, porque cai campo da tal confusão, no campo em que se pretende confundir tudo”.

Sem nunca especificar forças políticas, o presidente da Assembleia da República observou que, nos últimos tempos, a discussão à volta de uma determinada norma “tem resvalado para o debate do que parece – e não para o debate daquilo que efetivamente é”.

Quando alguém que entra para o exercício de cargos políticos, ainda que não tenha absolutamente nenhuma situação de necessidade de escrutínio particular, tudo é escarrapachado: o seu património, a sua situação do ponto de vista financeiro, tudo o que tem a ver com um acervo particular, ainda que não exista alguma suspeita.

José Pedro Aguiar-Branco

Presidente da Assembleia da República

“O debate surge amputado, aparecendo só num determinado contexto, o que dá uma impressão errada às pessoas. Isso tem um objetivo: Criar uma imagem de menor confiabilidade no parlamento, de menor confiabilidade em quem nos governa e com isso criar aquilo que é o pior para a democracia, que é a confusão”, acentuou.

José Pedro Aguiar-Branco manifestou-se defensor da transparência na atividade política, com uma quadro eficaz de punição em casos objetivos de violação de normas, mas criticou quem tenta estender ao absurdo as normas de incompatibilidade e de conflito de interesses.

Neste ponto, o presidente do parlamento foi ainda mais longe: “Muitas vezes realmente há só voyeurismo”. “Quando alguém que entra para o exercício de cargos políticos, ainda que não tenha absolutamente nenhuma situação de necessidade de escrutínio particular, tudo é escarrapachado: o seu património, a sua situação do ponto de vista financeiro, tudo o que tem a ver com um acervo particular, ainda que não exista alguma suspeita”, criticou.

O presidente do parlamento assinalou depois que está há mais de 20 aos na política. “Sempre fui escrutinado. Portanto, tenho a tranquilidade de poder estar a falar desta forma. Mas a verdade é que o grau de exposição é muitas vezes gratuito. Parece que quem tem mais vida para além da política, quem teve uma atividade privada, quem sempre pautou a sua vida por condutas irrepreensíveis está hoje inibido de poder participar na política”, afirmou.

José Pedro Aguiar-Branco identificou que, progressivamente, se foi “criando essa dimensão demagógica em que, mesmo quando não há situações que se encontrem no âmbito do regime das incompatibilidades, se gera uma atmosfera que confunde o trigo e o joio”. “Desta forma, pessoas de bem não estão disponíveis para participar” na vida política, acrescentou.

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PJ realiza buscas contra corrupção nos portos para entrada de cocaína na Europa

  • Lusa
  • 25 Fevereiro 2025

A Polícia Judiciária está a realizar buscas na área metropolitana de Lisboa, e em Setúbal, Sines e Leiria por suspeitas de corrupção nos portos visando a entrada na Europa de cocaína da América Latina

A Polícia Judiciária (PJ) está a realizar esta terça-feira buscas na área metropolitana de Lisboa, e em Setúbal, Sines e Leiria por suspeitas de corrupção nos portos visando a entrada na Europa de cocaína da América Latina, anunciou a instituição.

Em comunicado, a PJ adianta que operação Porthos “investiga a beneficiação de organizações criminosas dedicadas à exportação de elevadas quantidades de cocaína a partir da América Latina”.

“Estas organizações criminosas usam os portos marítimos nacionais como porta de entrada de produtos estupefacientes no continente europeu, dissimulados em diversos produtos acondicionados em contentores”, acrescenta a instituição.

A investigação resulta da cooperação policial internacional e em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais.

Segundo a CNN Portugal, a PJ suspeita de que funcionários da Autoridade Tributária nas alfândegas terão sido subornados pelo Primeiro Comando da Capital, do Brasil, e cartéis colombianos para deixar passar a droga.

No terreno, estão 150 inspetores e peritos da PJ e quatro magistrados do Ministério Público.

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Tem mais três dias para validar faturas no IRS. Prazo alargado até 28 de fevereiro

Ministério das Finanças decidiu prolongar o período para registo das despesas, que iria terminar esta terça-feira, devido aos "constrangimentos e limitações pontuais de acesso" ao portal e-Fatura.

O Ministério das Finanças decidiu alargar o período para validar as faturas para o IRS até esta sexta-feira, 28 de fevereiro, devido aos constrangimentos no acesso ao portal e-Fatura, segundo um comunicado divulgado esta terça-feira. Prazo terminaria esta terça-feira.

“O prazo para verificação e comunicação de faturas, para efeitos do IRS de 2024, foi prorrogado por três dias, podendo os contribuintes proceder à validação das respetivas faturas até ao final do dia 28 de fevereiro”, segundo nota oficial do gabinete do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

Desde segunda-feira que o acesso ao portal e-Fatura tem tido constrangimentos, impedindo os contribuintes de registarem as despesas e, desse modo, conseguirem um reembolso maior ou um alívio no imposto a pagar. Após queixas de algumas famílias, o ECO tem testado o site e, ao validar faturas, o portal emite a seguinte mensagem: “Por motivos de ordem técnica não nos é possível responder ao seu pedido. Por favor tente mais tarde”.

“O elevado número de acessos ao e-Fatura do portal das Finanças, que se registou ao longo do dia de ontem e que se continua a verificar durante o dia de hoje, em virtude do fim do prazo legal para a verificação e validação de faturas, provocou constrangimentos e limitações pontuais de acesso”, reconheceu a tutela.

“Com a prorrogação agora decidida, a funcionalidade de verificação e comunicação de faturas irá permanecer disponível no portal das Finanças e na app e-Fatura até ao final do mês de fevereiro”, garante o Ministério.

Apesar do alargamento do período para registar as despesas, mantém-se o prazo para reclamação prévia dos valores apurados pela Autoridade Tributária, entre 16 e 31 de março, e da entrega da declaração de IRS, entre 1 de abril e 30 de junho, informa o Ministério das Finanças.

“Esta prorrogação não tem efeito nos prazos de reclamação prévia dos valores apurados pela Autoridade Tributária nem de entrega da declaração modelo 3 de IRS, que se mantêm”, lê-se no comunicado.

Para validar as faturas, o contribuinte deve entrar no portal e-Fatura, inserir os dados de autenticação, que são os mesmos para aceder ao portal das Finanças. Depois, deve consultar as faturas que lhe aparecem pendentes (em destaque no topo da página) e terminar o preenchimento atribuindo a cada uma das 13 categorias disponíveis: saúde, educação, lares, imóveis, reparação de automóveis, reparação de motociclos, restauração e alojamento, cabeleireiros, atividades veterinárias, passes mensais, ginásios, jornais e revistas. Existe ainda a opção ‘outros’ que deve ser usada para despesas gerais e familiares em supermercados, portagens ou combustíveis.

(Notícia atualizada às 12h23)

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Britânica Sonnedix aumenta portefólio em Portugal para 471 MW com novas aquisições

  • Joana Abrantes Gomes
  • 25 Fevereiro 2025

Empresa britânica adquiriu mais dois projetos em Portugal: o portefólio Fado, de 49 MWp, e a Central de Pombal, com 23 MWp.

A Sonnedix anunciou esta terça-feira a compra de dois projetos de energia renovável em Portugal. O acordo alarga a capacidade do portefólio português da empresa britânica para 471 MW, aproximando-a de atingir a sua meta de 750 MW até ao final de 2025.

Os projetos em causa são o portefólio Fado, constituído por três projetos regulados em operação e que totalizam 49 MWp, e a Central de Pombal, uma central regulada de 23MWp da qual vai ser responsável pela operação comercial, detalhou a Sonnedix, que se estreou em Portugal em março do ano passado.

A aquisição destes projetos vai permitir criar parques de energia renovável com uma produção anual combinada de quase 120.000 MWh, podendo cobrir o consumo de eletricidade de cerca de 40.000 lares por ano.

Sonnedix Douro

A Sonnedix, que tem mais de 3 GW de capacidade operacional a nível global, entrou no mercado português das energias renováveis ​​em 2022. Entre os seus maiores projetos está o parque eólico fotovoltaico do Douro, de 150 MW, que atingiu a conclusão mecânica no início de fevereiro.

“Portugal é um mercado importante e em crescimento para a Sonnedix. Com um ambiente regulatório favorável e sinais de investimento estáveis, Portugal oferece fortes oportunidades para produtores de energia renovável. A Sonnedix está bem posicionada para capitalizar este potencial”, afirma o CEO da Sonnedix, Axel Thiemann, citado no comunicado.

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Temu “reforça” parceria com os CTT nas regiões autónomas

  • ECO
  • 25 Fevereiro 2025

Plataforma chinesa "reforçou a sua parceria com os CTT em todo o território nacional, com especial enfoque nas regiões autónomas".

CTT e Temu reforçam parceriaCTT

Os CTT anunciaram esta segunda-feira de manhã, num comunicado, o “alargamento das entregas” da Temu, com quem têm um acordo de exclusividade em Portugal, para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, um serviço já prestado anteriormente.

Contactada pelo ECO, a empresa reconheceu o engano e emitiu um novo comunicado em que aponta para o reforço da parceria existente, “com especial enfoque nas regiões autónomas”.

A parceria com a Temu iniciou-se em novembro de 2023, altura em que os CTT revelaram ser o “parceiro exclusivo das entregas da Temu no mercado português”. Na altura, nada foi referido sobre as regiões autónomas.

A empresa asiática tem feito sucesso com os seus produtos baratos, não só em Portugal como também na União Europeia. Mas a Comissão Europeia tem demonstrado vontade em travar o crescimento deste tipo de plataformas, por exemplo, ao propor a eliminação da isenção de tarifas aduaneiras aplicada às encomendas de valor inferior a 150 euros.

Apesar destes ventos contrários, o reforço da parceria com a Temu representa mais uma aposta dos CTT nestes mercados, numa altura em que as plataformas asiáticas já representam “cerca de 60%” do negócio ibérico de Expresso e Encomendas, segundo revelou em janeiro, ao ECO magazine, João Bento, CEO dos CTT.

(Notícia alterada às 15h56 após nova versão do comunicado dos CTT)

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Euribor a seis meses cai pela quinta sessão consecutiva para novo mínimo de mais de dois anos

  • Lusa
  • 25 Fevereiro 2025

A taxa a três meses, que se manteve esta terça-feira em 2,530%, continua acima da taxa a seis meses (2,407%) e da taxa a 12 meses (2,417%).

A Euribor subiu esta terça-feira a três meses e desceu a seis e a 12 meses, no prazo mais curto, pela quinta sessão consecutiva, para um novo mínimo desde dezembro de 2022. Com as alterações, a taxa a três meses, que se manteve em 2,530%, continuou acima da taxa a seis meses (2,407%) e da taxa a 12 meses (2,417%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou esta terça-feira para 2,407%, menos 0,014 pontos do que na segunda-feira e um novo mínimo desde 02 de dezembro de 2022.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a dezembro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,64% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,69% e 25,6%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também baixou, para 2,417%, também menos 0,014 pontos. Em sentido inverso, a Euribor a três meses avançou esta terça-feira, ao ser fixada em 2,530%, mais 0,009 pontos que na segunda-feira.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e que não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%. A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada em 2,500% em janeiro de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em janeiro voltou a descer a três e a seis meses, mas subiu a 12 meses, pela primeira vez depois de nove meses a cair. Enquanto a média da Euribor a 12 meses subiu 0,089 pontos para 2,525% em janeiro, as médias a três e a seis meses continuaram a cair, designadamente, para 2,704%, menos 0,121 pontos percentuais do que em dezembro, e para 2,614%, menos 0,018 pontos.

Na reunião de política monetária de 30 de janeiro e como antecipado pelos mercados, o BCE baixou de novo, pela quarta reunião consecutiva, a principal taxa diretora em 25 pontos base. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de março em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Acordo do Novobanco foi “talvez o mais eficiente mecanismo” usado em resgates bancários, avalia Centeno

Oposição criticou governador por ter elogiado mecanismo que ajudou a criar quando era ministro: "Tentou tirar dividendo político". Centeno descartou "autoelogios" e diz que todos contribuíram.

O governador do Banco de Portugal considera que o acordo de capital contingente (CCA), que obrigou o Fundo de Resolução a injetar 3,4 mil milhões de euros no Novobanco nos últimos anos, foi o “mais eficiente” mecanismo de capitalização utilizado em regastes bancários em toda a Europa. Elogios do ex-ministro que valeram críticas da oposição.

“[O CCA] foi talvez o mais eficiente mecanismo de capitalização que existiu em todas as intervenções bancárias em Portugal e talvez na Europa”, disse Mário Centeno, que era ministro das Finanças quando foi criado o mecanismo em outubro de 2017, que permitiu a venda do Novobanco ao fundo Lone Star.

Para o governador do Banco de Portugal, o CCA “foi absolutamente essencial e instrumental” para que se conseguisse vender o Novobanco, tendo sido “construído com um numero de salvaguardas, freios, contrapesos” que monitorizaram a utilização do dinheiro. Foi um “enorme sucesso aquilo que foi construído no instrumento único, ao contrário de o que se passou noutras intervenções”, disse o governador (em fim de mandato) na Comissão do Orçamento, Finanças e Administração Pública.

“Conseguiu-se minimizar os custos”, defendeu perante os deputados.

Em resposta, a oposição atacou Centeno por ter “procurado elogiar de forma absolutamente parcial o papel do ministro das Finanças”. Tentou “politizar e tirar dividendos políticos de um acordo que na altura diziam nada ter a ver com o PS”, acusou o deputado do CDS Paulo Núncio.

Centeno defendeu-se das críticas: “Não tentem personalizar o CCA. Um dia não é o ministro das Finanças e no outro o governador. São mais de uma dezena de entidades que intervieram”.

“Não há nem elogios nem autoelogios, é um esforço enormíssimo do compromisso da República”, acrescentou.

“Talvez estaríamos hoje a chorar um bocadinho mais”

O CCA envolveu um envelope financeiro de 3,89 mil milhões de euros para serem usados para o Fundo de Resolução compensar o Novobanco em relação as perdas com um conjunto delimitado de ativos problemáticos herdados do BES. Em dezembro, o fundo liderado por Máximo dos Santos e o Novobanco decidiram antecipar o fim do mecanismo.

“Podia ter sido antecipado mais cedo, o que teria sido desejável para o sistema, mas não foi, foi agora. O fecho do mecanismo é positivo”, afirmou.

Por não ter as verbas, o Fundo de Resolução teve de pedir empréstimos ao Estado para responder às chamadas de capital que o banco solicitou entre 2018 e 2021 que ascendem a mais de 2,4 mil milhões de euros (fora os empréstimos usados para a resolução do BES em 2014 e Banif em 2015).

Centeno afirmou que é sempre difícil calcular o custo de uma medida quando envolve dinheiro dos contribuintes. Ainda assim, a partir do momento em que deixou de injetar mais fundos no banco, todos os anos o Fundo de Resolução terá um contributo positivo para as contas públicas próximo dos 250 milhões (correspondente às contribuições dos bancos para o fundo).

“Qual é o custo de oportunidade e alternativa a todo o momento sobre a participação do Estado nestes processos? O custo alternativo é incomensuravelmente maior e, por isso, o Estado deve garantir que a utilização de meios financeiros é rigorosa”, frisou o ex-ministro das Finanças.

Centeno defendeu a atuação em 2017 por se estar numa situação limite. E que se não se fizesse nada na altura, “talvez estaríamos hoje a chorar um bocadinho mais” pelos euros a mais perdidos.

(Notícia atualizada às 12h34)

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Bundesbank sofre perdas de 19,2 mil milhões de euros em 2024, as primeiras desde 1979

  • Lusa
  • 25 Fevereiro 2025

Banco central da Alemanha explica que perdas são o resultado da subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), o que o levou a ter mais despesas com juros do que receitas de juros.

O Bundesbank, banco central da Alemanha, sofreu perdas de 19.200 milhões de euros em 2024, as primeiras desde 1979, as maiores da sua história e oito vezes mais do que em 2023, quando conseguiu cobrir os números ‘vermelhos’ com provisões.

O Bundesbank informou esta terça-feira que estas perdas são o resultado da subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), o que o levou a ter mais despesas com juros do que receitas de juros. No ano passado, o BCE também registou um prejuízo, de 7.900 milhões de euros, pela mesma razão.

O presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, acrescentou, quando o balanço foi apresentado, que o Bundesbank tem força financeira suficiente para suportar as perdas, que espera que sejam reduzidas no próximo ano, porque “o pico das perdas anuais já foi ultrapassado“.

Além disso, o Bundesbank alertou, na apresentação do balanço, para o facto de a economia alemã estar a sofrer de uma “estagnação obstinada, enquanto outras economias estão a crescer”.

Nagel mencionou os “problemas estruturais” da economia alemã, tais como “os elevados preços da energia, a transformação ecológica e as alterações demográficas“. Além disso, acrescentou Nagel, muitas empresas queixam-se da carga fiscal e da burocracia muito elevadas.

O presidente do Bundesbank apelou aos partidos políticos alemães para que assumam a responsabilidade após as eleições gerais de domingo, ganhas pelo bloco conservador. “Com uma política económica inteligente, coerente e fiável, é possível criar um espírito de otimismo e aumentar a vontade de investir”, afirmou Nagel.

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OutSystems lança curso de programador “low code” com Pro_Mov

OutSystems e Pro_Mov vão lançar curso de programador "low code", que está a ser desenhado em colaboração com outras empresas, entre as quais a MC Sonae, Devoteam, Mediaweb e Indigo.

A OutSystems, o segundo “unicórnio” nascido em Portugal, vai lançar um curso de programador low code em parceria com o Pro_Mov, programa nacional de requalificação dos trabalhadores. O curso será aberto a qualquer pessoa com mais de 18 anos e a escolaridade obrigatória concluída.

“O programa de requalificação profissional Pro_Mov e a tecnológica portuguesa OutSystems uniram-se para criar o curso de programador de low code e aumentar a oferta formativa no setor digital, uma das áreas com maior escassez de profissionais qualificados“, foi anunciado esta terça-feira, numa nota enviada às redações.

O Pro_Mov é um programa nacional de requalificação que se insere na iniciativa europeia Reskilling 4 Employment, que foi criada pelo European Roundtable for Industry, um fórum de alto nível que junta cerca de 60 CEO e presidentes de empresas, entre as quais a Sonae, a Nestlé e a SAP. O objetivo dessa iniciativa é requalificar um milhão de europeus até 2025.

Há ano e meio, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) assinou um protocolo com mais de 50 empresas e associações — entre as quais, a Sonae, a SAP, a Nestlé, a Business Roundtable Portugal e a Confederação Empresarial de Portugal — com vista a acelerar a requalificação dos trabalhadores portugueses, através deste programa. E, entretanto, têm-se somado parceiros. Por exemplo, em março, juntou-se a Associação Portuguesa de Centros Comerciais.

Agora é a vez da OutSystems se juntar à missão, criando um novo curso, que se junta a mais de dez formações já disponíveis.

“Este curso é focado na plataforma de low code OutSystems e está a ser desenhado em colaboração com outras empresas, entre as quais MC Sonae, Devoteam, Mediaweb e Indigo, assegurando que o conteúdo e a abordagem da formação estão alinhados com as necessidades e desafios do mercado atual. O objetivo é proporcionar aos formandos as competências para realizarem uma certificação Outsystems“, é explicado em comunicado.

Este curso vai proporcionar aos candidatos um “conjunto de valências práticas altamente valorizadas pelas empresas”: OutSystems web specialist e mobile developer, programação em SQL, HTML, CSS e Javascript e Análise de Sistemas de Informação são algumas das unidades de formação previstas para o curso.

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Exportações ditam quebra da economia alemã na reta final do ano. PIB contrai-se 0,2%

Ligeira recuperação no consumo na reta final do ano face ao terceiro trimestre foi insuficiente para compensar a queda acentuada das exportações. Destatis confirma segundo ano de recessão.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha caiu 0,2% no quarto trimestre de 2024 face aos três meses anteriores, confirmou esta terça-feira o Destatis, o organismo de estatísticas alemão. A penalizar o desempenho da economia esteve principalmente a diminuição das exportações.

Os dados confirmam ainda que o PIB contraiu-se 0,2% na comparação homóloga, ajustada de calendário e sazonalidade, bem como na globalidade do ano. Concretiza-se assim o segundo ano consecutivo de recessão.

A ligeira recuperação no consumo na reta final do ano face ao terceiro trimestre foi insuficiente para compensar a queda acentuada das exportações, levando o PIB a cair face ao crescimento de 0,1% registado no terceiro trimestre. No quarto trimestre de 2024, as exportações de bens e serviços caíram 2,2% na comparação em cadeia, a quarta maior quebra desde o segundo trimestre de 2020.

“As exportações de bens, em particular, diminuíram substancialmente em 3,4% em comparação com o trimestre anterior. Em contraste, as importações de bens e serviços aumentaram 0,5%”, detalha o Destatis na publicação feita esta manhã.

A quebra da indústria alemã tem penalizado especialmente o desempenho da economia. Pela sétima vez consecutiva, a produção nesta área recuou 0,6%, refletindo reduções na construção de máquinas e equipamentos e na produção de automóveis. Paralelamente, a produção na construção também voltou a cair, reduzindo-se 0,9%.

Friedrich MerzLusa

Fora da indústria, o Valor Acrescentando Bruto (VAB) no setor de atividades financeiras e de seguros foi substancialmente menor do que no trimestre anterior (-2,1%). Ademais, o desempenho em serviços empresariais e outros serviços também caiu em comparação com o trimestre anterior (-0,3% cada). Em contrapartida, o VAB no comércio, transportes, alojamento e restauração subiu 0,5% e nos serviços públicos, educação e saúde 0,3%.

Paralelamente, registaram-se trajetórias distintas no que toca ao investimento. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em máquinas e equipamentos caiu 0,3% em relação ao trimestre anterior, marcando a quinta queda consecutiva. Por outro lado, na construção aumentou 1% face ao terceiro trimestre, “em parte devido às condições climáticas amenas”. No geral, o investimento subiu 0,4%. Já o consumo subiu 0,2%, resultado do crescimento de 0,4% do consumo público e de 0,1% das famílias.

A queda de 0,2% do PIB alemão coloca o país abaixo da média da União Europeia (UE) e da Zona Euro, que na comparação em cadeia avançaram 0,2% e 0,2%, respetivamente, e 1,1% e 0,9% na variação homóloga.

Os dados são conhecidos dois dias após as eleições no país, que elegeram Friedrich Merz como o próximo chanceler. O principal desafio reside no facto de a AfD e o Die Linke deterem um total combinado de 216 assentos – mais de um terço do Bundestag –, o que lhes confere a capacidade de vetar quaisquer alterações constitucionais. Para aumentar o teto da dívida — um passo crucial para financiar o reforço dos investimentos em Defesa e Infraestruturas — é necessária uma maioria de dois terços dos 630 deputados.

Se no Parlamento o xadrez político não se adivinha fácil, na política económica é preciso ganhar a aposta de uma estratégia que retire o país da recessão. Para isso, o líder da CDU defende a redução das prestações sociais, como do subsídio de desemprego, bem como da burocracia e do número de funcionários públicos. Simultaneamente, apoia cortes nos impostos sobre os rendimentos pessoais e das empresas, o que, a concretizar-se, baixaria as receitas do Estado para criar mais investimento.

No entanto, os analistas alertam para os riscos. “Da defesa à despesa com infraestruturas e à revitalização da potência económica da Europa, os desafios que o provável novo chanceler alemão, Friedrich Merz, enfrenta são enormes. Afirma que não trabalhará com o partido de direita AfD, que ficou em segundo lugar nas eleições deste fim de semana, o que tornará a formação de um governo de coligação particularmente difícil”, assinala Carsten Brzeski, economista do ING, numa nota de research divulgada esta terça-feira.

Ainda assim, Friedrich Merz terá iniciado negociações com o SPD para aprovar rapidamente até 200 mil milhões de euros em despesa para a defesa, avança esta terça-feira a Bloomberg. Segundo a agência noticiosa, em cima da mesa está a estratégia para contornar as restrições da Alemanha sobre empréstimos governamentais para libertar recursos para as a defesa.

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Renascença é a marca com mais downloads de podcasts em janeiro. Observador é a que soma mais ouvintes

  • + M
  • 25 Fevereiro 2025

Já são conhecidos os primeiros resultados do ranking mensal de podcasts lançado pela Marktest. Só os primeiros 10 podcasts do ranking somaram mais de 6,6 milhões de downloads no mês de janeiro.

A Renascença foi a marca que obteve mais downloads com os seus podcasts em janeiro, com cerca de 3,1 milhões, seguindo-se o Observador (2,7 milhões) e a Rádio Comercial (2 milhões). Já em termos de ouvintes, é o Observador quem soma o maior alcance médio semanal, com cerca de 251 mil, seguido do Expresso (238 mil) e SIC Notícias (235 mil).

No que diz respeito a podcasts, “Extremamente Desagradável”, da Renascença, foi aquele que registou mais downloads em janeiro, com mais de 2,7 milhões. A rubrica humorística de Joana Marques registou ainda no primeiro mês do ano uma média de 216 mil ouvintes semanais (ou seja, o número de diferentes dispositivos/apps de escuta que descarregaram pelo menos um episódio no período em análise).

O Homem Que Mordeu o Cão”, da Rádio Comercial, com quase 1,2 milhões de downloads e uma média de 77 mil ouvintes semanais, e “Contas Poupanças”, da SIC Notícias, que teve 602 mil downloads no primeiro mês do ano, para uma média de mais de 80 mil ouvintes semanais, completam a primeira edição do Pod_Scope, um serviço de medição de áudio digital lançado pela Marktest, agregado mensalmente num ranking, e que integra os grupos Bauer Media, Impresa, Observador e Renascença Multimédia.

Do top 10 fazem ainda parte os podcasts “Programa cujo nome estamos legalmente impedidos de dizer” (SIC Notícias), “Expresso da Manhã”, (Expresso), “The Heart and Hustle of Portugal” (Expresso), “A Caça ao Estripador de Lisboa” (Observador), “Irritações” (SIC), “Bem-vindo a mais um episódio de” (Rádio Comercial) e “Eixo do Mal” (SIC Notícias).

No ranking de publishers, a liderança é ocupada pelo Grupo Impresa, que acumulou 4,6 milhões de downloads ao longo do mês de janeiro. A segunda posição é do pelo Grupo Renascença Multimedia (3,3 milhões), seguindo-se o Observador (2,7 milhões) e a Bauer Media (2,2 milhões).

A divulgação do primeiro ranking do Pod_Scope é um momento “muito importante para a indústria dos media”, refere, José Manuel Oliveira, CEO da Marktest, citado em comunicado. “É fundamental que o mercado tenha acesso a dados fiáveis, medidos e auditados por critérios internacionais validados e reconhecidos pela indústria“, acrescenta.

Por parte dos quatro publishers que integram a análise, Rita Sobral, VP de revenue growth da Bauer Media Audio Portugal, diz que com este ranking se dá um “passo decisivo para a valorização dos conteúdos de podcast, promovendo um ecossistema onde transparência, qualidade e inovação impulsionam o crescimento do setor”.

“A Impresa está muito orgulhosa dos resultados do Pod_Scope, que refletem a adequação deste formato aos conteúdos de alta qualidade que produz para os seus públicos”, diz por sua vez João Paulo Luz, diretor comercial de TV e digital do Grupo Impresa, enquanto Renata Silva, administradora Intervoz – Grupo Renascença Multimédia, refere que no grupo Renascença se acredita que “métricas consistentes são essenciais para que o universo de podcasts evolua, beneficiando criadores, anunciantes e ouvintes”.

“Já existe uma oferta diversificada e de alta qualidade, tendo o Observador inovado com os Podcast+. Faltava um Pod_Scope para que as marcas elejam este formato para comunicarem”, afirma Rudolf Gruner, director-geral do Observador.

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China critica inclusão de empresas chinesas em lista negra por apoio à Rússia

  • Lusa
  • 25 Fevereiro 2025

Porta-voz do Governo chinês reiterou que Pequim nunca forneceu armas a Moscovo e que mantém um "controlo rigoroso" sobre os artigos civis e militares de dupla utilização.

A China criticou esta terça-feira a inclusão, pelo Conselho Europeu, de entidades chinesas na lista de empresas que considera estarem a apoiar o complexo militar-industrial da Rússia, na sua guerra de agressão contra a Ucrânia.

“A cooperação entre a China e a Rússia, que se baseia na igualdade e no benefício mútuo, não deve ser perturbada por terceiros. Apelamos ao fim dos ataques à China sem qualquer fundamento”, reagiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa.

O porta-voz reiterou que o seu país nunca forneceu armas à Rússia e que mantém um “controlo rigoroso” sobre os artigos civis e militares de dupla utilização, incluindo os veículos aéreos não tripulados (“drones”).

Defendeu ainda que “a China vai tomar medidas contra qualquer pessoa que imponha sanções unilaterais” contra as suas empresas, visando proteger os seus direitos.

Outros governos, como o britânico e o canadiano, também impuseram sanções nos últimos dias contra fornecedores de Moscovo em países terceiros, como a Turquia, a Índia e a China.

“A China está empenhada no desenvolvimento pacífico, na salvaguarda da paz e em promover estabilidade e certeza no mundo”, acrescentou Lin, que destacou a conversa por telefone entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na segunda-feira.

Xi sublinhou então que as relações entre a China e a Rússia “não são dirigidas contra terceiros nem serão influenciadas por ninguém” e previu que os laços continuarão a desenvolver-se suavemente e “ajudarão o desenvolvimento de ambos os países, injetando estabilidade e energia positiva nas relações internacionais”.

Pequim opôs-se às sanções unilaterais contra Moscovo e apelou a uma solução política para a guerra na Ucrânia. O Ocidente acusou a China de apoiar a campanha militar da Rússia, ao fornecer ao país vizinho componentes essenciais para a produção de armamento.

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